A Revelação de Dumbledore



A REVELAÇÃO DE DUMBLEDORE


Snape estava sentado, aflito, no sofá da sala dos professores. Aguardava ansiosamente pela volta de seus supostos colegas de trabalho. Talvez eles pudessem explicar tudo o que havia acontecido.


Diferente do que aparentava, o mestre de DCAT não tinha um coração de pedra, portanto, estava muito preocupado, também, com a professora que desmaiara por sua causa. Ele não via razão para tanto e também não fazia a mínima idéia de quem era ela. Mas seu olhar lhe parecia tão familiar. Eram olhos castanhos tão profundos e brilhantes...


Ele queria vê-la de novo e descobrir ao menos seu nome. Mas estava muito envergonhado e sabia que não tinha jeito para lidar com essas situações.


- Com licença... - disse uma voz feminina.


Severo olhou imediatamente para o lado e viu a mesma professora loira de outrora. Ela também era um pouco familiar. Tinha uma marcante excentricidade, mas ele estava mais preocupado com a outra mestra agora.


- Suponho que o senhor seja o professor Snape, não? - indagou a moça, mesmo já sabendo da resposta.


- Correto. A senhora é...


- Sou a professora de Adivinhação.


- Humm... Mas onde está Sibila? Onde estão os demais?


A professora hesitou um pouco antes de responder. Não sabia por onde começar.


- Bom... Não sei como lhe dizer isso, professor Snape... Mas ela não leciona mais em Hogwarts.


- Como? Mas há uma hora atrás eu estava certo de que ela pertencia ao nosso corpo docente!


- Ok... Nem eu sei lhe explicar isto, professor... Também estou muito confusa. Sugiro que o senhor vá até a sala do diretor. Presumo que ele seja o único que poderá lhe dar uma resposta à altura.


Severo concordou e mesmo confuso, se encaminhou à sala do diretor. Com certeza Dumbledore lhe daria uma boa explicação. Ao chegar em sua sala, abriu a porta e parou em frente à escadinha. Pronunciou, então, a senha que estava tão acostumado a dizer quando chegava ali, mas não obteve resposta alguma. Repetiu a senha, zangado, mas nada.


- Severo...


Snape ouviu a voz do querido diretor pronunciar o seu nome. Que alívio. Já estava com medo de não conseguir falar com ele. Olhou para trás, imediatamente. No entanto, não viu nenhum sinal de Dumbledore. Nada de suas vestes longas se arrastando pelo chão. Nem a barba branca... Nem os óclinhos de meia-lua.


- Diretor? - indagou.


- Aqui, meu caro... Aqui no quadro!


Severo sentiu um frio congelar seu peito. Finalmente encontrou a imagem do mestre num quadro que estava na parede. Alvo sorria humildemente como uma criança. E Snape correu até ele.


- Diretor? O que o senhor faz neste quadro? - falou, desesperado.


- Calma, meu caro Severo... Muita calma. Como é natural do ser humano, encontro-me falecido neste momento. No entanto, pela graça que a magia nos proporciona, continuo presente nesta velha moldura...


- Mas como? Como assim? Eu ainda não o matei! O senhor não pode estar morto!


- Ah... Mas é claro que você me matou, Severo. E devo lhe agradecer muito por isso... Você concluiu com êxito sua missão e...


- Do que está falando, diretor? Eu não o matei! Não! - insistiu Snape, enquanto algumas lágrimas percorriam sua face.


- Ah... Perdoe minha fraca memória, Severo... Esqueci de lhe falar...Você está no futuro!


O choque tomou conta de Snape. Como assim ele estava no futuro?


- No futuro?? - questionou, incrédulo.


- Sim, meu caro... Não se espante! Isto faz parte de um plano que preparei com muito carinho para você, afinal ninguém poderia ter sido tão fiel a mim, como você foi. E eu precisava retribuir, não é mesmo?


- Mas... Diretor... Não precisa me recompensar. Já lhe falei que sou fiel ao senhor porque quero e porque lhe devo muito. Sua confiança é a minha melhor recompensa. E além do mais... Nem cumpri minha missão ainda!


- É o que você pensa, Severo... No futuro, que é aqui... Você já fez tudo isso. Há muitas pessoas que reagiram muito mal à sua morte e fariam de tudo para trocar poucas palavras com você. Ficaram atordoados ao descobrir que na realidade você foi fiel a mim desde o princípio.


- O quê? - disse Snape, sem compreender.


Mas Dumbledore não falou mais nada. A imagem do velho diretor ali no quadro estava imóvel agora.


- Professor... Professor? - berrou ele.


- Professor? - indagou uma outra voz, que vinha de trás.




Intrigado, Snape se virou muito rápido e surpreendeu-se com a pessoa que estava à sua frente.

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