CAPÍTULO III



ironic.




III
 


Eu estava em Godric’s Hollow há quase três semanas agora. Três semanas de pura correria, Lily, que era incrivelmente organizada, havia deixado muitas coisas para a última hora, de forma que meu tempo lá fora gasto quase que totalmente em minhas tarefas de dama de honra.


E lá estava eu no hall do hotel. Lily me ligara avisando que estava atrasada, então eu pude fazer tudo que queria sem pressa. No entanto, eu não sabia que ela estava TÃO atrasada, eu estava pronta há uns bons quarenta minutos. E eu havia feito tudo que eu tinha direito, tudo mesmo.


Vestia uma jeans skinny preta, minhas ankle boots de camurça preta, uma blusinha branca de manga comprida e meu casaco trench vermelho. Eu batia o pé impacientemente, sim, eu era um pouco hipócrita. Eu posso me atrasar, os outros não. Estava prestes a ligar para Lily quando o new beetle vermelho parou na frente do hotel, e eu saí de lá tempestuosamente, pronta para dar uma bronca em Lily, mas estaquei assim que a vi.


Lily estava com uma aparência horrível para ser delicada. Estava pálida e tinha olheiras em volta de seus olhos.


- Lily, pelo amor de Deus, o que aconteceu? – eu perguntei preocupada.


- Intoxicação alimentar, nada demais, eu já estou melhor agora. – ela respondeu sorrindo levemente.


- Mesmo? Você está com uma cara péssima. – eu disse sinceramente, fazendo uma careta, e ela riu.


- Deixa disso e entra no carro... Eu consegui adiar nosso horário, mas a Da. Sprout é bem pontual e estamos quase atrasadas. – ela disse, e eu entrei no carro.


- Quer que eu dirija? – eu perguntei, mas ela me ignorou acelerando o carro.




Estávamos na floricultura, cercadas por uma quantidade absurda de flores, detalhe todas eram extremamente brancas, brancas a tal ponto de fazerem meus olhos arderem.


- O que acha de copos de leite, Srta Evans? – Da. Sprout disse nos mostrando um vaso com algumas dessas flores.


- O que acha delas, Lils? – eu perguntei, essas flores não me apeteciam muito, mas preferia ouvir a opinião da Lily antes de começar a falar mal das pobres flores.


- Eu acho... – ela começou sorrindo trazendo as flores para perto de si, mas logo fazendo uma careta – Eu acho que vou vomitar.


E com isso ela saiu correndo para o banheiro da floricultura, deixando Da. Sprout e eu surpresas.


Em pouco tempo lá estava Lily, colocando os bofes para fora, e eu segurando o cabelo dela para trás, enquanto tentava ligar para James.


- Alô, James? – eu disse assim que ele atendeu – Aqui é a Lene. James, eu estou com a Lily aqui na floricultura, e ela está passando muito mal...


- Mentira! – Lily disse tentando tirar o celular de mim, mas logo desistindo, pois precisava gorfar de novo.


- Ela está vomitando muito, acho que ela não melhorou da intoxicação alimentar dela. Acho que seria melhor se você a levasse ao St. Mungus, eu a levaria, mas ainda não sei o caminho direito. – eu expliquei, e James falava algumas coisas preocupado – Fica no começo da Rua Baker sentido centro, não tem como errar, é um prédio verde limão. Certo, beleza, até.


- O que ele disse? – Lily perguntou se levantando fracamente, segurando-se na pia.


- Ele está vindo aqui para te levar ao St. Mungus. – eu expliquei calmamente, e Lily fez uma cara tão horrorizada que eu achei que ela vomitaria novamente.


- A gente precisa escolher as flores hoje, Lene. – ela disse veementemente, e eu revirei os olhos.


- A gente vai esperar o James lá do lado de fora da floricultura onde você pode tomar um ar e não vomitar nas flores da Da. Sprout, e uma vez que você tiver ido ao hospital com ele. Eu escolho as flores pra você...


- Que flores você vai escolher? – ela perguntou temerosamente, enquanto eu a guiava para fora da floricultura.


- Eu já volto, Da. Sprout. – eu disse para a senhorinha que nos olhava preocupadamente.


- Demore o quanto precisar, querida. – ela disse simpaticamente, e então eu me voltei para Lily.


- Desse jeito vou achar que você não confia no meu bom gosto, Lils. – eu disse abrindo a porta para ela.


- Não é isso, Lene... É só que... – ela começou tentando se explicar, sentando num dos bancos que ficavam na frente da floricultura.


- Eu sei, Lils. Não precisa se explicar. – eu disse a abraçando pelos ombros.


- Eu só quero que tudo seja perfeito, eu estou ficando maluca. – ela disse suspirando, me fazendo rir, mas eu logo parei depois de ganhar um olhar sério.


- Faz assim, por que você não me fala como você quer que seu buquê seja, para que assim eu possa me assegurar que você tenha o melhor buque de todos? – eu perguntei a encorajando, e Lily sorriu para mim.


- Bem, eu realmente quero que o buque seja branco... – ela disse sorrindo de ponta a ponta – Eu gostei dos copos de leite, mas não sei realmente se eles são o que eu procuro... Nada de flores silvestres, como margaridas e tal; não suporto essa coisa super camponesa de ser, acho um pouco deprimente... Quanto a rosas, no way in hell, nada contra elas, de verdade, adoro rosas, mas elas são totalmente clichês... Lírios também não, por me chamar Lily algumas pessoas simplesmente supõem que lírios são minhas flores preferidas, qual é? Lírios são flores para enterros, se quiserem me fazer uma coroa de lírios para mim no meu enterro, por mim tudo bem, mas não no meu casamento...


Lily simplesmente desembestara a falar de vários tipos de flores, e eu tinha certeza que ela tinha feito algum tipo de pesquisa aprofundada no assunto, pois ela falava de flores que eu sequer ouvira o nome alguma vez antes. Eu absorvia uma informação ou outra, mas sem saber direito como eu as usaria futuramente. Ela me descrevia vários buquês que ela vira em revistas, e eu não sabia se era eu quem não os visualizava corretamente ou se era ela quem os explicava de uma forma estranha, porque esses buquês de que ela falava me pareciam realmente estranhos.


No entanto a conversa fora interrompida com o barulho de uma moto. Uma Harley-Davidson totalmente preta havia parado na frente da floricultura, e nela estavam ninguém mais ninguém menos que James Potter e Sirius Black. Uma cena talvez um pouco gay de se ver, mas eu não tivera muito tempo para pensar nisso, já que James logo estava parado na nossa frente com uma feição preocupada.


- O que aconteceu, amor? – ele perguntou passando as mãos nos cabelos de Lily.


- Nada demais, a Lene estava exagerando. – Lily disse sorrindo fracamente, e eu a encarei escandalizada.


- Lene? – James perguntou para mim.


- Primeiro ela foi me buscar com uma cara horrível, pálida e com olheiras... Agora enquanto escolhíamos as flores, ela ficou com vontade de vomitar, e bom, ela vomitou muito. Ela disse que havia sido uma intoxicação alimentar, mas eu tenho quase certeza que não é isso... Provavelmente não é nada demais, mas seria uma boa levá-la ao hospital, para conforme for fazer uma desintoxicação ou apenas tomar soro, porque ela está realmente péssima. – eu disse suspirando.


- Ja-a-ames... – Lily começou a protestar – Eu estou bem sério.


- Acho que a Marlene sabe um pouco mais sobre medicina do que a gente, Lils. – ele disse seriamente a pegando no colo – Onde estão as chaves do seu carro, amor?


- Na minha bolsa, Lene, pega pra mim? – ela pediu, e assim eu o fiz, abrindo o carro e ajudando James a acomodar Lily lá.


- Beleza, a gente vai indo então. – James disse, e Lily se virou pra mim.


- Nada de flores silvestres, rosas, lírios... – Lily começou, mas eu a interrompi.


- Flores brancas, eu entendi. – eu disse piscando para ela, fazendo com que ela risse.


- Certo, brancas. – ela disse risonhamente – E Sirius, toma conta dela, não deixa ela fazer nada errado.


- Pode deixar, Lily. – ele disse rindo, e eu ri junto.


Sirius Black tomaria conta de mim? Faz me rir.


- Então, vamos escolher as flores ou sei lá? – Sirius perguntou coçando a cabeça.


- Vamos lá... – eu disse sorrindo, e Sirius abriu a porta para eu entrar – Obrigada.


- Ao seu dispor. – ele disse entrando na floricultura depois de mim.


- Da. Sprout...? – eu disse, e logo a senhorinha apareceu com um sorriso no rosto.


- Olá querida, e como está Lily? – ela perguntou educadamente.


- Um pouco mal, mas não deve ser nada demais... James a levou ao hospital. – eu disse sorrindo – Agora o Sirius, aqui, vai me ajudar a escolher as flores.


- Certo, certo... Então vamos, que já estamos atrasados. – ela disse começando a ir para os fundos, e Sirius e eu a seguimos comportadamente.


Não sei quanto tempo ficamos lá escolhendo como seria o buque de Lily. Da. Sprout trazia uma quantidade imensa de flores, algumas um pouco estranhas, enquanto outras eram maravilhosamente belas, tão belas que eu não sabia direito qual escolher. Sem contar que Sirius só serviu para fazer companhia, por que ele se abstinha de dar qualquer opinião, pois ele não queria ouvir os gritos de Lily se por acaso errássemos na nossa escolha, e eu o encarei séria.


- Hey, não me olha assim... – ele se defendeu fazendo uma careta fofa, eu ri.


- Vai Sirius, eu preciso que você me ajude... – eu pedi, e ele fez uma cara de dor – Tulipas ou hortênsias?


- Eu acho que... Han... Hortênsias? – ele disse sem muita convicção – Não, tulipas... É tulipas!


- Nós vamos querer um buque de tulipas, nada muito enfeitado... Apenas uma grande quantidade de tulipas juntas. – eu expliquei para Da. Sprout.


- Ótima escolha. – ela disse sorrindo satisfeita.


Tendo escolhido as flores, Sirius e eu saímos de floricultura a fim de ir embora e respirar um ar sem tantos aromas diferentes.


- Então... – Sirius disse com as mãos nos bolsos.


- Então... – eu disse como ele, fazendo-o sorrir de soslaio.


- Que acha de irmos almoçar? – ele sugeriu.


- Acho bom. – eu disse sorrindo.


- Conheço um lugar que acho que você vai gostar. – ele disse entregando um dos capacetes da moto para mim, e eu o encarei boquiaberta – Você não achou que a gente ia a pé, né?


- Bom, eu achei. – eu disse ficando vermelha.


- Nós vamos na Willow. – ele disse sorrindo ao montar na moto e colocar seu capacete.


- Certo. – eu disse um pouco temerosa colocando o capacete, e subindo na moto atrás dele.


Eu estava tremendo, só não sabia se era por estar tão perto de Sirius ou se era por estar montada numa moto. Meus pais me diziam desde pequena que era eu montar numa moto para ser deserdada. Eles consideram motos um caminho direto para morte.


- Se segura. – ele pediu, e eu coloquei as mãos na cintura dele levemente, fazendo-o rir. - Eu pedi para você segurar, não encostar. – ele disse sorrindo, pegando meus braços e os apertando fortemente contra sua cintura, fazendo com que eu parasse de respirar por alguns segundos – Agora sim.


E com isso ele acelerou, fazendo com que eu o abraçasse fortemente, e ele risse da minha reação, mas eu nem me dei ao trabalho de corar, estava demasiadamente inebriada com o perfume dele.




Sirius e eu almoçávamos no The Three Broomsticks, uma taberna pouco conhecida de Hogsmeade Village, e uau. Essa taberna tem a melhor comida que eu já comi, e olha que eu apenas comi arroz, frango grelhado e batatas assadas ao molho de páprica, e eles fabricavam uma tal de Cerveja Amanteigada, que nossa... É uma bebida dos deuses, de verdade, dos deuses... Você não sabe o que é uma boa bebida até provar isso.


Nós trocamos poucas palavras enquanto comíamos, a maioria delas relacionadas a moto dele, ele tentava me convencer que a máquina mortífera não era moto, mas nós mesmos... E bom, ele tinha um ponto nisso.


- Rosmerta, a conta, por favor. – Sirius disse um pouco alto para a dona do lugar, que apenas sorriu de trás do balcão.


- Você vem sempre aqui? – eu perguntei para ele, que começou a rir – Não foi isso que eu quis dizer, meu Deus, não foi uma cantada... Eu só...


- Eu entendi, relaxa. – ele disse sorrindo, fazendo com que eu corasse por ter os olhos dele pousados em mim – Bom, e a resposta seria, não. Infelizmente, eu não venho tendo muito tempo para vir aqui... Muitas pessoas não curtem muito o lugar.


- Como alguém pode não curtir isso aqui? – eu perguntei apontando para o meu copo de cerveja amanteigada – Isso tudo?


- Eu me pergunto a mesma coisa todos os dias. – ele disse rindo, e tirando uma mecha de cabelo do meu rosto, me fazendo congelar.


OMG! Ele vai me beijar! Ele vai me beijar! Ele vai me beijar!


Não, ele não vai me beijar!


Controle-se Marlene, caramba... Você não era assim!


- Aqui está a conta. – Rosmerta disse quase que esfregando os peitos na cara de Sirius, que desviou o olhar, demoradamente, mas desviou.


- Quanto que ficou? – eu perguntei.


- Hum... £63,50. – ele disse despreocupadamente.


- Eu pago a minha parte. – eu o avisei, e ele me encarou ceticamente.


- Sem chance. – ele respondeu, e eu abri a boca em choque.


- Eu vou pagar a minha parte. – eu disse um pouco mais dura.


- Não, você não vai. – ele disse mais sério, mas rindo. Como isso é possível?


- Mas... – eu comecei a protestar.


- Shush... Nenhuma mulher nunca pagou quando almoçou comigo, e você não será a primeira a pagar. – ele disse para mim fazendo com que eu calasse a boca, e depois virasse gentilmente para Rosmerta – Ainda aceita Visa, Rosmerta?


- Lá no balcão. – ela disse, e Sirius começou a se levantar.


- Já venho. – ele disse sorrindo, ao pegar minha mão e apertá-la levemente antes de sair.


Por que ele precisa agir assim? Será que nunca falaram para ele que mulheres interpretam incrivelmente mal esses sinais de educação e acabam ficando apaixonadas?


Aparentemente, todo mundo, menos ele, sabe disso.


- Voltei... – ele disse sorrindo, para depois me entregar uma rosa bordô*.


- Obrigada. – eu disse sorrindo levemente.


- Vamos? – ele perguntou me estendendo a mão, e eu a aceitei.


Viram o que eu quis dizer? Ele me deu uma rosa!




- Então, está entregue. – ele disse assim que parou a moto na frente do hotel e tirou o capacete.


- Obrigada. – eu disse saindo da moto e tentando tirar o meu capacete.


- Espera, que eu te ajudo. – ele disse rindo da minha falta de jeito, e em cinco segundos meu capacete já estava nas mãos dele – Bem melhor.


- Nem se fala. – eu disse ficando levemente corada.


- Haha... Já lhe falaram o quão linda você fica vermelha? – ele perguntou fazendo carinho na minha bochecha.


Eu simplesmente não sabia o que fazer, fora totalmente desarmada por aquele par de olhos azuis que pareciam me despir. Ele inclinara a cabeça em minha direção, eu já era capaz de sentir a respiração dele no meu rosto, já estava totalmente mesmerizada pelo perfume dele, mas...


- Acho melhor eu ir. – eu disse colocando a mão no peito dele, fazendo com que ele risse.


- Certo. – ele disse mostrando-se ligeiramente contrariado e beijando minha bochecha demoradamente – A gente se vê mais tarde.


E com isso ele subiu na moto e foi embora, enquanto eu permanecia paralisada a alguns metros da porta do hotel.




rosa bordô*:  significa beleza inconsciente.




N/A.: Bom, eu realmente não sei o que escrever nessa N/A., folks... Sorry :/. Então, espero que tenham gostado do capítulo e é isso aí. xx.       
Miss Laura Padfoot


N/B.: Caraca, eu nunca consigo fazer n/bs logo depois que leio os capítulos porque eu nunca sei o que dizer. Que deprimente. Só queria dizer que eu amo tulipas e eu, assim como Marlene, interpreto esses sinais muito mal. D: bgs, Gih Meadowes :*

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Comentários (2)

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