Mentirinhas, mentirinhas!
Era uma tarde nublada (como sempre) de outubro, os pássaros não cantavam alto como diariamente, e o “tic-tac” do relógio começou a irritar Gwen.
- Querida, já fez seu dever?! – perguntou a mãe da menina.
- Sim mamãe! – Gwen mentiu.
Não existia menina mais bela e também mais mentirosa do que Gwen. Seus olhos azuis cor de piscina enganavam algumas pessoas, mas sempre mentia sobre ter feito o dever, para poder brincar com Rodolfo mais tempo possível! E acabava fazendo as tarefas durante a madrugada.
- Mamãe, posso dormir na casa da Alice?
- Alice Cullen?
- Sim! Ela me chamou... Posso ir? Quero muito ir!
- Pode, mas deixe Rodolfo hoje em casa, está bem?
- Mamãe! Rodolfo gosta da Alice! – ela emburrou a cara
- Não quero que Carlisle reclame desse furão outra vez.
- Rodolfo, você não poderá ir esta vez, está bem? – ela piscou para o bichinho que estava em cima da mesinha da cozinha.
A maioria das menininhas aos 5 anos querem ser... Atrizes, cantoras ou até modelos! Mas não Gwen... Aos 5 ela queria ser veterinária, e brincava com os sapinhos do jardim. Aos 10, invez de pedir um cachorrinho, pediu um furão, o Rodolfo, e desde então lhe prometeu amor incondicional.
Quando o dia acabou, Gwen foi para o seu quarto e arrumou sua bolsinha azul, escondendo Rodolfo dentro dela.
- Não importa o que mamãe disse, vou levar você... Afinal Alice também gosta de ver você dançando! Ande, fique quietinho, está bem? Assim que eu chegar lá, soltarei você.
O furão soltou um ruído como se aprovasse e se escondeu nos fundos da bolsa. Dez minutos depois, Gwen saiu para a casa de Alice.
Depois de alguns minutos de caminhada, Gwen sentiu uma sensação que nunca tivera sentido antes, sentiu que estava sendo seguida. Apressou o passo, e a sensação inconfortável diminuiu um pouco, logo depois, enquanto passava em uma rua, ouviu um barulho... Como uma pancada! Ela olhou para os lados atrás de alguém, mas só viu uma lata de lixo virada, isso explicava o barulho.
Balançou a cabeça e pensou: “Isso são apenas coisas da minha cabeçinha!”. E continuou andando em direção à casa dos Cullens.
Quando faltavam apenas algumas ruas, ela ouviu passos. O medo a congelou por inteira... Não existiam muitos casos de raptos e nem de extrupos em Forks... Talvez em... Mulheres mais velhas... Mas não em adolescentes de 14 anos. Depois de pensar de como fugiria dali, segurou a bolsa com todas as suas forças, pegou fôlego, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e disse:
- Rodolfo, agüente firme, a viagem vai ser turbulenta.
E saiu correndo o mais rápido que podia! Quando avistou a mansão, ela não escutava mais os passos, então decidiu recuperar o fôlego.
- Me desculpe Rodolfo. – ela abriu a mochila e tirou o Ferret cuidadosamente. – Você sabe que eu não correria se não precisasse. – ela examinou bem a carinha pequena dele, seus olhos estavam meio fechados... provavelmente ele estava tonto. – Você está bem não está? Respire fundo agora, estamos chegando.
Quando chegaram, Edward atendeu a porta.
- Ah, olá Edward, vim dormir com Alice hoje.
- Hm, ta. Pode subir, ela está assistindo TV.
- Obrigada. – e passou do seu lado. – Edward...
- Sim?
- Por que está sem camisa? – ela olhou para ele
- Bom...
Bella apareceu em cima da escada, enrolada com o edredom.
- Edward, tem alguém ai com você?
Gwen riu bachinho. Podia ter apenas 14 anos, mas entendia de namoros (mesmo nunca tendo namorado). Como viu as faces de Bella corarem, decidiu deixar o casal em paz e seguiu para o quarto de Alice.
- Gwen, já chegou? Pode entrar!
- É... Eu vim correndo...
- Isso eu já sabia, desde que vi o rabo-de-cavalo. – ela riu – Quero saber o porquê.
- Eu pensei que tivesse ouvido passos atrás de mim... – Gwen se sentou na cama.
- Acha que pode ter alguém te seguindo? – ela sentou do lado de Gwen – Algum ladrão, alguma coisa assim?
- Não sei... Os paços eram tão leves!
Gwen soltou Rodolfo, que no mesmo instante entrou no meio de uns lençóis que estavam jogados no chão.
- Ferrets são curiosos por natureza não é? – Alice perguntou
- São sim... Se metem em qualquer lugar! – Gwen riu
As duas meninas conversaram a noite quase inteira e depois Gwen dormiu, repentinamente.
Ela sonhou com uma paisagem linda, animais viviam em pequenas casinhas de madeira e falavam. Era um sonho infantil... Mas tão bom! Quando acordou, se sentiu rapidamente iludida, mas depois que saiu da casa dos Cullens e viu os pássaros voando no céu nublado e um Texugo perto de um carro amarelo, se sentiu confortada.
- Rodolfo, já imaginou se você pudesse falar? – ela disse rindo
- Mas eu posso falar! Você que não consegue me entender! – ele disse
Gwen não gritou. Ela encarou o bicho com os olhos arregalados e disse:
- Você falou?
- Você me entendeu?
- Sim!
Eles se encararam, estava mais do que na cara que Rodolfo também não sabia explicar o que estava acontecendo. Os dois foram conversando até que chegaram em casa. Gwen pegou o furão com uma mão e jogou a mochila no chão.
- Você não deveria me entender dona!
- Não deveria mesmo!
- Não está assustada com tudo isso?
- Na verdade... Não! – ela soltou o cabelo.
- Por que não? Eu estou!
- Sempre quis falar com animais.
- Nós não sabemos se você fala com qualquer animal... Só sabemos que fala comigo.
Um pássaro pousou em sua janela e bicou a janela.
- Olá, você é a Gwen não é? A garota que está falando com os animais?
Gwen e Rodolfo trocaram um olhar e ela disse:
- Agora sabemos.
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