Amores, paixões, e desilusões

Amores, paixões, e desilusões



Férias. Sim, férias maravilhosas ao lado de Remo e da Sra. Lupin. Sua mãe agora... Ela sorria, estavam em Hogwarts há meses, era incrível como o tempo havia passado, já era a manhã do baile de inverno. Sim Baile de Inverno para os alunos do terceiro ano, tudo isto por que... Quem saberia dizer? Dumbledore tinha idéias malucas e maravilhosas ao mesmo tempo. Mas o fato da luta entre o bem e o mal estar cada vez maior, e mais violenta, com certeza ajudava Dumbledore a manter a escola em clima de festa total.


O Lorde que agora ninguém se atrevia a nomear continuava sua luta por um mundo puro, como ele chamava, a luta pela exterminação de sangues-ruins e mestiços...Como ela. Sírius estava ainda mais carrancudo. Pelo que ela sabia, e só os marotos sabiam disso, a família dele estava em êxtase por ter alguém tão poderoso defendendo essa “nobre causa”, e quem conhecia Sírius sabia que ele queria pisar e cuspir nesse tal bruxo.


O Irmão dele, Regulus, não. Fazia até apologia às artes das trevas escondido, se unira à gangue de Lúcius Malfoy, na verdade, parecia que o único Black inteligente o bastante pra estar do lado certo era Sírius. Apesar de Sírius defender que Regulus estava apenas tentando se esconder dele mesmo. Sabe-se lá porquê.


A Sonserina era completamente a favor do tal bruxo, tão somente por ele ter saído de lá, e isso não era nenhuma novidade. A maioria dos bruxos da Sonserina eram puro sangue, e os outros fingiam ser e escondiam a verdade, como... Severus Snape.


Ela o apanhara no corujal, quando fora escrever a Sra. Lupin, uma coruja voltou logo depois que ele saiu, ainda com a carta, e, pasma, ela leu o que havia escrito. Snape pedia à família que se escondesse o mais rápido possível, com medo de que fossem atrás deles. Dizia ainda que ninguém jamais saberia da sua relação com ela, como acertara com o próprio diretor, para proteção de ambos, visto a casa onde residia na escola. Não fosse já espantosa a notícia de Snape ser um mestiço, de pais separados, cuja mãe era uma trouxa completa, conforme descrevia a carta de forma bem sutil, ela ainda sabia que Snape pretendia se aprofundar nas artes das trevas e quem sabe se tornar tão poderoso quanto esse bruxo que ele descobrira ser mestiço.


Não aquilo era demais pra ela, mas ela tentou mandar a coruja várias vezes em direção ao seu destino original, e ela sempre voltava para Maísa, estivesse ela onde fosse, alguns dias depois ela descobrira o porquê, a família a qual Snape tentara alertar estava morta na manhã daquele dia no corujal. Ninguém sabia, e Snape pareceu não dar liga, até riu com os colegas ao ver o jornal, mas Maísa tinha uma habilidade especial de ver a verdade além das aparências, bem, pelo menos quando ela se esforçava, uma habilidade que ela descobrira nas férias. E que fora comprovada quando pegou o sonserino um dia, sob uma árvore... Chorando disfarçadamente com o recorte do jornal na mão. Desde então, ela nunca mais mexeu com Severus.


Muitos colegas perderam os pais, não havia como segurar. Voldemort, como lhe chamavam seus lacaios, se escondia onde ninguém, muito menos o ministério, o encontrava, e atacava onde menos se esperava. Quando os aurores chegavam, o local já havia sido destruído. Vlarejos e mais vilarejos eram destruídos num piscar de olhos, e o bruxo parecia estar conseguindo cada vez mais seguidores.


Mas naquela manhã específica, era dia de baile de inverno. E baile de inverno requeria casais, e casais entre os marotos, era uma coisa que não dava exatamente certo...


- Nem pensar ela vai comigo.- reclamou James.


- Não, não, não. Eu sou o irmão, ela vai é comigo. -contrariou Remo


- Desistam... A minha menina vai comigo. - Sírius tentou por fim à discussão.


- DÁ PRA VOCÊS PARAREM DE SEREM INFANTIS E ME DEIXAREM ESCOLHER? SERÁ QUE EU VOU TER QUE ESCOLHER O RABICHO?- os olhos de Pedro brilharam e ela murmurou algo como "eu não falei isso, falei?"


- Então se decida, tem um monte de garotas querendo que as convidemos, precisamos saber quem você escolhe. -disse James como quem não se importava.


- Cada dia que se passa você e o Sírius ficam mais convencidos James.- Maisa lançou um olhar de tédio para ele.


- Convencidos? É você que está sendo disputada por quatro garotos, não eu.


- Ta bom, então eu posso pensar?- sentou ela cansada na poltrona.


Não, dividir o quinteto em casais nunca dava certo, era que nem nas aulas, ou o professor dividia as duplas, ou não conseguia dar aula. Remo sempre se ajeitava com Lílian, a não ser quando Lílian ia atrás dele e ela fazia questão de ficar com o irmão. Pedro se ajeitava com uma gordinha lufa lufa, ou sonserina, ou... Tanto fazia, apenas sempre encontrava sua versão feminina. Mas Sírius e James eram um caso a parte. Além de terem se tornado os maiores bagunceiros de todos os tempos, adoravam competir por adivinhem quem. Ela.


Não que eles não tivessem escolhas variadas, todas as alunas estavam babando pelos novos reis do pedaço. Por que Sírius e James andavam desbancando qualquer menino, inclusive o patético Lúcius. Que não gostava nada disso. Quantas vezes ela ficara no salão apenas para ver que horas os dois voltavam da farra na capa de invisibilidade de James. E com certeza não era antes de 2 da manhã.


- Já pensou?-apressou James.


- Calma gente, que coisa. -bufou Maisa.


- Anh, com licença...


- Pode falar Mundungus.


Mundugus era um aprendiz dos marotos, por assim dizer, era um ano mais velho que eles, mas desde que os marotos se tornaram amplamente conhecidos por tudo que se era possível fazer com Filch, ele andara muito próximo. E vamos confessar, ele era muito bonito. Moreno, alto, magro, não era o que se consideraria um galã, mas ele tinha um certo charme, que ninguém entendia.


- Eu não queria atrapalhar. Apenas vim convidar a Maísa para ir ao baile comigo. - ela sorriu enquanto os marotos aparentavam uma cara parecida com a que ela fizera no trem no primeiro ano.


- Lógico que aceito Mundungus- ela sorriu e aceitou a mão que Mundungus estava oferecendo, e ele beijou a mão dela, enquanto os garotos começavam os protestos.


- COMO ASSIM LÓGICO?


- A GENTE ESTÁ AQUI HÁ DUAS HORAS.


- TE PEDINDO PRA IR COM A GENTE.


- E VOCÊ RESOLVE DISPENSAR A GENTE


- SIMPLESMENTE ASSIM?


- NEM PENSAR


- NÃO PODEMOS PERMITIR


- NÃO ACREDITO QUE VOCÊ...


- Silencio! Silencio! Silencio!- Em um minuto Remo, Sírius e James estavam mudos e com um olhar assassino para o aprendiz. - É exatamente por isso, eu já estava de saco cheio dessa conversa, e nesse exato momento prefiro ir com o Mundungus. Muito obrigada pelo convite Mund.


Eles não falaram nada mas a expressão deles falava tudo: Mund? Ela sorriu e subiu para o dormitório, enquanto Mundungus saia rapidamente de fininho, e algum aluno querendo ganhar a simpatia dos marotos finalizava o encanto. Não, ela não estava pensando em ir com Mundungus Fletcher, ela estava pensando em ir com Sírius, mas James andava no pé dela a tanto tempo, que ela ia escolher Remo, se não fosse o irmão ter saído nas últimas três noites com Lílian. E Pedro definitivamente não estava em seus planos, aliás, nem parecia que Pedro estava ali, ficara tão calado, tão mudo. Mas não era sempre assim quando ela estava por perto? Ele sempre se calava.


 


 


Às 8 da noite ela desceu ao Salão Comunal. Mundungus a esperava numa elegante veste roxa berrante, mas elegante, acreditem se quiserem. Maísa vestia uma veste azul diamante, não sabia de onde a Madame Walkin tirara esse nome, mas era assim que ela havia comprado. Quando chegaram ao salão principal viram como tudo estava perfeito. Muitos alunos haviam ficado para a festa, já que ninguém queria voltar para casa, algumas vezes nem tinham casa mais...


Neve mágica pendia do teto encantado, que deixava ver as estrelas, toda vez que a neve caía em alguma pessoa ela emitia uma luz fraquinha e sumia. A pessoa não se molhava como as pattys da turma acharam no principio e ficaram se escondendo da neve, enquanto seus acompanhantes riam muito. Quem riria delas? Sírius, Remo e James. Eles acompanhavam Alice, Anne e Lílian respectivamente. Por que entre tantas garotas eles sempre escolhiam as pattys para provocá-la, ela não sabia.


Na verdade, Sírius estava quase só, Alice namorava Frank Longbottom, um segundanista que as amigas dela insistiam em afastar a qualquer preço. Por isso ela fora quase impelida a sair com Sírius, e o fato de Frank não poder comparecer ajudou muito.


As árvores de natal já estavam posicionadas, era véspera de natal, e a decoração estava resplandecente e brilhante graças ao Professor Flitwik. Um velhinho anão muito adorável e feliz. Havia várias mesinhas ao redor do salão, no centro a pista de dança, um palco onde tocaria uma banda desconhecida, umas tais de Feiticeiras Escarlates, mas que pareciam ser muito boas.


A festa correra bem até Maísa descobrir que o maior defeito de Mundunga era beber demais. Ela fora trocada por uma bacia de ponche e uma cadeira. Ela ria muito enquanto saía pra passear no jardim, e jardim era símbolo de casais namorando, mas ela adorava o lugar e não estava disposta a trocá-lo. Enquanto ela caminhava pensava como seus sentimentos andavam se organizando nos últimos dias. Ela praticamente não pensava em James, apesar de estar ao lado dele significar um solo de bateria no peito. Mas Sírius estava compartilhando os solos com James, era incrível como o moreno havia a conquistado aos poucos. Cada gesto, cada palavra...


E se não namoravam ainda, é por que ela sentia medo de magoar o novo apanhador da Grifinória, aliás, não era só ele que estava no time. Sírius era um grande batedor, e ela entrara no lugar da artilheira, que havia se mudado de escola. Isso complicava ainda mais, o quinteto era unido, mas na presença dela, Pedro se anulava, e geralmente eram um trio. Já que ela, Sírius e James passavam muito tempo juntos nos treinos. Resultado, ela estava dividida. Isso não impedia os meninos de se aventurarem, ela mesmo tinha certeza que eles deviam estar pelo jardim aos beijos com alguma das sextanistas que achavam eles uma gracinha.


Foi isso que a fez parar e olhar melhor ao seu redor, ela sabia o que acontecia, mas não queria ver nenhum dos dois nos braços de outras. Ela mordeu o lábio inferior enquanto lembrava que mesmo estando tão perto deles, não tocara os lábios de James novamente, e nunca tocara os de Sírius, apesar de sempre que estavam sozinhos ela ficar olhando a boca carnuda do menino, implorando que ele a beijasse sem aviso. Mas quando se tratava dela, Sírius era um amor, e muito comportado.


- HMMMMMMMMMMMM


Ela tentou gritar, mas não conseguiu, alguém a havia pego por trás, tampava sua boca com força e a arrastava para um lugar escuro. A pessoa já havia roubado sua varinha, não conseguia encontrá-la, não conseguia se soltar. Tinha que ser um aluno mais velho, pois nenhum outro conseguiria arrastar Maísa Geller tão facilmente.


Eles pararam, mas não soltavam sua boca, apenas afrouxaram um pouco na força, para não machucar, e ela viu uma cena terrível assim que prestou atenção. Terrível? Não, inacreditável, repulsiva. Lílian estava conversando com um maroto, mas não era James, o que seria normal, nem Remo, o que seria mais normal ainda. Mas Sírius. Os dois estavam num canto, apenas conversando, mas ela sorria maliciosa olhando não para o moreno, mas para Maisa.


Um brilho de perigo passou pelos olhos de Lílian, um pressentimento de medo passou no coração de Maísa, e a ruiva beijou Sírius descaradamente. Simplesmente foi se aproximando e o beijou. Maísa não quis ver mais nada, apenas correu, correu muito, por que Sírius que sempre jurara odiar a Lílian, que sempre a protegera da cascavel ruiva, ele estava beijando-a. Beijando-a....


Ela não sabia que deixava para trás um Sírius morto de raiva. Pois assim que Mark Flign largou a menina desiludida, Sírius parou o beijo com agressividade, deu um tapa na cara da ruiva, jogou-a no jardim e gritou pra todo mundo ouvir.


- NUNCA MAIS ME BEIJE SUA COBRA DESPREZÍVEL!


Os olhos dele ardiam em chamas, mas os olhos de Lílian se voltavam para onde a morena estivera, para onde Mark ria, a ruiva sorria. Sírius olhou Mark, alguma coisa estava errada, alguma coisa. Lílian beijá-lo tão sem razão, enquanto os dois estavam quase discutindo por causa de... Maísa. Se ela tivesse visto, se...


- Você armou não foi Evans, Você armou para ela. -Sírius estava ardendo de raiva.


- Coitadinho do Black, coitadinho... -zombou a ruiva se levantando do chão.


- SUA...


Mas já havia juntado muita gente e ele não quis discutir mais, não valia à pena discutir com aquela pessoa. Valia à pena correr atrás da marota, e foi o que ele fez, correu atrás de Maísa. Mesmo sem saber onde ela estava.


 


 


-Maísa o que houve?- James segurara o braço da menina que corria desesperada, chorando, olhava para ela insistentemente.


- Me abraça Jay, me abraça.- ela se entregou, doía muito o que vira, e não tinha forças, não mais.


James a abraçou, ainda espantado, ainda surpreso, mas a abraçou com força, achava que devia isso a ela, e devia... Muito mais. Ele segurou o queixo dela, olhou bem fundo nos olhos dela, ele queria aquilo, mas não queria magoá-la, não queria fazer algo que pudesse se arrepender.


- Me beija Jay, me beija...


Ela havia pedido com tanta emoção, com tanta confiança, que ele não pôde dizer não. E a beijou, sentiu novamente os lábios dela, mas agora era mais forte, agora era mais intenso, menos criança. Não era um selinho, era um beijo profundo, como ela nunca sentira antes. Ela passou os braços pelo pescoço dele lentamente, o beijo tinha gosto salgado, de lágrimas, e tinha gosto doce, de reencontro.


Tudo havia sumido da mente deles, aquele beijo parecia ter sido pedido a muito tempo, pois eles não se cansavam, eles não pareciam querer por fim àquele beijo, que parecia igual a nada do que haviam sentido antes. Aos poucos eles se encostaram na pedra fria do castelo, mas a frieza da pedra não era nada levando em conta o calor dos dois, o calor do sentimento que eles possuíam, o beijo pareceu desesperado, pareceu um beijo de salvação.


Não para um garoto de cabelos negros caídos até metade das costas, que tinha os olhos negros vermelhos, pois aquele garoto estava chorando, escondido, espiando, a menina que mais amava naquele instante beijando outro, beijando... Ele. Assim como a vira chorar uma vez no trem. Ele estava sofrendo... Por ela.


 


Como a gente ama


Ninguém sabe amar


É uma loucura


Não dá pra negar


 


Quando eu te vejo


Já é quase um beijo


Tudo é só desejo


Brilha no olhar


 


Você sabe o que eu tenho por dentro


Quando eu sinto você me tocar


Não escondo nem meus pensamentos


Revelando... Meu coração


 


Como a gente ama


Ninguém sabe amar


É uma loucura


Não dá pra negar


 


Quando eu te vejo


Já é quase um beijo


O que a gente sonha


Brilha no olhar


 


Quando eu sinto você me querer


É aí que eu mais quero você


Uma noite de amor ao seu lado


É uma festa pro coração


 


Como a gente ama


Ninguém sabe amar


É uma loucura


Não dá pra negar


 


Quando eu te vejo


Já é quase um beijo


O que a gente sonha


Brilha no olhar


 


Fazer o que, se eu não consigo me conter?


Fazer o que, se eu sou louca por você?


Fazer o que, se minha vida é te querer?


Fazer o que se eu sou louca por você?


 


 

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