Sujeito muito estranho





Draco desceu as escadas encucado com quem seria... Ninguém o visitava assim, sem avisar, pra falar a verdade, ninguém nunca o visitava. A última visita que tivera excepcionalmente para ele, fora a visita de sua avó no seu aniversário de 10 anos e não fora nada agradável, ela tinha trazido a ele de presente um conjuntinho de moletom, sabe, daqueles que a blusa é do mesmo tecido da calça? Aqueles bem brega? Então, daqueles mesmo! Só que o mais horripilante era que a roupinha era laranja com algumas bolinhas roxas... E para Malfoy... Um tanto curta. Aquele troço foi direto para o lixo, obviamente.


Draco acordou das suas péssimas lembranças quando chegou ao para pé da escada, que era de frente para a porta do hall, onde o sujeito se encontrava. Era um homem alto, o capuz que ele estava usando era muito grande, chegava até o fim do nariz, o que tornava impossível ver o rosto do sujeito, ele estava com uma longa e enorme capa preta, ela ia até o finalzinho do pé, na sola do tênis dele (o homem chegava a pisar na barra), as mangas do casaco eram longas e as mãos dele se protegiam nos bolsos. Willy estava à porta discutindo com o cara


- Ele já vem senhor, aguarde só mais um pouquinho, eu já chamei o meu senhor em seu quarto, é que ele está um pouquinho mal porque levou uma surra de alguém e está com o corpo todo sangrando...


- Eu estou aqui seu burro! - Willy fez uma caretinha para o amo e mostrou a língua quando ele não estava vendo – já pode ir embora seu idiota! – Willy arrebitou o nariz endireitou a coluna, colocou o peito para frente, da forma que alguma típica garota bem “paty” faria e saiu da hall batendo o pé e voltou para a cozinha, mas antes fez questão de fechar a porta de um modo tão forte para que toda a vizinhança ouvisse.


O homem à porta deu o primeiro sinal de vida: uma risadinha.


- Draco, Draco... Você continua o mesmo não é? Nunca mudou, nunca muda e nunca mudará... Esse Willy também...


Draco que antes estava acompanhando o elfo com um olhar inundado de raiva, até agora não tinha dado atenção ao sujeito. Ao ouvir o que o homem dissera, virou-se rapidamente.


- MALFOY! E como assim nunca mudei, nem vou mudar? Quem é você? Como sabe do Willy? Ele falou o nome dele para você?


- Nossa! Que arrogância! Depois eu respondo a todas as suas perguntas! Primeiro... Você não quer me convidar para entrar?


- NÃO!


Não deu para ver que expressão que o homem fizera, mas o que dava para ver de seu rosto, que era apenas a boca, pareceu que ele deu um sorrisinho, como se já soubesse que isso iria acontecer.


- Tudo bem! Então eu vou embora – ele estava virando para sair.


- Não! – o homem ficou imóvel, de costas para Draco, então virou-se novamente de frente para ele como se esperasse que Draco dissesse alguma coisa que o impediria de ir embora – er... entra.


- Ótimo! - Ele foi subindo as escadas da mansão de Draco admirando tudo a sua volta, parecia que ele cobiçava muito os artefatos da casa de Malfoy, e uma coisa realmente muito incrível era que ele fazia o caminho até o quarto do garoto na frente dele! Sem ter o garoto como “guia”.


“Ele deve ser mais um daqueles amigos comensais idiotas do meu pai... O estúpido pelo jeito vem fazendo reuniõezinhas aqui em casa, e agora está mandando caras incompetentes para começar a me ensinar essas besteiras de feitiços para torturar pessoas... Boa! Posso usar um feitiço desses para fazer aquela estúpida da Weasley sofrer... Finalmente alguma coisa útil nessa coisa de comensal!. O cara parou em frente à porta do quarto de Draco. Abriu-a e sentou-se na cama do garoto.


- Mas... ãh? Vem cá, quem é você hein?


- Pra quê a pressa garoto? Eu vim aqui para te ajudar – ele deu um suspiro – só não posso ficar por muito tempo!


- Me ajudar? Por quê?


- Por quê? Olha para você Draco! Você v...


- Malfoy!... Draco! Você nem me conhece e já acha que tem toda essa intimidade?!


- Mais do que você pensa... – ele falou algo muito baixo, ao ponto de Draco não ouvir – bom, como eu ia te dizendo, há muita coisa que precisamos resolver, mas eu tenho pouquíssimo tempo.


- Ora! Mais que merda! Quem é você casse**? O que você quer comigo? Você é algum amigo idiota de meu pai? Caralh*, eu tenho mais o que fazer e não estou gostando dessa idéia de você ficar aqui na minha casa então desembucha logo pra você poder ir embora!


- Aff! Que coisa feia pra se dizer a uma visita! Tudo bem... Eu te digo quem eu sou! E mostro também! Mas quando você perceber de verdade quem sou eu, você não vai querer que eu vá embora tão cedo assim.


O homem fez menção de tirar o capuz, Draco quase caiu duro, o homem parecia ter uns 20 anos, ele apresentava olhos penetrantes e cinzentos, cabelos loiros na altura dos olhos, bem lisos e arrumados, estava com uma correntinha dourada pendurada no pescoço, com um pingente de alguma coisa e em volta de um circulo... Draco teve a impressão de se olhar num espelho que o envelhecia um pouqunho mais, ele era igualzinho ao Draco, com a exceção dos ematomas.


- E o meu nome? Prazer! Eu sou Draco Malfoy!

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