one ;



“I love you”


 


Finalmente o garoto dormia tranquilo. Havia procurado a sala para que conseguisse paz para pensar. Com todos os recentes acontecimentos, “o garoto que sobreviveu” se encontrava confuso, não sabia como agir ou reagir diante as situações do dia-a-dia; não dormia direito há algumas, muitas, noites.


Naquela sala, porém, tudo era diferente. Lá havia passado a tarde pensando e, ao anoitecer, cansado, mas com as idéias no lugar, Harry decidiu dormir por lá mesmo – preferia acordar mais cedo no dia seguinte. A Sala Precisa providenciou-lhe comida e uma cama. Depois de comer, Harry deitou-se no confortável colchão de casal sentindo-se leve.


...


Eram quase duas da manhã quando Harry sentiu um beijo em sua nuca. Os beijos desciam por suas costas, e mesmo por cima de sua camisa lhe provocavam arrepios.


Curioso, decidiu abrir os olhos, virando-se logo em seguida. Com as costas no colchão, Harry pode olhar a figura que se encontrava sobre ele, com uma perna de cada lado de sua cintura.


A pouca iluminação fez com que ele ficasse mais intrigado, pois queria saber quem era aquela pessoa.


As nuvens que encobriam parte da lua, moveram-se, revelando cabelos platinados e olhos de um azul-acinzentado, quase prata.


Para Harry foi impossível não reconhecê-los. Draco Malfoy. Aquele cabelo e aqueles olhos pertenciam a ele.


A tensão entre a troca de olhares tornava o ar da sala pesado, mas o que os olhos verdes viram nos cinzas foi algo inesperado. Eles viram amor. Amor no sentido de zelo, carinho, sentimentos que nem mesmo Draco sabia ser capaz de demonstrar. E pela primeira vez em anos, sentiu-se seguro, sentiu que, apesar das circunstâncias, aquilo estava certo.


Piscou mais uma vez, olhando para Draco profundamente. Estendeu sua mão, afim de acariciar o rosto do loiro. Contornou seus olhos, nariz e, por fim, sua boca. Sentiu-se tentado a morder os finos lábios do garoto a sua frente e pensou “Por que não fazê-lo ?!”


Levantou-se lentamente; apoiando-se em seus cotovelos até estar sentado. Os rostos a menos de um palmo de distancia, as respirações entrecortadas, os olhos verde no cinza.


A mão esquerda na cintura de Draco, enquanto a direita permanecia no rosto do loiro. Esse por sua vez, colocou uma das mãos na nuca do moreno e a outra em seu rosto.


Aproximaram-se cada vez mais. As testas encostadas, quente e frio, Grifinória e Sonserina, Harry e Draco. Dois opostos que agora se encontravam unidos.


O prazer de ter seus lábios colados ao do outro fez com que Harry grudasse seu corpo ao de Draco. Que retribuiu juntando-os mais ainda.


Ficaram assim por um tempo, somente sentindo a presença um do outro, até sentirem falta de ar. Separaram-se por pouco tempo, pois Malfoy havia puxado Potter para mais um beijo.


Pressionava sua língua contra os lábios do moreno, abrindo-os suavemente. O contato de suas línguas provocou uma onda de arrepios, conectando os dois garotos.


 


Continuaram trocando carícias por mais um tempo, até sentirem sono.


Os cabelos loiros de Draco repousavam sobre o peito de Harry, que movia-se conforme o garoto respirava. Pronunciaram então as únicas palavras que foram ditas naquela noite, e as únicas que eram necessárias.


- Eu te amo, Harry.


- Eu também te amo, Draco.


Adormeceram sabendo que tinham um ao outro, e que nada os impediria de ficarem juntos.


 


FIM

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