Intuição de Malfoy




“- De nada serviria, não posso manejá-la, não sou o mestre dela – Voldemort olhou para Edgar – ele sim é o dono... mas não sei se a merece... não... claro que não merece... a varinha das varinhas tem que ser minha... – sem cerimônia apontou para ele – AVADA KEDAVRA!


   O bruxo que a pouco estava de pé recebeu o lampejo verde sem conseguir se defender e caiu mole nos pés de seu assassino, Voldemort riu friamente, alguns comensais se mantiveram calá-los.


   - Está resolvido, eu derrotei o dono da varinha das varinhas, eu derrotei o tão famoso Edgar Teobot, agora ela me pertence... é só minha – virou-se para Harry – onde ela está Potter? Onde há escondeu? RESPONDA... CRUCIO!


   A dor novamente invadiu, dor era a única coisa que sentia, a carne dentro de seu corpo parecia estar rasgando, o sangue começou a sair de sua boca.”.


  


   Essa lembrança ficava martelando sua cabeça, não era hora para se pensar nisso, não agora, tinha que se concentrar.


    Uma bola pequena de cor amarela passou cortando o ar, duas vassouras passaram velozes atrás dela. A torcida se levantou num “OOHH”, quando dois apanhadores lutavam chocando-se um com o outro.


   - Potter e Krum se aproximam do pomo... estão a alguns metros... AAAH... um balaço acertou a vassoura deles...


    A poucos metros Jorge se desculpava pela mal mira, Harry cambaleou um pouco, Vitor Krum já se colocava a procura do pomo de novo. Outra vassoura passou a frente dos dois cortando o ar seguida de outras cinco, a bruxa ruiva da vassoura deu uma finta nos balaços que tentaram acertá-la e arremessou a bola com força nas balizas.


   - WOW, gol de Gina! O time desafiante diminui a desvantagem no placar!


    Era final de julho e o Beco Diagonal estava promovendo o lançamento de uma nova marca de vassouras, as Broom-light, que eram patrocinadas pela loja Gemialidades Weasley. Harry achou que não era a melhor hora para fazerem um jogo evento em publico, mas Jorge insistiu em fazer ele participar. A equipe que ele estava representando era uma equipe que podia ser dos sonhos na época de Hogwarts. Gina, Angelina e Kátia faziam o trio de artilheiras, Jorge e seu filho Fred faziam o par de batedores, Rony era o goleiro, Harry o apanhador. A equipe adversária trazia as novas vassouras Broom-light e levava artilheiros de equipes de quadribol profissionais, como duas artilheiras dos Harpias, um dos Tornados, os batedores eram da Pegas de Montrose, o goleiro do Chudley Cannons e o apanhador era nada menos do que Vitor Krum, que estava em Londres convidado ao casamento de Carlinhos e Maya, por insistência de Fleur.


    Lino Jordan era o encarregado de narrar a partida, que estava sendo executada no estádio do Pegas de Montrose, perto do Beco Diagonal.


    - Kelly toma a pose da goles e parte para cima das artilheiras da equipe desafiante, ela passa para Amy, que passa para Mark, Kelly de novo, Amy, Mark, Kelly, Amy, Kelly, Mark... OOH as artilheiras estão usando a formação cabeça-de-falcão, Gina e Angelina são jogadas para longe, AHH um balaço pegou Kátia, Kelly parte para cima do goleiro eeeeeeeeeeeeeeee........... RONY DEFENDE! ESPETACULAR DEFESA!


    Rony deu um mergulho no aro a esquerda e meteu um soco na goles, rapidamente Gina se recompôs do encontrão e pegou a goles já cortando o ar contra o goleiro adversário.


   Numa das arquibancadas os familiares estavam reunidos assistindo o jogo, Tiago trazia um cartaz erguido escrito “Os Broom-light fedem”, Hermione estava a ponto de tacar fogo no cartaz pela imaturidade de seu sobrinho, mas deu de ombros quando viu o cartaz que Ted havia feito, este estava escrito “Broom-light, perfeito para você limpar as bostas de dragão de sua casa”, ficou mais indignada quando Hugo aprovou os dois cartazes, que foi suficiente para ele tomar dois safanões da mãe. 


    - Vocês querem abaixar isto! – indagou Hermione olhando-os severamente.


   - Nem vem – rosnou Tiago.


   - Nem vem, preciso dar apoio pro tio Harry – disse Ted.


   - Xingar as vassouras da outra equipe é dar apoio?


   Os dois se olharam, e disseram ao mesmo tempo com a maior cara de pau.


   - É!


   - Não liga pra eles tia, olha a Gina – Victoire apontou para o que seria o quarto gol da bruxa.


    “Essa Gina é sensacional, não sei porque cargas d’água ela abandou os Harpias, com certeza foi culpa do seu marido Potter...”.


   Se não tivesse tão concentrado no jogo, Harry estuporaria Lino Jordan ali mesmo. As artilheiras Kelly e Amy jogaram suas vassouras para cima de Gina e Angelina quando a goles estava com Mark, o artilheiro passou voando a centímetros da torcida, e pode escutar Tiago lhe xingando.


   - FRED ACERTA ESSE TORNADINHO!


   - Se comporte Tiago! – advertiu Hermione vendo Rony levar um baita gol – nem parece que vai para o terceiro ano de Hogwarts.


   - É – concordou Ted – vou dar uma idéia pro tio Harry, pedir para ele te levar para uma creche.


   - Ora, cale essa boca Ted – rosnou – já conto daquele caso que você teve com...


   Ted virou um soco na cabeça de Tiago.


   - Caso? – perguntou Victoire cruzando os braços – que caso?


   - Não é nada não amorzinho, vamos assistir o jogo – disse com um sorriso amarelo.


   - Preciso ter uma conversinha com o Tiago assim que ele acordar do soco – disse a ruiva.


   “OOOH”


   A torcida se levantou quando Vitor Krum deu um mergulho com sua vassoura na direção do solo, Harry a poucos metros não demorou para mirar o mesmo caminho do outro apanhador. Os dois foram descendo na direção do gramado numa velocidade impressionante.


   “OOOH” repetiu a torcida quando os dois já estavam a alguns metros do chão.


    A centímetros de se chocar no gramado, Krum puxa a vassoura para não colidir e fica voando numa distancia mínima do gramado esperando o baque a suas costas, mas o que escuta é apenas um “AAAAAH” vindo das arquibancadas. Harry logo atrás se recuperou a tempo do choque e voava mais baixo do que ele deixando alguns pedacinhos de grama tocarem seus pés.


   - Ah, meu pai é fo...! – gritou Tiago que já se recuperara do soco dando pulinhos.


   - Finta de Wronski – comentou Ted – se ferrou Krum não conseguiu, olha aqui pra você – ergueu o cartaz mais alto.


   - Incrível – disse Alvo que usava um boné escrito “Potter”.


   Aplausos soaram para o que foi mais um gol de Gina, a ruiva parecia estar em forma, estava dando o maior trabalho para os adversários.  A equipe da Broom-light ainda liderava o placar por centro e dez a setenta, o placar largo não era porque Rony estava tomando muitos frangos, mas sim pela qualidade dos artilheiros adversários.


    - Estou ficando com fome – disse Tiago baixando o cartaz – esse jogo vai durar muito ainda.


   - Duvido – disse Hermione – aqueles dois logo vão achar o pomo.


   - Enquanto eles não acham eu vou lá em baixo comprar pipoca – disse se virando.


   - Ei Tiago, compra um picolé pra mim – disse Alvo.


   - Não.


   - Não seja arrogante – disse o outro – eu pago.


   - Ta certo, seu dinheiro beleza – pegou os galeões da mão do irmão e saiu escada a baixo.


    Angelina trazia a goles no braço, o batedor da outra equipe atirou um balaço na direção dela, alguns dos torcedores fecharam os olhos para não ver o impacto, mas a outra fez uma finta incrível para se livrar da colisão.


    “Oh, Angelina usa o giro da preguiça para se livrar do balaço... e lá vai ela... GOL DE ANGELINA!”.


   - Talvez eles tivessem mais chance se tivessem usando o mesmo tipo de vassoura – comentou Rosa apoiada na grade.


    “OOOH”


    Um movimento de Harry e a torcida se levantou, um brilho perto da arquibancada da esquerda fez ele partir velozmente naquela direção, Krum logo se moveu para segui-lo. Sim, era o pomo, pode ver a pequena bolinha fugir quando ele se aproximava. Cortou o ar chegando mais perto.


   “Potter e Krum viram o pomo, vamos esperar que eles peguem agora não é...”.


    O pomo voou para fora das arquibancadas começando a se afastar do estádio, Harry e Krum passaram feitos raios pela multidão que só ficou olhando. A pequena bola partia em fuga por cima da cidade de Londres seguidas de duas vassouras, decididamente isso irá dar um bom trabalho para o Comitê de desculpas para trouxas.


    Antes de se afastar demais do estádio o pequeno pomo deu meia volta dando uma finta nos dois apanhadores, ambos quase caíram de suas vassouras e a pequena bola começou a rumar de volta para o estádio.


   - Esse pomo ta de sacanagem – disse Harry a Krum quando os dois partiram atrás dele de novo.


    A pequena bola deu um mergulho na direção do chão se aproximando bastante da área de entrada do estádio, alguns bruxos que andavam por ali fazendo compras de materiais de quadribol, levaram um susto quando os dois passaram ferozmente acima deles. A pomo voltou a subir e ambos fizeram a mesma coisa jogando uma forte corrente de ar para cima dos bruxos lá em baixo.


   Tiago, que já estava voltando para dentro do estádio com sua pipoca, viu o pacote voar de sua mão com o movimento dos apanhadores caindo sentado no chão olhando para cima boquiaberto.


   Entraram novamente no estádio atrás do pomo, agora lado a lado, os dois se empurravam com força, à multidão estava em silencio observando-os. Krum se afastou um pouco para dar um baque mais forte em Harry, vendo o movimento do outro Harry mirou sua vassoura para cima fazendo Krum passar em falso no ar e cambalear, “ooooooh” da torcida quando o pomo virou para esquerda.


   Vitor já estava se recuperando do passo em falso quando um balaço atirado por Jorge acertou sua vassoura, agora era Harry e pomo, estava quase lá, a torcida estava apreensiva, o búlgaro cambaleava na direção do chão com o choque do balaço.


   “Ele vai pegar...”.


    Esticou a mão, já sentia as asas do pomo batendo em seus dedos, só mais um pouco, mais um centímetro e...


   “HARRY POTTER PEGOU O POMO!”.


   - ISSO! – berrou Rony da baliza.


   A galera do estádio foi ao delírio quando ele ergueu a pequena bola exibindo para o povo. Cento e cinqüenta pontos foram adicionados, e o placar marcou Centro e setenta à equipe da Broom-light e duzentos e cinqüenta para equipe deles. Ficou algum tempo ainda no ar apenas escutando aplausos e assobios.


 


 


 


 


    - Foi um bela captura Potter, mas eu non estoi em minha melhor forma – comentou Vitor Krum quando tinham conseguido se reunir na frente do Caldeirão Furado, escapando dos vários repórteres que haviam os cercados depois da partida.


   Não que fosse por falta de tentativa, Harry quase tinha implorado de joelhos para eles não saírem de casa por causa dos últimos acontecimentos em Scafell Pike, mas Jorge dissera “Um patrocínio desse não se consegue toda hora”.  


    Hermione insistiu em ir ver o jogo evento para aproveitar e fazer as compras para as coisas do casamento de Carlinhos e Maya, Gina e Angelina prometeram acompanhá-la depois da partida, assim como Victoire, Rosa e a pequena Lílian. Ao contrario, Harry, Rony, Ted, Jorge e os outros garotos não estavam nem um pouco a fim de passar o dia todo carregando sacolas de um lado para o outro no beco diagonal enquanto elas escolhiam os melhores presentes.


   - Cinco sicles que elas vão demorar mais de duas horas para voltar – disse Jorge quando todos os homens estavam reunidos numa mesa do Caldeirão Furado jogando conversa fora.


   - Só isso? Eu cubro sua aposta, dez sicles que elas demoram três horas – disse Ted.


   - Três horas? Nem pensar, Gina e Mione não deixariam... – o ruivo tomou um gole da sua cerveja amanteigada.


   - Se a Mione decidir parar no Floreios e Borrões com a Rosinha acho que chegam a três horas – comentou Rony se esticando na cadeira.


   - Nem precisa, a Victoire ta lá, ela é mais enrolada que lingüiça de venda – disse Ted.


   - A filha do Gui e da Fleur? – Jorge colocou a mão no queixo – faz sentido, filha de Fleur desse ser bem fresca.


   - Vic-toi é aquela garrota ruiba? – perguntou Krum.


   - MINHA namorada – se apressou a responder Ted.


   - Cuidado ai Vitinho, ouvi dizer que o soco dele é mais forte que o meu.


   O búlgaro deu de ombros rindo.


   - E você Harry, o gato comeu a sua língua? – Jorge lhe deu um cutucão – ou foi a Gina?


   - Não chateie – respondeu apoiando os cotovelos na mesa – sabe que não estou nada contende em ficar se expondo assim.


   - Ora vamos Harry... não aconteceu nada de ruim desde aquele dia. – Jorge olhou para os lados verificando se alguém tinha ouvido seu comentário.


   - Eu entendo que já faz um mês, mas isso não quer dizer que ele não esteja agindo – falou tão baixo essa frase que todos se debruçaram para ouvir – eu acho que temos que se manter vigilantes.


   - Claro que temos, mas não adianta nada ficar trancado em casa e esquecer de viver – disse o outro.


   Harry fechou a cara e não respondeu, apenas virou o copo de sua cerveja amanteigada e observou Tiago, Alvo, Fred e Hugo num papo animado sobre vassouras de quadribol.


   - De fato nossas economias vão voar com esse patrocínio – Jorge agora comentava com Krum.


   - Acrredito que essa nôva linha vá ser vendida comu água – disse o búlgaro. 


   - Claro que vai, o marketing que conseguimos quando você aceitou jogar vai ser um ponto fundamental, todos vão querer comprar a vassoura que Vitor Krum e Harry Potter usaram – Jorge esticou a caneca para um brinde - já posso sentir os galões brotando na palma de minhas mãos.


   - Galões que as mulheres devem estar gastando essa hora – disse Rony.


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    - Credo Vic tira isso, é muito cafona!


   As mulheres haviam encontrado uma loja de roupa perfeita no beco diagonal. Enquanto Hermione e Angelina estavam sentadas com suas sacolas, Gina e Victoire estavam no mínimo uns vinte minutos decidindo qual roupa levar.


   - Veja essa – Gina estendeu outra peça para a garota dentro do provador.


   - Feia demais...


   - E essa...


   - Muito anos setenta...


   - Essa...


   - Brega...


   - E essa aqui... ah melhor não... parece as roupas que a tia Muriel usa.


 


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   Um estrondo veio da porta do caldeirão furado fazendo todos naquela mesa virar suas cabeças para ver o que era. Num segundo, uns vinte repórteres entraram afobados pela porta olhando para todos os lados, um deles ao longe avistou a mesa.


   - Ali está Harry Potter! – gritou.


   Harry mal teve tempo de pensar em fugir, e os repórteres já haviam chegado na mesa, outros estavam encurralando Krum, alguns olhavam atentamente para Alvo e Tiago, Jorge e Ted já falavam com um homem nanico sorrindo a beça para os fotógrafos.


   - Potter, Potter, pensamos que você tinha fugido – começou a dizer o repórter a sua frente pegando um pergaminho deixando uma pena mágica anotar o que ele falava – o que leva uma pessoa como tal vir ao Caldeirão Furado?


  Olhou a cara do bruxo, Rony já trazia uma expressão de riso na mesa, com certeza ia tirar com a cara dele depois.


   - Gosto do caldeirão furado – respondeu.


   - Sim claro, gosta, o que você achou do evento da nova linha de vassouras Potter? Sentiu-se entusiasmado quando soube que jogaria contra Vitor Krum?


   - Não, eu e Krum já nos conhecemos há algum tempo, não é nenhuma novidade.


   - Vocês são dois fantásticos apanhadores – comentou o repórter – e aqueles dois ali são seus filhos? Parecem uma imagem cuspida de você, eles vão ser jogadores também?


   - Talvez na escola...


   - Tire foto deles... anda – mandou para o fotografo.


    Quatro ou cinco fleches cegaram Tiago e Alvo, o repórter não se demorou para fazer mais perguntas.


   - De fato nos bruxos comuns andamos percebendo que o ministério não está mais caçando Edgar Teobot, o que tem a dizer sobre isso Potter?


   - Sinto, mas não posso lhe responder sobre esse assunto.


   O bruxo o olhou desconfiado.


   - Algum motivo para não responder?


   - Nada, está tudo sobre controle não?


   O repórter fez uma cara pensativa, depois concordou.


   - Verdade, não tem ocorrido nada anormal ultimamente.


   Era verdade que desde o retorno do lord das trevas, nem ele, nem Kin, nem qualquer outro tinham tido coragem de noticiar tal noticia, até porque tinha quase certeza que ninguém acreditaria de fato, o lado bom é que Voldemort não estava dando trabalho algum nas ultimas semanas, o que deixava ele ainda mais angustiado, não pelo fato do bruxo estar sendo bonzinho não matando ninguém, mas por seus amigos não estarem dando a mínima.


   Jorge e Ted continuavam fazendo poses para fotos enquanto respondiam perguntas do repórter nanico.


   - Com toda certeza não há lugar melhor para ir no Beco Diagonal do que a loja Gemialidades – ia dizendo seu afilhado – se você quer tirar com a cara de alguém, da uma boa risada, lá é o lugar certo.


   - Sem contar que como estamos promovendo o lançamento da nova vassoura, vamos estar vendendo um estoque lá na loja...


   Um dos bruxos que tinha encurralado Krum, além de fazer perguntas para o Búlgaro, estava doido para que o outro desse um autógrafo em sua camisa.


   - Acrredito que meo ciclo em Bulgária esteja chegando ao fim...


   - Hora não diga uma bobagem dessa, você é o maior de todos os tempos.


   Uma coisa Harry tinha certeza, ele odiava repórteres. Os bruxos pareciam robôs, continham um questionário de perguntas infinitamente grande, perdeu a noção do tempo de quantas respostas deu para aquele homem quando Tom, o dono do bar, expulsou todos eles de lá porque estavam atrapalhando a clientela.


   - Os bruxos lá do trabalho vão ficar doidos de inveja quando virem minha foto no profeta diário – comentou Ted depois que puderam se sentar na mesa de novo e relaxar esperando as moças.


   - Vão sim, e vão ver o narigão do Vitor Krum – disse Jorge baixinho para o outro.


   - Ainda bem que não sou famoso – disse Rony.


   - Se fosse... ia acabar distribuindo autógrafos por todo lado,  igual o Potter.


   Todas as cabeças na mesa se viraram para ver um Draco Malfoy mal encarado olhando para eles, Rony já fechou o punho.


    - Malfoy – cumprimentou Harry se levantando.


   - Potter – respondeu o outro lhe dando um aperto de mão. Para os outros apenas um aceno – podemos conversar?


   - Não o Harry não pode conversar, estamos ocupados não está vendo? – rosnou Rony.


   - Fique quietinho Weasley, não se esqueça que me deve pela vida de seu pai.


   Rony amarrou a cara sem ter o que responder. Draco deu uma encarada nele depois indicou para Harry se afastar um pouco da mesa.


   - Qual é o problema?


   - Então Potter, ao contrario do que você anda fazendo ultimamente, eu andei de olho no ministério e consegui pegar algo interessante para você – disse Malfoy.


   - Pegou o que?


   - Isto – disse puxando quatro frascos da veste – estive de olho naquele Bertoldo ultimamente, idéia do meu guardião sabe, ele tem andado meio estranho tentando abafar assuntos dentro do ministério...


   - Só não noticiamos a volta de Voldemort ainda por que ele insistiu em esperar um pouco mais.


   - Eu concordo com ele se quer saber Potter.


   - Concorda? Por que?


   - Pelo simples fato de que o lord das trevas não vai querer ser tolo o suficiente de se expor assim tão rápido. E qual é o ponto positivo nisso? Ele não vai sair matando ninguém, compreende Potter?


   - Se for pensar por esse lado... mas também ele pode estar fazendo outra coisa enquanto está no escuro.


   - Com certeza está, ao contrario de nós, provavelmente num processo lento é claro, ele deve estar procurando aliados.


   - É o que estou tentando dizer a todos, mas ninguém parece se importar muito.


   - Tem certeza que esta tentando mesmo Potter? Ou talvez você esteja com medo de começar a agir pelo fato de expor seus filhos de novo.


   Harry não respondeu, deixou as palavras do outro vagarem um pouco, antes de voltar a falar.


   - O que tem nesses frascos? – perguntou.


   - Memórias – respondeu Draco – de trouxas.


   - E o que eu quero com memórias de trouxa?


   - Não são simples memórias – o bruxo puxou ele para pouco mais longe – lembro quando estava em seu quarto no St Mungus aquele dia, seus amigos pediram a ficha de Roran Ganthof e Zacharias Smith.


   - Sim, cheguei a ouvir, mas não recebemos nada ainda.


   - Então Potter, são memórias de acontecimentos que envolveram os dois, Bertoldo e Burdock estão querendo lhes levar fichas falsas, querendo esconder algo que eles descobriram, ouvi o Sebastien comentar hoje.


   - Por qual motivo?


   - Eu preferia que você mesmo visse o motivo – disse Draco passando os frascos – consegui roubar do Quartel dos Obliviadores, sabe como são, seria mais fácil se o ministro já tivesse saído do St. Mungus – riu – apesar de que tenho achado muito estranho ele ainda estar lá.


   - Acha que está havendo algo errado? – Harry guardou os frascos.


   - Se acho? Não é meio obvio Potter, você e seu filho estavam muito mais arrebentados do que ele, e já estão de pé, não é estranho Arthur Weasley ainda estar lá?


   - Será que estão lhe dando os medicamentos errados?


   - Ou será que os medibruxos são eles mesmos – indagou Malfoy – já convivi com pessoas que estão dominadas por alguma maldição.


   - Você quer dizer que suspeita...


   - De magia imperius? Tenho quase certeza, Bertoldo e Burdock tem estado muito estranhos ultimamente, eles estão agindo como se fossem o ministro da magia... bom eles vão mandar muito enquanto Arthur estiver de cama, deve ter medibruxos metidos nisso também.


   - Faz sentido – disse Harry pensativo.


   - Mas não vai sair soltando a língua por ai Potter, primeiro de uma olhada nessas lembranças, e avise seus amigos Weasleys para ficarem de olhos abertos.


   - É bom ver que alguém está preocupado.


   - Sem sentimentalismos – disse Draco – veja isso Potter, preciso passar em Gringotes.


   - Se falamos no ministério.


   - Se falamos, pode ir distribuir seus autógrafos – o outro então se afastou para os fundos do bar.


   Harry virou-se e voltou para mesa sobre olhares dos outros. Rony foi o primeiro a falar.


   - Desde quando você é amigo do Malfoy?


   - Desde que Rosinha se interessou pelo filho dele – disse Ted.


   - O QUE? – berrou Rony se levantando.


   - Estou só brincando – disse o garoto – até parece, ele é sonserino!


   - Exatamente – rosnou o ruivo – e é um Malfoy – fez questão de cuspir no chão quando falou o nome.


   - Deixe de ser babaca Ronyquinho – disse Jorge – agora conta ai Harry, você e o Draco estavam marcando um encontro ali no cantinho?


   - Ah tio Harry, não sabia desse seu outro lado – Ted tirou sarro.


   - Calem a boca, só falam asneiras – disse colocando os quatro frascos em cima da mesa – o que ele queria era isso.


   - O que tem ai?


   - Memórias – disse – vou contar o que discutimos...


  E as palavras que o outro havia lhe dito agora pouco saíram de sua boca. Contou que Draco falara que Bertoldo e Burdock estavam planejando trocar as fichas de Zacharias e Roran na hora que fossem mandar para eles, “Isso explica o motivo de tanta enrolação” disse Jorge, contou que os frascos eram memorais de acontecimentos que envolveram Roran e Zacharias, comentou também sobre o Sr. Weasley, que estava achando muito estranho o bruxo ainda estar no hospital, e a possibilidade de Bertoldo e Burdock estarem sobre a maldição imperius, assim como os medibruxos do Sr. Weasley.


   - Vejam bem, o que o Malfoy falou até que faz algum sentido – disse Harry depois que terminou – se de fato os dois estão sobre imperius, isso quer dizer que Voldemort está agindo, e agindo bem de baixo dos nossos narizes.


   - Vou ficar de olho neles pra você tio Harry – disse Ted firmemente – e vou dar uma passada no St. Mungus... vou verificar tudo.


   - Veja também se os medibruxos da Morgan tem algo suspeito – disse.


   - Verei.


   - Eu estou a fim de dar uma olhada nessas memórias também – disse Rony – quando pretende dar uma olhada nelas?


   - Amanha mesmo talvez.

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