Capítulo 01



Simples Engano
Capítulo 01


...Onde simplesmente acontece...


 


A guerra era eminente. Cada segundo de respiração era uma vitória em tempos difíceis como aqueles que batiam à sua porta. A morte de certo modo, era um consolo para o corpo dolorido castigado por inúmeras maldições.


Sabia que o fim estava próximo... Para ele, ou para o lorde das trevas, o certo era que um não podia sobreviver sem a morte do outro, e para o bem de todos seria ideal que vencesse essa luta.


Estava em seu período de vigia, então se sentou próximo à saída da barraca, que a olhos trouxas poderia ser pequena e despretensiosa, mas por dentro era confortável o suficiente para três pessoas. Três amigos, uma amizade que beirava a loucura diante dos atuais eventos. Queria o bem para Hermione e Rony, queria o bem para si mesmo, mas era possível pensar só em si quando tudo em volta dependia só dele, estava cansado de pensar só na guerra e na profecia, queria pensar em coisas que um adolescente "normal" pensaria, namoro, frivolidades... O que vestir.


Entrou mais uma vez na barraca vendo a movimentação da bruxinha morena de cabelos cheios, sua melhor amiga. Ela segurava em sua mão uma chaleira e sorriu ao encontrar seus olhos, lhe ofereceu um pouco de chá, dizendo que o ajudaria a dormir melhor, já que era  final de sua vigilia. Essa era Hermione Jane Granger, preocupada até o último segundo com sua saúde, seus interesses, a única no meio daquela balburdia que se importava com o garoto Harry e não com  o escolhido.


Dentre todas as pessoas, somente ela ficara do seu lado. Não somente naquele momento em especial, onde as coisas andavam “meio” perigosas, mas em diversas outras ocasiões. Quando muitos lhe viraram as costas, Hermione acreditou em si. Ela nem hesitara em fazê-lo.


A relação que tinham, era muito mais forte do que qualquer outra pessoa poderia imaginar. Ia além de um simples afeto. Amavam-se. A forma exata deste sentimento poderia ser conflitante, amor fraterno ou amor ardente, não importava. Ele existia.


E agora estando ali mais uma vez, ela provava que acima de qualquer coisa estava este sentimento. Hermione não o abandonara como Rony fizera. Não deixara outras coisas tirarem o foco de sua missão, esta era ficar ao seu lado, e fortalece-lo. Isto ela fazia de muitas maneiras. Com um olhar ponderado, um sorriso encorajador. Ela era tudo que precisava.


Hermione o encarou, e sorriu fino. Estava triste por Rony tê-los deixado, mas sentia-se bem por ter Harry do seu lado. Um não fraquejaria enquanto o outro o estivesse amparando. Funcionavam ambos, como alicerce.


Ela suspirou, e encarou o vazio além da entrada da barraca. O vento zunia forte, assim como seu coração. O qual se mantivera apertado, e sufocado, mas que por alguma razão sentia-se livre para pulsar velozmente.


Estava frio. Harry ainda tomava o chá, e parecia se acalmar. A camomila, fizera o efeito que queria. O rapaz merecia alguma noite calma, certo conforto para sua mente tão preocupada.


- O chá está bom? – perguntou e ele a fitou brevemente.
- Maravilhoso, Mione... Mas porque está acordada agora? O fim do meu turno acaba daqui a meia hora?


Ela sorriu novamente.


- Queria te fazer companhia, e... Eu não consigo dormir. Meus olhos perderam o sono há muito tempo. – confessou, desviando o olhar.
- O medo nos faz ficar em alerta, não é?


Sabia muito bem o que era perder o sono, ficar deitado, com os olhos fechados e o corpo em descanso, mas com a mente em funcionamento, pensando, articulando, desejando... Ansiando algo melhor.


- Sim, mas não creio que seja só o medo que me mantém acordada. – disse Hermione, sua voz soara baixo.
- E qual é o motivo de sua insônia? - Perguntou tomando um gole da bebida fumegante.
- Preocupação... O medo também partiu. – ela brincou, e Harry sorrira. – Agora só é angústia. Um sentimento estranho... Você também está preocupado, não é? – indagou, rira breve. – É claro que está.
- Não tem como não estar. - não tentou mentir, ela o conhecia bem o bastante pra saber o que sentia. - Estou preocupado com o Rony...
- E eu com você... – corou e reparou-se. – Com ele também...
- Não fique. Afinal a guerra ainda não começou e eu ficarei vivo com certeza... Voldemort vai querer uma batalha para que todos vejam a derrota do escolhido, demora tempo pra arquitetar uma "festinha" grande com inomináveis e comensais na lista de convidados vip. - escarneceu o garoto.
- Não ajudou muito... – murmurou, encarando-o com seus grandes olhos marejados. – Queria que isso acabasse logo, mas parece que se prolonga cada vez mais. Tenho medo... Que irônico, ele voltou. – sorriu, sentindo uma lágrima cair.
- O medo nos torna frágeis, Hermione... - Ele sentia medo, a sensação de perder o chão e respirar angústia e dor.  Ela conhecia isso também, pois essas sensações a fizeram se tornar o que era hoje... E para Harry o mesmo, ódio, rancor, dores d'alma o tornaram diferente. - Nós não precisamos temer... eu juro por Deus, Hermione, nós vamos sair dessa e vamos rir disso daqui a alguns anos, tomando chá  e você vai estar falando sobre a nova edição de Hogwarts: uma história e eu vou sorrir sem entender metade das coisas que você fala.
- Só você mesmo para sorrir, sendo que acha o que eu digo chato. – comentou, não deixando de rir.
- Eu não disse que acho chato... só que eu não entendo nada sobre livros, não entra na minha cabeça. - o garoto sorriu triste. - Mesmo assim eu te ouço, e sabe porque?
- Porque, Harry? – indagou num sussurro.
- Porque eu gosto de ouvir o som da sua voz. - confidenciou. - Me acalma.


Hermione corou, e mordeu o lábio inferior, sem deixar de encarar o amigo. Naqueles dias, estavam muito mais próximos do que nos outros, onde Rony sempre reclamava por atenção, e cabia a Harry receber as “migalhas”. Mas agora era diferente, estavam sozinhos. Apenas os dois e seu mútuo afeto.


- Eu também gosto de ouvi-lo, sua voz me inspira segurança. Quando diz que tudo vai ficar bem, eu acredito. Porque confio em você, quase cegamente.
- Então eu volto a falar, vai ficar tudo bem. - chegou perto da morena e sussurrou mais uma vez. - Vai ficar tudo bem... - fez cócegas nos pés da garota. - Vai ficar tudo bem... Mione.
- Se vai ficar tudo bem... – dizia ela entre risos. – Então... Pare com isso, agora mesmo!
- Não... Eu não vou parar. - Abraçou a garota fazendo cócegas em sua barriga. - Eu gosto da sua risada e não vou parar...


A bruxa se contorcia, e ria. Harry não pararia mesmo, e aumentava o seu ritmo, deixando Hermione sem ar, de tanto rir. Já não conseguia falar, sua barriga doía, e estranhamente sua pele queimava onde o moreno a tocava. Ela estremeceu, quando seus olhos se encontraram.


- Pare... Pare... Eu estou ficando roxa! – exclamou gargalhando.


Os dois caíram do sofá devido às manobras que a morena fazia para sair das mãos do rapaz. Harry sorriu ao parar de fazê-la gargalhar, e ver a posição incomoda em que haviam ficado.


Ele estava sobre Hermione, e sentia a respiração dela bater em sua fronte. A olhava dentro dos olhos, vendo as nuances diferentes que eles alcançavam. Nunca notara o quanto eram bonitos. O quanto poderiam mostrar verdadeiramente. Eram espelhos, com certeza, refletiam-na somente para ele.


Sorriu timidamente, e ela o correspondera.


- Acho que exageramos na dose da descontração... – murmurou, sem se mover.
- É... - respondeu Harry também imóvel.
- O que foi? – perguntou ofegante, enquanto ele ficara silencioso apenas a estudando. – É o meu cabelo horrível?
- Acho que seus cabelos ficam ofuscados pelos olhos incríveis que tem, e por sua inteligência absurdamente enorme.
- Seu bobo...
- Haja o que houver... Eu vou te proteger Mione. De tudo e de todos - murmurou olhando-a tão intensamente que seu coração bateu de forma rápida, insistindo em quase sair do peito. 
- Eu sei que sim, e pode contar comigo para o mesmo. Sempre estarei aqui, do seu lado. – sorriu. – Pro que der e vier. Somos uma dupla imbatível... – emendou enrubescendo à medida que ele se aproximava mais de seu rosto.
- É... A melhor dupla de todos os tempos. - murmurou trazendo sua face pra mais perto da dela.


Hermione fechou os olhos, no exato momento em que Harry tocou seus lábios.  Fora um toque tão carinhoso, que ela sentiu-se arrepiar. A textura da boca dele, era indescritível, assim como seu sabor. Uma mistura indefinível, mas muito deliciosa... Comprovara-a, quando ele abrira passagem para aprofundar-lhe o beijo.


Suspirou, quando ele apertara sua cintura de um modo possessivo. Não pensava em nada, estava totalmente insana, afinal só queria senti-lo intensamente. Sentir seu beijo, seu toque...


- Mione... Eu... - balbuciava, mas não conseguia dizer nada que fizesse sentido, ela e ele... Isso tinha sim tinha sentido. Nada faria mais sentido no mundo do que ambos. Os dois.
- Não podemos continuar com isso, Harry... – sussurrou trêmula, mas seu desejo era que ele não parasse de beijá-la nunca. Embora seu coração desejasse isso fervorosamente, sua razão a instigava a pensar em Rony e em tudo que traiam com tal gesto.
- É errado. - disse enquanto beijava o pescoço da morena. - Não podemos. - alisou as coxas da garota que arqueou ao toque suave. - Mas mesmo sendo errado e sem sentido, é o que nós queremos, e eu estou cansado de pensar nos outros. - mordeu a ponta da orelha da garota que gemeu, o instigando. - Eu quero pensar no agora... Quer saber, não pense, aja.
- Ficou louco? - indagou com um sorriso nos lábios, enquanto sentia-o roçar a boca em seu pescoço outra vez. De um jeito tão provocante, que ela não pudera conter-se. - Sim, nós dois ficamos loucos... - emendou estremecendo. Ergueu-se mais, a fim de beija-lo outra vez.
- A loucura às vezes faz bem... Essa lição você não aprenderá nos livros! - emendou voltando a beijar a garota.


....


N/A Jess: Comentem! 
N/A Paulinha: 
Por isso q eu gosto da Jess...curta e grossa kk.

*Jess faz cara de anjo!*

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Comentários (2)

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