bônus.
O despertador estava tocando alto, pulando na mesinha de cabeceira. Sirius ergueu a cabeça do travesseiro branco e fofo, desejando mais que tudo na vida que ainda faltassem cinco minutos para as nove e meia. A claridade no quarto feriu seus olhos sem piedade. Arght, malditas paredes brancas, enfeites brancos, lençóis brancos...
- Sirius, levanta! – uma voz feminina gritou do banheiro, meio pastosa – Você prometeu que íamos fazer compras hoje.
Sirius voltou a enterrar a cabeça no travesseiro, fechando os olhos, contrariado. Como ela conseguia ter tanta energia? Que diabo. Haviam ficado acordados até as quatro da manhã com uma garrafa de tequila, sal e limão. E as coisas que fizeram depois não haviam sido realmente do tipo que recupera o corpo. Segurando aquele pensamento, ele ergueu a cabeça e gritou:
- Você veio até a Austrália para fazer compras, Marlene?
Ela não respondeu, e ele ouviu a torneira da pia se abrindo para que ela terminasse de escovar os dentes. Um minuto depois respondeu:
- Você prometeu!
- A gente pode fazer coisas bem mais interessantes que compras.
Ela deu uma risada e apareceu na porta do banheiro, para onde ele estava com a cabeça virada. Estava com uma lingerie branca que não cobria quase nada do corpo, que ele podia ver por baixo do roupão aberto. Demorou-se por alguns instantes.
- E vejo que já está até preparada... – murmurou, rouco, levantando o tronco.
- Sim, estou preparadíssima para as compras! – ela sorriu com todos os dentes, e foi andando graciosamente, descalça, para o guarda-roupa na frente da cama.
Sirius virou-se para poder olhá-la enquanto se preparava para levantar. Com certeza ela estava disposta, e ele sabia que não tinha nenhuma chance de tentar convencê-la.
- Lene...
- Six, acho que a gente tem que dar uma arrumada nessa coisa. – ela falou, como se não tivesse ouvido o gemido dele. – Será que a camareira abre os guarda-roupas? Não estou achando aquela blusa branca, sabe, a...
- Você trouxe um milhão de blusas brancas. – ele interrompeu.
- Este é um país quente, queria que eu usasse preto?
- Use o que quiser. – ele riu baixinho.
- Preto absorve calor – ela falou, esticando umas blusas para conferir se era a que estava procurando, jogando-as de volta ao monte em seguida – Eu acho. Hei, achei.
- Pobre camareira... Já ia levando a culpa.
Lene mostrou a língua para ele e tirou o roupão para pôr a blusa. Assim que avistou a curva do quadril dela aparecer atrás do tecido fofo e branco, ele pulou da cama e foi até Marlene, que colocava a blusa, indiferente. Ela o observou se aproximar como um gato preparando-se para saltar.
- Quer que eu escolha sua roupa? – ela perguntou, erguendo uma sobrancelha e mordendo o lábio inferior.
Sirius estreitou os olhos, olhando para os caninos perfeitos e pontudos enterrados nos lábios macios dela. Dando um sorriso torto, ele chegou realmente perto, segurando as costelas dela com as mãos grandes e quentes e puxando-a contra si. Lene pousou as mãos nos ombros dele e seus olhos prenderam-se nos lábios entreabertos dele, com um sorriso cínico.
- Eu não quero vestir nada – ele falou, roçando o nariz no dela, e ambos fecharam os olhos.
Lene riu e jogou os braços sobre os ombros dele, puxando-o para um beijo devagar. Sirius sentiu aquela onda de calor cruel e abraçou-a forte com um braço, e a sua outra mão se ocupou em sentir as curvas do corpo dela, a sua pele quente. E imediatamente sentiu necessidade de aumentar a urgência do beijo, mas Marlene continuou calma e apreciativa em seus lábios, sugando-os, mordendo-os. Enfim, ele segurou a nuca dela para que pudesse emanar todo o desejo, e as unhas dela se fincaram em suas costas nuas ao mesmo tempo que ela correspondia.
Antes que pudessem pensar em qualquer coisa, Sirius já estava sentado na cama com Marlene em seu colo, de frente pra ele. As mãos dele apertavam as suas pernas e a coxa que o envolvia, e as dela estavam muito ocupadas em sentir cada centímetro de músculo das costas e peitoral dele. Ele foi subindo a mão pela coxa dela até alcançar a fina alça lateral da calcinha e...
Trii.
Sirius continuou a beijar o pescoço de Marlene com volúpia, mesmo sentindo que ela havia estancado as carícias em suas costas e havia erguido a cabeça, atenta.
- Sirius, tem alguém na porta.
- Que se dane – ele respondeu, e suas mãos foram para a presilha do sutiã dela, nas costas.
Trii.
Marlene segurou os braços dele, rindo.
- Vai atender a porta!
Sirius gemeu sobre o olhar divertido dela. Marlene saiu de cima dele, indo buscar o seu roupão no chão perto do guarda-roupa.
Trii.
- Já vai! – ela gritou, e fez um gesto impaciente para ele.
Sirius resmungou algo incompreensível e foi até o guarda-roupa, puxou a primeira camiseta que achou no monte e ergueu a bermuda enquanto ia para a sala, e só quando parou na frente da porta, depois de espiar pelo olho mágico – e perceber que não sabia quem diabo era aquela mulher do outro lado -, é que foi colocar a camiseta.
Trii.
Quando ele abriu a porta, a camiseta ainda estava na metade da sua barriga e ele espiava para trás preguiçosamente enquanto a ajeitava. Virou-se para frente e deparou com a mulher do olho mágico, sem toda a ampliação. Ela tinha cabelos castanhos claros, lábios ligeiramente finos e avermelhados e era um pouco mais baixa que Marlene. A mulher estava com um pote médio transparente nas mãos. Sirius franziu a sobrancelha por um instante, pensando de onde é que a conhecia – porque algo dentro dele dizia que... Ele ficou encostado na porta.
- Olá – falou – Sim?
A mulher sorriu e revelou dentes perfeitos e brancos. Aquele sorriso. Ele tinha certeza de tê-lo visto em algum lugar. Mas onde era que... Ele ergueu a mão direita para ajeitar os cabelos que a Lene e o sono haviam desarrumado, e quase ficou surpreso com o olhar desapontado que ela lançou em sua grossa aliança de ouro no dedo anelar.
- Oi, eu sei que é chato, mas, por favor, me desculpe – Ela ia falando com um sorriso apertado – Interromper você em qualquer coisa que estivesse fazendo.
Ele sorriu simpático.
- Não estava fazendo nada, não foi nada.
- Ok. Ham, eu sou a sua nova vizinha. Meu nome é Madison.
Sirius estreitou os olhos. Não, não, não. Madison? Aquela Madison? Ela era real, então? Diabo, ele quase não podia acreditar. Ele invocou a lembrança daquela noite em que suas esperanças estavam quase falidas e ele a beijou em algum corredor escuro de Hogwarts. Mas ele não tinha noção nem se a mulher à sua frente era bruxa, pudera ser a Madison.
- Só Madison? – ele sorriu com o canto dos lábios.
- Polterfield. – ela sorriu de volta – e você é?
Ele piscou várias vezes, a sobrancelha ainda franzida, intrigado. A outra era Portman. Mas que diabos, aquilo era tão esquisito! Havia mesmo uma semelhança na mulher e na adolescente Madison. Uma incrível semelhança com Marlene.
- Sou Sirius. Sirius Black. – e eles apertaram as mãos.
Ela sorriu imensamente mais uma vez. Estava flertando. Ele ficou incapaz de pensar em qualquer coisa. Diabo. Era Madison.
- Muito prazer, Sirius. – ela falou, os olhos castanhos brilhando com malícia – Acho que vamos trombar muito por esses corredores de hoje em diante.
- Ah, bem, a gente não mora no apartamento, sabe. Somos londrinos – ele começou a explicar – Só gostamos de... Passar as férias em Sidney.
- Oh, espero que... Estejam gostando.
- Ah, sim, nós estamos.
- Six? – Lene estava vindo por trás dele, e abraçou-o pela cintura para enfiar a cabeça pela porta, já completamente vestida – O que está acontecendo?
- Ah, Lene, esta é Madison, nossa nova vizinha. Madison, esta é Marlene, minha noiva.
Lene deu-lhe um enorme sorriso, e Sirius demorou o olhar na boca dela, percebendo a diferença imediatamente. Como podia comparar alguém àquela mulher? Elas já estavam conversando, e logo Sirius sentiu o pote transparente na própria barriga: Marlene havia o pegado e estava dando para ele. “Café”, ela disse, e Sirius automaticamente girou os calcanhares para a cozinha.
Que diabo, tinha que se concentrar... Era Madison. E Marlene. As duas juntas, sem a menor noção do que havia acontecido. Depois do acidente, Sirius contou tudo aos amigos. Não tinha certeza se James havia contado algo à Lene, mas ele não havia realmente contado aquela parte a eles, a parte em que mentira à Madison e a beijara; até escondeu a existência dela. Aquilo não era realmente importante, mesmo que ele tivesse que admitir que houvesse se sensibilizado com a garota. Sensibilizado me parece uma palavra que o Remo falaria, ele ralhou consigo mesmo enquanto enfiava colheradas grandes de um pó marrom escuro no pote transparente. Sensibilizado não, ligeiramente abalado. Nada comparado ao que Marlene faz comigo, é claro. E pra ele, podia parecer coincidência demais que Madison estivesse flertando com ele em Sidney quando era pra ele estar na cama com Marlene.
- Aqui está! – ele esticou o pote para a mulher, que o pegou com um sorriso, roçando os dedos nos dele devagar por mais tempo que o necessário.
Lene captou o gesto e sua postura receptiva se desfez em uma fração de segundo.
- Era só isso? – perguntou, passando o braço na frente de Sirius para pegar a porta.
- Er, era sim. Muito obrigada!
- De nada, querida. – Lene sorriu sem os dentes, fechando a porta devagar – A gente se vê!
- Ah, sim, a gente se...
Mas não se pôde ouvir o resto, porque Lene fechou a porta. Sirius olhou enquanto ela fechava as trancas e virava-se lentamente, para encostar-se ali com um sorriso no canto dos lábios e os olhos fechados de prazer. Ela suspirou lentamente, e, ainda sorrindo, disse:
- Eu adorei a cara dela quando você disse noiva.
Sirius riu e virou-se para voltar ao quarto.
- Pobre moça, só queria um pouco de pó de café, querida. – ele jogou-se na cama, cruzando os braços atrás da cabeça.
- Sim, um pouco de café e uma espiada no vizinho gostoso. Eu percebo certas intenções, meu amor, e não finja que não percebeu.
Ele coçou a própria nuca.
- Isso não importa. – falou – Por que você colocou tantas roupas, se eu vou tirá-las?
Lene estava mexendo em algo na mesinha-de-cabeceira e o olhou antes de dar uma risada divertida.
- Tirá-las? Six, já passam das dez.
Ela atirou a bolsa enorme e colorida por cima do ombro. A blusa branca dela era larga e dava-lhe um belo decote.
- Está me dizendo que...
- A gente vai sair imediatamente. – ela sorriu.
- Você acha mesmo que eu vou querer sair depois do que você começou e não terminou?
Lene riu baixinho enquanto se arrumava no espelho da penteadeira.
- Você tem que terminar as coisas antes. – Sirius insistiu.
- Juro que eu termino depois. – ela falou, o olhando pelo reflexo do espelho.
- Amor, eu não...
- Six, por favor! Você prometeu!
Ele bufou alto, mal-humorado e frustrado. Aquela voz suplicante dela era demais. Como ele poderia pensar em dizer não? Aquilo o irritava tanto!
- Hei, você vai ficar bravo? – ela fez um beicinho e virou-se no banquinho para olhá-lo escolher uma calça.
Sirius esticou uma peça com força, com um gesto brusco das mãos, olhando para ela. Depois, desviou o olhar e começou a tirar a bermuda. Quase não percebeu que ela havia chegado até ele, na ponta dos pés, até que sentiu as mãos dela no cós da sua box preta. Ela alisou o cós desde trás, até a frente, e ele suspirou, arrepiando-se quando ela beijou seu pescoço.
- Não fica bravo – ela murmurou com a boca em seu ouvido – Eu prometi que ia terminar depois.
- Termina agora, Lene. – Sirius pediu com a voz um pouco rouca.
- Primeiro a sua promessa – ela falou, os dedos exploradores subindo pelo tórax dele, atiçando-o ainda mais – Depois a minha.
- É que a sua é tão melhor que a minha. – ele ofegou. Ela estava beijando sua orelha.
- E eu vou torná-la ainda melhor se ela acontecer na hora certa. – ela mordeu ali, e afastou-se.
Sirius se virou a tempo de vê-la se afastar com um sorriso torto. Ele estreitou os olhos para ela, inclinando a cabeça ligeiramente ao mesmo tempo em que vestia as calças. Marlene McKinnon ainda o mataria, qualquer dia desses. E não havia nada que ele mais desejasse naquele momento do que ela fizesse isto.
n.a: como eu disse, um comentário e eu postaria o bônus! bem, foram três, então, estou orgulhosa de vocês :') HIESHIAHESAHEIHSAIH sim, sim, como nós PODERÍAMOS deixar o Sirius morrer? Sacanagem, pô. Espero que gostem! Beeeeeijos.
Nah Black.
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