Lilian Potter



N/A: Olá pessoal!
       Aqui está mais um capitulo de Um plebeu em minha vida, e como podem ver uma nova capa também. Eu realmente espero que vcsgostem do cap e por favor comentem!

Aproveitem!



 


Cap 5 – Lilian Potter


 


 


Eu estava certa sobre a Lily. Ela realmente não parecia gostar da minha presença na casa. Por um lado eu entendo o porque. Ela devia achar que eu estava tomando o lugar dela. Mas essa não era a minha intenção. Se ela queria o quarto novo dela, eu daria sem problema. Não era como se eu fosse ficar com os Potter para sempre. Pelo menos eu esperava isso.


Quando desci pra tomar café na segunda em que Alvo foi embora, só estava Tessa na cozinha.


--- Bom dia Tessa.


--- Bom dia menina Bella. --- No começo ela só me chama de stra Dayle. Eu consegui melhorar isso. --- Tem suco e café prontos.


--- Obrigada. --- Me sentei e peguei um pedaço de bolo.


--- Eu fiz esse bolo especialmente pro menino Alvo, mas ele teve que sair tão cedo. --- Ela comentou.


--- Ele tinha aula cedo...


--- Eu sei, mas as coisas ficam tão mais alegres quando ele está. Até você parece mais triste depois que ele saiu. --- Ela me deu um olhar cúmplice. Ah meu Deus! Será que ficou muito aparente nós dois? --- Não estou insinuando nada! É só que ele sempre coloca as pessoas pra cima, até mesmo quem ele conhece a pouco tempo.


--- É a cara dele. --- Eu já estava com saudades dele.


--- Posso te dizer um segredo? --- Ela me perguntou. Eu confirmei e ela se aproximou falando baixo. --- Nunca vi o menino tão feliz quanto estava esse final de semana. Mas uma coisa eu não entendi. Ele estava um pouco sério quando acordou hoje, mas quando desceu pra ir embora, estava simplesmente radiante.


Tentei manter o rosto impassível, mas quando Tessa retornou para a pia, não consegui esconder um pequeno sorriso de contentamento.


Minutos depois Gina e Lily chegaram à cozinha.


--- Bom dia! --- Cumprimentou Gina sorridente. Acho que ela estava feliz por ter a filha de novo em casa. Lily deu um bom dia um pouco mais contido e se sentou.


--- Eu vou para  galeria, mas não demoro. Enquanto isso vocês garotas podiam passar um tempo juntas, pelo menos não ficam solitárias aqui em casa. --- Sugeriu Gina.


--- Certo mãe. --- Confirmou Lily. Será que a Gina viu a cara feia que a filha fez? Acho que não.


Gina saiu logo depois e terminamos o café em silêncio. Era desconfortável. Ela estava me ignorando. Lily terminou rápido.


--- Vou pro meu quarto. --- Ela disse a Tessa e saiu da cozinha. Ela estava realmente me ignorando. Quando foi que eu fui ignorada? Nunca. A minha mãe costuma dizer que você pode até não gostar da pessoa, mas deve se mostrar sempre cortês.  Tessa me olhou pedindo desculpas pela ruiva.


--- Não se preocupe Tessa. Vou pegar um livro e vou para a varanda. --- Me despedi e subi as escadas. Eu estava passando pelo quarto DA Lily quando decide conversar com ela. Não podíamos ficar assim o tempo todo. Eu queria tornar as coisas o mais normal possível para os Potter.


Eu bati na porta, avisando que eu gostaria de falar com ela, mas ela não respondeu. Abri um pouco a porta e ela estava deitada na cama com o fone de ouvido. Fiz sinal chamando a atenção dela.


--- O que você quer? --- Ela perguntou, tirando o fone de ouvido.


--- Será que podemos conversar?


--- Pode falar. --- Eu entrei no quarto.


--- Eu sei que você não está muito feliz com a minha presença aqui Lily. E eu quero que saiba que eu não tenho a menor intenção de atrapalhar a vida de ninguém. O meu pai está de vaigem e seu pai se disponibilizou a me hospedar aqui.


--- Eu sei disso.


--- Se o problema for o quarto, nós podemos trocar. Não haveria nenhum problema nisso.


--- Olha Isabella. É esse o seu nome, certo? Eu não estou nem aí pra essa história do quarto. Se os meus pais o deram pra você, ótimo, fique com ele. Se eles a tratam como se você fosse uma princesa, isso é com eles. Acha que eu não vejo as coisas, mas essa é a minha casa! Eles podem fazer o que quiser, mas não me obrigar a gostar de você. Fique com a atenção de todos eles, incluindo a do Alvo. Agora eu gostaria que você saísse do meu quarto. --- Ela terminou séria. Colocou os fones e fechou os olhos.


Eu não acreditava no que eu tinha ouvido, pensei enquanto saía do quarto dela. Eu não estava pedindo atenção de ninguém! Na verdade eu achava que os Potter me tratavam como uma pessoa normal. Eu estava muito feliz com o tratamento deles, não queria ser tratada como princesa. Foi uma das primeiras coisas que pedi ao Harry.


Ninguém nunca tinha falado assim comigo antes. Entrei no meu quarto e tentei me manter calma. Sentia vontade de chorar, mas eu tinha que ser forte. Eu não podia ser tão frágil.


Passei o resto do dia no quarto. Nem eu ou ela comentamos nada com Harry ou Gina, eu não sabia se eles percebiam algo no ar, mas eu me mantive calada, e o mais longe possível da Lily. Se ela preferia assim...


Na terça-feira eu estava sentada na varanda quando a Tessa me chamou. Ela disse que era o Alvo. Tentei não correr até o telefone. Fiquei com medo de que ela estranhasse algo, já bastava ele querer falar comigo.


--- É no telefone do escritório do sr. Potter. --- Eu fui até lá. Provavelmente ele ligou para lá porque seria o lugar mais reservado da casa.


--- Alô.


--- Oi Bell. --- Disse ele com a voz serena. --- Tudo bem por aí?


--- Sim, está tudo ótimo. --- Rezei pra que ele acreditasse em mim. Eu estava feliz de ouvi-lo. Eu não sei como, mas estava sentindo saudades dele.


--- Certeza? --- Ele me perguntou. --- Não teve problemas com a Lily?


--- Não, de modo algum. E como está no curso?


--- Entrando no ritmo. Não consegui me concentrar ontem.


--- Por quê?


--- Não conseguia tirar você da cabeça. --- Ele não deveria  dizer coisas assim. Eu disse isso a ele. --- Por que não? Acha que estou mentindo?


--- Não. --- E é isso que me preocupava. --- É  só que...faz eu me sentir importante.


--- Mas você é importante. Estou com saudades.


--- Eu também. Mas não deveria ser assim.


--- Não?


--- Nós nos conhecemos a tão pouco tempo...


--- Já ouviu falar de Romeu e Julieta? Eles se apaixonaram em um dia.


--- E em uma semana estavam mortos.


--- É verdade. Eles foram bem rápidos pra época. --- Ele riu.


--- Mas eu entendi o que quis dizer. --- Eu sabia o que ele quis dizer. Nos demos bem desde o primeiro momento em que nos falamos.


Ficamos mais alguns minutos falando ao telefone. Ele confirmou que viria no final de semana. Quando desliguei o telefone Lily apareceu na porta.


--- O Al? --- Ela me perguntou. Ela parecia ansiosa.


--- Ele já desligou. --- Contei envergonhada. Ela ficou decepcionada.


--- Ele quis falar com você? --- Ela me perguntou séria.


--- Foi, mas ele...


--- Tudo bem. --- Ela me interropeu e saiu do escritorio. Eu me sentei e suspirei.


 


 


O resto da semana não foi mais fácil, ela achava que eu estava tomando o lugar dela. Eu sabia que nada que fizesse ia deixá-la feliz, então mantive distância. Curiosamente os Potter pareceram não perceber nada de estranho. E é claro que mantive Alvo fora do assunto. Ele ligou para mim mais umas duas vezes na semana e em uma delas chamei Lily para falar com ele.


Era sexta-feira, eu estava descendo as escadas quando ouvi a Lily, aparentemente discutindo com os pais.


--- Mas pai! Eu estou há um mês esperando esse show! Tudo programado, ingressos comprados, como eu posso simplesmente não ir?!?


--- Lily eu não vou deixar você ir a um show sozinha. Eu sei que você adora essa banda e tudo mais, mas não adianta. Tem que aceitar que a Rose não esteve se sentindo bem e não vai poder ir.


--- E então eu também não vou? Voce fala que eu tenho que ser responsável e ...


--- Nem venha com essa Lilian.  Sozinha. Você. Não. Vai.


Eu descidi ir direto pra cozinha e evitar problemas. Mas então parei. Talvez essa pudesse ser a minha chance de me aproximar da Lily. Fui pra sala onde eles estavam.


--- Com licença. --- Lily fechou ainda mais a cara quando me viu. --- Eu não quero atrapalhar, mas...


--- Eu e o meu pai estamos tendo uma conversa, se não se importa. --- Disse Lily.


--- Lily! É claro que pode entrar Bella, a conversa já acabou. --- Ele deu um olhar à filha. Lily suspirou frustada e decidiu sair da sala.


--- Espera Lily! --- Pedi. --- O que eu quero falar pode ajudar você a ir ao show.


Ela parou e se virou pra mim curiosa.


--- Harry, eu acabei ouvindo a discussão de vocês e se a Lily quiser eu posso ir com ela, assim não haveria problemas.


--- Você? Eu não acho uma boa ideia...


--- É sim papai. --- Lily se aproximou. Talvez realmente as coisas ficassem boas entre a gente. --- Voce disse que eu não posso ir sozinha, certo? Ela pode ir e não temos mais problemas.


--- Mas você vai para ver uma banda que você nem sabe qual é? --- Quis saber Harry. Ele estava preocupado, não podia simplesmente me mandar para um show cheio de gente.


--- Você conhece o Simple Plan? --- Lily me perguntou. Eu acho que essa foi a primeira pergunta que ela me fez desde que nos conhecemos.


--- Conheço.


--- Está vendo pai? Tudo certo!


--- Está bem. --- Lily beijou o pai alegre.


--- Vamos sair daqui a duas horas. --- Ela me avisou. Depois saiu.


--- Bella? --- Harry me chamou quando já estávamos sozinhos. --- Eu não gosto muito dessa história de deixar vocês irem ao show. Talvez eu devesse chamar algumas pessoas da Ordem pra acompanhar.


--- Não se preocupe Harry. Quanto menos gente nos vigiando, menores as chances de alguém perceber e me reconhecer. Vamos estar rodeados de pessoas, nada vai acontecer.


 


 


Tirando eu ficar perdida em Londres. Sozinha.


 


Depois de estarmos prontas, Harry nos levou de carro até o local do show. Havia dezenas de pessoas criculando pelo local, a maior parte jovens. Nós nos despedimos e entramos. Lily não estava me olhando feio, mas também não trocou uma palavra desde que saímos. Não ficamos muito na frente para evitar aglomeração.


Eu estava feliz de estar ali. Eu nunca tinha assistido a um show da pista. Era uma novidade. Não demorou muito para o show começar. As pessoas gritavam ao nosso redor  e Lily fazia o mesmo, ela estava feliz. Não tem como você não se deixar levar pelo clima do local. Eu me vi gritando e cantando junto.


Não havia tocado 5 músicas quando Lily disse que iria ao banheiro. Eu quis acompanhá-la, mas ela negou. Então fiquei lá esperando. Mas o tempo passou e ela não voltava. No meio do show eu decidi ir atrás dela. Procurei nos banheiros e nada dela. Voltei para o último lugar que estivemos juntas e esperei, mas ela não voltou. Eu já estava preocupada e para piorar estava sem celular. Harry tinha me dado um logo que cheguei a casa dele, mas o tinha esquecido em casa. Que sorte a minha, não é?


O show acabou e fui esperar a Lily na entrada. As pessoas saíam e eu não a via. Em certo momento eu vi uma garota de cabelos vermelhos e gritei pela Lily, mas ela não me escutava. Fui atrás dela, enquanto ela se afastava. Muitos fãs estavam andando pelas ruas indo para casa. Quando consegui chegar até ela, toquei no seu ombro a chamando. Ela se virou e então vi que não era a Lily. A garota me olhou confusa e depois seguiu seu caminho.


E eu fiquei lá parada em uma das ruas de Londres sem fazer a mínima ideia de onde estava. Eu precisava de um telefone. Mesmo que eu voltasse ao local do show e pegasse um táxi não poderia ir para casa. Eu não sabia o endereço! Que ótimo.


A rua estava ficando deserta e podia ser perigoso. Tentei fazer o caminho de volta mas eu tinha perseguido a suposta Lily sem prestar atenção aonde estava indo. A única coisa que eu queria era encontrar uma cabine telefônica. Um táxi acabou passando e sem pensar o peguei. Quando o motorista me perguntou o lugar, eu pedi para ir ao Royal Academy. Ela estaria vazia, mas era o único lugar que eu conhecia e lembrava que lá havia uma cabine telefônica. Quando chegamos o motorista ainda me perguntou se era mesmo ali que queria ficar, confirmei e saí do carro.


Olhando a rua deserta fui até o telefone e disquei para o celular do Alvo. No quarto toque ele atendeu.


--- Alô. --- Disse com uma voz de sono.


--- Al?


--- Bella? --- Ele pareceu ficar alerta de repente. --- O que foi? Por que está ligando a 1 da manhã?


--- Eu estou perdida. --- Então expliquei toda a situação.


--- Por que não pediu ao táxi pra trazê-la aqui na universidade? --- Ele perguntou preocupado. Eu podia ouvir o barulho de algo caindo no chão.


--- Eu não sei. Acho que entrei em pânico. --- Olhei para os lados preocupada. Era de se esperar que alguém que iria ser rainha devia saber agir sob pressão, mas só quando cheguei no telefone que me passou a possibilidade de ir até ele.


--- Não se preocupe, eu estou indo pra aí, ok?


--- Certo.


Eu fiquei lá esperando por ele. Algunas carros passavam , mas não havia pedestres na rua. Ao longe eu pude ver um homem se aproximando, pensando ser Alvo saí da cabine e ao me aproximar vi que não era ele. Era um rapaz, ele andava com as mãos no bolso e devagar, como se não tivesse o que fazer. Ele olhou pra mim e deu um pequeno sorriso. Assustada eu me virei e começei a andar, a ideia era ficar bem longe dele.


--- Ei beleza! Espera, vamos conversar! --- Eu simplesmente continuei andando cada vez mais apavorada. E os passos dele pareciam cada vez mais rápidos. Quando eu tive certeza que teria que sair correndo, um carro parou.


--- Ei gata, por que a pressa. --- O rapaz se aproximou.


--- Bella? --- Alvo tinha chegado! --- Ela está comigo. --- Alvo disse sério ao rapaz, enquanto se aproximava.


--- Wow! Desculpa aí. --- O rapaz levantou as mão em sinal de desculpas e saiu.


--- Bell? --- Alvo olhou pra mim preocupado. A única coisa que consegui fazer foi abraçá-lo. Eu estava tão feliz e aliviada por vê-lo. --- Tudo bem Bell, eu estou aqui.


Eu podia sentir o afago dele nas minhas costas e o modo como ele apoiava a cabeça na minha. --- Vamos entrar no carro.


Ele abriu a porta e eu entrei. Quando ele entrou, virou para mim e segurou as minhas mãos.


--- Você está tremendo! --- Ele me puxou e me deu um leve beijo. --- Vamos sair daqui.


Ele ligou o carro e seguimos para a faculdade. --- Está muito tarde para irmos pra casa, eu até estou estranhando porque o meu pai não ligou ainda pra mim preocupado.


--- Ele deve estar dormindo.


--- Eu vou matar a Lily quando a achar. --- Ele comentou irritado. Eu não falei nada. Não estava com cabeça para defender ninguém, muito menos alguém que pode ter me abandonado sozinha, em uma cidade estranha.


 


 


Quando chegamos ao campus da Universidade, perguntei a Alvo como deixaram ele sair àquela hora da noite. Ele me disse que certos cursos tinham alguns privilégios. E de qualquer modo ele teria saído, com ou sem permissão.


Ele estacionou o carro e com um braço em torno de mim, subimos para o quarto dele. Eu estava um pouco desconfortável com a ideia de passar o resto da noite lá, principalmente quando ele disse que o colega de quarto dele não estava. Mas eu estava tão cansada, depois de toda aquela tensão que não comentei nada.


--- Eu vou conseguir algo pra você vestir e você fica na minha cama, eu durmo na do Peter.


--- Eu posso ficar na dele se...


--- Não se preocupe Bell. --- Ele me deu algumas roupas e um beijo no rosto. Eu sorri e fui ao banheiro. Depois de me lavar e trocar de roupa eu voltei ao quarto. Alvo estava encostado na cabeceira da cama do colega de quarto.


Eu me sentei na cama e fiquei parada olhando para ele. Alvo levantou e se ajoelhou na minha frente.


--- Você está bem? --- Eu confirmei com um gesto de cabeça. Ele sentou do meu lado e me abraçou. Era tão bom senti-lo perto de mim. --- Eu fiquei tão preocupado com você.


--- Eu também fiquei. --- Murmurei sentindo o cheiro dele. --- Mas acabou.


--- Sim. --- Ele ficou lá parado olhando pra mim. Eu me aproximei e o beijei. Estava com tanta saudade dele. Ele retribuiu o beijo e senti ele me puxar mais pra perto. Eu precisava respirar mais não queria soltá-lo. Percebendo isso Alvo terminou o beijo e passou a dar pequenos beijos no meu rosto.


--- Precisamos dormir. --- Ele disse quando se afastou. Ele sorriu e puxou o cobertor. Eu me deitei. Depois de um beijo de boa noite, ele deitou na outra cama.


Eu me virei para a parede e fechei os olhos, mas não consegui dormi. Fiquei de frente para a cama dele e Alvo estava virado na minha direção também acordado.


--- Sem sono? --- Ele perguntou.


--- Não, é que...--- Eu não acreditava que iria falar isso. --- Eu não quero ficar sozinha.


Ele deve ter entendido o que eu quis dizer, por que ele levantou sorrindo e veio pra minha cama. Nos ajeitamos e ficamos de frente um para o outro.


--- Melhor assim?


--- Sim. --- Murmurei. Ele me puxou e o abraçei. Com a cabeça apoiada em seu peito, começei a pegar no sono enquanto eu sentia a sua mão passar pelo meu cabelo.


 


 


Na manhã seguinte, nós acordamos e antes de seguir para a casa dos Potter paramos em uma lanchonete para tomar café da manhã.


--- Eu não acredito que a Lily fez isso com você. --- Comentou Alvo.


--- Pode ter acontecido alguma coisa... --- Eu falei, mas não tinha nenhuma confiança no que estava dizendo.


--- Se tivesse acontecido alguma coisa os meus pais teriam ligado pra mim. Provavelmente eles nem sabem que você não está em casa.


 


 


E ele estava certo.


Quando chegamos em casa, Harry e Gina estavam tomando café, Lily ainda estava dormindo. Eles ficaram sem entender como eu estava chegando a essa hora com o Alvo. Para eles eu estava dormindo.


Eles não haviam esperado acordados a noite. Parece que ouviram a chegada de alguém e Lily havia dito que tínhamos chegado.


Então eu estava certa. Ela realmente me abandonou no show. Será que ela me odiava tanto assim, para fazer isso comigo? Sem pensar nos perigos que uma garota estrangeira poderia sofrer em uma cidade grande e desconhecida?


Eu e Alvo esperamos embaixo enquanto Harry e Gina subiram atrás da filha. Alvo estava sentado na sala ao meu lado e segurava a minha mão. Acho que ele estava fazendo muita força para não apertar a minha mão. Eu nunca o tinha visto tão irritado. Eu consegui ouvir vozes exaltadas no corredor e Harry apareceu puxando Lily, ainda de camisola, para a sala. Gina vinha atrás, ela parecia triste. Senti pena dela.


Lily tentava se soltar do pai, mas Harry só a soltou na sofá. Quando ela tentou se levantar, ele a empurrou de volta.


--- Você vai ficar bem aí Lilian Potter. --- Ela manteve a cabeça baixa. Na verdade em nenhum momento ela levantou os olhos pra mim ou para os pais.


--- Eu estou tentando manter toda a calma, por isso você vai responder a pergunta que eu vou te fazer. --- Harry falou. Ele respirava fundo. --- Por que mentiu pra mim? --- Lily se manteve calada. --- RESPONDA LILIAN!


--- Vocês me perguntaram se estava tudo bem, e eu respondi. --- Ela murmurou. Mas não parecia estar envergonhada ou arrependida. Ela respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo.


--- Não brinque comigo Lilian. Eu quero saber onde você estava com a cabeça quando abandonou a Bella sozinha naquele lugar.


--- Eu não abandonei ninguém. Eu fui ao banheiro e quando voltei ela não estava lá.


--- Pelo amor de Deus! Você realmente... --- Alvo começou a falar. Ele estava zangado.


--- Não se meta Alvo! --- Harry interrompeu. Ainda mais zangado. --- Nós dois sabemmos, Lilian, que você não voltou. Você abandonou a Bella no meio de uma multidão, sabendo que ela não sabia voltar para cá. Você tem ideia do que podia ter acontecido!


--- ...


--- Não vai falar nada? --- Ele perguntou. --- Tudo bem, por que eu vou te dizer uma coisa. Acha que eu não sei por que fez isso? Acha que eu não via o modo como passou a semana toda olhando e ignorando a Bella? Eu pensei que você apenas um ciúme adolescente que iria passar quando desse uma chance. E eu realmente achei que isso tivesse acontecido quando deixei as duas no show. Nunca me passou pela cabeça que a minha filha iria ser tão cruel e irresponsável, ao ponto de abandonar uma convidada da familia daquela maneira.


Você tem noção do que poderia ter acontecido a ela, uma garota sozinha, se o Alvo não a tivesse encontrado? Agora eu quero que você olhe pra mim.


Lilian!


O silêncio na sala era opressor. Eu deveria estar gostando de ver o que estava acontecendo, mas não estava. Eu tinha pena dela.


Depois de alguns segundos a ruiva levantou o rosto. Ela estava chorando, mas tentava se manter firme.


--- Eu nunca senti tanta decepção na minha vida, como estou sentindo de você agora. --- Ele disse olhando pra ela. O pior era que eu podia ver o quanto isso doía nele e nela. Ela era a queridinha dele. A filha caçula.


--- Agora eu quero que olhe pra Bella. Quero que você olhe pra garota que nunca lhe fez nada, mas que você lhe fez algo. --- Lilian olhou pra mim. Eu não sei se lá havia ódio, ou apenas tristeza. --- Bella? Quer falar algo a ela?


Eu poderia ter dito que não, ou podia ter gritado um monte de coisas, eu não estaria errada.


--- O que eu quero dizer... --- Eu sentia uma vontade enorme de chorar, mas aguentei firme. --- A única coisa que eu quis foi ser sua amiga. Por que eu não tinha amigos de onde vim. E eu fiquei tão preocupada por você...


E enquanto eu estava morrendo de medo, você estava na sua cama, provavelmente sorrindo por causa da menina idiota. Mas eu não tenho ódio de você. Porque o que eu vejo aqui é uma menina mimada e egoísta. E eu sinto pena dos seus pais. Por que eles amam você, e eles são pessoas incríveis. Eles podiam ignorar tudo isso, ou achar que você não fez por mal, mas eles estão aqui, tentando ensinar a filha deles a ser o tipo de pessoa que eles querem que você seja.


Por que é isso que os pais fazem Lilian. Tentam ensinar a seus filhos. E eu espero que você aprenda. É só isso que eu quero. Não quero desculpas falsas ou qulquer outra coisa do tipo, nem que tente ser a minha amiga. Eu  só quero que você não faça isso de novo, por que um dia você pode machucar alguém de verdade.


Depois de dizer isso, eu dei um aperto na mão de Alvo e saí da sala. Eu não queria saber o que o Harry ou a Gina iriam fazer. Eu só queria ir pro quarto e tentar esquecer  a noite que eu tive.


 


Um tempo depois Alvo subiu e sem comentar nada deitou do meu lado e me abraçou pelas costas. Não sei quanto tempo depois eu acordei e ele não estava mais no quarto. No criado mudo havia um bilhete.


 


Bell


Espero que esteja melhor. Não se preocupe, as coisas vão acabar se acertando. Sinto muito pela Lily.


Tive que voltar pra Universidade e preferi não te acordar. Apesar de ser sabádo, tenho aula a tarde. Amanhã vou estar em casa.


Vou sentir sua falta.


Muitos beijos e um abraço bem forte, Al.


 


Eu realmente esperava que ele estivesse certo. Eu não sabia como ficaria a situação entre mim e os Potter. Será que eles me culpavam pelo que aconteceu? Será que ficariam diferentes comigo? Eu não queria acabar com nenhuma família.


Já era hora do almoço quando desci as escadas. Harry e Gina estavam na mesa. Eles estavam conversando alguma coisa, mas não pareciam zangados ou deprimidos. Eles até sorriram quando cheguei à sala.


--- Eu não quero que se preocupe com o que aconteceu Bella. --- Disse Gina um tempo depois que me sentei. --- Não temos por que agir diferentes com você. Talvez estejamos um pouco envergonhados pelo comportamento da nossa filha, mas é só isso.


--- Eu só não quero trazer mais problemas pra vocês. --- Eu disse. --- Vocês estão me recebendo tão bem na sua casa e eu não quero de modo algum tornar as coisas mais dificeis. Talvez seja melhor eu voltar para a sede da Ordem...


--- Não, de modo algum. --- Disse Harry balançando a cabeça. --- Você vai continuar aqui. O que aconteceu com a Lily podia envolvar qualquer pessoa que não fosse você. Já estava na hora de a Lilian crescer. As pessoas tem que aprender o que são responsabilidades. Pessoas como você aprenderam isso cedo, e já está na hora dela.


Eles me contaram que ela estava proibida de passar nem que seja um dia na casa da prima e sair com os amigos. Nada de mesada ou telefone por 2 meses.


Não questionei nada.


O resto da tarde passei na varanda lendo um livro. Já a noite, fui me preparar para o jantar, quando encontrei um embrulho em cima da minha cama. Quando abri havia um dvd com o nome Simple Plan. Eu olhei para aquilo confusa, mas não foi difícil descobrir de quem era.  Fui até o quarto dela.


Quando entrei, ela estava sentada na cama segurando um violão e anotando algo em um caderno. Ela parou e ficou olhando pra mim. De um modo completamente diferente do modo como havia feito da última vez que estive no seu quarto. Ela parecia envergonhada e ansiosa, talvez até mesmo amedrontada.


--- Por que deixou isso no meu quarto? --- Perguntei séria, enquanto mostrava o dvd.


--- Eu sei que você gosta da banda e por minha causa não pôde prestar atenção no show, então gravei o último show que eles fizeram aqui em Londres. --- Ela murmurou.


--- E por que fez isso? Uma trégua em nome dos seus pais?


--- Também. --- Ela largou o violão e levantou. Ela segurava as mão nervosa, mas estava olhando pra mim. --- Você, os meus pais, estavam totalmente certos. Eu fui monstruosa com você. Eu sabia que você iria ficar preocupada e até com medo, mas no fundo eu eperava que você pegasse um táxi e chegasse em casa. E eu sabia que você acabaria não contando nada a ninguém. Eu não sabia que você não sabia o endereço daqui. Eu realmente não sabia disso.


Mas sei que isso não torna menor o que eu fiz. O Alvo me contou que quando a encontrou tinha um homem atrás de você. --- Ela estava começando a chorar. --- Eu nunca iria me perdoar se algo ruim acontecesse com você.


Eu fui idiota e mimada e egoísta. E sinto muito por isso. Não estou pedindo pra me perdoar para tornar as coisas melhores com os meus pais ou o Alvo. Eu só quero que, se puder, me deixe mostrar que eu posso ser melhor do que isso. Aos poucos mostrar que eu posso ser aquela amiga que você queria que eu fosse e que eu quero ser.


Nós duas ficamos ali paradas, olhando uma pra outra.


--- Tudo bem. --- Eu disse. --- Podemos tentar.


--- Ok. --- Ela suspirou aliviada. --- Obrigada.


--- Eu agora vou me arrumar para o jantar e acho que deveria fazer o mesmo. --- Eu disse, sorrindo um pouco. Ela retornou o sorriso tímida e concordou. Eu me virei para sair, mas me voltei rapidamente e disse:


--- Obrigada pelo dvd.


Eu voltei para o meu quarto.


Pode parecer idiotice tentar ser amiga da garota que tentou, como dizem..., ferrar comigo, mas por que não tentar?


Eu não iria esquecer o que aconteceu. Eu iria levar aquilo da melhor forma possível e tentar tornar as coisas melhores. Por que o mundo dá voltas, e as pessoas erram. Todos nós sabemos disso. E precisamos dar uma chance. Por que não podemos mudar as coisas que aconteceram, mas contribuir pra que algo melhor aconteça da próxima vez.


 
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N/A: E então o que acharam?
No final eu queria mostrar o lado princesa da Bella. Acho que uma princesa com o caráter dela teria agido desse mesmo modo.
Por favor comentem! 

 Bjss!


N/B: Wow! Esse capítulo acabou com as minhas chances de odiar a Lilian por toda a eternidade. Mas tudo bem. Porque tá super bem escrito. Eu quero ser você quando crescer, se bem que eu não cresço mais. Mas é sério. Das fics que você fez até agora essa é a minha favorita, e eu realmente gosto muito dela.
E é isso. Beijinhos e até mais.
P.S.: Alvo forever!

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