Brighton



N/A: Olá pessoal! Desculpa o tempão sem escrever, final de ano escolar...uma loucura só. Bem aqui está o novo capitulo da fic. E vou me esforçar pra colocar logo o proximo capitulo de "Liv Taylor", ok?
Outra coisa...esse acapitulo é para a minha beta que está fazendo aniversário hoje. Então feliz Niver!!



Capitulo 3 – Brighton


 

Na manhã seguinte eu estava me sentindo muito bem, talvez por que foi a primeira noite que dormi sem ficar remoendo os meus problemas. Isso foi bom.


Alvo não estava mais na casa quando desci para tomar café da manhã. Gina me disse que ele tinha aula de manhã, por isso teve que ir embora sem se despedir de todos. Devo admitir que fiquei um pouco triste, eu gostei de conversar com ele. É claro que eu não estava muito feliz pelo modo como nos conhecemos, a minha mãe ficaria  indignada se eu caísse no chão na frente de um plebeu. Princesas não fazem isso. Só que aqui eu não sou uma pessoa da realeza, sou apenas uma jovem americana de férias.


A minha primeira semana na casa dos Potter foi bem tranquila, foi uma forma de eu me habituar a rotina e ao modo como os ingleses vivem. Não que fosse algo muito diferente do meu povo, com certeza as coisas seriam muito piores se eu estivesse nos EUA, lá tudo parece mais...solto? rebelde? Será que me entendem?


Mais voltando a rotina, as coisas eram mais ou menos assim. A primeira pessoa que acordava na casa era a Tessa. Ela era a empregada dos Potter. Era uma mulher já caminhando para a velhice, ela estava com a família desde que James Potter nasceu. Os cabelos já estavam grisalhos e ela tinha aquele ar de avó, de pessoa que você pode esperar um gesto de carinho ou uma palavra de sabedoria. Talvez a minha avó tenha sido como ela. Eu não posso dizer que a conheci. Elethia morreu quando eu era bem criança, tenho poucas lembranças dela. Lembro que ela tinha um olhar acolhedor, e da sua voz calma me contando histórias antes de eu dormir. São poucas lembranças para dizer que sabia algo sobre ela. Mas meu pai falava que ela foi uma grande rainha e mãe. Estava sempre procurando ajudar a todos e que ela era apaixonada pelos netos.


Gina acordava logo depois, ela ajudava na preparação do café da manhã, e arrumava as suas coisas para o trabalho. Ela possuía uma galeria de arte no centro de Londres. Ela dizia que não era um trabalho, mas uma forma de hobby. Ela sempre estava pronta no horário. Harry não.


Era comum vê-lo descer as escadas apressado, tentando colocar a gravata no lugar. Harry era chefe do departamento de segurança do governo aqui em Londres, era um dos seus cargos além de ser um integrante da Ordem da Fênix, uma agência fora do governo com fins de ajudar o país ou qualquer outro que precisar, sem colocar em risco a posição do governo Britânico.


Eu ficava sentada na mesa da cozinha comendo torradas enquanto via Gina arrumar a gravata de Harry, reclamando com ele por sempre estar atrasado, mesmo quando ela o acordava mais cedo. Eu os via assim e era muito difícil não lembrar dos meus pais. Mesmo com todas as funções deles, eles tinham momentos como esse.


No primeiro dia Harry ficou preocupado em me deixar aqui sozinha, sem ninguém para me fazer companhia, mas eu disse que não haveria problema. Eu tinha alguns livros da biblioteca da Ordem que ele tinha deixado eu trazer. Além do que, eu adorava ficar sentada na varanda olhando o jardim e a vizinhança. Gina disse que logo a filha dela, Lilian, estaria de volta em casa e eu teria uma companhia.


Mas eu estava bem na minha solidão.


Na sexta-feira eu estava sentada no balanço da varanda esperando o jantar ficar pronto quando um carro estacionou em frente à garagem. Eu não sei marcas de carro, mas este era de um azul escuro e era um conversível. A cobertura preta (teto) estava levantada. Quem saiu do carro foi Alvo Potter.


Será que seria sempre assim quando o visse? Eu sempre prenderia a respiração por um momento? Ele estava com aquele mesmo sorriso de quando o conheci. Eu me perguntava se ele alguma vez ficava triste ou zangado. Eu não sei.


--- Olá Alvo. --- Eu me levantei, me aproximando dele. --- Seus pais estão lá dentro. Veio para jantar?


--- Oi Bella! --- Ele subiu os degraus da varanda e me deu um beijo no rosto. --- Eu vim passar o final de semana aqui. Sabe como é, visitar a família, lembrar os velhos tempos.


--- Claro. --- Eu tentei me concentrar. Entendam, eu não estava acostumada a toda essa interação, principalmente com um rapaz. --- Por que não entramos?


--- Vamos. --- Ele puxou a porta da casa. --- Aproveite e me conte como foi a sua primeira semana em Londres.


 


 


--- Eu não acredito que você está uma semana aqui e não conheceu nenhum lugar além dessa casa! --- Alvo comentou indignado. Estávamos todos sentados à mesa comendo a sobremesa.


--- Não é nada demais. --- Eu justifiquei. Não é como se eu estivesse louca para conhecer Londres. Harry não queria que eu saísse sozinha pela cidade. Não por causa do meu disfarce, mas por que eu nunca andei por lugar algum sozinha. Gina me convidou para ir algum dia para a galeria, mas eu preferi ficar em casa.


--- Claro que é. Você está de férias, tem que aproveitar.


--- Isso é verdade Bella. --- Gina trocou um olhar com Harry. --- Apesar de qualquer coisa, não é bom pra ninguém ficar trancado em casa.


--- Eu tive uma ideia ótima. --- Alvo falou.--- Eu ia com o meu colega de quarto para Brighton amanhã, mas ele não vai mais. Então em vez de cancelar o passeio, eu vou levar você.


--- Para Brighton? --- Harry perguntou. Ele parecia um pouco preocupado, afinal é outra cidade. --- Não é muito longe?


--- Que nada pai. De trem é no máximo 1 hora. Nós saímos daqui de manhã cedo e voltamos a noite, sem problema algum. Eu tomo conta dela. E então Bella? Estamos acertados?


--- Ah...eu não sei..


--- Vamos Bella! Eu estou decidido a te colocar em umas férias de verdade. --- Alvo sorriu para mim e segurou a minha mão. --- Vamos...


--- Está bem. Eu vou. --- Eu confirmei. Acho que nunca conseguiria dizer não para aquele sorriso.


 


 


Na manhã seguinte eu e Alvo nos despedimos dos pais dele. Vi Harry puxar Alvo em um canto e falar sério com ele, provavelmente dando recomendações sobre mim. Eu nem acreditava que ele tinha me deixado sair para outra cidade. Eu estava entusiasmada com a ideia de conhecer um lugar novo. É claro que não tinha nada a ver com quem seria o meu acompanhante. De forma nenhuma.


Nós fomos para a Estação Victoria no carro de Alvo. Esse passeio iria servir pra muitas coisas. A principal delas era nos conhecer melhor. E ele gostava do McFly.


--- Esse é o meu pior defeito. --- Ele comentou quando estávamos a caminho da estação. Estava tocando o cd deles.


--- Por que? --- Eu conhecia a banda e gostava deles.


--- Onde já se viu um marmanjo desses gostando de uma banda cheia de garotos estilo “Faço as garotas gritarem”.


--- Não há nada demais nisso, e eles são ótimos. E não só por que são bonitos.


--- Claro...isso vindo de uma garota americana que gosta deles. --- Ele rodou os olhos, ainda prestando atenção na pista.


--- Isso não é relevante! Mas afinal se você acha tudo isso deles, como gosta da banda?


--- É tudo culpa da Lily e da Rose. A minha prima veio passar um tempo aqui em casa e as duas passaram semanas se preparando para um show que eles iam fazer aqui em Londres. Eu passei duas semanas ouvindo o mesmo cd  do McFly. Elas não cantavam, falavam ou respiravam outra coisa que não fosse eles.


--- Coitado de você, não é?


--- Foi uma verdadeira lavagem cerebral. Não teve como eu não acabar gostando. --- Ele deu um levantar de ombros e balançou a cabeça em um gesto de pesar. Eu ri.


 


Deixamos o carro no estacionamento e compramos bilhetes para Brighton. Estávamos bem na hora. A viagem duraria no máximo uma hora.


--- Vamos lá Bella! Eu te falei sobre uma das minhas bandas favoritas, agora me conte algo sobre você. --- Nós estávamos sentados um em frente ao outro em uma das cabines do trem que já se afastava de Londres.


--- Eu gosto do McFly, Paramore e outras bandas também. Eu sou muito eclética quando se fala em música. --- Não era por eu ser da realeza que eu não podia ter o mínimo que uma adolescente poderia ter. Eu tinha a oportunidade de ler e ouvir os mais diversos tipos.


--- Gosta de todos os tipos de música? Qual é a sua favorita?


--- Amo música clássica. Eu toco piano. --- Era uma das coisas que eu mais gostava de fazer. Sentia falta disso às vezes.


--- Uau! Temos uma pianista aqui! Qual a que gosta mais de tocar?


--- Eu gosto de ‘Canon in D” de Johann Pachelbel. É minha favorita. --- Era um das músicas que eu e meu irmão tocávamos juntos. É claro que eu não podia dizer isso a Alvo. Para ele eu não tinha irmão.


--- Eu não a conheço de nome... um dia você vai tocá-la pra mim. Vamos ver se você é boa pianista.


--- Quando você quiser.


Nós passamos o resto da viagem descobrindo o que tínhamos em comum. Gostávamos dos mesmos tipos de livros e filmes. Discutimos sobre Edmund e Fernand em O Conde de Monte Cristo. Ele gostava mais de Gerard Depardieu e eu preferia Jim Cavizel como o conde.


--- Admita Bella você prefere o Cavizel por causa do ator, não pela atuação dele. --- Ele brincou comigo. Eu o ignorei.


 


Nós chegamos a Brighton. Era um dia típico de final de verão, quando o frio do inverno começava a aparecer. Por isso a cidade não estava tão cheia quanto ela costumava ficar no verão. Isso era bom, por que não tínhamos aquela multidão perto de nós, tornava o passeio mais tranquilo.


O primeiro local que visitamos foi o Kempton Flea Market, que é o maior mercado livre da cidade. Passamos pelas barracas e vimos das mais diversas coisas. Nós compramos um para o outro duas correntes com uma pedra que veio da praia da cidade, que é toda de pedras. Seria uma lembrança do dia.


Em seguida fomos para o Brighton Museun. Ele é um dos museus mais importantes do sul da Inglaterra. Nós vimos alguns quadros de Salvador Dali e havia até as roupas usadas por George IV no dia da sua coroação. Nós comentávamos sobre as obras e tirávamos fotos do lado das mais famosas ou das nossas preferidas.


 


Nós visitamos outros locais na cidade e depois paramos na parte antiga da cidade para almoçarmos. Ficamos por algum tempo descansando depois de comermos. Comentávamos sobre os locais que tínhamos visto e decidimos o que faríamos à tarde.


Depois nós alugamos bicicletas e fomos dar uma volta pela  South Downs, uma ciclovia que segue pelo calçadão e depois por algumas  trilhas antigas ao longo das escarpas de calcário e cristas por 160 quilômetros . No começo eu tive que pegar um pouco o jeito. De acordo com Alvo uma pessoa nunca desaprende a andar de bicicleta, ela apenas esquece. Foi um dos melhores momentos de toda a viagem. A vista era maravilhosa. Às vezes apostávamos corrida até certo ponto e depois voltávamos a apenas aproveitar  o passeio.


--- *“You don't have to have Money. To make it in this world. You don't have to be skinny baby. If you wanna be my girl. Oh you just got to be happy. But sometimes that's hard. So just remember to smile, smile, smile And that's a good enough start.”! --- Alvo começou a cantar em voz alta. Ele vez um gesto indicando que era a minha vez. Eu sabia que música era essa. Era Smile de McFly. Olhei para os lados preocupada com as pessoas ao redor, mas no momento estávamos sozinhos. Nós e a natureza ao nosso redor. --- Vamos Bella!  --- Ele repetiu o trecho final da música.


--- “So if you ain't good looking. Don't you let it get you down. And if your love life ain't cooking baby. There will be more fish around. Oh you just got to stay happy. So put away that frown. Just remember to smile, smile, smile And turn the world around.”! --- Cantei o verso seguinte. A cada palavra que eu falava, eu ia me sentindo mais leve, e no final já estava cantando tão alto quanto ele.


 


“So just remember to smile, smile smile
Smile, smile, smile
Smile, smile, smile
Come on and show us your teeth
And what you've got underneath”


 


Nós pedalávamos e cantávamos  ao mesmo tempo,  eu tentava não me distrair e cair da bicicleta.

Cause everyone's got trouble
That's the way the story goes
You don't need to get in trouble baby
To see what's underneath your nose
Oh cause if your feeling happy
That's the place to let it show
So just remeber to, smile, smile, smile
So everybody knows

And it will make things so much better
When you're feeling alone


So just remember to smile, smile smile
Smile, smile, smile
Smile, smile, smile
Come on and show us your teeth
And what you've got underneath

Come on and show us your teeth
And what you've got underneath
And just remeber to:
Smile, smile, smile
come on and you've gotta
Smile, smile, smile
Smile, smile, smile
Come on and show us your teeth
And what you've got underneath
Smile, smile, smile
(you got to smile)
Smile, smile, smile
(just remember to)
Smile, smile, smile
And turn the world around


 


Não sei quanto tempo pedalamos, mas depois estávamos de novo na cidade. Fizemos o resto do percurso até a loja das bicicletas andando, empurrando as bicicletas no nosso lado. Estávamos rindo e falando besteiras.


Depois fomos até o Fishing Museum. O museu de pesca de Brighton, que estava localizado em um forte. Lá tiramos fotos com varas de pesca. Alvo chegou a fazer pose de quem estava fazendo força para tirar da água um peixe grande. Olhamos algumas fotos antigas que estavam colocadas em slides e já estava escurecendo quando fomos até a praia.


Uma das coisas mais curiosas sobre Brighton eram as praias. Em vez de areia, a praia era coberta de pequenas pedras. Mas não era nada que incomodasse. Várias pessoas estavam sentadas nas pedras olhando o por-do-sol. Nós sentamos lado a lado e ficamos olhando o sol desaparecer no mar. O vento era forte , mas não o suficiente para afastar as pessoas daquela vista maravilhosa. Alvo deve ter percebido que eu estava sentindo frio, por que ele me passou a jaqueta que estava usando. Eu agradeci e voltamos a vista para o mar.


Eu podia sentir o cheiro dele na jaqueta. Estava quente e eu me aconcheguei mais.


--- Obrigada. --- Eu agradeci. --- Não só pela gentileza, mas por ter me trazido aqui hoje.


--- Você não tem o que agradecer Bella. Eu adorei ter vindo aqui com você.


--- Essa vista é incrível, não é? --- Perguntei.


--- É sim. Você não tem isso lá na sua cidade?


--- É claro que nós te...não temos. --- Retomei me concentrando. Em Willborn nós temos, mas em Helena, a suposta cidade americana da qual eu vim, não.


--- É uma pena...


--- É sim... --- Eu desviei o olhar dele. Não sei se conseguiria mentir pra ele. Não tão perto e olhando nos olhos dele. Uma mecha mais curta do meu cabelo caiu em meu rosto e eu prendi a respiração quando senti a mão de Alvo pegar o cabelo e colocar atrás da minha orelha.


--- Bella? --- Ele me chamou. A voz dele estava serena e profunda. Eu soltei o ar e levantei o rosto na direção dele.


--- Sim? --- Ele estava olhando nos meus olhos. Eu não sei se já disse isso, mas eu poderia me perder ali dentro. E ele ainda tinha a mão no meu rosto.


--- Posso te fazer uma pergunta um pouco pessoal? --- Eu apenas movimentei a cabeça confirmando. --- Você deixou alguém lá nos Estados Unidos? Um rapaz de quem goste ou um namorado?


Se ele soubesse de onde eu venho não perguntaria isso. Não que uma princesa só pudesse se envolver com príncipes, mas quem conseguiria um namorado com o peso da realeza? Sem falar nos seguranças ao seu redor.


--- Não. Não tenho ninguém. --- Respondi.


--- Certo. --- Eu pensei ter visto ele dar um pequeno sorriso, mas antes que eu pudesse confirmar isso, ele suspirou e afastou a mão do meu rosto. Ele se levantou e estendeu a mão pra mim, com um sorriso. Eu acho que já tinha visto isso antes. Eu segurei a sua mão e levantei com sua ajuda. O céu já estava escuro.


--- Quando foi a última vez que esteve em um parque Bella?


Devo dizer a ele que o máximo que já cheguei perto de um parque de diversões foi para cortar a fita de inauguração? Acho que não.


--- Muito tempo. --- Respondi.


--- Então vamos! Ninguém devia passar mais de um ano sem visitar um parque.


 


Nós seguimos para o Brighton Píer. Uma grande píer onde havia um parque de diversões. Fomos nos carros de bate-bate. Na primeira vez Alvo foi comigo, já que eu nunca tinha dirigido nada na minha vida.


--- Você não tem um carro na sua cidade? Que eu saiba você já tem idade pra dirigir.


--- Eu tenho. Mas o meu pai acha muito perigoso eu dirigir sozinha. --- Isso não era uma mentira. Meu pai nunca me permitiu chegar perto de um volante. Uma vez Robert foi me dar algumas aulas de direção, mas papai e ele tiveram uma briga por causa disso.


--- Certo. --- Alvo estava sentado do meu lado e me ajudou a colocar o cinto. Era fácil perceber o quão próximo estava o meu rosto do dele. Por um segundo eu pude sentir a respiração dele e acho que nenhum de nós nos mexemos. Mas o barulho avisando o começo do jogo quebrou o momento e ele colocou o próprio cinto.


--- Coloque o pé aqui, assim. No caso do carro de brinquedo, não tem com o que se preocupar, é o único pedal do carro. Ele vai acelerar. --- Ele colocou uma mão em cima da minha e colocou o carrinho em movimento. Ele me mostrou como desviar dos outros e depois deixou o volante na minha mão.


Às vezes era incontrolável não acabar batendo com outro carro. E eu não conseguia me sair. No final acabávamos rindo, e ele tendo que nos livrar do aperto.


Na outra vez, eu já estava mais solta e então fomos cada um em um carro. Alvo ficava me perseguindo.


--- Isso não é justo!! Eu quase não sei dirigir esse carro sem bater no acostamento e você fica atrás de mim!


--- É pra você aprender mais rápido. Isso é aprendizado sob pressão. Estou te fazendo um favor.


--- Ah, obrigada professor, o que seria de mim sem você.


 


 


--- Ok ok, o que faremos agora? --- Alvo me perguntou olhando ao redor. Então eu vi o carrossel e não teve como eu não ir nele. Quando eu era criança eu adorava o carrossel. Lembro que uma vez eu cheguei a pedir um de presente, mas nunca ganhei. Acho que os meus pais não queriam que eu crescesse achando que poderia ter tudo o que eu queria.


Eu puxei Alvo pela mão e segui para o brinquedo.


--- O que? O carrossel?


--- Vamos! --- Nós subimos no brinquedo e eu montei em um cavalo. Alvo colocou as mãos na cintura, olhou pra mim e suspirou.


--- Ok! Mas só por que eu não quero estragar a sua animação. --- Eu bati palmas de contentamento e ele montou no cavalo ao meu lado. O carrossel começou a andar e eu não conseguia parar de sorrir.


 


Nós andamos em quase todos os brinquedos que haviam no parque. Paramos em uma barraca de tiro ao alvo, e Alvo afirmou que iria ganhar algo pra mim. No final, descobrimos que ele não era tão bom de mira assim. Ele acabou ganhando um macaquinho de pelúcia com dois pratos na mão. Alvo não ficou muito feliz com isso.


--- Posso tentar? --- Eu peguei a arma e me coloquei na posição de tiro. Ele estava com uma cara que não acreditava muito que eu iria conseguir coisa melhor que ele. O que ele não sabia é que eu fiz aula de tiro anos atrás.


Acertei três no centro e propositadamente errei alguns centímetros os outros dois. Tudo tinha que parecer sorte.


--- Então...temos uma pianista atiradora entre nós. --- Alvo brincou enquanto saíamos da barraca com o seu macaquinho e o meu urso grande. Eu fiquei com medo de que ele ficasse irritado. Rob uma vez disse que homens odiavam ser passados para trás, principalmente por mulheres.


--- Você está chateado?


--- Chateado? Por você ter atirado melhor que eu? --- Ele me perguntou com um olhar confuso. Eu confirmei com um gesto. --- Claro que não Bella! Na verdade eu estou feliz de saber da sua boa mira, assim nunca vou deixar você zangada. --- Ele riu.


Eu suspirei aliviada. De repente Alvo estava sério.


--- O que aconteceu?


--- Sabe quando eu te disse que eu não estava chateado com a historia da barraca de tiro? Eu estava sendo bonzinho. Na verdade eu estou muito chateado e só existe uma forma de eu te perdoar. E está bem na minha frente.


Eu virei na direção que ele olhava e lá estava a montanha russa.


--- Não! De jeito nenhum! --- Eu neguei. --- Não existe a menor chance de eu sentar naquilo.


--- Vamos Bella! --- A cara séria dele sumiu e agora ele estava sorrindo. Nem adianta ele vir com o sorriso dele...


--- Você não entende, eu morro de medo desse brinquedo.


--- O quê que é isso! --- Ele brincava enquanto me empurrava na direção do brinquedo.


--- Alvo! Eu vou passar mal, eu não vou conseguir me segurar nessa coisa!


--- Bela, presta atenção. --- Nós paramos perto da grade do meu pesadelo. Estávamos parados um em frente ao outro. --- Você não pode dizer que vai passar mal, ou que não gosta sem experimentar. Além disso, essa história de que as pessoas vomitam em montanha russa é só faz de conta...


Como se fosse uma mensagem dos céus, uma garota passou correndo acompanhada de uma amiga. A menina parou perto do lixo e se agachou passando mal.


--- Ai... eu nunca mais subo nesse troço... --- A garota resmungou enquanto a colega passava a mão nas costas dela em apoio.


Eu voltei o olhar para Alvo, em um sinal de "o que foi que você disse mesmo?”. Ele apenas levantou os ombros.


Mesmo com todos os sinais do meu organismo e a visão da garota passando mal, eu me vi sentada com Alvo em um dos bancos do brinquedo.


--- Não se preocupe Bella. Vamos lá, aproveite. --- Alvo segurou a minha mão para me dar coragem. Eu respirei fundo e vi o carrinho subir até o ponto mais alto do trilho. Quando o trem se largou em disparada para baixo a única coisa que pude fazer foi fechar os olhos e gritar.


 


 


--- Eu não acredito! Você viu como a gente foi rápido, dava pra ver a cidade lá do alto. --- Eu estava elétrica. Eu não sabia que podia gostar tanto de andar de montanha russa. Foi tão legal que repetimos mais duas vezes antes de considerarmos a nossa visita a Brighton encerrada.


Depois pegamos o último trem para Londres. Estávamos sentados na cabine.


--- Está vendo? Eu disse que você não ia passar mal. --- Alvo sorriu.


--- Você teve foi sorte de eu acabar gostando, por que eu podia ter acabado como aquela garota, vomitando em uma lata de lixo.


--- Você não é dessas Isabella*. Você é daquelas que levanta a cabeça e enfrenta o mundo. --- Ele olhava nos meus olhos quando disse isso. Do mesmo modo que ele fez quando estávamos na praia.


--- Como pode saber disso?


--- Está em seus olhos. --- Ele tinha um leve sorriso nos lábios quando disse isso. --- O meu pai diz que eu sou bom em ler as pessoas. E eu não costumo errar, e não sobre você.


--- Espero que esteja certo. --- Se ele era tão bom em ler as pessoas, será que ele sabia que eu e seus pais estávamos mentindo pra ele? Ele sabia  como eu me sentia quando estava perto dele?


Alvo esticou as pernas ao meu lado em cima do banco, e eu fiz o mesmo no banco dele. Ele estava olhando a janela e segurava a pedrinha que estava no colar que compramos em Brighton. Eu me encostei no banco e enquanto me deixava embalar pelo cansaço, percebi que ele não era o único que fazia isso.


 


Eu não lembro muito do percurso até a casa dos Potter. Acho que o sono me manteve aérea até que estávamos na porta de casa. Senti Alvo me chamar e ajudar a sair do carro. Eu estava segurando Ted, o urso de pelúcia, enquanto me senti ser guiada para dentro de casa. Eu sentia o braço de Alvo envolta da minha cintura e sem perceber eu tinha apoiado a  cabeça em seu ombro.


--- Vamos Bella. Vou te levar pra cama.


Eu sabia que devia falar alguma coisa a respeito dessa frase, mas eu me sentia tão bem de olhos fechados, que não reclamei.


Lembro de ser colocada em baixo dos lençois e que tiraram os meus sapatos. Ted foi colocado do meu lado, e abracei-o.


Ainda consegui sentir um beijo na testa antes de finalmente me deixar levar pela inconsciência.


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N/B: Ah! Ela voltou! E mais inspirada do que nunca. O capítulo estava maravilhoso. O Alvo é íncrivel! E para todos os leitores que pretendem visitar a Inglaterra, esse foi um guia turístico para Brighton. Sabe o que eu pensei enquanto lia? Com tanta coisa bonita nesse lugar por que é que Lídia* só olhava para os oficiais? É porque ela não tinha um Alvo e sim um Wickham* mau caráter. Desculpe gente, interatividade com outros livros.


É só. Beijos e arrivederci.


N/A 2: E então o que acharão? Espero que a visita a cidade não tenha ficado muito aborrecida. Vamos a alguns esclarecimentos:
- Voces devem ter percebido que a autora aqui é fã do Mcfly. Na verdade a Bella é muito parecida comigo em relação a seus gostos culturais. Eu não sei tocar piano, mas adoro de paixão a musica "Canon in D". Recomendo a vcs darem uma olhada. A letra da musica da cena da bicicleta vem no final da nota.
- No momento em que Alvo chama a Bella pelo seu nome, não é pra vcs se confundirem, como a minha adorada beta. O nome dela é Anabella, mas lembrem-se que ele a conhece como Isabella.
- Sobre o comentario sobre "O conde de Monte Cristo", esse filme é um outro gosto meu. E também recomendo. O com Jim Cavizel, é claro.
- A minha beta comentou sobre uma mulher chamada Lidia e Wickham. Estes dois personagens são do livro "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen. 
- Tradução da musica "Smile" de McFly:

Sorrir

Você não tem que ter dinheiro
Para viver nesse mundo
Você não tem que ser magra, baby
Se quer ser minha garota
Oh você só tem que ser feliz
Mas às vezes isso é difícil

Só se lembre de sorrir, sorrir, sorrir
E isso é um começo bom o suficiente

Então se você não é bonita,
Não deixe isso te deixar triste
E se a sua vida amorosa não vai bem, baby
Vai ter mais peixe por aí
Oh você só tem que se manter feliz,
Então deixe de lado aquela cara franzida

Então só se lembre de sorrir, sorrir, sorrir
Sorrir, sorrir, sorrir
Sorrir, sorrir, sorrir
Vamos lá, nos mostre seus dentes e o que você tem por
dentro

Porque todo mundo tem problemas
É assim que a história vai
Você não tem que se meter em encrenca, baby
Para ver o que está de baixo do seu nariz
Oh porque se está se sentindo feliz,
É esse o jeito de mostrar
Então só se lembre de sorrir, sorrir, sorrir
Para que todo mundo saiba

E isso vai tornar as coisas bem melhores
Quando está se sentindo pra baixo

Só se lembre de sorrir, sorrir, sorrir
Sorrir, sorrir, sorrir
Sorrir, sorrir, sorrir
Vamos lá, nos mostre seus dentes e o que você tem por
dentro

Só se lembre de sorrir, sorrir, sorrir
Sorrir, sorrir, sorrir
Sorrir, sorrir, sorrir

Vamos lá, nos mostre seus dentes e o que você tem por
dentro
Sorrir, sorrir, sorrir
Você tem que sorrir, sorrir, sorrir
Só se lembre de sorrir, sorrir, sorrir
E gire o mundo
 

Galera...até a proxima!
Eu ficaria muito feliz de algum de vcs comentassem a fic, ok?
E é claro FELIZ ANO NOVO!! Que ele traga muitas alegrias e criatividade para todos nós!!

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