O chamado de Dumbledore



01 – O chamado de Dumbledore.


 


Disclaimer: '' Devemos tudo isso a admirável, incomparável e extraordinária genialidade de J. K. Rowling, eu só pego emprestadas suas criações para me divertir um pouquinho ''.


 


 


P.S.: O capitulo contem vários spoilers de Harry Potter and the Order of the Phoenix (Harry Potter e a Ordem da Fênix).  


P.S.S.: Algumas trechos são idênticos aos do livro, mas a história desenrola-se de outra forma.


 


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O céu lá fora estava em um tom avermelhado, e as nuvens refletiam uma luz amarela. No horizonte, o sol ia aos poucos desaparecendo. Um único ponto branco vinha crescendo lentamente, aproximando-se cada vez mais. Foi de repente que o ponto branco transformou-se em uma alvíssima coruja e entrou voando velozmente pela janela entreaberta. Pousou com leveza sobre uma das camas. Os seus grandes olhos redondos e âmbar os analisaram. Ela levantou a perna escamosa, na qual dois rolinhos de pergaminhos estavam amarrados por uma correia de couro. Hermione adiantou-se á Edwiges e pegou as cartas, jogando a endereçada para Rony na outra cama. Abriu a sua muito lentamente, receosa do que estivesse por vir.


Acabei de ser atacado por dementadores e poderei ser expulso de Hogwarts. Quero saber o que está acontecendo e quando vou sair daqui.


- O que diz na sua? – perguntou Rony.


- Tudo que nós já sabemos: o ataque dos dementadores. – respondeu a garota.


Hermione suspirou fundo e sentou-se na cama, acariciando as penas de Edwiges; ao fazer isso, viu as marcas de bicadas que a ave fizera em sua mão anteriormente. Rony mudou de cama, e também colocou a mão sobre a coruja. Essa parecia não querer o carinho do garoto, e virou-se dando mais uma de suas dolorosas bicadas. O sangue afluiu rapidamente do corte sobre a mão dele.


 


 - Quais as ordens que Harry anda dando á ela? – perguntou Rony, acariciando o próprio dedo – Ele quer o que, que a coruja nos mate?


- O que ele quer? – disse Hermione rudemente – Respostas.


- Mas não podemos fazer nada; como diz Dumbledore, a coruja pode ser interceptada e tudo mais. – falou ele, indo até o banheiro lavar o corte.


Hermione continuou tentando acariciar Edwiges, mas esta se desvencilhou e levantou vôo até em cima do armário preto.


Mais cedo no mesmo dia, Quim Shacklebolt, o auror, chegara à ordem dando a noticia de que Harry fora atacado por dementadores. Desde então, Hermione queria contatar o garoto e descobrir como ele estava. Mas não podia. Então ela teve que se contentar com os dizeres de Lupin:


‘’ – Harry sabe conjurar muito bem um patrono. ‘’


É verdade, Hermione sabia que Harry poderia liquidar os dementadores sem muita dificuldade, mas Hermione também sabia que o garoto estava frustrado por não saber o que estava acontecendo no mundo bruxo.  A garota tinha medo do que ele poderia fazer se não fosse logo retirado da casa de seus tios. Mas felizmente alguns integrantes da ordem já tinha sido mandados atrás dele, e logo ele estaria chegando.


A garota se sobressaltou ao ouvir um barulho na porta. Levantando os olhos, percebeu que Harry estava parado ali.


Ela quase caiu ao se levantar da cama e jogar-se em um abraço apertado no amigo, soltando um pequeno grito. Pichitinho, a minúscula coruja de Rony, voou excitada descrevendo círculos contínuos por suas cabeças.


- HARRY! Rony, ele está aqui, Harry está aqui! Não ouvimos você chegar! Ah, como é que você vai? Está bom? Ficou furioso com a gente? Aposto que ficou, eu sei, as nossas cartas não serviam para nada – mas a gente não podia contar nada. Dumbledore nos fez jurar que não contaríamos, ah, temos tanta coisa para lhe contar e você tem coisas para nos contar: os dementadores! Quando soubemos – e aquela audiência no ministério – é um absurdo, procurei tudo nos livros, eles não podem expulsar você, simplesmente não podem, tem uma cláusula no Decreto de Restrição à Prática de Magia por Menores prevendo situações em que há risco de vida...


- Deixa ele respirar, Mione – disse Rony, saindo do banheiro e fechando a porta as costas de Harry.


O garoto estava mais magro que nunca, tinha os cabelos pretos e uma aparência um tanto doentia de alguém que cresceu muito em pouco tempo. Ainda usava roupas de trouxas, as que Hermione sabia, seu primo Duda tinha dado. Ouviu-se um farfalhar suave e alguma coisa branca saiu voando do alto do armário escuro e pousou gentilmente no ombro de Harry.


- Edwiges!


A coruja abriu e fechou o bico e mordiscou a orelha de Harry, enquanto ele acariciava suas penas.


- Ela esteve muito nervosa – contou Rony – Quase matou a gente de tanta bicada quando trouxe suas últimas cartas. Vê só...


E mostrou a Harry o dedo indicador direito com o corte visivelmente profundo.


- Ah. Desculpe pelo corte, mas eu queria respostas, entende...


- E nós queríamos dar, cara – respondeu Rony – Hermione estava uma fera, não parava de dizer que você ia fazer uma burrice se ficasse sozinho, sem saída e sem noticias, mas Dumbledore nos fez...


-... jurar que não contariam – completou Harry – É, a Mione já me disse isso.


Hermione percebeu a amargura com que o garoto disse essas palavras.


Houve um silencio tenso em que Harry acariciou Edwiges mecanicamente, sem olhar para os amigos.


- Pelo visto ele pensou que era melhor – disse Hermione ofegante – Dumbledore, quero dizer.


- Certo. – respondeu Harry, o qual Hermione reparou, olhava para sua mão.


- Acho que ele pensou que você estava mais seguro com os trouxas – começou Rony.


- Ah, é? – retrucou Harry, erguendo as sobrancelhas. – Algum de vocês foi atacado por dementadores este verão?


- Bem, não... Mas foi por isso que ele mandou gente da Ordem da Fênix seguir você o tempo todo...


Hermione percebeu que Harry aparentemente levara um choque ao receber esta noticia.


- Não deu muito certo, não foi? – disse Harry – No final, tive de me virar sozinho, não foi?


- Ele estava muito zangado – Justificou Hermione – Dumbledore. Nós o vimos. Quando descobriu que Mundungo tinha saído antes de terminar o turno de serviço. Dava até medo.


- Muito bem, fico satisfeito que ele tenha saído – respondeu Harry com frieza – Se não tivesse, eu não precisaria usar a magia e Dumbledore provavelmente teria me largado na rua dos Alfeneiros o verão todo.


- Você não esta... não esta preocupado com a audiência no ministério da magia? – perguntou Hermione baixinho.


- Não – respondeu ele, mas Hermione percebeu uma certa insegurança em sua voz.


- Então, por que é que Dumbledore estava tão ansioso para me deixar no escuro? Perguntou Harry – Vocês... se deram ao trabalho de perguntar?


Harry estava reagindo exatamente do jeito que Hermione e Rony temiam. Os dois trocaram olhares rápidos.


- Dissemos a Dumbledore que queríamos informar a você o que esta acontecendo – disse Rony – dissemos, cara. Mas ele anda realmente ocupado, só o vimos duas vezes desde que viemos para cá e sempre com pressa, só nos fez jurar que não contaríamos nada que tivesse importância quando lhe escrevêssemos, disse que as corujas poderiam ser interceptadas.


- Ainda assim, ele poderia me manter informado, se quisesse – respondeu Harry – Vocês não vão me dizer que ele não conhece outros meios de mandar mensagens sem corujas.


Hermione olhou para Rony e disse:


- Pensei nisso também. Mas ele não queria que você soubesse de nada.


- Vai ver ele acha que não mereço confiança. – disse Harry, observando o rosto dos amigos.


- Não seja burro – disse Rony.


- Ou que não sei cuidar de mim mesmo.


- Claro que não pensa isso! – disse Hermione, ansiosa.


- Então como é que eu tenho de ficar na casa dos Dursley, enquanto vocês dois vem participar de tudo que esta acontecendo aqui? – disse Harry, erguendo o tom de voz – Como é que permitem a vocês dois saberem de tudo que esta acontecendo?


- Não sabemos! – interrompeu-o Rony – Mamãe não deixa a gente se aproximar das reuniões, diz que somos muito crianças...


Mas Harry começou a gritar.


- ENTÃO VOCES NÃO TEM PARTICIPADO DAS REUNIÕES, GRANDE COISA! ESTIVERAM AQUI O TEMPO TODO, NÃO FOI? ESTIVERAM JUNTOS O TEMPO TODO! AGORA, EU, FIQUEI ENCALHADO NA RUA DOS ALFENEIROS O MÊS INTEIRO! E JÁ RESOLVI MUITO MAIS DO QUE VOCES JAMAIS CONSEGUIRAM E DUMBLEDORE SABE DISSO – QUEM SALVOU A PEDRA FILOSOFAL? QUE SE LIVROU DO RIDDLE? QUEM SALVOU A PELE DE VOCES DOS DEMENTADORES?


Edwiges assustou-se com a gritaria e tornou a voar para cima do armário, Pichitinho, alarmado, soltou vários pios e voou ainda mais depressa ao redor das cabeças dos garotos.


- QUEM FOI QUE TEVE DE PASSAR POR DAGRÕES E ESFINGES E OUTRAS COISAS REPUGNATES ANO PASSADO? QUEM VIU ELE VOLTAR? QUEM TEVE DE ESCAPAR DELE? EU!


Rony ficou parado ali, com o queixo meio caído, visivelmente chocado, e sem saber o que responder. Hermione sentiu seus olhos lacrimejarem.


- MAS POR QUE EU DEVERIA SABER O QUE ESTA ACONTECENDO? POR QUE ALGUEM SE DARIA O TRABALHO DE ME DIZER O QUE ANDOU ACONTECENDO?


- Harry, nos queríamos lhe dizer, nos realmente queríamos... – começou Hermione.


- NÃO PODEM TER QUERIDO TANTO ASSIM, PODEM, OU TERIAM ME MANDADO UMA CORUJA, MAS DUMBLEDORE FEZ VOCES JURAREM...


- Fez mesmo...


- DURANTE QUATRO SEMANAS EU FIQUEI ENTALADO NA RUA DOS ALFENEIROS, PENSACAMDO JORNAIS NAS LIXEIRAS PARA TENTAR DESCOBRIR O QUE ESTAVA ACONTECENDO...


- Nós queríamos...


- SUPONHO QUE VOCES TEM SE DIVERTIDO PARA VARIAR, NÃO TEM, ESCONDIDOS AQUI JUNTOS...


- Não, sinceramente...


- Harry, nos realmente sentimos muito! – disse Hermione desesperada, seus olhos agora cintilantes de lagrimas – você tem absoluta razão Harry... se fosse comigo eu ficaria furiosa!


Harry amarrou a cara para os dois e começou a andar para lá e para cá. Houve uma longa pausa, interrompida apenas pelo rangido fúnebre das tabuas do soalho sob os pés do garoto.


- Que lugar é esse afinal? – perguntou de repente a Rony e Hermione.


- A sede da ordem da fênix. – respondeu Rony na hora.


- Alguém vai se dar ao trabalho de me dizer o que essa Ordem...?


- É uma sociedade secreta – disse Hermione depressa – Dumbledore é o responsável, fundou a ordem. São as pessoas que lutaram contra Você-Sabe-Quem da última vez.


- Quem faz parte dela? – perguntou Harry, parando de repente com as mãos nos bolsos.


- Bastante gente...


- Já conhecemos umas vinte – disse Rony – mas achamos que tem mais.


Harry olhou zangado para os amigos.


- Então? – indagou, olhando de um para o outro.


- Hum. – disse Rony – então o que?


- Voldemort! – falou Harry furioso, e os dois contraíram as feições – Que está acontecendo? Que é que ele está armando? Onde é que está? Que é que estamos fazendo para impedir?


- Já falamos, a Ordem não deixa a gente assistir as reuniões – respondeu Hermione, nervosa – por isso não sabemos os detalhes... mas temos uma idéia geral – acrescentou depressa, vendo a expressão no rosto de Harry.


 - Fred e Jorge inventaram as Orelhas Extensíveis, entende. – Contou Rony. – Realmente úteis.


- Extensíveis... ? – perguntou Harry.


- Orelhas, é. – começou Rony - Só que tivemos de parar de usá-las nos últimos dias porque...


Mas Hermione não escutava mais. Tinha visto algo pela janela que a fez paralisar momentaneamente. Novamente ela viu um pontinho lá no alto, no céu agora escuro e sem estrelas, que veio crescendo cada vez mais, e, pela segunda vez na noite, uma coruja atravessou a janela entreaberta. Era uma coruja-das-torres, mas tinha em sua plumagem marrom um excessivo brilho. Ela veio voando diretamente á Hermione e deixou uma carta cair no chão, perto da garota, depois retirou-se novamente atravessando a janela. Ela abaixou-se e pegou a carta; surpresa, viu que estava endereçada á ela em uma caligrafia fina e elegante. Abriu rapidamente o envelope.


Cara Srta. Granger.


Peço que compareça ao meu escritório dentro de meia hora, através da rede de flu.


Esclareço mais ao nos encontrarmos.


Atenciosamente, Dumbledore.


Hermione leu a carta duas vezes. O que poderia ser tão importante para Dumbledore a chamar, no meio da noite, em plenas férias, ao seu escritório?


- Mione?– chamou Rony.


- hã...? – perguntou ela, distraída.


- O que é isto? – perguntou ele, apontando a carta na mão da garota.


- Ah, é... Dumbledore, ele quer que eu vá ao escritório dele. – respondeu ela.


- Ao escritório? Em hogwarts? – falou ele – e como você vai fazer isso?


- Rede de flu. – disse ela.


- Pensei que não fosse possível... – começou Harry.


- Se Dumbledore permitir, é. – completou ela.


- E porque, pelas calças de Merlim, Dumbledore a chamou no seu escritório? – perguntou Rony.


- Não sei. Deve ser para me avi...ARRRE!


Com dois fortes craques, Fred e Jorge, os irmãos mais velhos de Rony, se materializaram no meio do quarto. Pichitinho piou ainda mais baratinado do que nunca e disparou para se juntar a Edwiges em cima do armário.


- Parem com isso! – disse Hermione sem entusiasmo aos gêmeos.


- Olá, Harry. – saudou Jorge, sorridente – pensamos ter ouvido sua voz suave.


- Não queremos que reprima sua raiva, Harry, bote tudo para fora – disse Fred, também sorrindo – Vai ver alguém a cem quilômetros de distancia ainda não te ouviu.


- Então vocês dois passaram nos testes de aparatação? – perguntou Harry mal-humorado.


- Com louvor – respondeu Fred, que estava segurando alguma coisa que parecia um pedaço muito comprido de barbante cor de carne; uma Orelha Extensível.


- Vocês teriam levado só uns trinta segundos para descer pelas escadas. – disse Rony.


- Tempo é galeão, maninho. – disse Fred – em todo caso, Harry, você esta interferindo com a recepção. Orelhas Extensíveis – acrescentou em resposta as sobrancelhas erguidas de Harry, e mostrou o barbante, deixando agora visível que o objeto se alongava em direção ao patamar.  – Estamos tentando ouvir o que estão falando lá embaixo.


- Você vai precisar ter cuidado – disse Rony, olhando paras Orelhas. – Se mamãe tornar a ver mais uma dessas...


A porta se abriu e apareceu uma longa juba de cabelos ruivos.


- Ah, olá Harry! – cumprimentou animada a irmã mais nova de Rony, Gina. – Pensei que tivesse ouvido sua voz.


Virando-se para Fred e Jorge, informou:


- Pode esquecer as Orelhas, ela lançou um feitiço de Imperturbabilidade na porta da cozinha.


- Como é que você sabe? – indagou Jorge desapontado.


- Tonks me ensinou como descobrir. A gente atira uma coisa contra a porta e se a coisa não bate é porque a porta foi ‘’impertubada’’. Atirei umas bombas de bosta do alto da escada e elas simplesmente voaram de volta, então não tem como as Orelhas Extensíveis entrarem por baixo.


Fred soltou um suspiro profundo.


- Que pena. Eu realmente gostaria de descobrir o que é que o Snape esta fazendo.


- Snape! – exclamou Harry imediatamente – Ele está aqui?


- Tá – confirmou Jorge, fechando cuidadosamente a porta e se sentando em uma das camas; Fred e Gina o acompanharam. – Fazendo um relatório. Ultra-secreto.


- Babaca. – Disse Fred, só por dizer.


- Ele agora está do nosso lado. – disse Hermione, desaprovando o amigo.


Rony riu.


- Mas vai continuar sendo babaca. O jeito com que olha para a gente quando nos encontra.


- Gui também não gosta dele. - Disse Gina, como se isso decidisse a questão.


Hermione não gostava do modo como seus amigos tratavam Snape. Ele estava do lado deles, e eles nem ao menos cooperavam com ele.


- Gui está aqui? – perguntou Harry – Pensei que estivesse trabalhando no Egito.


Hermione ficou grata de terem mudado de assunto.


- Ele se candidatou a uma função burocrática para poder voltar para casa e trabalhar na Ordem – disse Fred – Diz que sente falta das tumbas – deu uma risadinha -, mas tem suas compensações.


- Como assim? – perguntou Harry.


- Você se lembra da Fleur Delacour? – perguntou Jorge – Ela arranjou um emprego no Gringotes para aperrfeiçoarr o iinglês...


- E Gui está dando muitas aulas particulares a ela – caçoou Fred.


- Carlinhos também entrou na ordem – disse Jorge -, mas continua na Romênia. Dumbledore quer atrair o maior numero possível de bruxos estrangeiros, por isso Carlinhos está tentando fazer contato nos dias de folga.


- O Percy não pode fazer isso? – Perguntou Harry.


Ao ouvirem as palavras de Harry, os Weasley e Hermione trocaram olhares carregados de significação.


- Diga o que quiser, mas não mencione Percy na frente da mamãe e do papai – disse Rony com a voz tensa.


- Porque não?


- Porque todas as vezes que ouvem o nome dele, papai quebra o que estiver segurando e mamãe começa a chorar. – Explicou Fred.


- Tem sido horrível – comentou Gina com tristeza.


- Acho que podemos passar sem ele – disse Jorge, com uma expressão de ameaça nada característica.


- Que aconteceu? – Perguntou Harry.


- Percy e papai brigaram – contou Fred – Nunca vi papai falar com alguém daquele jeito. Em geral é a mamãe que berra.


- Foi na primeira semana de férias quando terminou o trimestre. – falou Rony. – Íamos entrar para a ordem. Percy chegou e disse que tinha sido promovido.


- Você ta brincando. – admirou-se Harry.


- Pois é, todos ficamos surpresos – continuou Jorge – Percy tinha se metido em grandes confusões por causa do Crouch, houve até um inquérito e tudo. A conclusão foi que Percy devia ter percebido que Crouch não estava batendo bem e informado ao seu superior. Mas você conhece Percy, Crouch o tinha deixado na chefia, e ele não ia reclamar.


- Então como foi que ganhou a promoção?  


- É exatamente o que nos perguntamos – disse Rony, que parecia ansioso a ter uma conversa civilizada agora que Harry parara de gritar – Percy voltou para casa realmente satisfeito com ele mesmo – ainda mais satisfeito que o normal, se é que dá para imaginar – e disse ao papai que tinham lhe oferecido um cargo no gabinete do próprio Fudge. Um cargo realmente bom para alguém que tinha terminado Hogwarts fazia só um ano: assistente Junior do ministro. Acho que esperava que papai ficasse impressionado.


- Só que papai não ficou – disse Fred sério.


- E por que não? – perguntou Harry.


- Bom, parece que Fudge tinha percorrido todo o ministério enfurecido para se certificar de que os funcionários não tivessem contato com Dumbledore – disse Jorge.


- No ministério, o nome de Dumbledore virou lixo, ultimamente, entende – esclareceu Fred – Todos pensam que ele esta só criando problemas quando diz que você-sabe-quem voltou.


- Papai falou que Fudge deixou muito claro que qualquer um que estivesse mancomunado com Dumbledore podia desocupar a escrivaninha – disse Jorge.


- O problema é que Fudge suspeita de papai, sabe que é amigo de Dumbledore, e sempre achou papai meio excêntrico por causa da obsessão que ele tem pelos trouxas.


- Mas que é que isso tem a ver com o Percy? – perguntou Harry, aparentemente confuso.


- Vou chegar lá. Papai desconfia que Fudge só quer Percy no gabinete, porque quer usar o mano para espionar a família... e Dumbledore.


Harry soltou um assobio.


- Aposto como Percy adorou.


Rony deu uma risada meio rouca.


- Ele perdeu completamente a cabeça. Disse... bem, uma porção de coisas horríveis. Disse que esta enfrentando a péssima reputação de papai desde que entrou no ministério e que papai não tem ambição e que e por isso que sempre fomos, sabe, sempre tivemos pouco dinheiro, quero dizer...


- Quê? – disse Harry, incrédulo, ao mesmo tempo que Gina bufava feito um gato enraivecido. Neste momento Hermione deu-se novamente conta da carta que ainda segurava em sua mão e olhou rapidamente em seu relógio de bolso.


- Eu sei – disse Rony em voz baixa – e ficou pior. Disse que papai era um idiota de andar com Dumbledore, que Dumbledore ia se meter em uma baita encrenca e papai ia cair junto, e que ele, Percy, sabia a quem devia ser leal, e era ao ministério. E se mamãe e papai iam trair o ministério, iria se empenhar para que todo mundo soubesse que ele não pertencia mais a nossa família. E fez as malas na mesma noite e foi embora. Agora esta morando aqui em Londres.


Harry soltou um palavrão baixinho, que Hermione escutou.


- Mais Percy deve saber que Voldemort voltou – disse Harry lentamente – Ele não é burro, deve saber que sua mãe e seu pai não arriscariam tudo sem provas.


- É, bom, o seu nome também entrou na briga – disse Rony – Percy disse que a única prova que havia era e sua palavra e... não sei... ele achava que não era suficiente.


- Percy leva o Profeta Diário a sério. – comentou Hermione, mordaz, com que os outros concordaram.


- Do que é que vocês estão falando? – perguntou Harry, passando os olhos por todos.


- Você não tem recebido o Profeta Diário? – perguntou Hermione nervosa.


-Tenho.


- Você não tem lido todas as noticias? – perguntou a garota novamente, ainda mais ansiosa.


- Não da primeira a última pagina – respondeu Harry – Se houvesse alguma noticia sobre Voldemort sairia em manchete não?


Hermione continuou depressa:


- Você precisaria ler da primeira a última pagina para perceber, mas eles, bom, eles mencionam seu nome aqui e ali, como se você fosse a piada da vez.


- Como as...?


- Na verdade é bem maldoso – disse Hermione, procurando manter a voz calma – Estão só usando o material que a Rita publicou.


- Mas ela não esta mais escrevendo para o profeta, está?


- Ah, não, ela tem cumprido a promessa que fez: não que tivesse outra opção – acrescentou Hermione satisfeita. – Mas lançou as bases para o que estão tentando fazer agora.


- E que é o que? – perguntou Harry, impaciente.


- O.k., você sabe que ela escreveu que você estava caindo por ai, se queixando que sua cicatriz estava doendo e tudo o mais?


- Sei. – respondeu Harry.


- Bom, eles estão pintando você como uma pessoa fantasiosa e sedenta de atenção, que acha que é um grande herói trágico ou qualquer coisa assim – contou Hermione, muito depressa – Eles não param de incluir comentários sobre você. Se aparece uma historia mirabolante, escrevem mais ou menos assim: ‘’ Uma historia digna de Harry Potter’’, e se alguém tem um acidente estranho ou coisa parecida dizem: ‘’Vamos fazer votos para que ele não fique com uma cicatriz na testa ou vão nos pedir para venerá-lo’’...


- Eu não quero que ninguém me venere... – começou Harry.


- Eu sei que não. Eu sei Harry. Mas você percebe o que eles estão fazendo? Querem transformar você em uma pessoa em quem ninguém acredita. Fudge esta por trás de tudo, aposto o que você quiser. Eles querem que o bruxo da rua pense que você não passa de um garoto burro, que é meio engraçado e conta historias ridículas porque adora ser famoso e quer continuar sendo.


- Eu não pedi... eu não quis... Voldemort matou meus pais! – protestou Harry – Fiquei famoso porque ele assassinou minha família, mas não conseguiu me matar! Quem quer ser famoso por uma coisa dessas? Será que não pensam que eu preferia que nunca...


- Nós sabemos, Harry. – disse Gina.


- E, é claro que não publicaram nem uma palavra sobre o ataque dos dementadores – acrescentou Hermione – Alguém mandou abafar o caso, Teria sido uma historia e tanto, dementadores escapam do controle do governo. Nem ao menos noticiaram que você violou o Estatuto Internacional do Sigilo em Magia. Pensamos que noticiariam. Porque combinava com a sua imagem de exibicionista idiota. Achamos que estão aguardando você ser expulso, então vão realmente botar pra quebrar, quero dizer, se você for expulso, é obvio – apressou-se Hermione a acrescentar – Na realidade, não devera ser, não se o ministério respeitar as próprias leis, não há caso contra você.


Hermione e os outros escutaram um ruído de passos na escadaria.


- Ah, ah.


Fred deu um puxão na Orelha Extensível; ouviu-se outro estalo forte, e ele e Jorge desapareceram. Segundos depois, a Sra. Weasley apareceu a porta do quarto.


- A reunião terminou, podem descer para jantar agora. Todo o mundo está doido para ver você Harry. E quem foi que largou todas aquelas Bombas de Bosta na porta da cozinha?


- O bichento – respondeu Gina sem corar – Ele adora brincar com Bombas.


- Ah – disse a Sra. Weasley -, pensei que talvez fosse o Mostro, ele esta sempre fazendo essas coisas estranhas. Agora não se esqueçam de falar baixo no corredor. Gina, suas mão estão imundas, que é que você andou fazendo? Por favor, vá lavá-las antes de jantar.


Gina fez careta para os outros e acompanhou a mãe na saída do quarto, mas Hermione levantou-se e também saiu porta afora, ainda com a carta de Dumbledore na mão.


- Senhora Weasley! – chamou sussurrando, para não acordar a Sra. Black.


- Sim querida? – Respondeu ela.


Hermione esticou a mão e entregou-lhe a carta.


- A... certo. – falou a Sra. Weasley, um pouco confusa, Hermione pode perceber - Pode usar a lareira deste quarto – disse ela, apontando para uma porta a esquerda – tem pó de flu no pote ao lado da cama.


- O.K., obrigada. – Falou a garota, subindo novamente as escadas e indo à porta indicada pela Sra. Weasley.


O quarto era quase idêntico ao outro, a diferença era que entre as duas camas havia uma lareira. Hermione localizou uma jarra com grandes cobras desenhadas em relevo, foi até ela, catou um pouco do pó de dentro da jarra, entrou na lareira e, jogando o pó, gritou:


- Escritório de Dumbledore!


Sentiu-se rodopiar envolvida por chamas muito verdes, manteu os braços junto ao corpo para evitar bater nos lados da lareira, fechou bem os olhos. De repente, foi jogada de quatro em um tapete macio. Abrindo os olhos, percebeu-se em uma sala circular. Vários retratos foram colocados por toda a extensão da parede: eram os antigos diretores e diretoras de Hogwarts. Sobre o grande armário vários objetos zumbiam e expeliam fumaça; atrás da porta, um magnífico passaro vermelho e dourado do tamanho de um cisne cochilava no poleiro com a cabeça sob uma das asas. De repente, enquanto Hermione levantava-se e batia a fuligem das roupas, uma voz exclamou:


- Senhorita Granger, imagino que esteja se perguntando por que a chamei aqui, certo?


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N/A: Aí está o primeiro capitulo de Horizon of Rain – Horizonte de Chuva, espero que tenham gostado. Peço que me dêem um desconto: sou uma autora novata. Também peço comentários, porque toda autora é movida a comentários. Muito obrigada por estarem acessando a fanfic, e até ‘’ Capitulo 02 – Os feitos de Snape.’’  

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