Já era!!!



Capitulo III


 Já era!!!


Draco se levantou da poltrona onde estava e se aproximando de Hermione, agarrou-a pela cintura e lhe deu um leve beijo nos lábios. Ela instantaneamente fechou os olhos, e entreabriu a boca assim que sentiu a língua dele pedindo passagem. Beijaram-se calmamente por um bom tempo, dando espaço para que suas línguas travassem uma calma batalha entre elas.


Ela sentia o toque frio dos lábios do sonserino nos seus, o que a deixava completamente sem razão. Até que algo em sua mente a alertou sobre o que ela estava fazendo.


Retomando a consciência, ela o afastou delicadamente.


- Draco, não... Não podemos... – ela tentava pensar em algo mais pra dizer, sem sucesso.


- Por que não Hermione? – ele perguntou, no fundo já sabendo dos motivos óbvios dela.


- Não está certo, nós devíamos nos odiar e não fazermos o que acabamos de fazer. – disse ela se referindo ao beijo.


- Hermione, não estou fazendo nenhuma declaração de amor pra você, só, por favor, curte o momento – dissera ele, notando a cara incrédula que ela acabara de fazer pensou “merda, fala mais Draco, abre essa boca grande”


- Malfoy, se me der licença, tenho mais o que fazer em meu quarto. Passar bem – Ela disse irritada e saiu para seu dormitório.


Hermione entrou em seu quarto, pegou sua toalha e se trancou dentro do banheiro. Não sabia o porquê, mas as palavras dele a haviam machucado.


“Quem ele pensa que é pra vir me beijando e depois dizer aquelas coisas?” se perguntou ela, como se Draco houvesse cometido um crime.


Despiu-se e entrou de baixo do chuveiro, ficando por ali cerca de uma hora, somente pensando. Quando saiu, vestiu uma camisola preta curta, apesar de ainda nem ter anoitecido, ela não sairia do quarto. Queria ficar ali até o outro dia, e quem sabe passá-lo inteiro no quarto também, saindo apenas quando soubesse que o restante dos alunos estaria chegando, para ir ver Harry, Ron, Gina e Andrew.


Deitou-se em sua cama e apanhou um livro qualquer, quem sabe se ela começasse a ler não esquecia o que aconteceu e pronto? Mas nem assim ela conseguiu se distrair. A cena passava-lhe na repetidas vezes em sua mente, e aquilo a estava incomodando, não sabia bem o porquê, mas estava.


Vencida pelo cansaço finalmente conseguiu adormecer por volta de 1h00min da manhã.


 


 


Estava em um lugar totalmente estranho, parecia um calabouço de uma mansão medieval, com varias velas negras flutuando pelo cômodo onde se encontrava. Sentiu uma dor nos pulsos e de repente se deu conta de que a dor era provocada por cordas que a amarravam fortemente.


Começou a gritar por socorro, mas parece que ninguém a ouvia. Foi quando em um de seus gritos, uma porta se abriu, revelando um homem parado com uma expressão sombria no rosto. Jogou para dentro da sala outra pessoa, a qual não conseguiu reconhecer imediatamente, fechando a porta em seguida com uma forte batida.


- Hermione? É você? – perguntou a pessoa que acabara de ser jogada na sala, se arrastando para mais perto de onde ela estava parada, fazendo com esta o reconhecesse.


- Harry? O que você está fazendo aqui? – ela perguntou tentando se levantar, mas não conseguindo devido a seu estado critico.


- Hermione, você tem que fugir, tem que sair daqui, eles querem matá-la. Você não pode ficar aqui, tem que encontrar o guardião. – ele dizia desesperado. E ela pode notar que ele estava gravemente machucado.


- Mas, Harry, o que eles querem? – ela perguntou confusa


- Hermione, eles sabem que você tem o sangue de Kendra correndo em suas veias, eles sabem... Eles sabem... – e, enquanto foi dizendo, sua voz foi minguando e ele caiu morto aos pés de Hermione.


- NÃO! HARRY... NÃO! HARRY, POR FAVOR... HARRY... – ela gritou e em seguida acordou assustada com um forte barulho na porta de seu quarto.


- Hermione, está tudo bem? – perguntou Malfoy, que acabara de literalmente quebrar a porta de seu quarto por causas dos gritos dela.


- Ma... Ma... Malfoy? O que aconteceu? Que horas são?– ela perguntou se levantando de sua cama e checando seus pulsos, notou que neles havia marcas de cordas.


- Pelo jeito você estava tendo um pesadelo, porque estava gritando alguma coisa a ver com o Potter. E agora são 2h30min da manhã. – Ele explicou. – Mas, o que foi que você sonhou exatamente?


Ela então narrou o pouco que conseguia se lembrar do sonho que havia tido e então desatou a chorar.


- Hermione, o que você fez em seus pulsos? – Ele perguntou pegando nas mãos dela e analisando as fortes marcas que estavam ali.


- Não sei, não fiz nada – ela disse também confusa com essa questão. Realmente ela não se lembrava de ter feito nada, pelo menos nada na vida real, apenas em seu pesadelo estivera com os pulsos amarrados... “Será?... Não, impossível!” ela pensou.


- Vai ficar bem? – ele perguntou se aproximando dela com calma e se sentando na beirada da cama.


- Acho... Acho que sim... – ela respondeu, começando novamente a chorar. O pesadelo que tivera realmente a abalara muito. Fora tão real.


Draco ao ver a fragilidade de Hermione não se conteve e abraçou-a. Sentia que devia protegê-la, devia ficar ao lado dela.


Hermione estranhou a atitude do loiro de inicio, mas depois retribuiu o abraço, procurando conforto nos braços dele.


Assim que parou de chorar, ela se afastou e olhou-o nos olhos, precisava pedir desculpas pela atitude imatura que tivera anteriormente e agradecê-lo por estar ali com ela.


- Draco... Obrigada e... Desculpe-me pelo que fiz... – ela começou a dizer sem jeito.


- Não precisa dizer nada – ele disse se aproximando vagarosamente e lhe dando um beijo, sereno e cheio de significados, no que ela novamente retribuiu, mas dessa vez ela não o afastou quando percebeu o que estavam fazendo, deixou que o momento a levasse. Somente quando o ar lhes faltou foi que eles se afastaram, o suficiente para poderem respirar.


- Hermione, eu... Tenho que ir... – ele começou a dizer, sem jeito. Tinha medo de como ela pudesse reagir depois de tê-la beijado novamente.


- Draco, fica aqui comigo, por favor. – ela pediu calma. Precisava de alguém ao seu lado. Não queria ter aquele sonho novamente, não quando aquilo tinha provocado tal efeito nela.


- Tudo bem, mas, pelo menos me deixe concertar o que fiz em sua porta – ele disse sorrindo ao olhar para a porta que estava partida ao meio devida a força que ele usara para abri-la, às vezes se esquecia que era um bruxo e que tinha uma varinha. Pegou-a do bolso de sua calça e com um leve aceno, a porta estava novamente inteira.


Retirou o tênis que calçava e, sem dizer mais nada, deitou-se ao lado de Hermione e abraçou-a. E assim os dois adormeceram juntos.


Acordou com a claridade vinda da janela e sentiu algo sobre sua cintura. Abriu os olhos e se deparou com a mão de Draco.


Virou-se lentamente até ficar de frente para ele sem acordá-lo. Passou a mão nos fios loiros que caiam sobre os olhos fechados dele.


- Já esta acordada? – perguntou ele ainda com os olhos fechados, apreciando o toque da mão macia dela em sua pele.


- Já – ela respondeu um pouco assustada pelo fato de o loiro também já ter acordado, apesar de estar com os olhos fechados.


- Vou para o meu quarto, antes que alguém sinta minha falta – ele disse preocupado por ter ficado a noite toda no dormitório dela. Levantou-se então e calçou seus tênis, caminhando em direção a porta do dormitório.


- Draco... – ela chamou um pouco incerta, no que ele se virou olhando-a. – Obrigada por ter ficado aqui essa noite. – Terminou ela sem jeito.


- Tudo bem. – respondeu ele sorrindo e se retirando.


Hermione resolveu tomar um banho pra ver se acordava de vez. Pegou sua toalha e rumou para o banheiro. Quando estava se despindo, se espantou ao olhar para seus pulsos e constatar que as marcas continuavam ali, em tons arroxeados e avermelhados, com minúsculos cortes, os quais, ao tocar constatou estarem doloridos.


Decidiu que, assim que surgisse uma oportunidade, iria até Madame Pomfrey e pediria algo para a dor e para os hematomas.


Tomou um banho lento e relaxante.


Saiu de baixo do chuveiro, se enxugou, foi para o quarto, vestiu uma saia de visco-lycra preta e uma blusinha vermelha básica. Calçou uma sandália rasteira também preta, secou os cabelos com a varinha, tomou uma poção para alisar os cachos e decidiu ir tomar café da manhã.


Ao chegar ao salão principal, foi sentar-se ao lado de Téo Boot, o Corvinal com quem andara conversando enquanto não estava acompanhada de Draco ou em período de aulas.


- Bom dia Téo – ela disse sorridente.


- Dia Hermione – ele respondeu. – O que aconteceu essa noite? Ouvi uns gritos e poderia jurar que eram seus.


- Ah, tive um pesadelo – ela disse brevemente.


- Ah – ele disse apenas.


Comeram quietos depois desse pequeno dialogo. Hermione comeu pouca coisa, não estava com muita fome. Voltou para seu dormitório, apanhou um pedaço de pergaminho, uma pena e um tinteiro, chamou sua coruja e desceu até os jardins. Deixou que Clair desse uma volta pelos arredores da escola enquanto escrevia uma carta para Harry, tudo bem que iria vê-lo no dia seguinte, mas estava preocupada. Relatou o pesadelo que tivera. Descrevera-o nos mínimos detalhes, sem deixar passar absolutamente nada. Quando terminou, chamou por Clair e esta logo chegou, estendendo a pata para que Hermione pudesse amarrar o pergaminho nela. Recebeu as ordens de sua dona e levantou vôo.


Hermione então se encostou ao tronco de uma árvore e fechou os olhos, queria pensar um pouco sobre tudo o que vinha acontecendo. Primeiro, sua aproximação com Draco Malfoy, garoto que até cerca de três meses atrás a odiava. Segundo, o fato de esse mesmo garoto que a odiava ser agora (pelo menos nessa semana que se passou) quem está ao seu lado quando precisava. Terceiro, o fato de ele a ter beijado e ter sido extremamente carinhoso nesse momento e ter ficado ao seu lado quando ela lhe pedira. E, quarto, mas nem por isso menos importante, o pesadelo estranho que tivera e o fato de estar agora com horríveis marcas nos pulsos.


Draco assim que se retirara do dormitório de Hermione foi até o seu, tomou um banho e desceu para o café, onde se sentou ao lado de Dafne, lugar o qual não se demorou muito, saindo logo em seguida em direção aos jardins.


Assim que cruzou as enormes portas de entrada avistou Hermione ao longe, encostada em uma árvore perto do lago. Sorrateiramente ele foi se aproximando dela, e notou que a mesma parecia estar em outro mundo, com os olhos fechados e aparentando esta pensando em algo. Caminhou até ela e sentou-se ao seu lado, sem dizer nada e evitando fazer algum barulho. Não queria assustá-la, não agora, mas, mais cedo ou mais tarde, teria que contar a ela sobre a missão que recebera do Lord das trevas, teria que contar a ela sobre o que tanto lhe afligia, quem sabe ela entenderia que ele estava sendo forçado a fazê-lo contra sua vontade, não que ela já não soubesse em partes sobre isso, mas, sentia que era o certo contar a ela o que esta para acontecer, para, depois, não ter que se arrepender de não ter dito nada e de ter perdido a única amiga, que era o que a considerava, a única amiga que tinha, mesmo que tão recente, mas o fato era que, mesmo ele a tendo xingado por varias e varias vezes, fazendo-a ser até mesmo humilhada, ela não se negara a ter perdoá-lo por tudo isso, ela não se recusara a acolher uma alma indigna de seu perdão, que era o que ele próprio se considerava.


- Pensando em que? – Hermione perguntara, tinha notado a presença de mais alguém ali e ao abrir os olhos vira que esse alguém era Draco Malfoy


-    Em tudo, principalmente no porquê de você ter se tornado uma pessoa tão próxima a mim. – ele disse calmo.


- Me tornei uma pessoa próxima a você por apenas um motivo: Acredito que todos merecem uma segunda chance, não importa o quanto já tenham errado ou o quanto ainda errarão, todos merecem uma segunda chance, e você faz parte deste todo. – ela respondeu virando-se para olhá-lo nos olhos, aqueles olhos cinzentos e frios, que nos últimos dias tinham se tornado tão freqüentes em sua vida.


- Vai continuar a achar isso depois que eu fizer o que tenho que fazer? – ele perguntou temendo a resposta que ela daria.


- Vou, mas gostaria que confiasse em mim e me contasse sobre isso. Tem que haver uma maneira de te ajudar nisso, é impossível que não haja.


- Olha se depois que eu te contar isso quiser voltar a me odiar, não vou me surpreender. – ele disse com a voz tremulando, demonstrando todo o medo que havia em si.


- Acho que estou pronta para aceitar o que quer que seja.


- Ok, mas depois que não diga que não avisei. – ele começou – terei... Terei que... Ma - matar alguém – ele completou gaguejando.


- Matar? Mas, quem? – ela tornou a perguntar preocupada.


- Dumbledore – disse ele fechando os olhos e virando o rosto na direção contraria a dela, demonstrando a repulsa pelo que acabara de contar a ela.


Hermione não sabia o que dizer. Era certo que havia ficado horrorizada com aquela noticia, mas mesmo assim não o julgava por nada. Ela tinha certeza de apenas uma coisa: iria ajudá-lo a sair desse, ajudá-lo a salvar a própria vida e a de sua família também.


- Draco, eu, eu vou te ajudar, vou te ajudar a achar uma saída para isso – ela disse nervosa. Iria encontrar uma saída, não importava o que tivesse que fazer para isso, mas iria ajudá-lo.


- Hermione, não... Não quero que se envolva nisso. Não quero perder a única pessoa que me apóia no mundo. – ele disse com a voz totalmente embargada e os olhos queimando pelas lagrimas que teimavam em querer lhe escapar.


Hermione notou que os olhos dele estavam cheios e por impulso o abraçou forte, tentando passar um pouco de conforto e confiança através desse gesto.


Ele aceitou o abraço e encostou a cabeça no ombro dela, tentando esquecer um pouco tudo o que estava acontecendo.


Passado o pesar do momento, eles ficaram o resto da manhã conversando sobre outros assuntos, tentando esquecer um pouco o que acontecera mais cedo.


O almoço correu tranqüilo, e durante a tarde os alunos teriam o direito de ir até Hogsmead.


Draco e Hermione foram juntos ao Três Vassouras, tomaram uma cerveja amanteigada e depois foram a Dedos de mel.


- Sabe, nunca pensei que um dia fosse gostar de ter você como companhia – ela disse sorrindo assim que saíram da loja de doces.


- Também nunca pensei nisso – ele disse sincero – Mas estou adorando ter você ao meu lado – ele disse parando a frente dela, enlaçando-a pela cintura – e adoraria mais ainda tê-la sempre comigo – ele completou, não dando tempo para que ela pudesse responder, beijou-a ali mesmo, no meio da rua, sob vários olhares curiosos.


Perderam-se naquele momento. Esqueceram do tempo. Apenas curtiam o momento, beijando-se cada vez mais intensamente, um beijo doce e cheio de desejo, calmo e profundo, seus corpos agora eram um só. Mas, como tudo que é bom dura pouco, uma hora um deles teria que acordar pra vida, certo?


Hermione afastou-se calmamente, ficando roxa de vergonha ao notar os olhares que atraíram para si.


- Me desculpe, eu... Eu não devia ter feito isso – dissera ele tropeçando nas palavras assim que viu a expressão receosa da castanha a sua frente.


- Draco, não precisa se desculpar, eu... Eu realmente... Realmente gostei. – ela respondeu corando, no que ele abriu um largo sorriso daqueles de criança que ganha o presente dos sonhos no natal – Agora, será que a gente poderia sair daqui? Não quero esse bando de curiosos me olhando. – ela pediu, se referindo aos outros alunos de Hogwarts que estiveram os observando e a um grupo de bruxos mais velhos que andavam pela rua.


Ele não disse nada, apenas entrelaçou seus dedos nos dela e então saíram dali andando de mãos dadas caminhando em direção a escola.


Não trocaram uma palavra até chegarem a seu destino final. Ambos estavam demasiado constrangidos com a situação para que pudessem dizer algo.


Finalmente estavam no castelo. Já era quase noite quando todos chegaram e se juntaram para o jantar, o ultimo em que estariam só eles, afinal, era sábado e no domingo o restante dos alunos chegaria. Hermione ao mesmo tempo em que apreciava a idéia a repudiava, afinal, seria perfeito rever Harry, Ron, Gina, Luna, e todos seus demais amigos, mas, como iria explicar a eles o que acontecera nessa semana? Ninguém entenderia como ela se tornara amiga de Draco Malfoy tão rapidamente, e entenderiam menos ainda se ela dissesse que andara aos beijos com o sonserino.


“Ótimo Hermione, você está numa bela de uma encrenca” ela concluiu em pensamento.


- No que tanto pensa? – Perguntou Draco que estava sentado ao seu lado e observava-a a um bom tempo.


- No dia de amanhã... O restante dos alunos chegará e... Não sei se irão aceitar muito bem a idéia de termos uma amizade sabendo que por longos cinco anos nos odiamos com todas as nossas forças. – Ela disse com o pouco de coragem que lhe restava.


- Ta falando do Potter e do Weasley, não é? – ele perguntou e ela acenou com a cabeça num gesto positivo. – Converse com eles, se eles forem seus amigos entenderam, agora, se não quiser se complicar com eles entenderei se quiser se afastar de mim.


- Já disse que não farei isso, não agora que eu descobri quem você é realmente e o quão bem sua presença me faz. – ela disse um pouco alto, fazendo assim com que os outros olhassem para si com olhares questionadores.


“Merda... Falei de mais!” Ela pensou meio que se repreendendo por ter dito aquilo e se perguntando de onde aquelas palavras teriam surgido, porque em momento algum ela pensara em dizê-las, pelo menos não conscientemente.


- Hermione, já disse que não quero que se prejudique por minha causa, mas também não quero te perder. Mas se pra que você não se prejudique seja necessário que nos afastemos, não serei eu quem complicará as coisas. – ele falou com segurança, mas por dentro, desejava nunca ter dito aquilo. Não queria de maneira alguma perder a única amiga que tivera na vida, independente de se considerado algo por ela, ela com certeza já representava algo na vida dele, e em seu coração também. Nos últimos dias viera pensando nisso. Nunca parara para olhá-la como mulher, e agora que o fizera, percebera quanto tempo de sua vida havia desperdiçado xingando-a, e a humilhando, percebera quanto tempo de sua vida havia perdido, se tivesse sido diferente, se tivesse conseguido a amizade dela antes, talvez hoje não estivesse metido nos problemas em que estava.


- Draco, já disse que não irei me afastar de você. Algo me diz que você precisa muito mais de mim do que Harry, Ron e os outros. – Ela tornou a dizer, com um aperto no peito ao pensar em Draco, Harry, Ron, Gina, os Weasleys, e seus demais amigos correndo perigo. – Vou pro dormitório, tentar colocar os pensamentos no lugar. Você vem?


Ele não disse nada, apenas se levantou e seguiu atrás dela Mem silêncio.


Ao chegarem às escadas que dividiam os dormitórios, Draco puxou-a pelo braço, virando-a e colando seus corpos.


Hermione se espantou um pouco com a atitude do sonserino, que, ao perceber a surpresa no olhar dela, afastou-se, mas foi surpreendido por uma inesperada atitude dela. A castanha ao notar que ele iria se afastar jogou seus braços no pescoço do loiro e o puxou para um beijo. Um beijo diferente dos outros que foram calmos e doces, esse era urgente e cheio de desejos, profundo e apaixonado.


Era impossível dizer quanto tempo havia se passado. Se haviam passado segundos, minutos, horas, dias, semanas, não saberiam dizer. O tempo parecia ter sido congelado.


Quando se lembraram que era preciso respirar para se manterem vivos, ambos se afastaram fitando os olhos do outro sem nada dizer. O silencio permaneceu por um longo tempo, até que Draco resolveu quebrá-lo.


 Hermione, eu... Eu sei que é cedo, mas... – ele vacilou – quero... Quero... Quero ficar com você, só com você. – ele completou se enrolando um pouco.


- Draco... Não sei se essa é a melhor hora para eu assumir um namoro. – ela disse notando o quão interessante seus pés haviam se tornado.


- Não precisamos assumir um namoro... Não se você não quiser... Desde que a gente fique junto, não me importa que nome isso tenha... Apenas quero estar ao seu lado.


- Draco, isso é loucura.  – ela constatou risonha, mas pensando seriamente em aceitar, afinal, apesar de tudo que ele lhe fizera em todos esses anos, na ultima semana vinha se mostrando uma ótima pessoa, indigna do julgamento que muitos faziam dele.


- Não gosta de aventuras? – ele perguntou maroto.


- Draco... Meus amigos nunca aceitariam isso – ela começou fingindo estar preocupada. – Mas... Quem disse que não posso viver minha vida? – ela perguntou sorridente, abraçando-o e dando um selinho nele. – Amanhã os outros chegam, e acho melhor irmos com calma. Não quero todos olhando para mim como se eu fosse uma criminosa. Deixe-me conversar com o Harry e o Ron primeiro, quem sabe aqueles cabeças duras me entendam pelo menos uma vez na vida.


- Tudo bem, mas faça isso antes que um dos outros o faça, afinal, pros que estão aqui não é segredo nenhum que estamos hã... Juntos?! – ele terminou a frase confuso.


- Isso mesmo, estamos juntos, mesmo isso parecendo loucura e sendo tão recente, afinal, chegamos no Domingo, começamos a conversar civilizadamente, fomos nos aproximando durante a semana, você me contou varias coisas sobre sua vida e eu te dei conselhos, te ajudei e ainda vou ajudar. Ontem você simplesmente me agarrou, não que eu não tenha gostado, mas... E hoje a gente ta aqui, definitivamente juntos. Surreal, não? – ela pergunta soltando um sorriso encantador aos olhos dele.


- Ta, só porque a gente jurou ódio por cinco anos não quer dizer que estarmos juntos seja algo surpreendente – ele disse com ironia arrancando mais um sorriso dela.


- Bom, eu vou dormir, amanhã será um longo dia... – ela disse soltando um bocejo, demonstrando todo seu cansaço.


Despediram-se e foram cada um para seu dormitório.


 


 


- Meninos, andem ou vão se atrasar! – Gritara a senhora Weasley na tentativa de apressar Harry e Ron que ainda terminavam de se trocar.


- Já estamos indo mãe – gritou Ron de volta.


Terminaram de se arrumar, apanharam seus malões e foram para a cozinha, onde a senhora Weasley os esperava junto com Gina. Partiram então para a estação de Kings Cross, onde embarcaram no expresso de Hogwarts.


- Harry, tenho reunião de monitores, procure uma cabine, depois eu te encontro. – dissera Ron assim que embarcaram.


- Tudo bem. – respondera o moreno simplesmente – Vou ver se encontro Andrew por ai.


Harry então saiu à procura de uma cabine vazia. Encontrou uma bem a final do expresso.


Passado um bom tempo, Ron apareceu sorridente.


- Que foi que aconteceu pra você ficar assim Ron? – perguntou Harry estranhando a felicidade estampada no rosto do amigo.


- Cara, você sabe que nunca gostei muito da idéia de a Gina estar saindo com o Dino, certo? – Harry confirmou com a cabeça – então, ele não está no expresso, de certo já deve estar em Hogwarts, deve ter ido junto com a Mione.


- E o que exatamente isso tem a ver? – perguntou o moreno mais confuso do que nunca.


- Tem a ver que ele mentiu pra Gina, pelo menos foi o que eu a ouvi dizendo pra Luna, e ela ficou uma fera, disse que da próxima termina com ele.


- E isso lá é motivo pra tanta felicidade? – perguntou Harry.


- É claro que é, assim não tenho que ficar de olho para não passarem dos limites. – o ruivo falou empolgado.


- Ron, se a Gina não fosse sua irmã, diria que está afim dela – brincou Harry animado com a idéia de Dino e Gina terminarem.


- A Harry, cala a boca. – disse Ron dando um tapinha na cabeça do amigo.


- Ok, ainda temos um longo caminho pela frente, então... O que vamos fazer pra passar o tempo? – perguntou Harry com cara de quem está entediado.


 Passaram o restante da viagem conversando, comendo doces e dando risadas. Quando chegaram à estação de Hogsmead, logo foram para as carruagens e então finalmente chegaram à escola.


Assim que adentraram o salão principal, avistaram ao longe Hermione conversando com Malfoy, que assim que os viu, se afastou, permitindo assim que Hermione notasse a chegada dos demais alunos e fosse correndo em direção aos meninos.


- Harry, que saudade! – ela disse pulando no pescoço dele e o abraçando forte.


- Também senti sua falta Mi! – Ele disse retribuindo o abraço na mesma intensidade.


- Ron, é bom ver você. – ela disse se soltando de Harry e dando um pequeno abraço no ruivo.


- Também é bom ver você Hermione!


- Por acasos vocês viram o Andrew? Queria falar com ele – ela perguntou logo se explicando ao ver os olhares questionadores dos dois.


- Deve estar indo pra mesa da Sonserina. – respondeu o ruivo de má vontade.


- Ok, daqui a pouco falo com vocês. – e assim ela foi em direção a mesa da Sonserina, onde não demorou a encontrar Andrew.


- Hermione! Que surpresa ver você aqui! – ele disse irônico assim que a avistou, fazendo com que ela desse um sorriso.


- Andrew, você nunca muda seu humor? – ela perguntou com um ar divertido.


- Não, gosto dele assim – ele continuou com a brincadeira.


- Já vi que fizeram o certo em te por na Sonserina. – ela reclamou fazendo bico.


- Hei que bico é esse? – ele perguntou desconfiado.


- Nada, seu bobo – ela respondeu rindo da expressão incrédula dele.


- Posse te dar um abraço? – ele tornou a perguntar com cara de cachorro pidão.


- É claro que pode. – ela respondeu o abraçando forte.


Draco, que se encontrava um pouco distante, mas perto o bastante para ver a cena com detalhes, não gostou nada do que viu. Como é que ela fica de abraços com um sonserino qualquer dizendo que os repudia?


Hermione então voltou para a mesa da Grifinória, onde seus amigos a esperavam. Assim que todos se sentaram em seus lugares, a professora McGonagall adentrou o salão seguida por alunos que de certo eram os novatos do primeiro ano. Foi feita a seleção das casas e então o professor Dumbledore tomou a palavra:


- Boa Noite alunos. Gostaria de lhes informar que neste ano, além dos novos alunos do primeiro ano, temos um jovem que vem de Durmstrang para cá este ano. Ele é do sétimo ano e entrou para a casa de Sonserina. Quero que dêem as boas vindas a Andrew Lyford. – disse o diretor, no que Andrew se levantou. O diretor então passou mais alguns recados como era de costume no inicio do ano e o jantar foi servido.


- Hei Lyford – Andrew ouviu alguém lhe chamar assim que se levantou da mesa ao terminar o jantar.


- Eu? – Andrew respondeu virando-se para trás para tentar identificar de onde vinha aquela voz.


- Veio de Durmstrang então? – perguntou um rapaz loiro se aproximando dele.


- Isso, meu pai veio a serviço e eu tive que vir junto – respondeu o português educado.


- Já vi que tem fez amizades com a sangue-ruim amiga do Potter – Observou Draco.


- Desculpe, mas, quem te deu o direito de chamá-la assim? E, a propósito, como se chama? – perguntou Andrew irritado com o jeito do outro.


- Prazer, Draco Malfoy. – ele se apresentou – e não acredito que vai defender aquela sujeitinha – ele completou debochado, mas no fundo estava era com ciúmes da proximidade que os dois demonstraram ter.


- Sujeitinha o caramba, além de Hermione ser muito inteligente, ela é linda, não só por fora, mas internamente também! – o moreno rebateu se retirando dali, mal sabendo que acabara de provocar o loiro.


Como de costume, os monitores foram levar os alunos do primeiro ano para suas casas. Enquanto Hermione andava tranquilamente a frente dos novatos da Grifinória, algo tocou seu braço. Olhou para o lado e viu um pedaço de pergaminho em forma de pássaro voando próximo a ela. Apanhou-o, desdobrando-o e leu:


Hermione


Encontre-me em frente à sala precisa.


D.M.


“Ok, Draco acaba de pedir para que eu me encontre com ele... Passamos o dia inteiro juntos, o que ele quer agora?” ela pensou se distraindo e por pouco não errando o caminho até o salão da Grifinória.


Deixou os alunos do primeiro ano sob a responsabilidade do irresponsável do Ron e saiu dizendo que havia se esquecido de pegar algo no salão comunal onde ficara durante a ultima semana. Caminhou então em direção a Sala Precisa, onde Draco devia estar esperando.


- Pensei que não viesse – ele disse parado ao lado da tapeçaria que ficava de frente para a sala.


- E por que pensou isso? – ela perguntou desconfiada.


- Pensei que estaria ocupada com seus amiguinhos – ele respondeu frisando a parte do “amiguinhos”.


Ela apenas o olhou séria, no que ele se dirigiu a ela, pegou em sua mão e a levou para dentro da sala precisa.


A sala estava perfeita. Era um ambiente romântico, uma mesa para dois a um canto com um buque de flores e velas.


Ao centro havia uma cama com lençóis de seda branca com detalhes me prata e varias almofadas vermelhas, o que, quando Hermione viu, ficou extremamente vermelha ao imaginar o que aquilo significaria.


- Não te trouxe aqui para o que você está pensando – disse ele frio, olhando em seus olhos e percebendo o receio contido neles. – Só quero te dar uma coisa. – ele completou.


- O que exatamente? – Ela perguntou em duvida, olhando para a mesinha ao canto.


- Se importa de se sentar comigo? 


- Não.


- Tudo bem... Pensei que, já que estamos “juntos”... Você se importaria de usar? – ele perguntou sem jeito estendendo uma caixinha de veludo verde.


Ela apanhou a pequena caixinha e pegou dentro dela uma fina aliança de ouro branco com uma delicada esmeralda ao meio.


- É linda, mas... Draco, não sei se isso iria dar certo... – ela disse assim que conseguiu pensar em algo.


- Por favor, Hermione, só pra eu ficar um pouco mais seguro... – ele tentou.


- Draco... Não...


- Tudo bem, o dia que resolver o que quer da vida, me procure, se eu não estiver ocupado com coisas maiores, poderei te dar atenção. – Ele a cortou se levantando e saindo da sala.


- Parabéns Hermione! Você conseguiu! – ela disse antes de sair correndo atrás do loiro.


- Draco, espera... – ela gritou no meio do corredor.


- Pra que? Pra você dizer novamente que nunca daríamos certo? – ele perguntou parando onde estava.


- Nunca disse isso. – ela rebateu.


- Ok, agora, se puder ser breve, eu agradeceria.


- Deixa de ser cabeça dura, nos demos tão bem essa semana, por que agora que o restante dos alunos chegou não podemos continuar como estamos?


- Se você não reparou ainda, o babaca do Weasley só falta te comer com os olhos, e agora ainda tem o idiota daquele tal de Lyford...


- Tudo isso por ciúmes? – Ela o cortou.


- Tudo isso por que eu cuido do que é meu. – ele declarou.


- Você sabe que se aceitei ficar com você, é com você que ficarei, com você e mais ninguém, ok? – ela disse firmemente, olhando-o nos olhos.


Ele não disse nada, apenas acabou com a distancia que os separava e a enlaçou pela cintura, beijando-a furiosamente. Em meio a um beijo e outro, ele a guiou lentamente em direção a sala precisa. Entraram lentamente e ele continuou a guiando, dessa vez até a cama, que estava milagrosamente mais próxima da porta do que estivera anteriormente. Deitou-a e então desceu os beijos para seu pescoço, lentamente retirando sua gravata e abrindo botão a botão da camisa da grifinória.


Hermione estremecia a cada novo toque do sonserino em seu corpo. Quando os lábios dele chegaram perto de seus seios e as mãos começaram a lhe invadir a saia, algo dentro dela pareceu a despertar, fazendo com que ela demonstrasse estar assustada com toda aquela situação.


- Hermione, não vou fazer nada que você não queira. – ele decretou tentando acalmá-la, ajeitando a saia dela e lhe fechando a blusa.


- Draco... Eu... Acho que é um pouco cedo... – ela começou.


- Relaxa já lhe disse que não quero que faça nada que não esteja certa, ok? – ele tornou a falar.


- Nunca imaginei que você pudesse ser assim – ela confessou sem jeito.


- Assim como? – ele perguntou confuso.


- Assim, romântico, carinhoso e compreensivo. Também nunca pensei que respeitasse muito as mulheres, principalmente as como eu. – ele a olhou intrigado. – Você sabe, que não tem sangue puro.


- Hermione, eu nunca liguei muito pra esse negócio de sangue, mas isso acaba se tornando difícil quando se tem um pai como o meu. - ele disse desanimado. - E, além do mais, você é... Diferente, especial. – ele concluiu.


- Vai aceitar meu anel agora? – ele perguntou aproveitando o momento.


- Vou, e vou conversar com os meninos amanhã. Espero que eles me entendam. – ela disse preocupada.


- Se eles forem mesmo seus amigos, é claro que compreenderam.


Durante uma boa parte da noite os dois permaneceram ali conversando sobre tudo, inclusive sobre eles. Não estavam assumindo um namoro, mas era algo firme que eles teriam dali pra frente. Não juravam amor um ao outro, afinal, quem é que falou de sentimentos? Não importava se eles se amavam ou odiavam, importava era que juntos eles se sentiam bem.


Já era tarde quando Hermione voltou para o salão comunal da Grifinória. Assim que entrou se deparou com a cabeleira ruiva de Gina a olhando questionadora. Rapidamente seus olhos se voltaram para a mão esquerda da castanha, mais necessariamente para o anel em seu dedo.


- Acho que você tem novidades para me contar, certo? – perguntou a ruiva marota.


- Ok, mas não da pra esperar até amanhã? – Hermione perguntou realmente cansada.


- De jeito nenhum! Pode ir contando tudo, afinal, você é ou não é a minha melhor amiga? – a ruiva argumentou.


- Tudo bem, mas senta que o choque vai ser grande. – a ruiva se sentou – Ok, bom, tudo começou essa semana que eu vim antes pra cá...


Ela então narrou tudo sobre o que acontecera, tomando o cuidado para não dizer nada que fizesse com que a ruiva ligasse as peças e descobrisse que o garoto em questão era Draco Malfoy.


- Bom, Hermione, ta tudo lindo, perfeito, mas não falta uma coisinha ai no meio não? – perguntou a ruiva, que ao ver o olhar de duvida da castanha completou – quem é ele?


- Não sei se devo dizer... – ela disse com receio da reação que a amiga teria.


- Diz pelo menos a casa a qual ele pertence.


- Sonserina – ela sussurrou.


- Bom, vejamos, esta semana vieram da Sonserina Blás Zabini e Draco Mal... – ela parou – TA NAMORANDO O MALFOY? – a ruiva gritou ao se dar conta de quem estiveram falando.


- Shii, fala baixo, não preciso que ninguém acorde com seus gritos Gina – Hermione a repreendeu.


- A Hermione ta namorando quem? – perguntou uma voz vinda das escadas que levavam ao dormitório masculino a qual mais tarde descobriram se de Ron.


- Hermione, diz que a Gina ta ficando maluca, você não ta namorando o Malfoy. – disse Harry logo atrás de Ron.


- É, na verdade... – ela vacilou – To sim.


- Hermione, você não pode ter feito isso com a gente, não pode mesmo. – foi a vez de Gina falar.


- Mas... Gina, você sabe de toda a história, e Ron, Harry, eu posso explicar... – Hermione tentou.


- Esquece. – disseram os outros três juntos virando as costas e indo em direção aos seus respectivos dormitórios.


“Parabéns Hermione, já era seu sossego, já era sua razão, já era seus amigos e já era a possibilidade de Draco um dia se entender com Harry. Resumindo, já era Hermione!” ela pensou fazendo um pouco de drama.


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N/a: A pedidos de Renata Miranda, cap 3 postado!


Quem mais estiver lendo, se estiver gostando, odiando, não importa o julgamento que faça da fic, comenta, não custa nada! ;)


Cap 4 sendo escrito....


 

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