Prólogo



                                           Um lugar chamado Hogwarts


 


Prólogo


 


Eu acordei no meio de um pesadelo que envolvia minha mãe e minha prima. Ainda exasperado levantei de minha cama e acendi a luz como que para verificar se ainda estava no quarto de James. Lá estava o pôster do time de Hogwarts, a bola de futebol, o computador, minha cama e a cama de meu amigo. Só havia um único problema: a cama dele ainda estava arrumada.


Desci as escadas sem me importar que estivesse somente de calça jeans, afinal estava tão exausto da nossa festa comemorativa de último dia de aula que não deu tempo de tomar banho. Simplesmente desmaiei na cama. Mil coisas se passaram em minha mente, talvez James não tivesse voltado para casa, ele realmente não andava bem desde de que Lily despejara seu último fora sobre ele.


Passei pela sala bem arrumada dos Potter que começava a ser iluminada pelo nascer do sol. Xinguei-me mentalmente por estar acordado tão cedo. E depois xinguei James em alto e bom som, afinal a culpa era dele. Ele ouviu meu palavrão e me chamou da cozinha. Isso era hora para pensar em comida? Xinguei-o novamente quando entrei no aposento imaculadamente branco em que meu amigo estava. Ele não parecia mal, estava sentado sob o balcão ao lado do fogão.


- Vamos ter de ir ao aeroporto. – Ele me informou como se dissesse que eu ganhei na loteria.


- Não sei quantos litros de álcool você consumiu, mas os ônibus estão na garagem essa hora. – Falei tentando manter um tom compreensivo. Afinal aquela criatura era como um irmão para mim. – Que tal irmos dormir e acordarmos quando a cidade voltar a funcionar.


- Não podemos. – Ele abaixou a cabeça. Depois voltou a sorrir. – Vamos de carro.


- Seu pai te proibiu de encostar no carro dele. – Isto porque, além de James ser menor de idade, ele conseguiu estragar boa parte da pintura do carro importado do Sr. Potter. – Ou pelo menos no volante...


- Ele proibiu que eu dirigisse o carro, não você. – Geralmente eu não argumentaria contra os planos loucos de meu amigo, eu até ajudaria a consolidá-los. Mas tinha uma leve noção que este tinha a ver com Lily Evans. Fiz que não com a cabeça. – O vôo dela sai em uma hora, Almofadinhas, por favor.


- E como você pretende conseguir as chaves do carro? – Bom estamos falando de James Potter, ele jogou as chaves para mim. Peguei-as no ar, ele pulou do balcão e fomos direto para o carro.


 Certo de que para chegarmos em uma hora no aeroporto teríamos de correr, meti o pé no acelerador dando ré para sair da garagem. Consegui ver o Sr. Potter da janela de seu quarto com as mãos na cabeça pensando que fora assaltado. James, no entanto, colocou metade do corpo pela janela do carona para acalmá-lo.


- Sirius quem está dirigindo, pai. – Disse voltando a se sentar ao meu lado e ligando o som do carro.


Isso me fez acelerar ainda mais. Quem ligava para o fato de eu estar acima da velocidade permitida? Aliás, quem ligava para eu não ter uma carteira de motorista? Ou quem sabe o fato de o Sr. Potter, o delegado da cidade, saber que estou dirigindo seu carro? Talvez o fato de eu ter adquirido a maior idade há uma semana diminuísse a minha pena. E apesar de todo este sacrifício estar sendo feito por meu amigo, ele parecia impaciente por não estar voando, sem ligar para o fato que eu só não estava fazendo isto por ser fisicamente impossível.


Hogwarts não é uma cidade pequena, mas não é nenhuma Londres. As ruas são estreitas, as casas coloridas e as calçadas têm árvores. Estávamos próximos ao centro da cidade, onde havia uma praça central, nosso colégio onde ainda cursaríamos mais um ano, a igreja, o jornal local, lanchonetes, restaurantes, a boate em que passamos a noite passada, tudo estava fechado. Xinguei-o novamente por estarmos acordados a esta hora da manhã.


- Você sabe que Lily não tem como desistir da viagem só porque estamos indo lá, certo? – Perguntei com cuidado, afinal sei que James é doente desde de que ele resolveu que era uma boa idéia eu namorar Marlene, a melhor amiga de Lily, para arranjar informações. Não que eu tenha reclamado, na verdade ainda a namoro.


-Certo. – James pouco se importou com o que eu disse. – Vire para a esquerda, ou vamos chegar atrasados.


Virei para a esquerda, não seria eu a contrariá-lo. Lancei-lhe um olhar preocupado e ele bufou.


- Você não está pretendendo entrar no avião, está? – olhei ao redor a procura de malas. Não duvidava nada que ele fosse só com a roupa do corpo. A mente dele não funciona bem normalmente, e quando se trata da Lily, bom, ela pifa.


- Não. – James estava impaciente. Uma chuva forte começou a cair. Resolvi que ia parar de dar idéias para a mente já insana de meu amigo.


Tentei manter o carro na pista levando em conta a chuva e a velocidade em que estávamos. Tenho certeza que estávamos acima do que a física nos permitia. Dei graças a Deus por Remus não estar conosco ou, tenho certeza absoluta, ele já teria previsto nossa morte.


- O que você pretende fazer, então? – Perguntei, enquanto fazia esforço para ver a rua a minha frente. Acho que nestes casos de chuva intensa a lei manda que quebremos o vidro. Porém a benevolência do Sr. Potter não suportaria vidros quebrados, tenho certeza. Estávamos nos afastando do centro de Hogwarts, passando pelo campo de futebol onde jogávamos no campeonato estadual.


- Vou me despedir. – James disse olhando pela janela. Tínhamos dez minutos para chegar ao aeroporto, mas não sei se aviões decolam com esta chuva. Carros não deveriam andar nesta chuva, quem dirá aviões. Pensei em ligar para Remus e perguntar, mas lembrei que não tive tempo nem de vestir minha blusa, quem dirá pegar meu celular.


Chegamos ao aeroporto. Um minuto atrasados. A chuva havia parado há cinco. Um avião estava na pista, entrei no estacionamento, estava escolhendo uma vaga, já que tínhamos quase todas a nossa disposição, quando James me deu a notícia.


- Não vai dar tempo. Entre na pista.


Olhei para frente e vi os cones separando o estacionamento da pista, também havia alguns seguranças. James ligou a sirene do carro, sim nós estamos no carro do delegado da cidade, nós temos uma sirene. Eu, ainda atônito, enfiei o pé no acelerador, estávamos derrubando os cones.


As pessoas já estavam dentro do avião, mas não haviam retirado a escada da porta. Algumas malas estavam sendo colocadas na parte de baixo do avião. Deixei que James assumisse o seu papel de protagonista e fiquei imobilizado enquanto ele pegava o megafone, o som da sirene ao fundo.


- Lily. – Tremi ao ouvir a voz de meu próprio amigo, ainda bem que o aeroporto fica longe da cidade. Realmente deveria ter informado ao James que essas coisas acabam com a reputação de um homem. – Lily Evans, por favor!


Olhei para a cara de desespero de James. Estava claro para mim que a ruiva não ia sair do avião. Estava pronto para pegar o megafone e dizer alguns palavrões. Ela já estava passando dos limites. Porém vi os olhos de James brilharem de êxtase, olhei para a pista e lá estava ela. Ruiva, de olhos verdes, um pouco mau-humorada. James saltou do carro.


Não podia ficar lá parado. Saí do carro em tempo de escutar o que eles diziam, no meio da pista.


- O que você quer, Potter? – Lily ergueu uma sobrancelha, as mãos na cintura.   O problema dessas garotas é que elas sabem o poder que tem sobre nós. No caso de Lily, sobre James, pelo menos.


- Você. – Eu sei. Ele anda vendo filmes demais. De certa achou que ela o agarraria neste momento. Quem sabe eu deva assoprar para ela.


Ela abaixou a guarda pelo menos. Passou a mão no cabelo e começou a falar um monte de coisas sobre viagem, e James ser um louco, e falou alguma coisa sobre mim também. Mas tudo isso muito rápido, e eu vi que o pobre Pontas simplesmente não conseguia mais resistir. Foi se aproximando enquanto ela ia falando, até que estava tão perto que ela se calou.


- Quando você voltar, vou estar aqui te esperando. – Ela ficou olhando para ele atônita. E ele percebendo o momento certo de agir, trouxe o rosto dela com as mãos para um beijo.


Foram anos de brigas. Anos. E estes dois resolvem se beijar justamente no dia que a família de Lily vai se mudar. Realmente os dois se merecem. Isso porque a ruiva é tão louca quanto James, diz que o odeia e pelo que vejo está correspondendo. E já está agarrada ao pescoço dele.


As pessoas do avião estão aplaudindo e assobiando. Acho que vi um flash de um funcionário do aeroporto. Quase certo que vamos aparecer no Hogwarts News amanhã. Claro que para fechar a cena toda chegaram três viaturas de policia, uma delas com o senhor Potter.


Estava sendo algemado por Daniel, um grande amigo meu e de James. Sim o Sr. Potter nunca alivia para nós e sempre acabamos parando na delegacia, de certo modo somos muito populares por lá. Acho que é por isso que os outros policiais ficaram em circulo assistindo o beijo. Só quando eles se afastaram que Ted se aproximou quase pedindo desculpas e algemou James.


Nunca vi meu amigo tão feliz em ser preso. Lily sorriu para nós e subiu saltitante para o avião. Incrível como estou cercado por pessoas completamente piradas.


 


Nota da autora:


Oie gente! Olha eu aqui novamente!


 


Esta fic será em primeira pessoa, mas não só na visão de Sirius. Nos meus primeiros caps, temos a visão de Lily, James e Sirius, mas mais pra frente posso fazer a visão de outros personagens.


 


Espero que gostem.Comentem please!


Bjs


Ju

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