Confusão Amanteigada - Pt. II



Confusão Amanteigada – Segunda parte.
                                                 (Ron’s POV – Sábado, um pouco mais tarde)


Eu mal sabia o que estava fazendo, mas lá estava eu, parado, em frente ao Três Vassouras. Como eu havia chego ali? A princípio, eu não sabia onde a Lilá estava. Mas, por sorte do destino – obrigado, destino! -, convenientemente encontrei Parvati quando estava saindo do Salão Comunal, e ela nem titubeou em me responder quando perguntei onde Lavender estava. Era como se ela já esperasse por essa pergunta, entende? Pareceu muito feliz quando eu perguntei, e saiu dando aqueles risinhos irritantes. Mas sei lá, Parvati é tão estranha quanto a Lilá, então, vai saber o que se passa na cabeça dela.

Enfim, eu não poderia ficar parado pra sempre em frente ao bar local. Seria mais conveniente esperar Lilá sair, quem sabe. Mas cara, eu devia entrar, certo? Respirei fundo, e empurrei a porta de uma vez. Franzi o cenho ao perceber que o recinto estava relativamente vazio para um sábado de visita. Melhor para mim. Logo da entrada, já pude avistar Lilá, sentada sozinha em uma mesa. Miguel ainda não havia aparecido por ali, pelo visto, o que era bom. Passei a mão pelos cabelos. Estava me sentindo complemente nervoso. Apesar de minhas pernas parecerem ter criado raízes no chão, eu corajosamente as impulsionei para a frente, enquanto Lilá me seguia timidamente com os olhos. Foi impressão minha, ou ela não pode segurar um sorrisinho ao me ver? Impressão, Ronald, ela te odeia agora, tratei de lembrar a mim mesmo. Caminhei, olhando para o chão, até a mesa em que ela estava e pigarreei baixinho, puxando uma cadeira devagar.

- Posso?

Ela me olhou, dócil.

- Por que não? – respondeu-me. Lilá estava linda. Os cabelos compridos caiam-lhe sobre os ombros, e eu não sei que tipo de maquiagem tinha usado, porque eu nunca diferencio esse tipo de coisa, mas estava perfeita. O suéter rosa e as pulseirinhas infantis a deixavam tão... Lilá. Eu podia sentir a fragrância doce de seu perfume mesmo à distância. Sai de meu transe, e sentei-mei na cadeira defronte à dela.

- Hm, fiquei sabendo que está aqui esperando o Corner. Ele não apareceu? – eu devia ter sido menos direto, droga. A menina olhou para mim, e deu de ombros.

- Uau, como as notícias se espalham - ela soltou um risinho satisfeito - Ainda não está na hora do encontro. Eu cheguei mais cedo, então... – ela sorriu. Mas de repente, seu semblante se transformou, e ela parecia estar querendo demonstrar indiferença. – Ah, espera um pouquinho aí! Eu não estou falando com você, desde que você se escondeu de mim.

Lilá fez um biquinho, e cruzou os braços, passando a fitar o vazio. Eu, sem saber como agir, cocei a nuca. Putz.
O que eu ia falar agora?

- Foi mal.

- Foi mal? Só isso? – Lilá arqueou uma sobrancelha, ainda mais indignada do que antes.

- É, desculpa. – apressei-me em dizer - Quer tomar uma cerveja amanteigada? Eu pago. – sorte que eu não tinha dado todo o meu dinheiro para o vestido da Gina, e ainda me sobravam alguns trocados. Pude ver nitidamente nos olhos de Lavender que ela estava tentando se fazer de difícil. Mas eu estava sendo meio idiota ultimamente, e meio que merecia isso.

- É... pode ser. Uma cerveja amanteigada seria ótimo. – um sorriso tímido da parte dela, e eu chamei madame Rosmerta para anotar os pedidos. Não sei por que, mas a presença da dona do bar sempre me deixava meio constrangido. Como o local estava vazio, não demorou muito para que as cervejas chegassem, e assim que madame Rosmerta colocou-as sobre a mesa de madeira, Lilá sorveu um grande gole de sua caneca. Eu imitei seu gesto.

- E-então... – comecei, gaguejando – não quer dar uma volta pelo vilarejo, co-comigo? – minhas orelhas esquentavam descontroladamente, e eu apostava um galeão de que meu rosto parecia um tomate gigante. O rubor era tanto, que minhas bochechas pareciam formigar. Pisquei e desviei o olhar, fitando o chão. Não pude ver a expressão de Lilá ao me responder.

- Estou esperando pelo Miguel. Não acho muito certo dar um chá de cadeira nele... – eu ergui os olhos, e ela fez um biquinho. Sério que todo o meu esforço seria por nada? Entretanto, notando minha decepção, Lilá mudou de discurso logo depois de verificar as horas no relógio de pulso. – Mas ele está atrasado. E eu não sou garota de esperar por um homem, certo?

Ela sorriu, arrancando um sorriso meu.

- Eu acho que sim. – minha cabeça funcionava em uma freqüência meio alienígena, porque eu não estava mais achando tão ruim estar ali com Lavender, e muito menos chamá-la para passear comigo.

Lilá levantou-se da cadeira, puxando-me pela manga do suéter. Quase tropecei.

- Vamos logo então, porque eu quero sair daqui antes que o Corner chegue. Algumas amigas me disseram que ele não lida muito bem com rejeição, e eu não quero comprovar isso... – tagarelava ela, gesticulando com a mão livre enquanto me puxava em direção à saída do Três Vassouras com força. Mas antes que pudéssemos sair, alguém entrou. Meleca.

Miguel Corner. Lilá soltou um gritinho, cravando as unhas sobre o meu braço protegido pelo tecido de lã. Eu engoli em seco. Rumores são só rumores, mas o fato é que Corner parece realmente ter um bom soco de direita. Não estou me menosprezando, veja bem. Mas eu não queria briga.

- Ah, Brown, desculpe pelo atraso, fui parado por algumas garotas na entrada do vilarejo, e sabe como é. – ele sorriu, e algo dentro de mim quis socá-lo. Não só por ele estar sorrindo assim pra Lilá. Mas por ele estar sorrindo assim pra Lilá, enquanto namorava a minha irmã!

- Desculpe Corner, mas eu estou com o Ron agora. Você demorou, e ele me chamou... – Opa, Lilá não devia ter dito isso! Assim que as palavras escaparam de sua boca, Corner me olhou como se o causador da guerra bruxa fosse eu. Arregalei os olhos, arqueando ambas as sobrancelhas, enquanto Lilá apertava mais ainda meu braço.

- Quer dizer que roubou meu encontro de mim, Weasley? É isso mesmo que quer dizer?

Ele parecia muito irritado, mas agora eu estava irritado também. Qual é, namora a minha irmã, e quer pagar uma de garanhão pra cima de outras garotas? Justo da Lilá? Não, ele não tinha moral de querer sair por cima da situação.

- Escuta aqui, Corner, você é o namorado da minha irmã e eu não vou admitir...

POW!

Tudo o que a minha mente conseguiu captar foi algo pesado como uma rocha gigantesca atingindo meu nariz em cheio, o som de algo se quebrando, um líquido quente escorrendo pelos meus lábios, e logo eu estava no chão, com Lilá ajoelhada sobre mim, gritando algo que parecia ser meu nome. Minha cabeça doía absurdamente, e minha vista começou a anuviar. O gosto de ferro inundava minha boca, junto com as lágrimas da garota que chorava por mim.

E então, eu mergulhei num abismo de escuridão.


N.A: Aaaah, eu não aguentei esperar pra postar o capítulo! D: Eu sou uma autora muito mole, fato. Esperando sugestões sobre o rumo da história, ok? *-* Lai, sinto muito, mas o próximo capítulo é um POV da Lilá, UEHAUEHUA. Prometo que vai ser bonitinho! MiSyroff, obrigada por passar nas minhas fics. Assim que ler, deixa sua opinião aqui pra mim, vai significar muito. *-* Beijos!

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