A FORMATURA!



Parte cinco: Proposta Decente!


     O rapaz foi rapidamente para a Torre Oeste, para os dormitórios da Sala Comunal da Corvinal. Enquanto percorria o caminho pensava hora em como melhorar seu feitiço de desilusão, hora nas suas notas no teste bruxo.


     Chegando a seu objetivo James tomou um banho e arrumou-se. Ainda não carecia usar suas vestes de gala, elas seriam usadas apenas no baile. Para a formatura a veste adequada era o uniforme completo de Hogwarts, com chapéu de bico inclusive. James se olhou no espelho e achou graça no que viu, não conseguiu se lembrar da ultima vez que usou a fatiota completa, muito provavelmente não a usava dês do primeiro ano. Quando já estava arrumado entrou correndo no quarto William.


     “Estou atrasado, a cerimônia começa em vinte minutos!” Disse já despindo a roupa e indo em direção ao banheiro. “Me espere, não ouse sair desse quarto sem mim!” Ameaçou.


     James aproveitou para arrumar seu malão. Iria partir pelo fim da manhã seguinte. Sua mala era enfeitiçada, possuía três fechaduras, cada uma abria um espaço interior diferente. Dentro da primeira fechadura já estava tudo “arrumado”, no interior do baú estavam sua vassoura, caldeirão e outras “tralhas”. Na segunda fechadura também já estava tudo pronto, era lá que ele guardava seus livros, dês do fim das aulas já os havia trancafiado. A última fechadura era que ainda havia o que ser arrumado, lá estavam suas vestes, James ensacou a roupa suja e jogou lá dentro, retirou um pijama e uma roupa para o outro dia e colocou todas as peças de roupas que estavam dobradas na estante acima de sua cama no baú. Trancou e esperou mais alguns instantes até que William saísse do banho. Ao sair do banheiro o colega de quarto já estava vestido, ambos rumaram ao jardim, era lá que aconteceria a solenidade de formatura.


     Chegando ao portão principal encontraram a professora Flora Rain, ela era a professora de Herbologia. A professora estava visivelmente atrapalhada, ela dizia repetidamente:


     “Divisão por casas! Duas filas em cada casa, rapazes e moças. Divisão por casas! Duas filas em cada casa, rapazes e moças.”


     Aos poucos o que antes era uma montoeira de pessoas foi se alinhando. James era o quinto na fila masculina da Corvinal, William, o sexto. Lá fora o diretor Dippet discursava aos pais e convidados sob a difícil tarefa de formar bruxos naqueles tempos e sobre os desafios que cada um desses alunos teria de enfrentar a partir de agora. Passados alguns minutos chegou a hora de entrarem. Enquanto cortava o jardim James tentava não prestar atenção nas famílias dos outros alunos, isso iria o deprimir, mirava fixamente o local reservado aos formandos.


     Chegando a esse local todos ficaram virados para a platéia, não a encarar. James percebeu muitas famílias conhecidas os Goldestein, família de William, os Black, os Crouch, os Malfoy, os Potter, os Bagnold, enfim toda a alta sociedade bruxa. Enquanto percorria com o olhar a platéia se surpreendeu a ver seu tio materno Bartolomeu Shacklebolt. Muito pouco contato James teve com seu tio durante toda sua vida.


     A cerimônia teve continuidade, o professor Dippet chamou cada aluno para dar um certificado de conclusão de Hogwarts e os parabéns. Isso durou bastante tempo e a noite já havia caído quando finalmente teve termino o cerimonial.


     Quando todos foram cumprimentar suas famílias, James se dirigiu a seu tio, não pela expectativa dos cumprimentos, ou por ele ser o mais próximo de uma família que o rapaz possuía. Mas sim, por uma aguda curiosidade do que Bartolomeu estava fazendo ali. Bartolomeu era um homem alto de olhar fixo, como uma ave de rapina, seu temperamento, lembrava James, era explosivo. Outrora havia sido auror, mas agora sua ocupação era um mistério para James. Quando James se aproximou seu tio falou:


     “Por Merlin! Você era menor em minhas memórias.”


     “Deve ser porque em suas memórias eu poderia ter no máximo o que? Dez anos?” Brincou o rapaz. Schacklebolt deu uma breve, mas estrondosa risada.


     “Bem, gostaria de parabenizar pela formatura. É um passo importante na vida de qualquer bruxo!” Disse o senhor.


     “Muito obrigado.” Respondeu James simplesmente.


     “E agora, planos pro futuro meu rapaz? Fiquei sabendo que és muito bom em duelos, pretendes seguir o esporte?” Perguntou o mais velho finalmente introduzindo James no objetivo de sua visita.


     “Como esporte? Não, não creio. Mas nunca se sabe. Ainda não tenho previsão do que farei a seguir.” Mentiu James.


     “Bem, era sobre isso que vim falar.” Pausou por um instante. “Eu trabalho para o Ministério formando jovens aurores, há dois anos ingressou na minha turma Maximilian Bertrov, lembra-se dele?”


     “Claro que sim, bom homem. Razoável em duelos.” Maximilian havia sido integrante do Clube de Duelos da Grifinória. Nunca havia vencido um roud de James. “Como ele tem passado?”


     “Na verdade não imagino que esteja muito bem. Tem sofrido muito em minhas mãos. O treinamento não é fácil.” Explicou Bartolomeu. “Bem, ele me falou muito bem de você, da sua perspicácia em duelos. Também tomei a liberdade de verificar suas notas nos N.I.E.M.s” Pronto, estava explicado o rompimento da carta. “Embora sua nota em poções esteja aquém do necessário, acredito que tens uma vaga assegurada na Academia de Aurores.”


     James respondeu: “Fico realmente muito feliz pelo convite do senhor, sinto-me lisonjeado. Entretanto terei de declinar da oferta.”


     “Pense melhor, é uma chance de fazer a diferença! De conseguir vingança aos que os bruxos das trevas fizeram com minha irmã!” Se exaltou Bartolomeu.


     “Não tenho dúvida, mas no momento não estou interessado.” Respondeu no mesmo tom James. Nesse momento a pequena discussão já chamava a atenção de alguns próximos a eles.


     Dumbledore precisou intervir: “Bartolomeu! Há quanto tempo meu amigo. Como andam as coisas na Academia de Aurores?”


     “Estão agitadas, a guerra está durando mais do que se esperava.” Disse tentando se acalmar o sujeito. Nesse momento as atenções dos terceiros já haviam retornado para seus próprios assuntos. Bartolomeu prosseguiu se dirigindo a James. “Pense melhor, mandarei uma coruja para sua casa no final de maio, os novos pelotões se formam na segunda semana de junho.”


     “Pensarei.” Respondeu simplesmente.


     “Bem, professor Dumbledore. Tenho de ir, tenho muitas ocupações no ministério. Até mais James, fico esperando uma resposta acertada.” Disse Bartolomeu. O professor e o rapaz se despediram do sujeito de olhar de ave de rapina.


     “Bem, ainda não o parabenizei pela formatura Sr. Jugde.” Disse sereno Dumbledore.


     “Muito obrigado professor.”


     “James, quero ser franco. Desista das idéias de vingança, seu futuro é brilhante demais para acabar em tragédia.” Dumbledore parecia ser o único capaz de ler os pensamentos de James.


     “Desculpe-me professor, mas desistir disso não é uma opção.”


     “Então me prometa cuidado James, como já disse seria um desperdício muito grande um fim trágico.” Disse preocupado Dumbledore.


     “Tomarei, professor, tomarei. Agora tenho de ir professor, o baile me espera” Respondeu o rapaz.


     “Gostaria de acreditar nisso James. Até logo.”


     James saiu em disparada em direção ao castelo. Sentia-se nu diante de Dumbledore, era como se nada pudesse esconder daquele senhor de cabelos prateados. Enquanto subia as escadas móveis esbarrou com força em Patrícia que descia.


     “Ótima tentativa de se livrar do seu par!” Brincou ele.


     “Saia da frente, tenho de me arrumar.” Disse enquanto jogava o rapaz de encontro ao corrimão e abria caminho. Rapidamente ela desapareceu por meio as escadas.


     James prosseguiu até seu dormitório. Lá chegando se banhou novamente antes do baile. Quando saiu do banheiro ainda despido só com a toalha tapando suas vergonhas se admirou de constatar que William já estava fardado em um levemente desgastado traje a rigor.


     “Droga, não imaginava que estava tão ruim essa veste.” Disse William enquanto James vestia a sua, não muito melhor que a do amigo.


     “Sem drama Will, as vestes não estão tão ruim assim. Você as usou quantas vezes, duas?”


     “Bem, eu ao contrario do senhor tenho uma reputação a zelar. O que as jovens bruxas da escola irão pensar? Que sou um maltrapilho?”


     “Você está elegante, estou sendo sincero, me ajude aqui com a gravata.” Disse James, William balançou a varinha em direção do amigo e sussurrou algo incompreensível, neste momento o nó da gravata foi feito, mas quase sufocando James.


     “Ops, desculpe-me.” Disse Will afrouxando manualmente o nó. “Pronto, perfeito senhor Jugde. Vamos?” Disse com um sorriso no rosto. E assim os dois foram em direção ao Salão Principal.


Parte seis: O Último Baile!


      Chegando ao Hall de entrada do Salão Principal James sabia que deveria esperar ainda mais um pouco até seu par descer. William também esperava seu par, Susan Styler novamente. Enquanto esperava Will falava de suas aventuras vespertinas com a moça da Lufa-Lufa. Depois de muito tagarelar se deu conta de algo.


      “E você? Não me falou quem é o seu par ainda!”


      “Se eu te contasse não acreditarias.” Respondeu James lacônico.


      “Não, não vou cair nessa. Quem é a felizarda? Faz tempo que não te vejo em um encontro.” Insistiu William.


      “Um pouco mais de dois anos.” Respondeu grosseiramente. Mas prosseguiu com um tom um pouco melhor. “Meu par é a Strombird.”


      “Strombird? Patrícia Strombird? Aquela garota sombria da Sonserina?” Perguntou William incrédulo.


      “Sim, a própria.” Respondeu com um meio sorriso James.


      “Você enlouqueceu? Aquela menina me dá medo! Bem, você não tem o meu charme, mas aposto que alguma das nossas colegas da Corvinal aceitaria vir contigo.” Disse um William egocêntrico.


      “Obrigado, mas só me interessa ela. Esse não é um encontro normal.”


      “Você tem certeza, me disseram que a Joana Spinnet terminou com Richard Bones e está sem par para o baile. Aposto que ela está até com o vestido, ainda há tempo de convidar ela!” Brincou (?) William.


      “Fica quieto, deixe que cuido de meu par. Se preocupe com o seu.” Respondeu num misto de brincadeira e irritação.


     Depois de muito tempo Susan apareceu, ela estava em um belo vestido dourado e cabelos soltos, William e ela entraram no salão deixando James sozinho.


      Ainda demorou até Patrícia aparecer no hall de entrada, mas quando ela chegou valeu a pena, ela estava bela como James jamais a tinha visto. Estava em um vestido negro rasgado em uma perna acompanhado de um casaco de pele de algum animal, na cabeça os cabelos estavam presos em um coque bem trabalhado. James ficou sem reação após a chegada da menina.


      “Boa noite.” Disse ela timidamente.


      “Olá.” Disse ele ainda tonto com a beleza da moça.


      “Bem, vamos entrar.” Disse Patrícia em um tom prático.


      “Claro.” Disse James, enquanto oferecia o braço para entrar acrescentou. “Você está estonteante.”


      Ela agradeceu com um breve obrigado.


      Uma vez dentro do salão principal puderam verificar a magnitude da decoração. O Salão estava irreconhecível, as tradicionais mesas das casas haviam desaparecido e dado lugar para inúmeras mesas circulares, fartas nos quitutes mais saborosos. O encantamento do teto agora mostrava uma continua chuva de estrelas douradas. Havia as cores das casas por todos os cantos, para onde quer que olhasse havia o vermelho, o verde, o azul e o amarelo.


      “Eu disse que valeria a pena!” Disse James com um tom de ‘eu te avisei’ para a moça boquiaberta.


      “Realmente...” Disse estonteada.


      Depois de beliscarem algo para comer, James não percebera o quão faminto estava, James convidou Patrícia para uma valsa. Foram até o centro do Salão Principal e dançaram por cerca de meia hora. Não é que nenhum dos dois dançasse muito bem, mas ambos pareciam flutuar coordenados pelo salão, era como se houvesse uma conexão entre os dois.


      Conforme o tempo passava o clima entre eles se intensificava, eram perceptíveis as faíscas existentes entre os dois. Tendo se passado algumas horas, algo como duas horas, James convidou Patrícia para ir até o lago. Ambos caminharam até lá. Haviam muitos casais na beira do lago, Patrícia estava na expectativa de um beijo.


      “Bem, você me trouxe aqui para?” Perguntou ela em voz suave.


      “Bem, aqui é mais privado. Para falarmos a sós.” Respondeu sem jeito James.


      “Bem, e o que gostaria de falar?” Perguntou ela se inclinando a frente e cerrando os olhos.


      James não entendeu o recado e prosseguiu: “Bem, não quero que se assuste com minha pergunta, mas eu sei que seus pais foram assassinados.”


      “Por favor, não vamos falar desse assunto agora.” Disse vendo todo o clima sendo arruinado.


      “Desculpe-me, mas é importante eu saber. Como você se sente em relação a isso. Confie em mim, eu sei o que é essa dor.” Disse de forma suplicante.


      Patrícia não sabe exatamente o porquê, se era por causa de sua familiarização com a história de James ou se era puramente por todo charme que ele dispersava naquela noite, mas concordou com ele. “Para saber o que eu sinto tens de saber a minha história.” E começou a narrativa.

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