Nothing but truth...



“Tudo culpa de uma maldita aposta!”, eu pensava, bufante, enquanto caminhava com Rony ao meu lado. “Pior é que a aposta não é nem minha!”.


Merlin sabe o quanto eu odeio apostas e jogos de azar. São coisas simplesmente... idiotas! Não tem graça você ficar torcendo por algo que tem 50% de chances de dar certo, 50% de dar errado. É estúpido! Simplesmente é...


Bufei novamente, irritada. Era sempre assim: Harry e Rony aprontavam, eu pagava o pato! =\ Revirei os olhos, impaciente. Se pelo menos eles fossem espertos o suficiente e entrassem numa aposta que sabiam que ganhariam... mas não! Nem pra isso eles serviam! Humpf... “Nem pra manipular resultado eles prestavam!”, pensei, o sangue fervendo em meu corpo. “Droga, Merlin, só comigo que isso acontecesse!”.


- Desculpa, Mione... – Rony pediu, sem jeito, fitando os próprios sapatos – Mas vocês eram as únicas pessoas pra quem podíamos pedir isso...


Fitei-o de soslaio, séria. Ainda não acreditava que ele havia me metido nisso...


- Nunca mais aposte! – mandei, firme – Principalmente: nunca mais aposte com Malfoy!


- Eles provocaram! – o ruivo tentou se defender, como acontecera no dia anterior, quando eu soube da aposta – Além do mais, como íamos saber que a Grifinória ia acabar perdendo o jogo pra Lufa-Lufa??? Isso não é algo que acontece todo dia!


- Lei de Murphy. – disse, sem pensar.


- Lei de quem??? – ele me perguntou, sem entender.


Crispei os lábios, sem um pingo de paciência.


- Murphy. – repeti, emburrada – Quando algo tende a dar errado, acredite, dará errado. Sua aposta já começou assim. Desde quando você acredita que uma aposta com Draco Malfoy e Blaise Zabini pode terminar em boa coisa? Sinceramente, me diz!


Dessa vez foi o ruivo quem revirou os olhos.


- Não pensamos. – disse, firme – Eles estavam sacaneando o Neville. Harry e eu só nos metemos pra ajudá-lo.


- Isso é verdade! – Neville assentiu, parando ao lado de Rony, cabisbaixo – Juro, Hermione, que se pudesse, não teria metido vocês nessa!


- Não se preocupe, afinal, depois dessa aposta, nós três vamos fazer picadinho de vocês! – Gina reclamou, furiosa, andando ao lado de Harry.


- Pode apostar que vamos. – Luna completou, ironicamente, um bico do tamanho do mundo, caminhando ao lado da amiga. 


Os meninos desistiram de falar. Sabiam que estavam errados e que tínhamos todo o direito de estarmos zangadas com eles. Afinal, onde já se viu apostar com sonserinos e pôr a prêmio a cabeça das amigas???


Andávamos sem nos falar. Gina, Luna e eu estávamos muito... irritadas com nossos amigos. Era provável que, assim como na minha, diversas azarações perpassavam também pela cabeça das meninas, uma pior do que a outra. Respirei fundo, tentando me acalmar, porém sem sucesso. A cena de Rony me contando sobre a aposta voltou à minha mente como um filme de terror em preto e branco...


 


[início do flashback]


- Tínhamos que fazer alguma coisa pra defender o Neville! – Rony exclamou, os braços abertos – Não podíamos deixá-lo sozinho nessa!!!


- Ah é, aí ao invés de deixar o Neville “sofrer” sozinho, você resolveu me levar junto!!! – retruquei, furiosa – Grande amigo você é, sua besta!!!


- Ah, Mione, pega leve, vai! – ele pediu, já nervoso – Você não será a única. Malfoy disse que cada um de nós tem que levar uma amiga e você e as meninas foram as únicas pessoas que pensamos na hora!


- Gina e Luna já estão sabendo?! – perguntei, a cara amarrada.


- Harry iria falar com a Gina e Neville, com a Luna. – o ruivo me explicou, cabisbaixo – Mione, me desculpa, mas...


- “Mas” nada! – o cortei, impaciente – Vocês três agiram como completos idiotas! Sabe Merlin agora o que o Malfoy e o Zabini vão querer conosco! E se eles nos humilharem perante todos?! Me diz, como eu fico?! Como nós ficamos?!


- Estaremos com vocês. – ele me disse, tentando parecer encorajador – Além do mais, Malfoy prometeu que...


- E desde quando você acredita no Malfoy?! – eu berrei, sem me conter – Que merda, Rony!


Ele se assustou. Sabia que eu só tinha o costume de falar palavrão quando estava realmente irritada, praticamente fora de mim.


- Preferia que eu fosse sozinho? – me perguntou, sem jeito.


- Quer mesmo que eu responda?! – retruquei, quase cuspindo de raiva – Mas não tem jeito né?!


- Não. – ele assentiu, visivelmente chateado com aquela situação – Ou vocês vão conosco e fazem o que eles mandarem, ou nós três teremos que zerar a prova da Mcgonagall.


- E se vocês não zerarem a prova? – questionei, um fio de esperança ainda em meu ser – Se vocês se recusarem a zerar a prova?


- Não tem como. – explicou-me, envergonhado – Fizemos um feitiço que tornava legal a aposta. Se nos recusarmos a cumprir qualquer uma das opções, eles vão levar o “contrato” pra Mcgonagall e ela vai...


- ... expulsá-los. – completei, desgostosa – É proibido pelo regulamento apostas e jogos de azar.


- Exato. – disse, firme – Então, em tese, ou vocês vão conosco, ou nós zeramos a prova e repetimos o ano, ou somos expulsos da escola.


- Merda... – murmurei, desesperando-me. Não havia saída – Merda!


 


[fim do flashback]



Andávamos há uns quinze minutos quando chegamos a um corredor sem saída no 5º andar. Esperamos alguns segundos até que um enorme portão negro apareceu à nossa frente, revelando a entrada para a sala precisa.


Ninguém ousou se mexer, afinal, eu e as meninas não sabíamos o que nos aguardava lá dentro. Neville estava assustado demais para dar o primeiro passo. Rony, por sua vez, estava nervoso com o meu olhar assassino, provavelmente achando que eu saltaria em seu pescoço assim que ele se movesse um centímetro.


- Vamos acabar logo com isso! – Harry murmurou, um tanto impaciente, dando o primeiro passo. Parou, a mão na maçaneta e nos fitou, especificamente à Gina, Luna e, por fim, a mim – Desculpem-nos... – pediu, completamente sem jeito, abrindo a porta e entrando em seguida.


Um atrás do outro, entramos na sala, que estava imersa na escuridão. Porém, quando Luna, que fora a última a entrar, fechou a porta, uma luz fraca se acendeu, iluminando o ambiente...


Não havia nada de extraordinário no lugar. A luz vinha de uma fileira de archotes que recobria toda a extensão das paredes, em intervalos iguais de mais ou menos meio metro. As chamas eram vermelhas, o que dava um ar um tanto quanto desconfortável à sala, bom, pelo menos para mim. “Parece que fui jogada numa fogueira pra ser queimada viva...”, pensei, os ombros baixos, tentando controlar ao máximo meu estômago, que teimava em se contorcer violentamente.


No centro da sala, uma mesa redonda bem baixinha, grande o suficiente para dez pessoas. Havia uma toalha prata sobre ela, uma serpente verde bordada bem ao centro. Ao invés de cadeiras, almofadas e pufes negros. “Típico estilo sonserino...”, pensei, revirando os olhos, sem conseguir definir direito o que eu mesma sentia. Só sabia que não era nada... prazeroso... =\


Sentados, um do lado do outro à mesa, encontravam-se Blaise Zabini e Draco Malfoy.


- Ora, ora, ora...  – Zabini começou, o deboche impregnado em sua voz – Estávamos começando a achar que vocês preferiam repetir ou ser expulsos...


- Vamos acabar logo com isso. – Harry disse, sério, pela segunda vez naquele dia – O que temos que fazer?!


- Sem pressa, cicatriz... – Blaise falou, um sorriso malicioso no canto dos lábios – Vamos aproveitar essa tarde... Sentem-se, por favor! – disse, educadamente sarcástico, a mão estendida indicando as almofadas – Nos dêem o prazer de sua companhia...


Respirei fundo, tensa como nunca estive antes em mim vida. Infelizmente, não fui a única a notar isso...


- Nervosa, Granger...? – Draco me perguntou, um sorriso cínico.


Não respondi. Limitei-me a acompanhar meus amigos, que já tratavam de se sentar ao redor da mesa. Para meu azar, fiquei bem de frente para o cara de fuinha, que sorria maliciosamente.


Encontrávamos-nos assim: a partir da minha esquerda vinham Rony, Gina, Luna, Zabini, Malfoy, Neville e Harry, bem ao meu lado. Eu não sabia se chorava ou se ria da minha desgraça...


- Muito bem, estamos prontos para começar. – Zabini tomou a palavra, fingindo estar honrado por conta daquele “encontro”.


Com um manejo de sua varinha e a ajuda da sala precisa, o sonserino fez surgir em cima da mesa seis garrafas de tamanho diferentes e com líquidos de cores diferentes, oito copos (um para cada um de nós), uma pequena terrina com amendoins, uma outra com feijõezinhos de todos os sabores, uma terrina maior com pipoca salgada e mais uma com chicles de bola, bombons e caramelos. Para completar, uma travessa enorme com batata-frita. As travessas estavam dispostas de forma que todos à mesa tivessem acesso às iguarias, bem como aos guardanapos e talheres. Ri em pensamento. Aquilo parecia mais um encontro de rapazes que marcaram de assistir juntos a um jogo de futebol pela tv! Ou quadribol, porém, este não passava em televisões trouxas... Meneei minha cabeça... O que mais chamou minha atenção, contudo, foram as garrafas. “Como esses idiotas pensaram nisso???”, pensei, abobada. Uma garrafa era de cerveja amanteigada e outra, whiskey de fogo, bebidas clássicas do mundo bruxo. Até aí, nenhuma novidade. As outras, porém, não o eram. Havia uma garrafa de tequila, uma de absinto, uma de vodka pura e outra que parecia ser uma mistura de vodka com suco de limão... “Como esses idiotas me arranjaram tequila, absinto e caipirinha???”, pensava, cada vez mais surpresa, até mesmo pela última não ser sequer uma bebida típica inglesa!


Meneei a cabeça, incrédula. O que eles podiam querer, nos embebedar??? Então, meu olhar recaiu sobre um pequenino frasco ao lado das garrafas. Resolvi rir da minha desgraça...


- Tá rindo de que, sangue-ruim?! – Zabini perguntou, surpreso e irritado pela minha súbita atitude.


- Não bebo veritasserum nem que me paguem! – respondi, cética, pondo-me de pé e me preparando para sair dali.


- Faça isso e seus amigos repetem. – Malfoy comentou, a voz tranqüila, quando eu já me aproximava da porta – Ou são expulsos, na pior das hipóteses.      


Respirei fundo, tentando manter a calma. Tudo o que eu mais queria naquele momento era quebrar o pescoço daquele loiro aguado.


Voltei-me e nossos olhares se encontraram. Os lábios crispados, voltei para o meu lugar, tentando ignorar o arrepio que percorreu minha espinha quando encarei aqueles olhos acinzentados.


- Todos vamos tomar. – Zabini explicou, já que Rony e Gina abriam a boca para reclamar também – Pra não dizerem que não somos... justos... – debochou – Queremos saber certas coisas, por isso, vamos fazer desse momento algo... memorável... – completou, apontando para os aperitivos e as bebidas sobre a mesa.


- Vai funcionar da seguinte maneira. – o loiro começou, um olhar divertido em minha direção. “Desgraçado, filho da...” – Primeiramente, todos vamos tomar três gotas de veritasserum. O efeito deve durar cerca de umas quatro, cinco horas.


- E se eu não quiser tomar? – Harry perguntou ao meu lado, um olhar mortal sobre Draco.


O bastardo simplesmente sorriu de canto, vitorioso.


- Sinta-se à vontade para fazer o que quiser, Potter. – disse, dando de ombros – Só ature as conseqüências depois.


Harry resmungou baixinho algo que eu não consegui entender, mas pelo seu tom de voz e sua expressão facial, não deveriam ser elogios ao sonserino.


- Em seguida, começam as perguntas. – Zabini tomou a palavra, visivelmente ansioso – Nós faremos as perguntas, uma para cada um de vocês e, depois disso, permitiremos que vocês nos perguntem algo. Entendam bem: uma pergunta para os dois feita por apenas um de vocês! – disse, frisando bem suas palavras.


- Pra que isso?! – Gina questionou, irritada.


- Achamos ser o meio mais... interessante... de arrancar certas informações de vocês. – explicou o rapaz, sorridente.


- A cada rodada de perguntas, uma bebida será obrigatória. – Malfoy explicou, paciente – Não se iludam por achar que, já que há uma garrafa de cerveja amanteigada aqui, que vocês vão beber somente dela. 


- Mas eu não bebo álcool! – Luna comentou, nervosa, os olhos arregalados – Não posso ficar só na cerveja amanteigada?


- Hoje, você bebe, Di-Lua. – Zabini sentenciou, maliciosamente – Mas fique tranqüila. Se qualquer um de vocês passar mal, há um banheiro bem ali... – disse, apontando para uma porta no fundo da sala, que nem eu havia reparado - ... É só botar o excesso pra fora e depois voltar pra cá.


- Não vou beber até cair! – declarei, séria, meu olhar fixo no bastardo loiro.


- Você vai beber até eu dizer pra beber. – ele afirmou, o olhar preso no meu.


- Não deixaremos vocês entrarem em coma alcoólico, relaxem. – Blaise explicou, rindo divertido das nossas caras – Só queremos curtir com vocês um pouco, aproveitar que estamos no último ano...


Os dois sonserinos riram, achando graça. Malfoy, porém, não tirava os olhos de cima de mim. Aquilo já estava me incomodando...


- A comida é liberada, pobretão, por isso, sinta-se em casa. – o moreno implicou com Rony, que estava mais zangado do que nunca – Vamos começar.


- Espera! – Luna pediu, impedindo o sonserino de pegar a pequenina garrafa que continha a poção.


- O que você quer, Di-Lua? – Draco perguntou, fitando a loirinha com impaciência.


- Quando essa sessão de perguntas acaba? – ela perguntou, firme.


Os dois sonserinos se entreolharam, pensativos.


- São 16:30. – Zabini disse, checando seu relógio de pulso – Acho que até umas... 20:30 tá bom, né, Draco? – perguntou, olhando para o rapaz ao seu lado – Dá tempo de sobra pra sacanear todos eles, não é?


- Por mim, tá perfeito. – o loiro assentiu, sorrindo marotamente – Agora, respondido à sua pergunta, Lovegood, vamos começar a “festa”. – zombou, nos encarando.


É impressão minha ou ele tá doido pra ver minha reação quando eu estiver bêbada?! =\


Zabini, então, retirou a tampa do frasco que continha a poção da verdade e depositou, com o auxílio de um conta gotas, 3 gotinhas em cada um dos oito copos. Em seguida, encheu todos eles com cerveja amanteigada.


- Bebam. – Draco ordenou, a voz firme, pegando ele mesmo o próprio copo.


Admirei o vidro em minhas mãos por alguns segundos, avaliando minha presente situação. Nunca, em toda minha vida, me imaginei sentada em uma sala, um copo daqueles típicos de whiskey na mão, pronta para beber veritasserum misturado à minha cerveja amanteigada e revelar todos os meus segredos para o meu pior inimigo. Fechei os olhos brevemente. Realmente, eu vou matar o Rony depois disso!


- É pra beber, Granger! – ouvi a voz do loiro falar.


Não precisei sequer erguer os olhos, sabia bem que aquela voz grave e esnobe só poderia ser dele. “Moleque arrogante!”, pensei, virando num único gole o conteúdo do meu copo.


- Uhm... a sabe-tudo sabe beber... – Zabini debochou, sorridente, vendo-me depositar o copo com força na mesa.


Ignorei-o. Senti meu corpo vibrar conforme o líquido descia pela minha garganta. Uma onda de calor invadiu meu ser, logo depois senti frio, muito frio. Encolhi-me toda, as pernas junto ao corpo, abraçadas por meus próprios braços.


Olhei em volta, vendo que não era a única a sentir os efeitos da poção. Ao meu lado, o ruivo tinhas os pêlos dos braços eriçados e, ao lado dele, Gina afagava os braços por cima do casaco que vestia.


Respirei fundo, sentindo-me aérea. Era como se eu já estivesse bêbada, sem, porém, ter posto uma única gota de álcool na boca. Minha cabeça latejava fracamente e meus ombros pesaram no corpo... Aos poucos, a sensação de incômodo foi passando e eu pude sentir meu corpo voltando ao normal...


- Vamos testar pra ver se funcionou. – Zabini disse, sem pestanejar – Perguntinha básica na qual todos mentiriam. Alguma idéia, Draco?


- Uhm... – o idiota pensou por alguns segundos – Qual professor você mais detesta?


- Isso dá pra mentir, Draco! – Blaise comentou, dando de ombros.


- A sabe-tudo jamais falaria isso.  – o desgraçado explicou, indiferente – Se funcionar com ela, funciona com todos. E então, Granger? Que professor você mais detesta? – ele tornou a perguntar, encarando-me dessa vez.


Senti minha língua coçar para responder e antes mesmo que eu pudesse me conter, disse:


- Sibila Trelawney.


- Isso não é nenhuma novidade! – o moreno tornou a reclamar, ainda sem se convencer – Temos que fazer outra pergunta a ela!


- Hei, já me fizeram uma. Essa rodada pra mim, já passou! – reclamei, amarrando a cara.


- Ela tem razão e... – mas Malfoy calou-se no mesmo instante.


- Vocês concordaram!!! – Zabini exclamou, abrindo um largo sorriso – Quer dizer que a poção funcionou!


O loiro me fitou de soslaio, como se quisesse deixar bastante claro que o único motivo pelo qual ele algum dia viria a concordar comigo seria justamente por estar sob o efeito da veritasserum. Meneei a cabeça, ignorando aquele idiota.


- Bom, agora todo mundo responde a mesma pergunta feita à Granger pra terminarmos essa 1ª rodada. – Blaise disse, tranqüilamente – Weasley, você é o próximo. Vamos em sentido horário!


- Snape. – Rony disse, aparentemente surpreso por não conseguir impedir sua boca de responder.


Severo Snape também foi a escolha de Gina, Luna, Harry e Neville. Os sonserinos, por sua vez, escolheram Mcgonagall e Trelawney, sendo esta última a escolha do loiro aguado.


“Concordaram de novo?!”, Zabini comentara assim que o amigo deu sua resposta. Draco preferiu ignorar o comentário maroto revirando os olhos e bufando, impaciente.


- Nossa vez de perguntar. – Gina falou, o olhar estreito.


- Perguntem. – Zabini disse, animado ao extremo – Mas não se esqueçam que é uma pergunta pra nós dois e que só um de vocês pode perguntar.


O outro sonserino, porém, não parecia tão animado com essa idéia.


Nos entreolhamos, decidindo quem iria formular a primeira pergunta. Coube a mim a tarefa, já que eu havia sido a primeira a responder.


- Por que, realmente, vocês quiseram fazer essa brincadeira? – disse, sem meias palavras.


- Tava a fim de curtir com a cara de vocês. – o moreno respondeu sem pensar, um sorrisinho nos lábios.


Malfoy, pude ver, mordeu o lábio inferior antes de dizer:


- Queria saber mais sobre vocês.


- Muito vago. – Gina rebateu, indignada – Tem algo por trás disso!


- A pergunta foi feita e respondida, cabeça de fósforo! – ele retrucou, zangado – Próxima rodada: vodka!


Meu estômago revirou, nervosamente, e eu fechei meus olhos por uns segundos. “Merlin, não me faz passar mal, por favor...”, implorei mentalmente, vendo o filhote de trasgo encher os copos com a bebida trouxa. “Melhor, não me faz vomitar...”.


- Minha vez de perguntar. – o moreno disse, maliciosamente – São virgens?


O copo em minhas mãos se espatifou no chão em mil pedacinhos.


- Nervosa, Granger...? – o loiro murmurou novamente, zombeteiro, limpando o estrago que eu fiz com um aceno de varinha e conjurando um novo copo para mim. Tornou a enchê-lo, seu olhar atento às minhas reações.


- Respondam e bebam. – Zabini ordenou, olhando para Rony, que seria o primeiro a começar.
 
- Não. – meu amigo respondeu, ficando mais vermelho do que nunca, virando o líquido de uma só vez, fazendo uma careta ao final.


Notei que Gina tremia dos pés a cabeça. Também... =\


- Não... – ela disse num fio de voz, bebendo tudo de uma vez e escondendo a face em seguida nos joelhos, tão vermelha quanto o irmão.


- Como é que é?! – Rony estorou, furioso. Sabia que ia ser assim quando ele descobrisse...


- Ihhhhhh, escondendo os segredinhos da família, hein, Weasley... tsc tsc tsc... – o moreno zombou, divertido.


- Com qu...


- Cala a boca! – eu mandei, nervosamente, tapando a boca do ruivo com uma mão – Do contrário, ela vai ter que responder e eles vão descobrir! – murmurei no ouvido dele, bem baixinho – Deixa ela contar tudo pra você depois!


- Você sabia?! – ele me perguntou, uma expressão de espanto e fúria no rosto.


Respirei fundo e assenti. Fazer o que, não dá pra mentir com veritasserum!


- Di-Lua... – Draco falou, indicando que Luna continuasse o jogo.


- Eu...er... não... – minha amiga respondeu, bebendo e ficando roxa.


- Mas essas meninas estão me saindo melhor do que a encomenda... – Zabini comentou, divertido – Bom, minha vez, certo? Ãh.... lógico que não! – virou seu drinque, rindo - Draco?


- Não. – o sonserino limitou-se a dizer, bebendo e se voltando para Neville, aguardando sua resposta.


- Não. – o rapaz disse, envergonhado. Bebera antes de responder, tamanho nervosismo.


“Por essa eu não esperava!”, pensei, surpresa. Notei que não fui a única, pois até mesmo Rony, que estava furioso com Gina, fez uma careta de assombro.


- Longbotton... – Malfoy murmurou, sarcasticamente – Quem diria...


- Potter? – Zabini disse, esperando a resposta.


- Não. – bebeu.


Eu senti o olhar ferino de Rony, que passava por mim, na direção do amigo. Tinha certeza que ele se perguntava se a primeira vez de sua irmã havia sido com seu melhor amigo.


- Granger...? – o moreno tornou a dizer, esperando minha resposta.


Merda!!!


- Sou. – disse, a contragosto, virando tudo de uma vez. Meu estômago reclamou e meus olhos se encheram de lágrimas no mesmo instante. “Droga, isso é forte!”.


- Pelo menos uma! – Zabini me zoou, rindo alegremente.


Revirei os olhos, irritada, porém, com o olhar estreito e malicioso que Draco me lançava. Como eu queria poder voar no pescoço dele...


- Nossa vez. – Neville disse, acho que já encorajado pela bebida – Com quem foi a primeira vez de vocês?!


Ele perguntou o que a maioria de nós queria saber. Eu, particularmente, não tinha nenhum interesse naquela informação. Porém, quem sabe, no futuro, aquilo não poderia me vir a ser útil?


- Parkinson. – os dois disseram em uníssono.


“Sabia que era uma vadia!”. Ri internamente.


- 3º rodada: whiskey de fogo!


Minha cabeça girou só de pensar. Peguei um bombom e comi, pois sabia que beber álcool em jejum fazia mal. Sempre é bom ter um docinho pra equilibrar, manter o nível de glicose no sangue... Fitei Luna, que não estava acostumada com aquilo, e indiquei que ela fizesse o mesmo. Minha amiga copiou meu gesto no mesmo instante.


- Com quem foi a primeira vez de vocês? – o bastardo, filho da p*ta do loiro perguntou, dando o troco.


Dessa vez foi Gina quem deixou espatifar o copo. Bom, pelo menos me livrei por uma rodada, afinal, ainda era virgem... Pelo menos pra isso minha ausência de vida sexual serviu! =)


Depois de Rony quase me acertar tentando partir a cara de Harry ao meio por ele ter sido o primeiro parceiro de Gina, o jogo continuou. Luna teve sua primeira relação com, quase enfartei quando ouvi, o lindo e fofo Miguel Córner. Malfoy e Zabini já sabíamos; Neville foi com, quase enfartei de novo, Lilá (Rony o encarou, realmente chocado); e Harry, com Gina. Esses dois pelo menos foi romântico e disso eu sabia, afinal, eles se amavam. Além disso, mesmo eu pedindo, Ginevra não me poupou dos detalhes. =\ Rony fora com Allegra Angels, da Corvinal.


No terceiro copo já estávamos mais pra lá do que pra cá. Luna e Neville pareciam os mais enjoados. Eu e Gina estávamos meio zonzas e o restante dos rapazes, porém, nem haviam se abalado. “Bando de cachaceiro...”, pensei =\


- Vocês são comensais? – Harry perguntou, furioso, sem esperar.


Eu sabia que ele iria ficar com raiva por conta da revelação que fizera. Agora, meu amiguinho queria dar o troco novamente e, pelo que deduzi, conseguiu.


Malfoy e Zabini se entreolharam, as expressões sérias. O clima silencioso pairou no ar por poucos segundos, indicando o quão tenso a situação era.


- Não. – Zabini foi o primeiro a admitir – Pode conferir se quiser! – debochou, tentando fazer uma graça, estendendo os braços e puxando as mangas da camisa que usava.


Draco disse “não” logo em seguida e, a julgar pelo olhar cínico que ele me deu, eu, com certeza, deixara transparecer minha surpresa. Tudo bem, ele nos ajudou na guerra e tudo mais, blá blá blá, mas... Ah, desconfiança sempre persiste, né???


- Caipirinha. – o loiro disse, indicando o que viria na rodada seguinte. Distribuiu as bebidas e, depois de comer alguns feijõezinhos, perguntou – Já ficou com alguém dessa sala?


Pronto, fudeu!”.


- Já. – Luna respondeu, dando de ombros e bebendo em seguida.


Epa, com quem que ela ficou que não tô sabendo?! Pelo sorrisinho discreto da Gina, boa coisa que não era...


- Ahãm. – o moreno assentiu apressado – Draco?


Aparentemente, o loiro também não sabia de tal fato. “Será que... nãããooo!!!”. Com um olhar de “depois quero saber dessa história direitinho”, Malfoy negou, sendo seguido pela negativa de Neville.


Harry, por sua vez, afirmou, afinal, era público e notório que ele e Gina estavam juntos, namorando firme.


Chegou minha vez e o que a minha língua não conseguiu evitar???


- Sim. – respondi, tratando de beber a caipirinha o mais rápido possível.


Todos os olhares fixos sobre mim. Corei intensamente, mas fingi que não era comigo, afinal, não iria dizer que já havia ficado com o ruivo ao meu lado! “Deve ser efeito da bebida...”, pensei, contendo o riso. Virei-me para Rony e, com uma sobrancelha erguida e uma cara de pau atípica, esperei sua resposta.


- J-Já... – ele balbuciou, entornando o líquido de uma só vez.


Gina e Luna se entreolharam, depois me fitaram fixamente. Fechei os olhos, comendo uma batata-frita, por sinal muito boa. Senti tudo ao meu redor girar. “Que legal, já tô ficando bêbada!”, pensei, divertida. Ih, já tô bêbada, tô me divertindo com tudo... :p


Depois da afirmativa da ruiva, veio o absinto. Adorava o cheiro daquilo! Sempre tive vontade de experimentar, pois o cheiro adocicado era excelente, porém, sempre me faltou coragem. Pelo menos pra isso essa aposta me serviu! =)


- Hei, falta a nossa pergunta pra vocês! – a loirinha lembrou bem.


Acabou que Gina perguntou o porquê deles não terem se tornado comensais. Novamente o clima esfriou. Pra nossa surpresa, nenhum deles quis. É isso mesmo, não se tornaram comensais porque não quiseram! Oo


Com a chegada do absinto, um sorriso involuntário brotou em meus lábios. Aproximei o copo do meu nariz, sentindo o delicioso aroma do líquido esverdeado. “Hum........”, pensei, satisfeita.


Apoiei meus braços estendidos em meus joelhos, que continuavam juntos ao meu corpo, e apoiei minha cabeça neles. Olhei para frente e vi que Malfoy me observava atentamente, um sorriso no canto da boca.


“Sexy...”, pensei... QUÊ???? Me assustei com meu próprio pensamento. Sacudi  cabeça, piscando algumas vezes, apagando o que acabara de pensar. “É a bebida!”, pensei para mim mesma.


- Qual sua posição favorita? – Zabini questionou, um sorriso maroto.


É, pelo visto seria assim: eles perguntando sobre nossa vida amorosa e sexual, nós querendo saber sobre a vida “maligna” deles. “Maligna”???, repeti pra mim mesma, uma careta diante da palavra. “Não consigo nem mais articular as palavras direito!”.


Pela seqüência, era a vez do próprio rapaz responder e ele tratou logo de dizer:


- Vai-e-vem.


Abaixei meu rosto, escondendo-o entre os meus braços, enquanto ele bebia sua dose de absinto. Meu rosto estava vermelho e minha vontade de rir, quase incontrolável. Quando ergui minha cabeça, notei que todos me olhavam. Draco e Zabini riam enquanto meus amigos me encaravam, assustados.


- Quê que foi? – perguntei, sem entender.


- Como você sabe que posição é essa??? – Rony me perguntou, sério.


Olhei-o sem entender. Meus olhos, então, passaram do ruivo para Gina, em seguida para Luna, Harry e Neville.


Estalo...


“Ai, que merda, eles não sabem que posição é essa!!!”, entendi, ficando sem graça na mesma hora.


- Eu leio. – minha língua respondeu antes mesmo de eu conseguir formular uma explicação. Ainda bem que não entrou em maiores detalhes...


Corei mais ainda, sem jeito.


- Parece que a sabe-tudo sabe tudo mesmo... – Malfoy murmurou, zombeteiro, agitando seu copo e me fitando.


Meu ventre se contorceu violentamente com aquele olhar... Era diferente de todos os outros que ele já havia me dado durante todos esses anos... Ou será que era o efeito da bebida que já havia muito subido minha cabeça?


Que seja, só sabia que me subiu um calor naquele momento... Mordisquei meu lábio inferior e respirei fundo, pedindo a Merlin calma.


- Que posição é essa??? – Luna quis saber. Na hora errada...


- Responde, Granger. – Zabini pediu, rindo, divertido – Você adora responder a todas as perguntas!


Luna, eu te mato!”.


- Vai-e-vem... er... – comecei, sentindo meu rosto esquentar – Bom... o cara senta de... de pernas cruzadas e... você senta... er... no colo dele... passando as pernas pela cintura... – inspirei, buscando forças para continuar, minha língua coçando para explicar - ... Então, vocês começam a se balançar... pra um lado e pro outro... – disse, notando depois que eu mesma estava balançando para frente e para trás - ... devagar... aumentando o ritmo... conforme forem... conforme foram chegando lá... – terminei, tornando a afundar minha cabeça em meus braços.


Zabini e Malfoy riam sem parar.


- Draco, sua vez. – o moreno disse, sem parar de rir.


Olhei para frente, curiosa ao extremo. Da onde surgiu tanto interesse pela vida sexual da doninha, nem eu mesma sei. Só sabia que estava me roendo pra saber a resposta.


 Vi que o sonserino pensou por uns instantes, provavelmente decidindo entre as milhares que já usara... “Idiota!”, pensei.


- Dificil... – murmurou, baixinho, um sorriso safado no canto dos lábios.


Bufei, impaciente. Seu sorriso aumentou ainda mais depois da minha atitude.


- “Amazing butterfly”. – disse, como se sempre soubesse daquela resposta. Ainda me fitando, sorveu o líquido esverdeado e... piscou um olho!


Draco Malfoy piscou um olho pra mim!!!!!!!!!!! Oo Que merda, doninha filha da  p*ta! E eu sou outra filha da p*ta, tadinha da minha mãe, porque fiquei... er... animada!Que merda!”, pensei, sentindo meu corpo todo vibrar com aquele simples gesto cretino de um cretino sexy. “Ele não é sexy!!!”, me corrigi, séria. Mas meu ventre nem queria saber. Se contorcia loucamente como nunca senti antes e, pra meu desespero, algo pulsava loucamente entre minhas pernas... Oo


Respirei fundo, tentando me conter. “Que, diabos, está acontecendo?!”, pensei, encarando fixamente o líquido em meu copo. Meu corpo reagindo ao Malfoy??? Só posso estar muito, mas muito bêbada!!!


E por que, diabos, ele fica me encarando??? Balancei rapidamente meu copo, vendo o líquido se agitar, pensativa. Só havia uma explicação: ele também deveria estar muito bêbado!!!


Por sorte, o gesto foi tão rápido que aparentemente ninguém percebeu. Ainda bem, pois eu não agüentaria segurar o Rony mais uma vez, que, com certeza, iria querer pular por sobre a mesa, voando em cima do trasgo à minha frente.


Olhei para o lado e vi que Neville tremia violentamente. Merlin, eu estava furiosa com os garotos, mas não queria que nenhum deles passasse mal! Ele estava com uma expressão estranha na face, que eu, apesar do meu estado lastimável, pude notar muito bem que estava que nem meu absinto: verde!


- Neville. – chamei, preocupada. Ele me olhou, assustado – Tá tudo bem?


- Uhum... – murmurou, voltando a mirar o chão.


Não, ele não estava nada bem! Ai, Merlin, quê que eu faço???


- Sua vez, Longbotton. – Zabini disse, rindo divertido, comendo alguns caramelos.


Neville tremeu mais ainda se era possível.


- Gosto do tradicional. – disse, corando intensamente – Papai e mamãe.


Virou tudo num único gole, mas ele se engasgou no final. Os dois sonserinos riam, achando graça da cena. Eu sabia que aquilo não era bom.


Neville fechou os olhos e levou a mão à boca. Eu sabia o que aquilo significava. Pus-me de pé o mais rápido possível, quase caindo com a súbita tonteira que tive. Corri até ele e, puxando-o pelo braço, levei-o até o banheiro, trancando a porta em seguida.


O que veio em seguida não foi nada agradável... =\


Olhei para o teto, rezando para não passar mal também. Meu estômago já estava embrulhado só de ouvir os sons que meu amigo fazia, agachado ao meu lado, segurando-se firmemente no vaso sanitário.


Puxei-lhe os cabelos para trás, evitando que o vômito pudesse respingar neles. Neville me encarou, mais pálido do que jamais estivera em toda sua vida. Puxei uma toalha que tinha pendurada ao lado da pequenina pia e sequei-lhe o suor da testa. Ele sorriu, agradecido.


- Relaxa que isso passa. – disse, tentando acalmá-lo.


Ele tentou sorrir, mas uma nova onda de enjôo invadiu-lhe, obrigando-o a se virar novamente para o vaso. Fechei meus olhos, enjoada.


Ouvi batidinhas leves na porta, mas estava muito mal para responder. Neville grunhiu algumas vezes e eu tornei a secar o suor em seu rosto.


- Granger, abre essa porta. – Malfoy pediu, sério.


- Ele tá passando mal. – disse, com dificuldade – Não vou deixar vocês debocharem dele mais ainda!


Bateu novamente.


- Qual é, Granger, abre logo! – disse, e eu pude notar, apesar do barulho ao meu lado, um tom de preocupação na voz do loiro – Só quero ajudar! – disse, firme.  


Olhei para o meu amigo, que parecia cada vez pior. Meneei a cabeça, confusa. Não sabia direito o que fazer.


- Abre! – Malfoy tornou a pedir.


- Merda... – murmurei, erguendo-me um pouco, sem soltar os cabelos de Neville, e destrancando o trinco da porta.


Malfoy abriu-a logo em seguida, olhando-nos, sério. Entrou no banheiro e trancou a porta, ajoelhando-se do outro lado de Neville. Ligou a torneira da pia e, depois de molhar suas mãos, colocou-as na nuca de Neville. Meu amigo se arrepiou todo e eu o abracei, instintivamente.


- Continue a secar o suor dele. – Malfoy me disse e eu o obedeci prontamente. Agora, ele molhava os cabelos de Neville, jogando-os para trás.


Nossos dedos se tocaram e dessa vez eu me arrepiei toda. Ele pareceu sentir alguma coisa também, mas se esforçou para não demonstrar. Voltou a molhar a cabeça do rapaz entre nós, seus olhos fixos, mais do que o necessário, no que fazia.


- Está melhor? – perguntou depois de um tempo ao moreno.


- Uhum. – meu amigo tornou a murmurar, num fio de voz.


- Ele precisa ir pra ala hospitalar. – eu disse, receosa que, se ele bebesse mais um pouco, poderia acabar desmaiado na nossa frente.


- Tá muito mal? – Malfoy tornou a perguntar, olhando para a face pálida de Neville.


O grifinório meneou a cabeça, mas parou quase no mesmo instante, tamanha dor que sentiu. Fez uma careta horrível.


- Merda! – o loiro resmungou, pondo-se de pé e puxando Neville pelos braços – Vamos, eu ajudo você a levá-lo. – disse, me encarando.


Pus-me de pé e o ajudei a sair com Neville do banheiro.


Na sala, todos pareciam preocupados. Fitei meus companheiros de Casa, incrédula por ter tido ajuda de um sonserino, não de um grifinório, mas logo entendi o porquê. Gina e Luna não estavam em sua melhores condições, não podiam fazer muita coisa. Harry, por sua vez, parecia muito tonto, porém não dava indícios de que iria vomitar. Rony parecia ser o mais sóbrio de todos, porém, sua preocupação toda estava dirigida para a irmã caçula, que o abraçava, tentando se recuperar da bebedeira.


- Já voltamos. – o loiro disse, sério, olhando para o amigo – Ninguém sai daqui! – completou, firme.


Eu o fitei, incrédula. Ele só podia estar de brincadeira! Visivelmente, ninguém conseguiria beber mais um copo de álcool sem vomitar. Até mesmo Zabini, que sorria, não parecia estar em seus melhores dias. Porém, fiquei quieta. Minha maior preocupação, naquele momento, era Neville, em meus braços.


Segurei-o pela cintura, pondo um braço dele sobre meus ombros. Malfoy fez o mesmo do outro lado. Saímos da sala precisa, direto para a enfermaria.


- Eu falo. – ele sentenciou, baixinho, quando entramos na ala hospitalar.


Pensei em discutir, mas minha cabeça latejou e eu acabei desistindo.


- Mas o que diabos está acontecendo aqui?! – ouvi Madame Pomfrey dizer, no que soou como um grito em minha cabeça.


Ela veio correndo em nossa direção e nos ajudou a deitar Neville em uma das camas.


- Está bêbado. – Malfoy declarou, no que eu mesma me assustei ao ouvir ele dizer a verdade. Porém, lembrei-me que ele só podia dizer a verdade, afinal, ainda estávamos sob o efeito da veritasserum.


- Por isso que eu detesto esse passeios à Hogsmeade. – a enfermeira declarou, irritada, pondo um pouco de uma poção numa taça e a entregando a Neville – Sempre tem um que abusa da cerveja amanteigada e vem parar aqui!


Lembrei-me que hoje era dia da nossa última visita ao povoado antes das provas finais. Provavelmente, ela deveria estar pensando que Neville havia bebido demais no Três Vassouras e por isso havia ido parar ali.


Abri a boca para dizer a verdade, mas Malfoy apertou minha mão com força, aproximando-se de mim.


- Ela não lhe fez uma pergunta, por isso, trate de fechar o bico! – disse, baixinho, ao pé do meu ouvido.


Pisquei algumas vezes, surpresa com nossa proximidade. Meu baixo ventre se contorceu, freneticamente. Pude sentir o perfume dele de tão próximo que estávamos. Tinha um cheirinho tão bom... leve... refrescante... Mordi meu lábio inferior no mesmo instante, deliciada...


- Também está bêbada, senhorita Granger?! – Madame Pomfrey me perguntou, tirando-me de meus devaneios.


- Sim. – minha língua ferina respondeu no mesmo instante.


- Não tanto quanto Longbotton. – Draco completou, vendo o olhar de espanto da enfermeira sobre nós.


- Tome isso! – disse, entregando-me a taça que Neville bebera com uma nova dose de poção.


Bebi e fiz uma careta. Ânsias de vômito invadiram meu ser no mesmo instante. Me encolhi e, qual não foi minha surpresa, senti os braços de Malfoy me puxarem contra si, tentando me esquentar. Agarrei-me a camisa dele, sem pensar duas vezes, escondendo minha face em seu peito largo... definido... Minha intimidade pulsava dolorosamente... “Agora, não...” pensei, ainda encolhida junto a ele.


- Vai melhorar em alguns instantes. – ela me informou, um tom de reprovação na voz – Acho melhor parar de beber por hoje!


Malfoy murmurou alguma coisa, mas eu não consegui entender o que era. Minha cabeça doía mais ainda depois que tomei aquela maldita poção. Senti-o me puxar em direção à saída, ainda abraçado a mim. Respirei fundo e, quando dei por mim, já estava do lado de fora da ala hospitalar.


- Ele vai ficar bem. – Draco disse, encostando-me em uma parede para que eu pudesse descansar.


- Como você me impediu de falar a verdade? – perguntei, sem me conter.


Ele revirou os olhos, contrariado por ter que responder a minha pergunta.


- Você só é obrigado a falar a verdade se te perguntarem alguma coisa. – explicou-me, um tanto impaciente – A partir do momento que te fazem uma pergunta, você deve uma resposta e ela deverá ser verdadeira. Porém, se apenas fazem um comentário, você não é obrigado a dizer nada, apenas a ouvi-lo. É o mesmo procedimento se estivéssemos sóbrios, quero dizer, sem termos tomado veritasserum. Respondemos as perguntas que nos fazem, mas não necessariamente emitimos sempre uma resposta a um comentário. A diferença é que, sob o efeito da poção, somos obrigados a não mentir.


- Quem te ensinou isso? – quis saber, os olhos fechados, a cabeça recostada na parede.


Ele bufou, provavelmente irritado por ter que me responder novamente.


- Snape. – disse, sério – E chega de perguntas! – reclamou, zangado, antes que eu pudesse fazer mais uma e ele se visse obrigado a responder.


- Obrigado por ter me ajudado... – murmurei, cansada, abrindo finalmente meu olhos.


- Queremos curtir com a cara de vocês, não matá-los. – explicou, secamente.


Pegou uma mecha dos meus cabelos e a pôs detrás de minha orelha, a bela face impassível. Fechei os olhos, apreensiva. “Bela face”???, pensei comigo mesma. Eu só posso estar muito mal mesmo...


- Granger... – me chamou, baixinho. Abri os olhos e reparei que ele estava muito próximo, a poucos centímetros do meu rosto. Arrepiei-me no mesmo instante.


Murmurei alguma coisa quase inaudível, indicando que estava escutando. Os belos olhos cinzas me encaravam, fixamente. Nunca antes havia percebido que eles eram extremamente... lindos. Me perdi neles por alguns segundos, até que a voz de Malfoy quebrou o silêncio.


- Você ficaria comigo? – perguntou, firme, sem deixar de me fitar.


Abri a boca, incrédula com a pergunta e antes mesmo que eu pudesse me conter, disse:


- Sim.


Desespero. “O que foi que eu fiz???”, pensei, apavorada. Abri a boca diversas vezes, mas não havia o que dizer. Não poderia mentir, mas por essa resposta nem eu mesma esperava. Jamais pensei que eu pudesse responder que “sim” a essa pergunta feita por ele. Pra falar a verdade, jamais pensei que algum dia ele pudesse vir a me perguntar uma coisa dessas.


Se meu ventre se contorcia antes, agora ele dava voltas e mais voltas. Meu desespero devia estar evidente em minha face, pois Draco se aproximou ainda mais, um sorriso no canto dos lábios... Ondas de calor invadiram meu ser uma após a outra... Fechei meus olhos, involuntariamente...


A mão dele desceu até minha cintura, apertando-me lentamente... Seu corpo sobre o meu... causou-me mais arrepios... Senti os lábios dele encostarem em minha orelha, sugando-a demoradamente... Por que eu não o mandava parar??? Porque, visivelmente e, internamente, eu também estava querendo aquilo...


- Muito bom saber disso... – murmurou, maliciosamente, sugando brevemente minha orelha e se afastando de mim.


Senti como se tivesse levado um soco no estômago. Abri os olhos, minha boca entre aberta devido ao choque. Deslizei pela parede, lentamente, até encostar no chão. Às pernas junto ao corpo, larguei minha cabeça, deixando-a pender por entre meus joelhos.


Deveria ter devolvido a pergunta, assim ele também seria obrigado a me responder. Faltou coragem. E se ele disse “não”? Sentiria-me humilhada, pois saberia que aquela seria a mais pura verdade. Fechei os olhos, sem saber o que fazer. Aos poucos, meu corpo foi melhorando, não da vergonha que eu sentia, mas da bebedeira. A poção que Madame Pomfrey havia me dado estava surtindo seu efeito e eu me sentia melhor, sem tonteiras ou náuseas.


- Precisa de ajuda pra ficar de pé? – ouvi-o perguntar.


Ergui a cabeça, surpresa por ele ainda estar ali. Fitava-me intensamente, do final do corredor.


- Não. – respondi, respirando fundo.


- Pois então venha. – disse, um sorriso zombeteiro – Ainda temos uma aposta para terminar!


“Mas que filho da p*ta!”, pensei diversas vezes enquanto caminhávamos de volta à sala precisa.


Silêncio. Olhava para meus próprios pés a cada passo que eu dava. Quinze minutos depois, estávamos de volta à minha desgraça, o meu “carrasco” sorrindo, marotamente ao meu lado...


- Pois bem, vamos continuar a festa. – o loiro desgraçado disse, voltando para seu lugar ao lado de Zabini.


- Como está Neville? – Luna me perguntou, preocupada.


Aparentemente, o tempo que ficamos fora foi o suficiente para que eles também melhorassem, pelo menos um pouco, do excesso de álcool que bebíamos.


- Vai ficar bem. – respondi, sentando-me entre Rony e Harry – Madame Pomfrey está cuidando dele. Mais tarde ele já deve estar recuperado.


- É melhor pararmos com isso. – Harry disse, encarando raivosamente os dois sonserinos – Ou vocês querem mandar a todos nós para a enfermaria?!


- Já disse que daqui ninguém sai até as 20:30. – Zabini repetiu o que aparentemente havia dito enquanto estive fora – Agora, tequila!


“Fudeu em dobro!”, pensei, suspirando em seguida. Se havia algo pior que whiskey de fogo, apesar de eu nunca ter tomado nenhuma das duas bebidas, essa eu tinha certeza, era a tequila.


- Você esqueceu do essencial. – Draco brincou, sorridente, fazendo um manejo com a própria varinha e fazendo surgir uma travessa com fatias de limão e sal.


- E olha que eu ainda não tava bêbado! – Zabini assentiu, rindo, alegremente – Mas, antes, temos que continuar a rodada anterior. Potter, sua vez. Qual sua posição favorita???


- Bomba-relógio. – meu amigo respondeu, sorvendo todo o absinto, uma cara vermelha, tanto de raiva quanto resultado do efeito do álcool.


- Granger, sabe essa??? – Zabini perguntou, fitando-me, divertido.


“Ai, que ódio!!!”.


- O cara fica sentado numa cadeira enquanto a garota senta de frente para ele, como se sentasse simplesmente de frente para o encosto da cadeira. – comecei, o rosto quente e o sangue fervendo de raiva – A garota começa a sentar devagar, sendo penetrada lentamente, numa espécie de ângulo de 90 graus. Satisfeito?!


Zabini gargalhou diante da minha resposta, assentindo com um aceno de cabeça. Malfoy apenas me fitava, zombeteiro. “Desgraçado!”.


- Hora de saber sua posição favorita. – disse-me, uma sobrancelha erguida e um olhar malicioso.


- Esqueceu que sou virgem?! – rebati, indignada – Nunca fiz nenhuma!


- Isso não quer dizer que você não possa ter uma preferida. – respondeu, pacientemente.


- Mas, eu...


- Qual sua posição favorita? – perguntou, para que eu não pudesse mais fugir da resposta.


Respirei fundo, mais desesperada que nunca.


- Abraço total. – disse, envergonhada – Na parede.


Draco umedeceu os lábios com a própria língua... Respirei fundo, tentando me controlar. Minhas mãos tremiam e formigavam ao mesmo tempo... Lembrei do que ele fez do lado de fora da enfermaria... Contive um gemido por pouco... Bebi o absinto lentamente, não contendo um sorriso... Ninguém merece, estava voltando a ficar bêbada! “Bom, pelo menos isso é muito!”, pensei, tentando ao máximo ignorar o olhar do sonserino sobre mim, satisfeita após beber meu drinque.


Depois de ouvir que Rony gostava de “cowgirl”, Gina optando por bomba-relógio, assim como Harry fizera, e Luna escolhendo a missionário, partimos para mais uma rodada. “Droga, nunca mais vou esquecer isso!”, pensei, desgostosa. Para meu azar, mesmo bêbada, eu continuava com minha imaginação fértil. Não foi dificil imaginar cada um deles naquelas posições... Arrepiei-me incomodamente...


Zabini, então, começou a nos explicar como deveríamos beber a tequila, detalhando todo o procedimento, desde colocar o sal entre os dedos até o último passo, que seria chupar a fatia de limão. Para nossa sorte, creio eu, eles maneiraram na quantidade da bebida, botando não mais que um dedo em nossos copos. Porém, não era isso que me preocupava, mas, sim, o fato de ser Malfoy quem iria fazer a próxima pergunta.


- Nossa vez de perguntar. – Gina interrompeu o loiro, que já se preparava para falar.


- Quê que você quer saber, ruiva?! – Draco perguntou, impaciente, comendo mais feijõezinhos.


- Vocês já se masturbaram pensando em algum de nós? – Rony perguntou, um sorriso maroto nos lábios.


Essa eu queria ver.


Draco e Zabini se entreolharam, o loiro lançando um olhar de “tá vendo? Satisfeito?!” ao amigo. O sonserino, porém, meneou a cabeça, sorrindo, sem deixar de se divertir.


- Lógico que não! – disse, dando de ombros, pegando um bombom da terrina – Nem que vocês fossem os únicos seres da face da Terra.


“Credo, que cara grosso!”, pensei, indignada.


- Já. – a resposta de Draco chamou minha atenção.


Choquei! Notei que ele desviou do meu olhar inquisitivo. Realmente, eu jamais entenderia aquele loiro maluco!


O moreno, por sua vez, fitou o amigo, lançando o mesmo olhar que Draco lhe lançara rodadas atrás, indicando que gostaria de saber daquela história.


- Nossa vez. – Blaise disse por fim, voltando-se para Draco – Quer perguntar?


- Devolvo a pergunta. – disse, sério – Já se masturbaram pensando em algum de nós?


Todos negamos. Minha cabeça girou violentamente depois da tequila. Encolhi-me, sentindo meu estômago queimar.


- Sua vez. – Zabini disse, fitando-nos.


- Por que ajudaram a Ordem na guerra? – Luna quis saber, os olhos brilhando e a face avermelhada pelo álcool.


Todos aguardamos, ansiosos.


- Não concordava com todas as idéias do Lorde das Trevas. – Zabini começou, encarando a parede lateral – Entre eles e vocês, já sabem quem acabei escolhendo.


Ninguém disse uma palavra. Aquele era um assunto muito delicado para se fazer piadinhas. Aguardamos, então, a resposta do loiro. Eu, particularmente, mais interessada do que todos...


- Não sou ruim. – disse, fitando os próprios pés – Nem um assassino. Assim como Blaise, não concordava com o mestre plenamente e, além disso, não queria me tornar como meu pai...


A voz de Draco morreu em sua garganta e eu senti pena dele. Abracei minhas pernas fortemente, fitando-o por cima de meus joelhos. Nossos olhares se encontraram e, sem saber o porquê, eu sorri.


Ele desviou os olhos e pegou um caramelo, contendo um sorriso também.


- Voltando ao que interessa! – Zabini disse checando seu relógio e mudando rapidamente de assunto – São 18:15. Ainda temos um pouco mais de duas horas com vocês. Então, próxima rodada, cerveja amanteigada e...


Mas Luna saiu correndo na direção do banheiro. Só em pensar em beber mais alguma coisa, seu estômago revirou e ela foi fazer o que Neville havia feito ainda há pouco.


Já estava de pé quando Gina disse que cuidaria de minha amiga por mim. Agradecida, sentei e esperei. Só então reparei o quão cansada eu estava. E quão bêbada...


Minha cabeça girava lentamente, eu me sentia meio aérea. Estava consciente de meus movimentos, de minhas atitudes e pensamentos, mas era como se, ao invés de pensar antes de agir, eu simplesmente fosse movida por uma força maior. Sorri de canto e afundei o rosto em meus braços. Senti um braço forte me puxar e notei que era meu amigo ruivo. Rony me fitava, bondosamente.


Deixe-me levar, sendo puxada delicadamente para seu colo. Aninhei-me em seu peito, deixando-me levar pelo cafuné que agora ele fazia em meus cabelos. Suspirei pesadamente, começando a sentir muito sono. Minha cabeça doía. Retirei o elástico que prendia meu cabelo num rabo-de-cavalo, aliviando a pressão, voltando em seguida a me aninhar nos braços dele. Fechei os olhos, ignorando os comentários maldosos que Blaise fazia do outro lado da mesa. “Idiota!”, pensei. Novo suspiro...


Abri os olhos quando vi Gina sair com Luna ao seu lado, minha amiga pálida como nunca.


- Preciso ir até a ala hospitalar. – a loirinha disse, visivelmente mal, os olhos marejados de lágrimas – Tô muito enjoada... 


- Eu te levo. – Draco disse, calmo, pondo-se de pé no mesmo instante.


Fiquei surpresa com aquela atitude, afinal, seria a segunda vez que ele ajudaria um de nós naquele dia. Se bem que o fato de Neville e Luna terem passado mal foi, em parte, culpa de sua aposta idiota.


Ele saiu com Luna carregada nos braços, pois minha amiga tinha dificuldade para andar. Gina foi com eles, pois queria ter certeza de que nossa melhor amiga ficaria bem. Então, tudo o que podíamos fazer era esperar...


Adormeci nos braços de Rony, sentindo-me protegida. Cochilei não sei por quanto tempo, mas quando acordei com ele me chamando baixinho, reparei que Draco já havia voltado, porém, sozinho.


- Onde estão as meninas? – perguntei, nervosa, pois estava preocupada com elas.


- Ficaram na enfermaria. – o loiro me respondeu, atraindo minha atenção para si – Deixei Lovegood numa cama e a ruiva numa cadeira próxima. Como ela também não me parecia bem, afinal, estava com uma cara de quem poderia vomitar a qualquer momento, decidi deixar as duas por lá mesmo. Madame Pomfrey está cuidando delas.
 
- Obrigada. – murmurei, sem nem sequer saber o porquê.


Espreguicei-me e voltei para o meu lugar, esfregando o rosto com as duas mãos, tentando me despertar por completo. Comi uns bombons que Rony me ofereceu, sem sequer sentir o gosto direito.


Restavam, então, apenas nós cinco. Três grifinórios e dois sonserinos...


- 7ª rodada. – Zabini anunciou, mais alegre que o normal, pondo cerveja amanteigada em nossos copos, mais na mesa que nos copos – Se pudessem escolher, onde transariam aqui na escola?


Respirei pesadamente diante da nova pergunta íntima. Pelos meus cálculos, era a vez de Draco responder, visto que, na rodada anterior, eles não haviam respondido, já que retornaram a pergunta feita por Rony .


- Vestiário do campo de quadribol. – o loiro disse, pensativo.


- Ainda não fez isso em todos esses anos??? – o amigo perguntou, incrédulo.


Draco negou com um aceno de cabeça, virando o conteúdo de seu copo.


- Você já? – perguntou, sorridente.


- Toda hora! – o sonserino respondeu, rindo sem parar.


Para minha surpresa e dos demais presentes, Harry disse “sala do Snape”. Até Rony riu com os sonserinos.


Meu amigo, envergonhado, bebeu todo o líquido, fazendo uma careta ao final.


- Por que, diabos, você gostaria de transar na sala do Snape? – o ruivo quis saber, curioso.


Notei que sua voz já estava um tanto arrastada e pastosa, efeito de toda a bebida que já havíamos consumido.


- Gostaria de ver a cara de Snape se me pegasse ali! – Harry respondeu, nervosamente.


Eu não me contive e ri também. No final, até mesmo meu amigo riu.


- E você, Granger? – Zabini perguntou, lágrimas nos olhos de tanto rir.


- Vestiário de quadribol. – disse, surpreendendo a mim mesma. Meneei a cabeça, ainda sem acreditar no que falara, e bebi minha cerveja amanteigada.


- Depois diz que não gosta de quadribol... – Rony debochou, sem parar de rir.


Fitei-o, séria, mas logo caí na risada junto. “Merlin, mais bêbada, impossível!” pensei... ou foi algo parecido com isso, não lembro mais.


Não me importava com mais nada. Meu corpo estava presente, minha cabeça em outro lugar. Me sentia bem e mal ao mesmo tempo... É uma loucura o que a bebida é capaz de fazer com as pessoas!


Rony optou pela torre de astronomia e Zabini, pelas estufas.


- Nossa vez. – Rony declarou, deixando um caramelo cair no chão e apanhando outro – O que, diabos, vocês vão fazer com essas informações que estamos dando???


Tentei concentrar toda a minha atenção nos dois rapazes, pois, basicamente, meu futuro e de todos os meus amigos dependeriam dessa resposta.


Zabini pensou por alguns segundos, servindo-se de mais um copo de cerveja amanteigada e bebendo em seguida.


- Vou zoar vocês pelo resto da vida. – disse, tranqüilamente, rindo feito um bobo.


Menos mal, pelo menos nada indicava que ele repassaria tais informações adiante. Malfoy, por sua vez, me encarou, novamente daquele jeito que ele nunca havia feito antes. Ou melhor, fizera pela primeira vez nessa mesma sala, momentos antes.


- Nada. – disse, levantando-se e indo em direção ao banheiro. Andava meio tonto, mas mantendo uma linha reta.


- Passando mal, cara? – Zabini perguntou, agora realmente preocupado.


- Não. – o loiro respondeu, fechando a porta atrás de si.


Voltou minutos depois, o que deu a entender que ele fora apenas usar o banheiro.


- 8ª rodada: vodka. – ele disse, sentando-se e pegando a garrafa em cima da mesa e começando a nos servir.


Deitei de costas no chão, sem me importar. Joguei um braços sobre os olhos e pedi para Merlin que me protegesse. Não queria ter o mesmo destino que Neville, Gina e Luna tiveram...


O piso estava frio e eu logo me arrepiei. Ouvi Rony perguntar se estava tudo bem e eu afirmei com um polegar estendido. Estava muito cansada para ficar sentada.


- Sua vez de perguntar. – ouvi Blaise dizer, provavelmente olhando para o amigo ao seu lado.


- O que gostariam que seu parceiro ou parceira fizesse para excitá-lo antes de fazerem sexo? – o loiro desgraçado perguntou, um tom maroto na voz.


“Isso lá é pergunta que se faça?!”, pensei, revirando os olhos por debaixo do braço. Mas também, depois de tudo que já havíamos respondido ali... Resolvi prestar atenção, esperando Harry responder.


- Strip-tease. -  meu amigo respondeu, a voz embargada.


Não agüentei e virei para o lado, rindo sem me conter. “Maldita imaginação fértil!”, pensei ao ver nitidamente em minha cabeça minha amiga ruiva remexendo de um lado para o outro, começando a tirar suas peças de roupa para Harry, que estava sentado numa cama, embasbacado.


Meu riso foi acompanhado pelo de Zabini e Draco.


- Ah, é, engraçadinha, e o que você gostaria? – Harry me perguntou, a cara amarrada.


Me sentei, tentando recuperar o fôlego antes de responder.


- Desculpa. – disse, ainda secando as lágrimas que rolavam pelo meu rosto – Foi sem querer!


- Qual é sua resposta, Granger? – Draco me perguntou, olhando-me incessantemente. Mordia o lábio inferior, ansioso pela minha resposta.


Respirei fundo e pensei por uns segundos, pois realmente não fazia a mínima idéia do que responder.
 
- Eu não tenho uma idéia específica sobre preliminares. – disse, sinceramente, afinal, ainda estava sob efeito da veritasserum. 


Além do mais, tudo bem, eu sabia certas coisas, conhecia certas posições e tudo mais, mas não era uma perita no assunto. Não tenho uma vida sexual ativa e muito menos sou pervertida o suficiente pra viver lendo livros e artigos sobre o assunto! =\


- Mas você deve gostar de alguma coisa. – Draco ponderou, sem sequer piscar, um sorriso maroto nos lábios – Qual é, Granger, faz uma forcinha e pensa...


Não sei porque, mas obedeci. Então, veio a resposta:


- Que me pegue de surpresa e me faça massagem na nuca e no pescoço... – respondi, passando eu mesma a mão pelo meu pescoço e bebendo meu drinque.


Rony, Harry e Zabini me encararam, uma expressão confusa em suas faces. Provavelmente achavam que aquilo não era grande coisa. Ah, que se dane, o gosto é meu!


Rony e Zabini, tarados ao extremo, optaram por sexo oral. Eu ri, a bebida já nas alturas, esperando apenas pela resposta do loiro que, eu podia estar bêbada, mas não era cega, percebi muito bem que não deixara de me olhar um segundo sequer. A bebedeira falando mais alto, devolvi o olhar, uma sobrancelha erguida. Queria saber a resposta...


- Mordidinhas no pescoço. – disse, virando sua dose num único gole, sorrindo, alegremente.


Um sorriso de tirar o fôlego... sensual... sedutor...sexy...


Tá, tudo bem, eu já estava pra lá de bêbada, pois a vontade que eu tive foi de pular por sobre a mesa e beijá-lo incansavelmente. Aquilo estava ficando perigoso... perigoso demais...


Meio desapontado com a resposta do amigo, Zabini nos mandou perguntar algo. Harry, então, abriu o maldito bico.


- Vocês transariam com alguma das pessoas que já estiveram aqui hoje? – perguntou, servindo-se de mais uma dose, dessa vez de cerveja amanteigada, e bebendo em seguida.


- Não, obrigado! – Zabini respondeu, rindo – Mas acho que posso arranjar outro sonserino se você ainda tiver afim, cicatriz. – debochou, tirando sarro do meu amigo.


Para minha surpresa, Harry e Rony riram sem se conter. Incrédula, revirei os olhos e ri também. Ôh, bebedeira...


- Eu, sim... – Draco respondeu, um sorriso no canto dos lábios, atraindo nossa atenção. Agitava seu copo vagarosamente - ... mas só se fosse com você, Granger. – disse, fitando-me intensamente, seu belos olhos cinzas brilhando sem cessar.


Eu fiquei quieta, vendo-o sorver lentamente o líquido em seu copo. Os três rapazes caíram na gargalhada, bêbados por completo. Provavelmente achavam que o efeito da poção da verdade já havia passado no loiro ou simplesmente não assimilaram o efeito de suas palavras. Fosse o que fosse que Draco pretendia, só sei que meu estômago tornou a se contorcer e dessa vez, tinha certeza, não era por conta da bebida. Minha calcinha, úmida, sentia a pulsação frenética de minha intimidade... “O quê que um loiro zombeteiro não é capaz de fazer com uma grifinória mais bêbada que Hagrid em dia de ceia de Natal...?”, pensei, suspirando...


Uma nova piscadinha de olho... Novos arrepios em meu ser...


- Penúltima rodada, whiskey de fogo. – Zabini anunciou, começando a por bebida em seu copo, mas derrubando na mesa.


- Inútil, passa isso pra cá! – Rony reclamou, fazendo uma careta diante da sujeira feita pelo rapaz; puxou a garrafa da mão do sonserino e começou a servir a todos nós.


Realmente, aquilo havia virado uma verdadeira festa!


- Minha vez de perguntar. – o moreno disse, a voz engrolada – Já viram um casal transando?


- Lógico que já, existe filme pornô pra que?! – a besta do ruivo ao meu lado exclamou, mais alto do que o necessário, os braços abertos, a garrafa de whiskey de fogo ainda na mão.


- Não, seu animal, tô falando na vida real! – o sonserino explicou, rindo divertido, da confusão do grifinório. Harry era outro que ria sem se controlar – Já pegaram alguém dessa escola no flagra???


Era minha vez de começar a responder.


- Já. – disse, minha língua coçando desesperadamente.


- Quem??? – os quatro me perguntaram em uníssono.


Virei meu copo de uma só vez, criando coragem.


- Várias pessoas. – respondi, rindo em seguida – Sou monitora-chefe, esqueceu? Pego muita gente nessas rondas noturnas!


- Conta quem foi! – Rony disse, os olhos brilhando de ansiedade – Pelo menos um casal vai...


- Conta, Granger, por favor... – Zabini pediu, acompanhando o pedido do meu amigo ruivo.


Ri mais ainda, pegando um bombom e o colocando inteiro na boca.


- Os últimos foram Pansy Parkinson e Vincent Crabbe. – disse, vendo os dois sonserinos se chocarem.


- Quando foi isso??? – Draco me perguntou, evidentemente surpreso.


- Semana passada. – disse, dando de ombros – Não lembro o dia. Estavam na antiga sala em que tínhamos aula com o Binns.


- Granger, eu te amo, sabia??? – Blaise exclamou, correndo até mim, tropeçando algumas vezes. Abraçou-me e me deu um beijo estalado em cada bochecha – Você me deu o motivo pra zoar a Pansy pelo resto dos dias dela! – disse, alegremente, me dando um novo beijo, dessa vez na testa, e voltando para seu lugar, tropeçando mais algumas vezes.


Eu fiquei estática, sem reação. Harry, Rony e Draco riram da cena.


- Sua vez de perguntar. - o moreno disse, feliz, bebendo seu drinque – Não!!! – disse, voltando a encher seu copo – Sua vez, Weasley! Esqueci que só a Granger respondeu a nossa pergunta.


Todos rimos, achando graça na estupidez do sonserino.


- Peguei Dino e Lilá uma vez no nosso dormitório. – disse, sem se importar, virando seu copo de uma só vez – Eles estavam na minha cama, filhos da p*ta! Enchi o Dino de porrada naquele dia!


Voltamos a rir, Rony enchendo seu copo novamente com whiskey e bebendo.


- Hei, não acaba com isso, não! – Zabini reclamou, puxando a garrafa para si e a abraçando contra o peito – Bom, eu peguei Pansy e Draco uma vez, deprimente isso!


O sonserino virou o conteúdo de seu copo, tornando-o a enchê-lo em seguida. Todos riam, exceto Draco e eu. Por que meu sorriso morrera, eu não sei, só sabia que não tinha nenhuma vontade de rir daquilo. Simplesmente não achei graça.


O desgraçado, cara de fuinha loira, por sua vez, pareceu ficar sem graça. Encarou os próprios joelhos, como se eles fossem a coisa mais interessante do mundo.


- Draco, sua vez! – Zabini disse, cutucando o amigo – Já pegou quem no flagra?


- Ninguém. – disse, de imediato, bebendo metade do conteúdo de seu copo – Parece que não tenho tanta sorte quanto vocês. – completou, sorvendo o restante de seu whiskey de fogo.


- Potter? – Blaise perguntou, servindo a si mesmo e a Rony com o restante de whiskey que sobrara na garrafa.


Harry riu antes mesmo de responder.


- Sou o mais azarado! – disse, rindo sem se conter – Peguei a Parkinson com Flint uma vez, logo depois do jogo da Grifinória contra Sonserina no primeiro ano.


- Mentiraaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!! – Rony e Zabini disseram em uníssono.


- Sério! Não te contei, não??? – perguntou, voltando-se para o ruivo ao meu lado.


- NÃO!!! – ele exclamou, sorridente.


- Ah, então eu devo ter esquecido! – disse, dando de ombros e os três voltaram a rir, bebendo mais uma dose, dessa vez, acabando com a cerveja amanteigada.
 
- Potter, você é outro que amo agora!!! – Zabini anunciou, os olhos cheios de lágrimas – Agora, vou poder zoar a Pansy até depois da morte dela!!!


Até eu esbocei um sorriso, pois nenhum deles sabia mais o que estava dizendo.


- Nossa vez! – Rony disse, a voz pastosa, um sorriso débil no belo rosto – O que vocês dois pretendem fazer depois da escola?


- Faz uma pergunta decente, Weasley! – o moreno retrucou, pondo mais bebida no copo do ruivo – Toma, bebe e formula de novo. Ora, eu, hein, seja mais específico! Tenho mil e uma coisas que pretendo fazer depois que sair de Hogwarts!


Rony bebeu, derramando metade da vodka em suas vestes.


- Que profissão... Nãããoooo, isso é muito idiota. – pensou novamente – Pretendem continuar na Ordem depois da escola?


- Euuuuuuuuuuu, não! – Zabini disse, rindo bobocamente, bebendo o restante de vodka que havia diretamente do gargalo – Quero ser jogador profissional de quadribol! – respondeu, convicto – Vou fazer teste pro Chudley Cannons e aposto que vou passar!


- Eu também vou fazer teste pra lá!!! – Rony berrou ao meu lado e eu tapei o ouvido, rindo dele.


- Nãããoooo!!!! – Zabini disse, incrédulo – Mas isso é motivo pra se comemorar!!!! – exclamou, indo até meu amigo e o abraçando pela lateral do corpo com um braço – Toma! – disse, enchendo o copo de ambos com caipirinha – Um brinde a nós, futuros jogadores do pior time da Inglaterra!!!


- À nós! – Rony assentiu, virando seu copo de uma só vez depois de tocar, num brinde, no copo do moreno. 


- E você, Malfoy? – Harry perguntou, fitando o loiro com atenção, bom, a restante que ele possuía – Vai continuar na Ordem???


- Vou. – o loiro assentiu e meu coração quase saltou pela boca. “Que reação idiota, Hermione Granger!!!” – Conversei com alguns membros, entre eles Tonks e Remo e eles disseram que eu posso fazer o curso de aurores do Ministério e depois ingressar na Ordem como membro ativo de fato.


Ele não parecia mais bêbado, porém, eu não estava em condições reais de afirmar isso. Ainda estava meio aérea. O sonserino me fitou rapidamente, mas eu desviei o olhar, sem saber direito o porquê. Senti meu rosto esquentar, provavelmente eu estava corando.


- 10ª e última rodada! – Zabini anunciou, no que Harry e Rony reclamaram – Desculpem-me, rapazes, mas a bebida tá acabando! – ele zombou, sorridente, servindo-nos caipirinha – Quem mandou só ter pinguço e cachaceiro nessa sala!!!


Todos nós rimos.


- O que vocês acharam desse porre??? – o moreno perguntou, sem se importar se era sua vez ou não de questionar.


Draco revirou os olhos, provavelmente achando tola a pergunta.


- Eu aaaaaaaaaaadorei!!! – Rony disse alto, sem pestanejar, virando sua caipirinha em três goles – Definitivamente, precisamos repetir a dose!


- Eu também gostei, cabeça de fósforo! – Zabini declarou, bebendo seu drinque – Vamos marcar de novo. Nunca achei que passar quatro horas com vocês e descobrir sua vida íntima fosse tããããão divertido! – disse, rindo, animado.


- Semana que vem??? – Rony perguntou, estendendo a mão para o sonserino – Depois das provas finais??? 


- Bebida é por sua conta! – o moreno assentiu, apertando a mão do ruivo e o puxando para um abraço.


Juro que, se eu não estivesse ali, não teria acreditado se me contassem! Oo
 
- Tô dentro! – Harry se auto-convidou, erguendo os braços no ar, deixando metade de sua caipirinha cair – E eu também me amarrei nesse porre!


- Draco? – Zabini perguntou, fitando o amigo, um braço anda nos ombros de Rony, que servia o resto da bebida no copo de ambos.


- Gostei. – ele se limitou a dizer, olhando-me de soslaio, um olhar que me fez perder o fôlego – Mesmo tendo que aturar o vômito do Longbotton e a loucuras que a Di-Lua disse no caminho até a enfermaria! – completou, sorrindo para os outros rapazes e virando seu copo de uma só vez – Espero que você também tenha gostado. – disse, voltando-se para mim em seguida, a voz grave me causando arrepios.


- Gostei, sim! – disse, consciente de que estava ficando vermelha de novo. Virei minha caipirinha num único gole quando o vi sorrir de canto novamente. O maldito sorriso que,eu tinha certeza, não sairia mais da minha cabeça dali pra frente.


- Bom, meu povo, é isso aí!- o moreno declarou, olhando para seu relógio – São 20:25, mas podem deixar que o titio aqui vai libera vocês mais cedo hoje. – brincou, no que Harry e Rony fizeram um coro de “Aeeeee, viva ao titio Zabini!!!”.


Draco e eu nos entreolhamos e rimos sem nos conter. Eram três crianças bêbadas que estavam ali!


- Eu vou indo que quero ver como minha namorada está! – Harry declarou, pondo-se de pé com dificuldade.


- Que nada! Tu quer mesmo é traçar a ruiva hoje! – Zabini debochou, levando um cutucão de Rony em seguida.


- Olha o respeito! Estamos falando da minha irmã caçula!!! – sentenciou, sério, também se pondo de pé.


- Eu vou pra uma sala vazia terminar de tomar isso! – o sonserino disse, pegando a garrafa de tequila e a terrina com sal e limão e indo em direção à porta.   


- Posso ir junto??? – o ruivo quis saber, o olhar brilhante de ansiedade em cima da garrafa de tequila.


- Promete não vomitar?! – o moreno quis saber, uma sobrancelha erguida.


- Palavra de grifinório! – Rony assentiu, rindo, divertido.


Bom, não havia mais nada para eu fazer ali. Levantei-me, Harry segurando em minha cintura quando eu pendi para o lado meio zonza.


- Você tá bem? – ele me perguntou, preocupado, vendo eu caminhar em direção ao banheiro.


- Bebi líquido demais. – limitei-me a dizer, abrindo a porta e entrando.


- Te espero aqui. – disse, paciente.


- Precisa, não. – respondi, sorrindo carinhosamente – Não vou pra torre agora mesmo. Pode ir, vejo você mais tarde!


- Vai pra onde? – quis saber, curioso.


- Caminhar por aí. – disse, impaciente – Posso ir agora???


Ele riu e assentiu, vendo que eu já me contorcia de tão apertada que estava. Fechei a porta e não quis saber de mais nada. Limpei com um feitiço rápido o vaso sanitário, pois não queria correr nenhum risco, afinal, Neville e Luna passaram por ali! Quando terminei de fazer minhas necessidades, lavei as mãos e olhei minha face no espelho que havia sobre a pia.


Até que não estava como uma cara horrível, apenas um tanto... amassada, digamos assim. Meus cabelos estavam revoltos e marcados pelo elástico, mas num volume até que aceitável. Ensaboei minhas mãos novamente e lavei o rosto, tentando tirar aquela aparência de que eu acabara de acordar depois de uma noite mal dormida. Enxagüei e joguei uns dois jatos de água na boca, tentando tirar o gosto de álcool. Sequei minha face, agora me sentindo mais apresentável. Virei um pouco minha cabeça pra cada lado, sentindo tudo girar, analisando o que fazer com meu cabelo. Respirei fundo, esperando que as paredes parassem no lugar, e conjurei um pente.


Depois de tirar alguns nós do meu cabelo, resolvi prendê-lo num meio rabo de cavalo, deixando apenas alguns fios soltos na frente. Gostei do que vi, afinal, não dava pra melhorar muita coisa. =\


Ajeitei minha bata branca com florzinhas vermelhas e conferi se estava tudo certo com minha calça preta justa. Não notando nada de diferente, saí do banheiro, vendo que os rapazes já haviam saído. Estiquei meus braços para o ar, espreguiçando-me demoradamente...


- Pensei que não fosse sair nunca. – pulei no mesmo instante, assustada.


Olhei em direção à mesa e lá estava Draco, sentado no mesmo lugar. Tomei um susto daqueles, afinal, eu olhara diretamente para a porta, onde Harry, Rony e Zabini estavam antes. Havia me esquecido completamente da mesa. =\ “Idiota!”, pensei de mim mesma comigo mesma.


Meu coração acelerado, respirei fundo, aproximando-me de onde ele estava.


- Tava me esperando? – perguntei, confusa, lembrando do que ele falara.


- Uhum. – ele assentiu, um sorriso bobo nos lábios – Senta. – completou, oferecendo-me o lugar que antes era de Zabini.


Olhei-o, desconfiada, uma sobrancelha erguida.


- Não vou te morder, relaxa! – assegurou, sorrindo, tranqüilamente.


Pude notar que o sorriso dele era branco e brilhante, o que me fez perder mais ainda o fôlego.


- O que quer? – perguntei ainda de pé, sem me conter.


- Conversar com você. – disse, pegando a única garrafa que restara à mesa, a de absinto, e depositando parte do conteúdo em seu copo – Quer? – me ofereceu, polidamente.


Respirei fundo e cocei a cabeça, em dúvida. Ah, que seja! Depois do dia de hoje, nada que nós dois pudéssemos vir a conversar, isso se viéssemos a conversar depois do dia de hoje, poderia ser tão comprometedor depois do que ele já me ouvira dizer. E, além do mais, era absinto o que ele estava me oferecendo!!! =)


Caminhei até ele e me sentei ao seu lado, as pernas cruzadas uma em cima da outra, estilo chinesinho. Ele sorriu, satisfeito, e pôs um pouco de absinto em um copo para mim.


- Pensei que você fosse passar mal que nem suas amigas. – me disse, sincero, entregando-me o copo.
 
- Parece que tenho mais resistência ao álcool... – calei quando nossos dedos se tocaram, a segunda vez aquele dia - ... do que... do que imaginava... – continuei, porém com dificuldade.


Ele riu, divertido.


- Voe é uma incógnita, Granger. – o loiro disse, ainda sorridente – Acho que nunca vou entender você.


- E você quer? – perguntei, minha língua ainda coçando. “Droga, ainda não passou o efeito da poção!”, pensei, aflita.


Ele me fitou profundamente, como se entendesse o que eu pensava.


- Eu disse que a poção poderia durar umas 4 ou 5 horas. – explicou, calmo – Temos ainda meia hora de efeito sobre nós.


Assenti com um movimento de cabeça, pensativa e sem graça.


- Você ainda quer saber? Se eu quero entendê-la?


- Uhum. – assenti, nervosa pela resposta.


- Sempre quis entendê-la. – explicou-me, sorvendo um gole de sua bebida, apreciando o gosto doce – Do trio grifinório, você é a mais... complexa. – disse, rindo ao final.


- Bom saber que você me acha estranha! – disse, seca, bebendo um gole do meu drinque.


- Você gosta disso, não? – me perguntou, um sorriso no canto dos lábios, depois da minha tentativa frustrada de evitar meu sorriso quando engoli o líquido.


- Uhum. – tornei a assentir, mais alegre, chacoalhando meu copo levemente.


O loiro segurou minha mão, impedindo que eu balançasse o copo. Fitei-o no mesmo instante, tentando ao máximo ignorar as reações do meu corpo diante daquele toque delicado e, ao mesmo tempo, possessivo.


- Eu não disse que você era estranha. – disse, sério, o olhar preso ao meu.


- Então pode ir tratando de me explicar o que você quis dizer. – pedi, firme, sustentando o olhar fixo dele, minha intimidade pulsando horrores – O que você quis dizer com eu ser complexa?!


- Você não é uma pessoa fácil de se entender. – ele começou, soltando minha mão para puxar a terrina com bombons para perto de nós e comendo um – Você é muito cricri! – alfinetou, rindo em seguida.


Revirei os olhos, impaciente.


- Você fica linda quando faz isso. – disse e, pela expressão que fez, depois, de espanto, sua língua coçara e acabara expressando um pensamento que não era para ser dito.


Quê que eu podia fazer depois de uma declaração dessas??? Corei!!!!! =\ Tinha certeza de que estava mais roxa do que Rony costumava ficar.


Draco também ficou sem graça.


Silêncio...


- Tá, mas continua! – incentivei, bebendo mais um gole de absinto, minha nova droga – Sou cricri e o que mais???


- Chata! – ele alfinetou, piscando um olho, divertido, ao ver que eu ainda falava com ele.


- Hei, você ainda está sob efeito da veritasserum, seu mala! – rebati, porém, rindo, divertida.


- Nojenta. – implicou novamente, comendo mais um bombom.


- Seboso!


- Hei, esse é o Snape!!! – disse, fingindo estar extremamente ofendido.


Ri sem me conter.


- Bobona! – implicou, me cutucando na cintura.


Pra que???? Me contorci toda e ele abriu um enorme sorriso maroto... Um sorriso maravilhosamente maroto...


- Quer dizer que esse é seu ponto fraco, é...? – murmurou, maliciosamente, mordendo o lábio inferior, um olhar safado.


- Pára, Malfoy! – pedi, tentando não rir, me contorcendo de novo quando ele repetiu o gesto.


- Agora que não paro mesmo!


E sem esperar, ele começou a me cutucar por toda a minha cintura, fazendo-me cosquinhas. Eu ria e me contorcia que nem uma maluca idiota, como sempre acontecia quando alguém fazia isso, pedindo para ele parar.


Malfoy não parava. Agora, todos os dedos dele estavam em minha cintura, me cutucando, fazendo com que eu me contorcesse de um lado para o outro, rindo, quase sem ar. Empurrei as mãos dele como pude e tentei me levantar rápido, fugindo dali... Apoiei-me no chão com uma mão, mas ele foi mais ágil e me puxou de volta pela cintura, deitando-me no chão.


- Daqui você não sai tão cedo! – exclamou, divertido, pondo um joelho em cada lado do meu corpo e me prendendo entre suas pernas.


Voltou a fazer cócegas e eu ria, sem parar, me debatendo entre suas pernas. Tentei a todo custo segurar-lhe os pulsos, mas ele era mais rápido do que eu. Ou, simplesmente, eu estava com meus reflexos lentos por causa da bebida. É, provavelmente era isso...


Só sei que eu ria e gemia feito uma idiota, implorando para ele parar.


- Pára, Malfoy, por Merlin... – pedia, as lágrimas nos olhos de tanto rir – Eu já tô sem ar...


Nada feito. Continuou naquela brincadeira por alguns minutos, parando somente quando eu já estava vermelha de dar risadas.


Respirei fundo diversas vezes, buscando por ar. Meu peito arfava, subindo e descendo incontrolavelmente. Joguei minha cabeça para trás, uma mão em meus olhos fechados, tentando me acalmar. A outra mão encontrava-se em minha barriga, cuja lateral estava descoberta pois, na brincadeira, minha blusa subiu um pouco.


Abri os olhos e o vi ali, sentado em cima de mim, um sorriso maravilho nos lábios. Sorri e revirei os olhos, encantada.


- Você é um idiota, sabia? – murmurei, sorrindo, pondo um braço por detrás da minha cabeça.


Era estranhamente bom ter ele ali... em cima de mim...


- Sabia! – assentiu, rindo alegremente, inclinando-se e pegando seu copo sem, contudo, sair de onde estava.


Sorveu metade do líquido, fitando-me pelo canto do olho.


Eu voltei a respirar fundo, buscando por ar, dessa vez sem ser culpa das cócegas que ele havia me feito... Observei-o atentamente, tornando a fechar os olhos por alguns segundos.


O jeito como o cabelo liso caía-lhe no rosto, por sobre os olhos, era simplesmente incrível... Dava um ar maroto aquele rapaz que, por si só, já fazia metade das garotas daquela escola suspirarem por ele. Agora eu entendia bem o motivo... O rosto de Draco era expressivo, algo que dificilmente se grava na memória, pois sempre que você deslumbrasse aquela face, a sensação seria de como se a estivesse olhando pela primeira vez... Lábios finos na medida certa, perfeitos para aquele sorriso sexy de canto de boca... Nariz levemente arrebitado, dando um ar de arrogância... Os olhos mais fantásticos da face Terra...


- Quer? – abri os olhos para ver ele me oferecer um bombom.


Ergui a mão da minha barriga para aceitar o doce, mas ele a desviou com um movimento. Levou o bombom até minha boca, obrigando-me a respirar fundo novamente antes de retirar o doce de seus dedos, com meus lábios... Ele sorriu... Eu quase enfartei...


- O que mais eu não sei sobre você...? – murmurou para si mesmo, fitando-me, marotamente, de soslaio.


- Tanta coisa... – eu respondi, zombeteiramente.


- Tirando sua vida e preferências sexuais... – ele começou, no que eu cobri o rosto com as mãos, sem graça. O loiro riu, reclinando-se mais uma vez em direção à mesa – O que mais eu não sei??? – perguntou, sorridente.


Fitei-o por entre os dedos, vendo que ele, agora, segurava dois copos.


- O que você quer saber? – questionei, tirando meu copo de suas mãos, bebendo um gole.


- Está gostando de mim aqui?
 
- Estou... DESGRAÇADO!!! – berrei, incrédula, vendo-o se apoiar em meu joelho e rir sem parar.


“Filha da p*ta, sacana, bastardo!”.


- Você esta gostando de ficar aí??? – devolvi a pergunta, uma sobrancelha erguida, furiosa por ter dito que gostava dele em cima de mim.


- Adorando! – assentiu, piscando um olho e sorvendo o último gole de seu copo.


Revirei os olhos, tentando ignorar novamente as respostas do meu corpo.


- Beber, eu sei que bebe, mas você fuma? – quis saber, enchendo seu copo e o meu.
 
- Não costumo beber. – corrigi, dando de ombros, indiferente – Só estou aqui por culpa da aposta dos meninos. Em geral, não saio da cerveja amanteigada. Mas fumar... – mordi o lábio inferior, sentindo minha língua coçar para responder - ... é minha perdição...


- Ora, ora, ora... – Malfoy comentou, um sorriso malicioso nos lábios – Vejo que a monitora-chefe certinha não é tão certinha assim... – implicou, cutucando minha cintura com um dedo e me fazendo me contorcer toda novamente.


- E quanto a você? – quis saber, tentando conter o riso – Bebe ou fuma de fato?


- Não fumo. – disse, sorvendo outro gole de absinto – Não vejo graça. Mas de vez em quando... um whiskey de fogo... ou absinto... – completou, zombeteiro, sorrindo de canto.


- Já ficou realmente bêbado? – perguntei, curiosa ao extremo.


- Não. – respondeu de imediato, tornando a encher seu copo – Sei até onde posso ir. Além do mais, não vejo graça em beber até cair.


Assenti, terminando meu drinque.


- Mais? – ofereceu-me o final do absinto, no que eu estendi o braço, um enorme sorriso nos lábios.


Ele riu e virou o final da garrafa em meu copo.


- Parece que, além do cigarro, você é viciada nisso aqui! – disse, indicando a garrafa em sua mão.


- Sempre tive vontade de experimentar. – expliquei, voltando a dar de ombros – Mas com os garotos fica dificil.


- Por que? – ele pareceu intrigado.


- Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. – falei, revirando os olhos e dando de ombros – Eles acham que beber e fumar é errado e tal, que vicia e blá blá blá, e dizem que só bebem porque têm “pleno controle de seu corpo e sabem exatamente a hora de parar!”. – citei a frase que Rony me dissera uma vez, quando pedi para beber um gole mínimo de seu whiskey de fogo.


- Eu vi bem que eles sabem a hora de parar! – o loiro me respondeu, rindo, divertido.


Ri junto, meneando a cabeça.


- Eu que não vou discutir com eles. – disse, sem pressa – Não vale a pena. São muito cabeça-duras!!!


- Eles não sabem que você fuma, então?


Tornei a morder o lábio inferior, nervosamente.


- Não. – respondi – Você não vai contar, vai???


- Não. – ele assentiu, sorrindo, no que eu respirei, aliviada – Será nosso segredinho, pode ficar tranqüila.



Sorri, feliz, bebendo o último gole de absinto em meu copo. Uma gota escorreu pelo canto de minha boca e eu tratei de limpá-la logo com o polegar, chupando-o em seguida. Mania boba, sempre fazia isso.



Notei, então, que Draco me observava atentamente, sem piscar. Seu olhar preso em mim...


Minha intimidade pulsou fortemente e eu tornei a morder o próprio lábio, uma outra mania que tinha.


Senti meu corpo contrair quando ele esticou a mão livre na direção do meu rosto, segurando a curva do mesmo, o olhar acinzentado ainda em mim... Fechei os olhos, abrindo-os lentamente, sentindo-me derreter diante daquele toque torturante...


Reclinou-se lentamente para frente... seus nariz encostando na ponta do meu... Meus dedos formigaram e eu arranhei o chão involuntariamente... Nossos olhares presos... me perdi naquela imensidão cinza... não queria saber de mais nada... a não ser me afogar perdidamente naquele mar em tempestade...


Ergui minha cabeça dois centímetros no que ele sorriu de canto... o sorriso que eu já adorava... e uniu seus lábios aos meus, levando me à loucura com aquele simples gesto...


Pressionou mais ainda meu rosto contra sua mão... e eu, em resposta, ergui minhas costas em sua direção... completamente entregue aquele momento único...


Ouvi o barulho do vidro tocando o chão e logo sua outra mão estava posta em minha cintura... apertando-a com força... Me contorci no mesmo instante... excitada...


Retirei a mão de trás da minha cabeça... levando-a diretamente aos fios loiros dele... Entrelacei meus dedos ali... sentindo-o me deitar por completo no chão... minha cabeça tocando o piso frio...


Puxei-o pela cintura com a outra mão, obrigando-o a deitar em cima de mim... Senti-o sorrir por entre o beijo...


Sugou meus lábios como nunca antes haviam feito, fazendo-me gemer baixinho... Em seguida, mordicou meu lábio inferior... novo gemido...


Aquele loiro estava me levando ao delírio... Minha cabeça girava lentamente... minhas pernas tremiam... meu coração batia em disparada...


Comecei a sugar-lhe os lábios, desejosa... Macios... carnudos... uma verdadeira tentação...


Senti-o levantar a lateral da minha blusa, seus dedos percorrendo minha pele nua... Contorci-me involuntariamente... Nunca antes haviam me deixado tão excitada com tão pouco esforço...


Arranhei-lhe as costas por cima da camisa preta, sentindo-o gemer entre meus lábios... Sorri sem me conter... Ele, então, começou a dar breves beijinhos na lateral de minha boca... subindo pelo meu rosto... em direção à minha orelha...


Eu estava nas alturas... não me importava se poderia cair ou não... sentir os lábios dele mordiscando o lóbulo de minha orelha... era simplesmente... fantástico...


Draco começou a descer os beijos... pela curva do meu pescoço... outro ponto fraco... Descobri que, além de massagem, adorava mordidinhas naquele lugar... ou... talvez... adorasse as mordidinhas que um certo loiro me dava...


Arranhei novamente as costas dele... puxando-o em seguida para mim... Meus dedos arranhavam sua nuca... ele gemia baixinho em meu ouvido...


- Isso é golpe baixo... – murmurou, a voz rouca, quando comecei a mordiscar seu pescoço... Sabia que ele adorava isso... afinal... ele mesmo declarara isso antes... enquanto ainda jogávamos...


- Só estou dando o troco... – impliquei, puxando-o mais para mim quando ele sugou a pele do meu pescoço com vontade... Novo gemido...


- Você é doida... – declarou, sorrindo, descendo suas mãos e entrelaçando-as nas minhas... Fitava-me fixamente... seus lábios muito próximos aos meus...


- Não sou a única... – afirmei, dando de ombros, um sorriso de satisfação nos lábios...


Então, ele ergueu minhas mãos, ainda entrelaçadas às dele, colocando-as por detrás da minha cabeça... como apoio... Nossos corpos ficaram mais unidos devido a isto... Meu sorriso se ampliou... involuntariamente...


- Eu não sou doido... – disse, beijando-me suavemente – Você que está me deixando doido...


Fechei os olhos, completamente sem graça. Ouvi a risada dele, achando graça de minha atitude.


- Definitivamente, você é maluca! – decretou, ainda sorrindo, enquanto eu abria meus olhos lentamente. 
 
Fiz uma careta, dando a língua pra ele. Atitude infantil, eu sei, mas era mais uma das diversas manias bobas que tinha. Ele riu e, sem que eu esperasse, segurou meu rosto entre suas mãos e me beijou...


E que beijo...


Diferentemente de antes, Draco me beijava com uma ânsia voraz... Capturava meus lábios, sugando-os, mordendo-os, cada vez com mais vontade... Sua língua se insinuou pela primeira vez contra minha boca e eu não consegui evitar mais um gemido... Dando-lhe passagem, senti-o explorar cada canto de minha boca com sede... Nossas línguas se entrechocavam e eu me contorcia violentamente... Minha intimidade pulsava de maneira gritante... Minha calcinha já estava úmida... Eu estava pronta...


Devolvi o beijo com a mesma intensidade... não queria que aquilo terminasse... Meu corpo pedia cada vez mais por um novo toque dele... cada vez mais intenso... cada vez mais forte...


Puxei-o pela nuca, aprofundando nosso beijo... Quem queria saber se ele era Draco Malfoy e eu, Hermione Granger? Quem queria saber se ele era sonserino e eu, grifinória? Quem queria saber se éramos inimigos?... Tudo o que eu queria era me perder naqueles braços... naqueles beijos... naquele loiro...


Senti o volume nas calças dele aumentar consideravelmente... – Tornei a me contorcer e a gemer... Ele entendeu o motivo... Habilmente, trocou-nos de posição, pondo-me por cima dele...


Puxava-me cada vez com mais força... Minha intimidade exatamente sobre o volume entre suas pernas... Sorri sem me conter... Sua mão puxava-me pela nuca... a outra, desceu de minha cintura até o cós de minha calça... Senti-o apertar meu bumbum com desejo... pressionando nossos corpos um contra o outro... como se pudéssemos virar um só...


Minhas mãos percorriam sua nuca e seu torso... O tórax definido... a barriga lisinha... Apertei cada centímetro daquela pele como nunca antes havia feito com alguém... Aquele loiro despertava em mim um desejo incontrolável... insaciável...


- Você vai me deixar roxo assim... – ele brincou, mordendo meu lábio inferior, referindo-se ao fato de eu apertá-lo com tanta força...


- Você está fazendo isso com meus lábios... – o lembrei, sugando sua boca com desejo.


Draco gemeu e me puxou mais ainda contra ele...


Sua mão começou a subir enquanto ele voltava a me beijar... Senti seus dedos roçarem sobre meus seios... cujos bicos já estavam endurecidos... Senti-o sorrir, deliciado... Mordi-o com mais força quando ele tomou um de meus seios e o apertou com força... Meu corpo todo arrepiado... eletrizado...


Tornou a nos virar... Empurrando seu quadril contra o meu, pressionando-me contra o chão... Voltou a beijar meu pescoço... lambendo-o e o sugando... com movimentos alternados... me fazendo gemer cada vez mais... Agora, uma mão sua me apertava na cintura... marcando-me, tinha certeza... A outra... aumentava meus gemidos conforme apertava cada vez mais meu seio esquerdo...


- Malfoy... – murmurei... curvando-me em direção a ele... as costas fora do chão...


Não consegui mais falar... espasmos tomavam conta do meu corpo... e dificultavam meu raciocínio...


- Quer que eu pare...? – ouvi-o perguntar, sua boca em meu pescoço, a voz ligeiramente... tremida...


Fechei os olhos, pensativa, por uns segundos. Draco aguardava, a cabeça apoiada em meu pescoço. Dúvida...


- Você quer... parar...? – perguntei, olhando-o profundamente. Parecia que iria morrer se ele não recomeçasse com as carícias... com os toques que me enlouqueciam...
    
Ele retirou a mão de meu seio e segurou meu rosto, delicadamente... Aquele silêncio estava me matando...


- Não. – disse, sério, seus olhos observando-me atentamente – Mas não podemos esquecer que eu sou homem.


- E...? – eu perguntei, realmente confusa.


Ele respirou fundo, buscando as palavras certas.


- Se eu recomeçar... – disse, quase num sussurro - ... não vou conseguir mais parar...


Fechei meus olhos no mesmo instante, sentindo que minhas bochechas pegavam fogo. Senti-o se mexer sobre mim, apoiando-se sobre os cotovelos, mas sem sair de onde estava.


- Que foi? – perguntou, confuso.


Eu ri, nervosamente, minha língua coçando mais do que coçara durante toda aquela tarde.


- Não quero que você pare... – murmurei, envergonhada.


Abri um olho depois de uns segundos de silêncio. Ele me encarava, surpreso. Respirei fundo, temerosa. “Eu e minha boca grande!!!” pensei, sabendo que havia jogado tudo por água abaixo.


- Você quer mesmo que eu continue? – perguntou, um tanto quanto... desconcertado???


- Uhum... – assenti, fitando a parede ao meu lado.


- Por que eu...? – quis saber, curioso. Sentia seu olhar fixo em mim e aquilo só dificultava ainda mais meu raciocínio.


Respirei fundo, tentando produzir uma frase que fizesse sentido.


- Porque eu sei que jamais vou sentir com outros rapazes o que eu estou sentindo com você agora. – disse, expirando em seguida.


Draco entreabriu os lábios, mas não disse nada. Nossos olhares ficaram presos um no outro por alguns instantes. O corpo dele estava rígido, imóvel. Parecia que ele estava lutando contra um instinto maior que ele mesmo. Senti falta de ar...


- Desculpe. – disse, a voz embargada, contendo ao máximo uma lágrima que teimou em surgir em meus olhos – Não devia ter dito isso...


Ameacei me levantar, mas ele me impediu.


- Não estou chateado com seu pedido. – explicou-me, sério, uma mão acariciando meu rosto – Eu só não entendo... – respirou fundo, aparentemente pensando em como expressar seus pensamentos em palavras - ... Dizem que essa é uma das experiências mais marcantes da vida de uma garota... que muda tudo na vida dela a partir daí... – meneou a cabeça, completamente tenso – Por que comigo...?... Todas, bom, pelo menos acho que a maioria, buscam um cara legal, sei lá, tipo príncipe encantado, namorado dos sonhos... Eu não sou, nem de longe, nada disso! – disse, e eu pude sentir uma pontada de tristeza em sua voz – Só não compreendo por que, de todos os homens da face da Terra, você foi escolher justo a mim...


- Porque eu quero você. – disse, surpreendendo a mim mesma com a convicção que pronunciara cada palavra.


As sobrancelhas dele estavam erguidas, indicando que ele estava, também, surpreso com o que eu dissera.


- Você quer uma explicação, não quer? – perguntei, suspirando em seguida.


Ele assentiu com um aceno de cabeça, encarando-me profundamente.


“Ai, Merlin...”. Cocei a cabeça, nervosamente.


- Eu nunca senti isso antes. – comecei, revirando os olhos para mim mesma, achando-me idiota por dizer aquilo – Já fiquei com alguns garotos e eles jamais me deixaram assim... – movi as mãos agitadamente, esperando que ele me compreendesse.


Draco apenas riu baixinho, meneando a cabeça.


- Entendo se você não quiser e...


Um beijo calou-me. Um beijo longo... profundo... sedutor... Fui à Lua e voltei em questão de segundos...


- Eu quero. – disse, dando-me seu melhor sorriso – Fiquei com medo que você não quisesse.


Não me controlei e tasquei-lhe um beijo. Pode dizer, fui infantil, idiota, boba... qualquer coisa, mas eu precisava fazer aquilo! Há muito tempo não fazia algo espontâneo e beijar Draco Malfoy foi simplesmente... maravilhoso...


- Se eu soubesse que você agiria assim, já teria dado uma de bom moço há muito tempo! – alfinetou, mordendo a ponta do meu nariz.


Revirei os olhos e sorri feito uma boba. Então, senti-o arranhar a pele da lateral do meu corpo com um dedo, subindo vagarosamente... torturando-me...


- Malfoy... – murmurei, marota, uma sobrancelha erguida, enquanto me contorcia.


O loiro sorriu, maliciosamente.


- Então... – começou, como se estivesse avaliando nossa presente situação – Você quer mesmo que seja comigo? Sua... primeira vez...? 


Tornei a assentir com um aceno de cabeça. Sabia que deveria estar maluca, mas, ao contrário. Nunca me senti tão certa na vida. Perderia minha virgindade com a pessoa mais improvável desse mundo, no lugar mais improvável do mundo, depois da aposta mais ridícula da face da Terra... e, mesmo assim, eu me sentia espetacularmente bem... “Tô bêbada ainda!”, pensei, divertida comigo mesma. =)


Draco abriu um largo sorriso, não sei dizer se honrado com minha declaração, se orgulhoso por si mesmo por ser o primeiro a me ter ou se ambos. Mas também, não queria saber. Se eu pensasse demais, seria capaz de me arrepender do que estava prestes a fazer e já estava farta disso. Minha vida estava repleta de arrependimentos, desde os mais insignificantes àqueles que chegavam a me tirar o sono à noite. Não... hoje, eu agiria conforme eu queria. Se me arrependesse por me entregar ao sonserino loiro, que fosse no dia seguinte, juntamente com meu arrependimento por ter tomado tanto álcool e com a provável enxaqueca que terei! =/


Draco me fitava incessantemente, parecendo ainda meio incrédulo por eu querer... =/ Então, um sorriso maroto brotou em seus lábios e ele perguntou, ao pé do meu ouvido:


- Do meu jeito ou do seu jeito...? – arrepiei-me toda com a voz rouca dele.


Demorei alguns segundos para raciocinar o que ele queria dizer com aquilo, pois o hálito com aroma de absinto contra minha pele estava me deixando... aérea... :p


Sorri, involuntariamente... Deliciada pelo fato de ele ter permitido que eu escolhesse...


- Não faço a mínima ideia! - disse, dando de ombros, rindo ao final - Não sou experiente, esqueceu???


Ele acompanhou minha risada, os olhos brilhando intensamente.


- Faremos o seguinte... - começou, roçando a ponta de seu nariz no meu, fazendo-me sorrir mais ainda - ... Como você é... inexperiente... - implicou, mordendo meu queixo levemente - ... deixe que eu escolho a posição que, acredito, ser a melhor para sua... iniciação... - tornou a alfinetar, um sorriso malicioso nos lábios.


Meneiei a cabeça, sorrindo, e assenti. Estava decidido... Draco Malfoy escolheria a primeira posição em que eu teria minha também primeira relaçao sexual... Posso dizer que, nem em meus sonhos mais loucos, isso passou em minha cabeça...


- Se não se importa... - o loiro murmurou, sugando o lóbulo de minha orelha, fazendo-me gemer baixinho - ... acredito que a... "amazing butterfly"... seria excelente nas atuais circunstâncias...


Revirei os olhos, divertida.


- Eu devia ter imaginado que você iria escolher sua posição favorita... - impliquei, cutucando-o na cintura.


O sonserino riu, alegremente.


- Ninguém mandou me deixar escolher... - defendeu-se, um ar inocente na bela face.


Ri sem me conter. Em seguida, ele tornou a mordiscar a curva do meu pescoço, fazendo-me arquear as costas em sua direção.


- Voltando ao que interessa... - murmurou, marotamente, sugando meus lábios com uma lentidão dolorosa.


Apesar da tonteira, de todo o álcool ingerido, de eu me encontrar aos beijos com Draco Malfoy... eu não podia negar que aquele era o momento pelo qual eu esperei tanto tempo... Com a pessoa errada, no lugar errado, mas na hora certa...


Nunca pensei que me encontraria nesse tipo de situação com o loiro. Era estranho o fato de tudo isto estar acontecendo agora... Mais estranho ainda era o fato de eu sentir que tudo o que fazia estava certo... como se eu tivesse esperado a vida toda por isso... esperado por Draco...


Os beijos nao cessavam... A língua do loiro enviava pulsos elétricos para todos os nervos do meu corpo... Eu amolecia mais e mais a cada toque...


- Você é incrível... - ouvi-o susurrar ao pé do meu ouvido... Arrepiei-me no mesmo instante...


Draco era único... Não sabia o porquê, mas eu tinha certeza disso...


Entre um beijo e outro, ele começou a se mover sobre mim, em movimentos de subida e descida, friccionando nossos corpos, nossos sexos... Meus gemidos, os quais eu tentava abafar com muito esforço, pareciam excitá-lo cada vez mais... Olhou-me fixamente, a determinação estampada em seu olhar. Mesmo que eu resolvesse parar, tinha certeza de que ele não me deixaria ir embora. Ele é um homem, como mesmo me alertara momentos antes... Iria até o fim, custasse o que custasse... Ainda bem que eu estava disposta a seguir em frente...


Ainda com os olhos cinzas sobre mim, Draco me pegou em seus braços, levando-me até a mesa e me sentando em sua beirada. Ajoelhou-se à minha frente, ficando na mesma altura que eu... Com um sorriso irresistível no canto dos lábios, aproximou nossas faces, encostando nossos narizes um no outro... as mãos em minha cintura...


- Prometo que não vai se arrepender... - disse, sua voz rouca de desejo.


"Como se eu pudesse...", pensei no mesmo instante, fechando os olhos e sentindo espamos percorrerem toda minha espinha dorsal. Abri os olhos e tornei a me perder nas íris acinzentadas que me fitavam sem cessar...


Então, Draco iniciou um novo beijo... Um beijo longo e viciante... Cada vez mais eu tinha vontade de beijá-lo... Era uma sede insaciável... incontrolável...


Lentamente, ele começou a distribuir os beijos pelo meu queixo, descendo pela curva do meu pescoço... Suas mãos erguiam minha blusa, seus dedos roçando em meu sutiã, até a retirar por completo por sobre minha cabeça, lançando-a longe... Meu corpo reclinou-se todo em sua direção quando este desceu os beijos mais ainda... passando agora para o meu colo... Meus dedos formingavam, dolorosamente. Uma mão minha entrelaçada nos sedosos fios loiros... a outra encontrava-se presa à borda da mesa, fechada, completamente tensa...


Beijou-me brevemente nos lábios enquanto me abraçava, abrindo o fecho do meu sutiã com seus dedos hábeis... Um gemido alto escapou quando o senti sugar meu mamilo esquerdo... Este foi o primeiro de uma sequência que vieram enquanto Draco tratava de devorar meus seios...


Beijos quentes e frenéticos... que queimavam e ardiam... Joguei minha cabeça para traz, tonta de tanto prazer...


- Você é incrível... - ele tornou a dizer, sua voz rouca, percorrendo sua língua torso à cima - Eu quero você...


- Sou toda sua... - murmurei em resposta, surpreendendo a mim mesma por me encontrar puxando a camisa dela com tanta pressa...


Vendo que meus dedos tremiam por demais, o sonserino segurou em minhas mãos, ajudando-me a retirar-lhe a peça de roupa...


Mordi meus lábios fortemente... o peito dele era melhor do que eu imaginava... Uma pequenina quantidade de pêlos loiros formavam o caminho até o interior da calça de Draco, seguindo diretmente para onde repousava sua masculinidade... Fechei os olhos, extasiada...


Senti os lábios dele de volta a pele do meu pescoço, sugando-a levemente... Devolvi-lhe o afago, ouvindo seu gemido em resposta. Isso me incentivou a continuar... Não de onde arranjei coragem, mas minhas unhas começaram a subir e descer por suas costas... numa tentativa de provocá-lo... enquanto eu dava leves mordiscadas em seu pescoço...


Suas mãos apertaram minhas coxas com força excessiva, seus dedos muito próximos de minha virilha... Continuei com a carícia, descendo as mordidinhas até o ombro...


Uma mão entrelaçou-se em meus cabelos, guiando-me por todo o torso...Minha intimidade pulsava loucamente enquanto eu explorava aquele maravilhoso tórax... Toques de língua, mordidas... Draco respirava ofegantemente, assim como eu...


- Minha vez... - ele murmurou, excitado, voltando-se contra meus seios e os abocanhando vorazmente.


Um gemido alto escapou pelos meus lábios... Eu estava arfante e o fato de aquele loiro descer os beijos até a altura do meu baixo ventre servia apenas para eu ficar cada vez mais sem fôlego...


Draco abriu com os dentes  minha calça, como eu não sei dizer... Senti-o deslizar as mãos pela minha cintura e coxas, puxando o tecido preto com uma certa pressa. Ergui meu corpo um pouco para facilitar... Minha calça, então, passou a fazer companhia à minha blusa em algum lugar no chão. Eu não me importava... não quando tinha um loiro que atacava minhas pernas com tanta fúria...


As mãos do sonserinos subiam e desciam por minhas pernas, deixando-me cada vez mais excitada... Minha intimidade estava descontrolada... Ele acariciava-me num ritmo irritantemente prazeroso... roubando meu ar e me deixando cada vez mais desejosa... Draco passou a beijar-me as pernas descaradamente... sugando-me sem nenhum pudor... Eu o puxava cada vez mais pelos cabelos, completamente fora de mim...


- Draco... - gemi sem me conter.


Ele sorriu, maravilhado.


- Adorei ouvir meu nome... - implicou, divertido, sugando minha orelha.


Pressionou longamente os lábios nos meus e se afastou, pondo-se de pé. Tremi dos pés a cabeça achando que ele havia desistido. Minha respiração ficou presa na garganta...


Para minha surpresa, ele segurou em minhas mãos e as levou até a sua cintura. Entendi o recado, para alívio meu... =)


Com gestos trêmulos e demorando mais do que o necessário, desabotoei-lhe a calça, puxando-a em seguida para baixo.


- Ai, meu Merlin... - eu murmurei inaldivelmente, a boca seca e o corpo vibrando, quando me deparei com a box branca que ele usava. Fechei os olhos, buscando calma, caso contrário, enfartaria ali mesmo! =/


- Parece que resolvemos usar a mesma cor hoje... - Draco murmurou, marotamente, referindo-se a cor de nossas roupas de baixo.


Assenti com a cabeça, incapaz de falar. Meu sutiã branco tinha um propósito, combinar com minha bata branca! de quebra, resolvi usar a calcinha que completava o conjunto. Como eu iria advinhar que ele resolvera usar a mesma cor hoje??? Enfim, tudo o que eu sabia era que branco, definitivamente, ficava mil vezes melhor nele do que em mim. Acredito que qualquer cor ficaria melhor nele do quem em mim, pra ser mais sincera. Draco Malfoy era simplesmente... irresistével...


O rapaz sorriu e me beijou brevemente nos lábios. Então, olhando-me profundamente, puxou-me mais ainda para a beirada da mesa, colocando-se exatamente entre minhas pernas...


Os olhos cinzas brilhavam... Ele sorria para mim... aquele sorriso sexy e bobo ao mesmo tempo... O sorriso mais lindo da face da Terra...


- Definitivamente, eu quero você... - ele susurrou, descendo os dedos por entre minhas pernas e encontrando minha calcinha úmida.


Tudo o que eu consegui fazer foi fechar os olhos e prender minha respiração... Os movimentos circulares que ele fazia por sobre a peça eram torturantes... Dolorozamente prazeroso... Jamais pensei que pudesse me sentir desse jeito antes...


Draco, então, sugou-me os lábios, empurrando meu corpo lentamente, obrigando-me a deitar na mesa. de minha boca, desceu os lábios pelo meu pescoço, colo, barriga, baixo ventre até chegar a minha intimidade... Puxando minha calçinha pelas laterais da peça, retirou-a, depositando pequeninos beijos em minha feminilidade, que pulsava sem parar...


Novamente gemi seu nome... Senti-o sorrir enquanto beijava-me embaixo...


- Não ficarei muito tempo aqui... - disse, um tom malicioso na voz, referindo-se aos beijos e lambidas que dava em minha intimidade e que estavam me levando à loucura - Apesar dessa ser uma das minhas partes favoritas, acredito que você não aguentaria esperar muito mais tempo...


- O... Obrigada pela... consideração... - murmurei, minha voz falha, quando o sentir sugar meus lábios. Minha cintura ergueu-se no mesmo instante em resposta, fazendo-o rir, deliciado.


- Não se preocupe... - disse, a voz rouca me dando arrepios - Teremos chance de repetir a dose ainda...


Fechei os olhos, incrédula. Ele estava dizendo que isso passaria de hoje??? Oo Só uma coisa a dizer: Merlin, eu te amo!!!


Ouvi a risada dele e meu ventre se contorceu violentamente. Eu sabia que jamais voltaria a ser a mesma depois daquele dia...


Abri os olhos para arreglá-los em seguida. Pressionei meus lábios um contra o outro... Não sabia mais respirar...


Draco retirara a box enquanto eu estava de olhos fechados. Agora, seu membro, devo dizer MUITO bem avantajado, encontrava-se ereto e bem no meio do meu campo de visão... Engoli em seco... Realmente, Merlin me amava, pois minha primeira vez seria com um cara lindo e bem dotado =)


Nossos olhares se encontraram. Eu amoleci novamente diante das íris cinzas... Com um leve sorriso nos lábios, Draco ergueu minhas pernas, depositando-as uma em cada ombro... Meu quadril, suspenso no ar, era seguro pelas suas mãos, que repousavam em minha cintura...


- Preparada...? - ele quis saber, cauteloso.


Assenti com um aceno de cabeça, pois o fato de ele me arranhas com uma de suas unhas nãome ajudava muito a articular as palavras...


Lentamente, então, ele começou a se ensinuar, seu membro vindo de encontro a minha intimidade... Arranhei a toalha de mesa, puxando-a com força em seguida conforme os movimentos de insinuação aumentavam... "Desgraçado, vai ser bom nisso no inferno!", pensei, sentindo-me derreter em suas mãos...


Meu corpo vibrava intensamente, meu coração estava em disparada... Estava sem ar e meu sangue fervia a cada novo contato... Meus gemidos começaram a surgir... eu sendo incapaz de controlá-los...


Vagarosamente, Draco começou a me penetrar... Meu corpo respondia indo cada vez mais de encontro ao seu... Ele puxava meu quadril, penetrando-me cada vez mais fundo... Meus olhos se enxeram de lágrimas... uma mistura de dor e prazer...


Senti-o arranhar minha pele, puxando-me sem cessar... Tornei a gemer seu nome, em alto e bom som... Ele aprofundou as investidas, rebolando o próprio quadril, deixando-me ofegante... Então, aumentou o ritmo... As investidas viraram verdadeiras estocadas e eu me vi vibrando como nunca antes... Eu gemia sem parar... balbuciando palavras desconexas... chamando por ele... Sentia como seu meu corpo estivesse completamente imerso no ar...


Draco diminuiu o ritmo para, pegando-me de surpresa, aumentá-lo sem que eu esperasse... Gritei seu nome sem me conter...


Ondas de prazer... Corpo vibrante... Faltava pouco para eu chegar ao clímax... Minha intimidade pulsava contra sua masculinidade, abocanhando-a de forma desesperada...


Eu estava voando... Era exatamente essa a sensação que predominava em mim... Draco estavame levando ao delírio, fazendo-me sentir nas nuvens mais altas do céu...


Ouvir os gemidos dele apenas aumentou minha excitação e logo um formigamento forte brotou em meu baixo ventre... Todo o meu corpo foi embanhado numa forte onda de espasmos... Senti minhas forças abandonarem meu corpo conforme ele subia cada vez mais de encontro à cintura do sonserino... os gemidos tornaram-se maiores... Fechei meus olhos e deixei minha cabeça pender para trás... Murmurei o nome dele quando cheguei lá...


Segundos depois, o loiro soltou um gemido rouco, indicando que também havia chegado ao seu máximo. Senti suas mãos apertarem minha cintura com força para depois aliviar a pressão. Com cuidado, deitou todo o restante do meu corpo na mesa, tratando de se deitar ao meu lado em seguida.


Nenhum dos dois ousava falar. Acredito que, no meu caso, era mais incapacidade do que falta de vontade. Estava me sentindo muito cansada. Porém, o cansaço sequerse comparava a extrema felicidade que eu sentia. Parecia uma criança boba que ganha seu presente de Natal favorito! Estava alegre, feliz, emocionada, excitada...


- Obrigado. - ele murmurou, quebrando o silêncio entre nós dois. Um de seus dedos acabara de ser enlaçado ao meu em cima da mesa.


Virei-me em sua direção e, sem saber o que dizer, segui meus instintos. Segurei a curva de sua face com minha mão livre e depositei um singelo beijo em seu lábios, em forma de agradecimento. Ele sorriu e eu senti meu coração tornar a disparar...


Ficamos assim por um bom tempo, não sei precisar o quanto, apenas nos observando... Eu me deixava levar cada vez mais para dentro daquelas íris acinzentadas...


- Temos que ir... - disse, e eusenti meu corpo esmorecer - Não podemos ficar aqui a noite toda...


- É, né... - murmurei, me arrependendo logo em seguida. Corei dos pés a cabeça no mesmo instante.


Ele riu e depositou um beijo leve em minha bochecha. Levantou-se e recolheu todas as roupas espalhadas pelo chão. Me vesti em silêncio.


- Arrependida? - ele me perguntou, cauteloso. Vi uma nota de preocupação em seu olhar.


- Não. - respondi, no que ele respirou, aliviado - Só não queria que... - calei, sem jeito.


- ... que terminasse...? - Draco completou, parando ao meu lado, a mão em minha cintura - Tudo na vida termina, Hermione... - ele disse e eu me arrepiei ao ouví-lo me chamar pelo primeiro nome - Além do mais, não tinhamos pretensão de fazer sexo tântrico, tinhamos???


Eu revirei os olhos e sorri diante da brincadeira. Apesar que, depois do que ele me disse... a idéia de ter prazer por uma semana, ainda mais proporcionado por ele, não era nada ruim... ;p


- Vamos. - ele disse, terminando de vestir a blusa - Caso contrário, seus amigos pensarão que eu a raptei!


Voltamos a rir, terminando de nos arrumar. Saímos da sala precisa e uma pontada de tristeza preencheu meu seu... Não queria que aquilo terminasse... Não queria ter de me afastar dele... Não queria mais ser Hermione Granger e que ele fosse Draco Malfoy... Queria apenas nós dois... juntos... como estávamos ainda há pouco...


- Chegamos... - ouvi-o dizer quando paramos num cruzamento de corredores.


À direita, eu iria para meu salão comunal; à esquerda, ele iria para as masmorras...


Olhei para baixo, tentando controlar as lágrimas que teimavam em brotar em meus olhos... "Por Merlin, eu sou uma grifinória, também esse não é o fim do mundo!", pensei, contrariada comigo mesmo. Contudo, nem eu mesma acreditava no que acabara de pensar...


- Obrigado. - ele disse novamente, segurando uma de minhas mãos, a outra puxando meu queixo, obrigando-me a encará-lo.


- Eu que agradeço. - disse, a voz embargada - Por tudo... De verdade...


- Não se arrependa. - me pediu, a voz também um pouco trêmula.


- Não vou! - assentiu, empinando meu nariz teimosamente, fazendo-o rir de minha atitude infantil.


- É bom mesmo! - desafiou, divertido. Sem que eu esperasse, ele se aproximou, sério, e, ao pé do meu ouvido, sussurou - Por que eu também não irei!


E, pela última vez, me deu um beijo longo... um beijo de despedida... antes de sair, apressado, pelo corredor.


Eu fiz o mesmo, traçando meu caminho em direção ao meu salão comunal, as lágrimas agora rolando por minha face...


 


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Comentários (1)

  • Mohrod

    OOOOOOOOOOOOOH! adorei a fic. muito sexy. Ri litros com o zabini e o rony!! serio mesmo! Ta ótima!

    2011-03-22
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