Destino



                                           Capitulo III


                                              Destino


 


Harry não conseguia entender as atitudes de Luna desde aquela noite. Ela mudará completamente e estava cada vez mais distante dele. Ela evitava ficar sozinha ou falar mais que o necessário com ele. Também fazia de tudo pra dormir no horário.Harry não sabia o que fazer e muito menos o porquê de tudo isso. Já haviam se passado uns meses e a atitude de Luna não mudara.


Certa noite ele entrou na sala comunal e ela estava próximo à porta. Seu coração quase parou, eles se encararam. Mas não disseram nada. Ele reuniu todas suas forças e deu as costas e foi ao encontro dos amigos, depois de acalmar Mione e Gina. Ainda abraçando Gina percebeu quando ela subiu ao dormitório. Sua vontade era de ir atrás dela, mas não iria ficar correndo atrás de ninguém. Quando voltou ao seu dormitório, desabafou com Rony:


- Sabe Rony, eu já refleti diversas vezes e não consigo achar justificativas para o comportamento da Luna. – disse ele sentando na beira da cama. - Não entendo? Se você visse como ela agiu aquela noite, veria que ela estava confusa, mas chegar ao ponto de fingir que eu não existo?! Por quê? Isso está me matando...


- Harry, colega, as mulheres são assim mesmo: Inconstantes! Se uma mulher normal agiria assim, você imagina uma pessoa como a Luna; não se preocupa ela só esta agindo como sempre: Desligada de tudo!


Harry jogou o travesseiro nele quando o amigo terminou de falar.


- Rony, ela é uma mulher normal! Ate onde eu sei, ela não é deformada e nem louca! – disse Harry entre os dentes tentando refrear a raiva do amigo.


- Claro que é! Você sabe o que estou querendo dizer! A Luna é diferente. Ela demora um pouco pra compreender as coisas, é racional demais, até mais que a Mione! Nunca admitiria algo sem ter certeza. Você tem que ter calma. Sei como é difícil gostar de uma pessoa e ela fingir que não te vê... Dê um tempo a ela!


Harry sabia que o amigo estava certo. Mas falar era fácil, difícil era fingir que estava tudo bem.


 


O natal estava chegando e Harry estava cada vez mais solitário. Nem mesmo os treinos de Quadribol conseguiram o entreter e por mais que tentasse parecer normal, aqueles que realmente o conheciam sabiam que algo estava errado. Ate Gina tentou arrancar isso dele, porém apenas disse que estava cansado e ainda não tinha digerido os acontecimentos do ano anterior; pareceu que ela compreendeu, pelo menos não perguntou mais nada.


Ele andava sempre sozinho agora e por diversas vezes Rony ou Mione insistiam em ficar com o amigo, mas ele dizia que preferia ficar só, pois não queria interromper a vida dos amigos.


Na véspera das férias de natal Harry estava respondendo a uma carta da Sra. Tonks,com que mantinha contatos regulares desde a morte da filha e Remo. Ele estava á convidando pra passar o natal na casa de Sirius. Depois de levar a carta a uma coruja da escola, resolveu ir até a biblioteca, que deveria esta deserta. Quando chegou lá viu Luna sentada lendo um livro. Seu primeiro impulso foi ir ate lá e convida-la a passar o natal na casa de Sirius também, mas teve medo que não aceitasse e assim decepção ficar muito obvia em seu rosto. Entrou em um dos corredores cheios de livros e ficou a observando. Permaneceu lá por um tempo e quando se deu conta do quanto estava sendo patético, virou-se para ir embora. Porém um gritinho chamou sua atenção de volta a ela: ele ficou imobilizado quando virou e viu Dino abraçando-a por trás e beijando-a no pescoço; os dois sorriam alegremente e o que mais temia aconteceu: eles se beijaram, seu mundo parou naquele momento. Havia apenas o som do seu coração batendo ferozmente contra o peito. Ele ficou lá, sem reação fitando Luna,seu anjo, nos braços de outro. Desde quando será que eles estavam juntos? Por que ninguém contou a ele? A dúvida martelava na sua cabeça. Será que ela o amava? Tudo estava perdido agora.


Ainda zonzo conseguiu sair de lá e ir para os jardins. Precisava ficar só, sentou-se embaixo de uma árvore e deixou a dor lhe corroer; a imagem vinha em sua mente o tempo todo, não conseguia parar de se culpar por tudo isso. Afinal, ele disse a ela sobre Dino. Como ele pode ser tão burro? A única mulher que amou de verdade deu de bandeja a outro. Ficou sozinho até a escuridão cobrir toda superfície do lago. Seu coração estava vazio, seus olhos secos e a solidão dominara de vez sua alma. Poderia passar a noite toda ali no escuro, mas sabia que não poderia se esconder da verdade pra sempre. Ele, Harry Potter, definitivamente não nasceu pra provar o licor que a felicidade do amor proporciona. Ele era apenas um simples mortal que se deixou prender pelas garras da paixão. Mas nem tudo estava perdido e ele ainda podia lutar contra a dor e esquece-la. Só precisava de um tempo, afinal o tempo é o melhor remédio.


  Na manhã seguinte levantou-se o mais rápido que pode, saiu do castelo sem olhar pra trás. Estava certo que seria muito difícil viver sem Luna, mas não impossível. O expresso Hogwarts saiu e ele não disse nada a ninguém, apenas fingiu estar tudo bem. Já estava ficando profissional em esconder seus sentimentos das outras pessoas, pena que ainda não o fazia esconder dele mesmo. Rony e Mione também iam pra casa de Sirius. A Sra. Tonks os encontraria na estação. Quando desembarcaram, lá estava ela com Teddy no colo, que já estava com dez meses e cuja aparência mudava a cada foto que era mandada por ela. Com certeza herdará o talento de Tonks.


Assim que ela os viu, abriu um sorriso que tirava qualquer semelhança com suas irmãs.


- Olá Harry! Meninos, como vão? – disse ela quando eles se aproximaram.


- Olá Sra. Tonks, estamos ótimos! Posso pegar ele um pouquinho? – disse Mione, estendendo os braços para Teddy, que sorria abertamente para todos.


Os cinco foram de táxi para o Largo Grinnauld. Harry certamente se sentiria melhor e menos culpado pela morte de Remo e Tonks, assim que desse a surpresa a Sra. Tonks. Ao chegar, Harry abriu a porta e deu passagem a seus amigos. Logo pode ouvir as exclamações de surpresa deles. Com um sorriso entrou na casa também. Tudo estava mudado: a casa perdera o ar bruxulento, não havia teias de aranha, tudo estava bem arrumado e a pintura refeita, dando ao lugar um ar novo e aconchegante.


- Harry, o que você fez aqui?- perguntou Rony.


- Era isso que vinha fazer todos os fins de semanas nos últimos meses, mas como vi que não conseguiria fazer tudo sozinho, pedi a Minerva alguns elfos emprestados e então conseguimos terminar antes do natal. – explicou Harry. Nessa hora Monstro entrou na sala pra cumprimentar todos.


- Bom dia, Harry Potter meu senhor! Sejam todos bem vindos a humilde casa dos Black... Ou melhor, dos Potter! – acrescentou o elfo rápido.


- E ainda não acabou, Sra. Tonks!... - disse Harry virando-se para Andrômeda que estava parada em silêncio contemplando a casa. – A Senhora aceita vir morar comigo aqui?


Andrômeda olhou Harry com curiosidade como se estivesse esperando ele dizer que era brincadeira e disse:


- Mas Harry essa é sua casa. Você vai Querer ter sua privacidade quando terminar a escola e também tem o Teddy, que é um bebê e os bebês em geral são barulhentos.


- Não se preocupe com isso. Eu estou sozinho e a Senhora Também! A casa é grande e dará muito bem pra todos nós. Alias o Teddy é meu afilhado e tenho responsabilidade com ele, aceite, por favor!


Ela olhou de novo a casa, observou o neném em seus braços, respirou fundo e disse:


- Já que é assim, então eu aceito! – disse ela finalmente, abraçando-o. – Muito obrigada, querido! Sempre soube que você tinha um coração bom.


- E vocês dois virão também? – perguntou Harry virando para os amigos.


- Nós?- perguntou Rony e virou para olhar para Mione, que confirmou coma cabeça. Ele disse. – Já que você quer transformar sua casa em uma pensão, então agente fica!


- Ok, agora eu vou mostrar os quartos de vocês! – disse ele, direcionando-se as escadas. No primeiro andar, abriu a primeira porta, que era o quarto onde as meninas dormiram no quinto ano; o quarto agora era azul celeste, com janelas brancas e moveis de cores claras. Tinha um berço, uma poltrona, um guarda roupas e uma serie de brinquedos. Andrômeda olhava o quarto boquiaberta e olhos marejados. Harry pegou Teddy no colo e começou a falar com ele.


- Olha, tudo isso aqui Teddy, é seu. Sei que não vai compensar a falta deles, mas você será muito amado e bem cuidado, pode ter certeza! – disse Harry ao bebê, como se ele já pudesse entender seus motivos.


Ao saírem de lá, foram no quarto ao lado. Era grande, todo nos tons branco e pêssego. Tinha banheiro, uma cama de casal e outros móveis necessários. Seria o de Andrômeda. Depois seguiram para o segundo andar onde ficavam mais três quartos. O primeiro era de Hermione. Uma suíte como o da Sra.Tonks, porém era lilás e branco, tinha uma mesa de estudos, um sofá e uma cama de casal. Logo ao lado era o de Rony, outra suíte ampla e arejada com paredes branca e laranja como o time pelo qual ele era apaixonado. Harry ficaria no terceiro andar com o quarto de Sirius, que fora revitalizado, apesar de não mudar muito os moveis. Trocou apenas o colchão e tirou alguns pôsteres. Afinal ele queria deixar a essência do padrinho ali. Os demais quartos eram de hospedes, a biblioteca fora reorganizada e assim como o resto da casa revitalizada. Era como se a casa fosse nova.


- Harry como você conseguiu remover as cabeças de elfos, os quadros e mudar a pintura? Naquele verão ninguém conseguia remover nada. - perguntou Mione quando eles estavam entrando na cozinha.


Harry sorriu e disse:


- Antes de ir pra Toca no Verão resolvi vir aqui pra tirar os feitiços do Alastro e renovar o fiel segredo da casa. Foi quando o quadro da mãe do Sirius enlouqueceu de vez, então aproveitei e fui tentar arranca-lo da parede.. Alias, pensei que não sairia e quando vi já tinha saído. Foi quando conversei com Minerva e chegamos á conclusão que como herdei a casa, ela me reconheceria como seu dono assim como Monstro! Foi quando tive a idéia de reformá-la, já que Sirius também me deixou um dinheiro e investi aqui! – contou Harry aos amigos. – Como eu mantinha contato constante com a Sra. Tonks e sabia que ela estava morando sozinha com o Teddy, resolvi unir útil ao agradável. Sei que você, Mione, não vai querer se mudar para Austrália e nem o Rony morar lá na Toca, então trabalhei bastante e comecei a mudar a casa pra todos nós!


- Harry, posso te fazer um pedido? Aliás, a vocês dois também!- perguntou Sra. Tonks. Eles assentiram e ela disse. – Por favor, não me chamem mais de Sra. Tonks! Me Chamem de Drômeda já que vamos morar juntos! –disse ela sorrindo pra eles.


- Claro Sra... Ops! Drômeda!- falou Rony rindo.


 


 


Quanta bobagem
Tudo o que se falou
Me olho no espelho
E já nem sei mais quem sou


 


 


No dia seguinte, Drômeda foi a sua casa pegar suas coisas e as de Teddy, já que Harry ia voltar a Hogwarts e a convenceu ficar no novo lar com Monstro. O plano inicial seria passar o natal lá, mas a Sra. Weasley enfartaria se eles não fossem comemorar com ela na Toca, iria ser uma noite agradável, apesar da falta que Fred, Remo e Tonks fariam.


Ao chegarem a Toca Harry viu que Luna não estava e, tentando ao Maximo não transparecer sua frustração pela ausência dela, tentou agir naturalmente. Conversou com Sr. Weasley e os outros, sobre a Administração de Kingsley e as mudanças que ele já começara a fazer no mundo bruxo, cumprimentou Gui que acabara de contar a todos que Fleur estava grávida. A Sra. Weasley precisou de um pouco de ajuda depois dessa noticia aparentemente os objetos caiam de sua mão sem querer.


Harry sentou numa poltrona e começou a observar os outros, e todos estavam se divertindo: Jorge como sempre contava piadas (apesar da sombra de tristeza que vez ou outra pairava no seu olhar), Percy implicava com todos, Carlinhos levou sua namorada pra apresentar á família, (seu nome era Jany, uma Romênia que era sua ajudante no tratamento de dragões) Rony e Mione estavam contando as novidades a Gina, Drômeda ajudava Sra. Weasley com a ceia e Fleur brincava despreocupada com Teddy. Só ele que estava ali sozinho, inquieto pela ausência de Luna.


Sra. Weasley não ouviria seu programa de radio favorito essa noite, porque resolveu fazer uma exceção, já que Fleur a presenteara com o melhor noticia que uma mãe poderia receber: ela seria avó. Todos Cearam nos jardins, brindaram o fim da guerra e a paz que os novos tempos trariam. Após a ceia, os grupos se formaram mais uma vez conversando coisas aleatórias. Aqui e ali Harry conseguia disfarçar seu estado de espírito. Não agüentando mais a situação, resolveu pegar Teddy que já estava caindo de sono e leva-lo pra dentro. Nem precisou fazer muita coisa pra ele dormir: precisou apenas sentar e aconchega-lo melhor em seus braços, quando percebeu ele já estava dormindo como um anjo.


 Harry sorriu ao notar que os cabelinhos dele estavam ruivos e seu rostinho cheio de sardas. Era incrível como tinha criado um vinculo tão forte com aquele ser frágil e pequenino. Harry nem percebeu que estava sendo observado enquanto fazia carinhos na mãozinha de Teddy e olhava-o com ternura. Gina estava encostada na parede observando a cena com um sorriso no rosto e disse:


- Você será um ótimo pai, Sabia?


Harry se espantou com a voz dela. Ele estava tão distante que nem a viu chegar.


- Ai, Gi, que susto!- disse fitando-a. – Não sei. Não tenho muito jeito com crianças! Apenas gosto de me sentir útil!


- Com o tempo você terá mais jeito! – falou ela indo sentar-se ao lado deles. – Ele é lindo! Parece um anjo... Tem o sorriso de Remo, você já notou?


- È verdade, mas desde que chegamos aqui ele insiste em parecer um Weasley! – disse ele rindo.


- Essa coisa de viver com pessoas de cabeça rachada dá nisso! Coitadinho... Já esta sendo afetado pelo padrinho... - ironizou Gina.


- Você realmente é muito hilária, GINEVRA... – disse enfatizando bem o nome dela.


Gina o olhou com um ódio doentio, que se não estivesse com Teddy nos braços com certeza levaria uma azaração.


- Ah, ta vendo? Você meche e depois não aguenta!- disse-lhe afagando o rosto dela, pra tentar acalmar seus nervos. – Você realmente não aprende! É tão fácil te tirar do serio!


 


 


Quanto talento
Pra discutir em vão
Será tão frágil
Nossa ligação


 


- Você não ficará com ele no colo pra sempre! Aguarde-me, Harry!


- Nossa que medo... - instigou ele, puxando-a para dá-lhe um beijo no rosto. – Não seja boba, Só estava zoando de você um pouco!


Gina estava com o rosto vermelho quando o olhou de novo. Ele não sabia se era de raiva ou por seu beijo.


- Harry, sem gracinhas agora! Posso te fazer uma pergunta?


- Depende... – ela o olhou com curiosidade. – tudo bem, vai. Estou te devendo uma!


- Não quero que fique chateado, ok? – Ela ficou apreensiva e Falou. – Por que você esta brigado com a Luna? Mas se você não quiser falar tudo bem!- Acrescentou ela ao ver a expressão dele.


- Eu não estou brigado com ela! Foi ela que do dia pra noite começou a fingir que não existo! – respondeu ele com amargura. – Confesso que não tenho a mínima idéia do porquê, mas bem que eu queria saber! Acho que mereço pelo menos isso!


Gina olhava pra ele tentando decifrar algo que ele tentava esconder, e disse:


- Acho que sei o porquê! Desde que ela parou de falar com você, mudou muito. Está mais amarga e vive triste pelos cantos! Eu tentei falar várias vezes com ela, mas não tive nenhuma resposta que me convencesse!


- Olha Gi, a culpa não é minha! Tentei falar com ela no começo várias vezes, e ela sempre estava com pressa demais ou muito ocupada. Com o tempo vi que era eu que a incomodava e parei de procurá-la. Mas você ainda não me disse o porquê dela não falar mais comigo!


- Deixa pra lá, estou me metendo onde não devia... -


- Agora pode falar, você me deixou curioso!


- Eu acho que é por causa do Dino! – Gina parou de falar tentando ver alguma mudança da expressão dele, como não notou nenhuma, prosseguiu. – Sabe, antes de nos dois ficarmos juntos... Eu e o Dino namoramos, lembra? – ele fez que sim com a cabeça. – Pois é, ele é ótimo mas é muito possessivo! Por diversas vezes nós brigamos. Porque eu sempre arrumava um jeito de ir falar com você ou sentar próximo! Às vezes era um gesto involuntário, mas ele sempre percebia!


- Ainda não entendi o que isso tem haver coma Luna? – fez-se de desentendido.


- Calma, nos últimos dias de guerra ano passado eles ficaram muito próximos! No começo até pensei que fosse pra me fazer ciúmes ou coisa do tipo, mas a Luna estava muito mudada, mais madura. Ela não era mais uma menina! Ai desde que ela parou de falar com você eles vivem juntos. Fui varias vezes com eles a Hogsmeade e os dois estavam cada vez mais íntimos! Acho que eles estão namorando, pra dizer a verdade! Mas ela nunca admitiu nada pra mim, mas fez uma pergunta uma noite que me deixou com mais suspeita ainda. Ela perguntou se ainda gostava dele! Então disse que não e ela não falou mais nada quando perguntei o porquê da pergunta!


Harry sabia que ela chegaria nesse ponto, era o obvio depois do que ele viu na biblioteca. O que ele ainda não entedia era por que Gina estava falando isso.


- Você acha que o Dino pediu pra ela parar de falar comigo?- se isso fosse verdade ele se sentiria um pouco melhor, pelo menos era um indicio que ela ainda tinha duvidas.


- Não sei, mas é bem provável! Ela vinha passar o natal aqui com agente já que o papai é seu responsável, mas pediu pra passar as festas na casa de Neville! A mamãe não gostou da idéia, mas acabou concordando! Também sei que o Dino iria pra casa do Neville.


Harry ficou em silencio, então era por isso que ela não estava ali: preferiu passar as festas com seu namorado, é claro! Tentou se controlar pra não desabar ali na frente da Gina e perguntou:


- Por que você esta me contando isso?


 


Não tem que ser assim
Tanto desencontro, mágoa e dor
Pra que que a gente tem que
Se arriscar


 


 


- Só estou preocupada com você, sei que você também está triste por não esta mais falando com ela. Queria te explicar isso, porque talvez não seja por maldade. Ela apenas teve que escolher entre um amigo e um amor! Ela é minha amiga, e sei que está feliz com ele!


- Claro que esta! – disse ele tentando sorrir. Teddy mexeu-se em seus braços. – Acho melhor chamar a Drômeda, o baixinho aqui esta cansado da farra de hoje!


- Por que você não deita ele lá na minha cama? Faz tempo que a Sra. Tonks não fica tão à vontade, ela merece!


- Então ta bom! Realmente ela tem ficado muito solitária ultimamente!


Eles foram para o segundo andar da casa onde ficava o quarto de Gina, Harry deitou Teddy na cama e cobriu-o com cuidado, colocou travesseiros ao redor dele e sentou na beira da cama olhando-o com carinho.


- Você realmente já o ama, né? – disse Gina sentando-se ao seu lado e pegando suas mãos, colocando-as entra as dela.


- È verdade, nunca tinha me sentindo assim! Ele me transmite paz e acho que agora não seria mais capaz de viver longe dele. Faz apenas três dias que ele veio morar comigo e já sinto como se sempre fosse assim! Sei que nunca serei nem um décimo do que Remo seria pra ele, mas farei o possível pra deixá-lo feliz.


- Tenho certeza que Remo ficaria muito feliz! Você é um ótimo paidrinho!


Ela sorriu pra ele e ainda com as mãos entrelaçadas, Harry beijou a mão dela e disse:


- Obrigada por me dar força! Acho que nunca vou me perdoar pela morte deles. Será que ele sentirá raiva de mim quando souber?- desabafou Harry olhando para o bebê na cama.


- Claro que não Harry, a culpa não foi sua! Remo estava ciente do que estava fazendo. Quando entrou na luta, sabia que se algo acontecesse com ele Teddy não estaria só! Você ama esse menino e sei que fará o melhor por ele! Acredito em você, sempre acreditei!


- Obrigado! – disse-lhe afagando o rosto dela, que fechou os olhos com seu toque. – Você sempre me faz sentir melhor! Ah Gi, como eu queria que as coisas voltassem a ser como antes, éramos tão felizes! – falou Harry sem medir muito as palavras.


Gina abriu os olhos e segurou a mão dele em seu rosto. – Eu sei que você queria e isso já basta pra mim!- disse beijando a palma da mão dele. – O destino afastou nossos caminhos! Mas ainda sinto tanto a sua falta... – desabafou.


Harry tirou com leveza suas mãos do rosto dela e a abraçou-a, não queria que a conversa deles tomasse aquele rumo, mas era inevitável. Os dois se amaram muito e as feridas ainda não estavam cicatrizadas, ainda a amava, mas não o suficiente. Ele fazia carinhos na costa dela, não achava justo magoa-la ainda mais. Gina sempre foi seu porto seguro, seu ponto de equilíbrio. Um dia a tempestade iria acabar e ela finalmente encontraria a claridade do amor, claridade que infelizmente o amor de Harry não possuía mais.


- Também sinto sua falta, Gi... – Admitiu soltando-a e fazendo-a olhar pra ele. A expressão dela era de tristeza, agora entendeu onde ela queria chegar. Harry respirou fundo e continuou. – Você nem imagina o quanto é importante pra mim! Mas será que vale a pena tentarmos de novo? Sei que é isso que você quer, confesso que seria ótimo, mas será que é o certo?


Gina o olhava com intensidade, o desejo era visível em seu rosto, aproximou-se dele devagar como se esperasse um recuo. Não havendo mais investidas por parte dela, Harry resolveu deixar a razão de lado e fez o que a emoção gritava em sua cabeça: beijou Gina com todo desejo e saudade que sentia de seus lábios. Como era agradável aquela sensação, era quase uma anestesia a dor que ele carregava há meses. O beijo perdeu um pouco a ferocidade e se tornou doce e terno. Quando o ar se tornou escasso eles se separaram e encostaram as testa com testa, ambos de olhos fechados, como se estivessem gravando aquele momento na mente.


- Isso responde sua pergunta? – disse Gina sorrindo e beijando a ponta do nariz dele. – È claro que quero arriscar se não for o certo... – ela balançou a cabeça. - erramos juntos Eu amo você Harry! Sei que posso fazer você me amar de novo!


 


Então volta pra mim
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar


 


Harry não falou nada. Claro que não era o certo a ser feito, e ele amava Luna, mas ela estava feliz com Dino e ele tinha o direito de ser feliz também. Se não poderia ser feliz com ela que fosse buscar a felicidade então em outras fontes, e Gina estava ali como sempre, aguardando-o. Harry abriu os olhos e ela estava lá, olhando pra ele com seu longo cabelo ruivo, seus olhos em chamas de tanta ansiedade, aproximou-se do rosto dela beijou sua orelha e disse:


- Deixarei você tentar! Mas não posso prometer nada... – abaixou a cabeça e beijou o pescoço dela. – Farei o possível pra te amar como antes... – subiu para o queixo e enfim chegou a seus lábios quentes, dizendo entre o beijo. – Prometo dar o meu melhor por nos dois!


Eles beijaram-se intensamente por um tempo até Teddy choramingar na cama e eles se lembrarem de onde estavam. Harry não sabia se era o certo a ser feito, mas por que não tentar? A relação deles foi ótima e talvez ainda fosse se ele não tivesse abandonado-a e ido caçar Horcrux no ano anterior. Gina estava radiante e ele pode notar que fazia tempo que ele não a via sorrir tanto. Os dois desceram de mãos dadas quando voltavam aos jardins, e ninguém precisou perguntar nada a eles, talvez estivesse evidente demais no rosto de Gina. Só Rony que não gostou muito da novidade e fechou a cara para o amigo. Harry sabia que reagiria assim, porém Hermione iria atenuar as coisas pra não começar uma briga ali mesmo. Pouco tempo depois Harry voltou pra pegar Teddy pra eles irem embora, o Humor de Rony estava horrível e não demoraria muito pra ele explodir. Gina estava esperando por ele na cozinha com uma expressão seria e disse:


- O que você fez pro Rony esta tão furioso?


- Eu... Deixa que eu me entendo com ele Gi! Não se preocupe, eu resolvo! – respondeu ele passando por ela e indo ao jardim. – Bom, depois agente conversa melhor! Não fica assim, eu vou falar com ele! – acrescentou ao ver que ela ainda não estava convencida, deu-lhe um beijo rápido pra não provocar mais o amigo, despediu-se do resto da família e partiu com os outros para casa.


Ao chegarem Harry disse que Drômeda poderia ir deitar que ele colocaria Teddy no berço e subiu para levá-lo. Após agasalhar bem o menino e apagar a luz, ele foi ate a cozinha enfrentar Rony. Assim que entrou no cômodo, Rony começou a berrar.


- Como é que você ousa fazer isso Harry? Logo você, o Sr. Faço-tudo-certo resolveu agora usar minha IRMÃ pra esquecer a Di-lua?


- Rony fala baixo, tem um bebê na casa!- interpôs Hermione


- Olha Rony ,a Gina já bem grandinha e sabe o que ela quer, Ok! Eu não estou usando ninguém, nós decidimos tentar de novo! Qual é o problema com isso? – provocou Harry.


- Qual o problema? Até uns dias atrás você estava um bagaço por que a Di-lua não queria saber de você e agora aparece de mãos dadas com a Gina, como se vocês estivessem acabado de se reencontrar!


- Primeiro a Luna esta namorando com o Dino, segundo eu também tenho direito de ir atrás da minha felicidade! E a Gina sempre esteve comigo em todos os momentos, nos dávamos tão bem, então pensei por que não? Eu estou livre e ela também, vamos tentar. – disse Harry que estava começando a se sentir mal com essa decisão.


- Ah, palmas pra ele! Então era muito pior do que imaginava, você quer dá o troco na Luna! É ela que você quer atingir... – bradou Rony com as orelhas cada vez mais vermelhas e caminhando na direção do amigo. – Escuta aqui Harry Potter se você fizer qualquer coisa que faça minha irmã sofrer, pode ter certeza que será a ultima! – Rony cuspiu as ultimas palavras com tal nojo que Harry teve a sensação de ser cortado fisicamente.


- Rony, por favor, pára com isso! Você não tem nada haver com vida deles, Gina sabe o que faz! – Mione se postou no meio dos dois quando Rony começou a andar na direção dele.


- Ela é minha irmã Mione e ele... - apontou para Harry - È o meu melhor amigo, será que você não vê Harry, se você ama a Luna de verdade Não vai ser a Gina ou qualquer outra que vai arrancar ela de você!


 


Falsas promessas
Erros tão banais
Mas ninguém cede
Nem pensa em voltar atrás


 


 


- Eu sei Rony! Mas me deixa tentar, a Gina sabe que não a amo mais como antes, fui muito sincero com ela quando disse que iria tentar ama-la de novo!- Harry abaixou a cabeça e disse – Será que não posso nem ao menos tentar ser feliz? Acho que eu mereço depois de tudo que passei! – ele suspirou e ergueu a cabeça encarnado o amigo, pra ele ver que estava sendo sincero e verdadeiro. – Por favor, Rony me deixa tentar, se eu não conseguir ela será a primeira a ficar sabendo! Mas só posso fazer isso se você aprovar!


Mione olhava para os dois como se estivesse assistindo a uma partida de vôlei. Seus olhos estavam marejados, era evidente que Harry estava sofrendo, ele apenas queria dar mais uma chance ao destino. Rony respirou varias vezes até se acalmar e disse:


- Tudo bem! Mas se você sair um milímetro que seja da linha, eu juro que esqueço que sempre fomos amigos!- disse Rony sem tentar esconder a raiva.


- Obrigado! Vou tentar não decepcionar ninguém dessa vez!


Harry não conseguiu dormir aquela noite, sua cabeça estava a mil por hora. Como ele deixou as coisas chegarem aquele ponto? Rony estava certo ele iria magoar Gina mais um vez, era inevitável. Ele não a amava o suficiente, claro que sentia algo por ela afinal ela era bonita, inteligente, doce... Tudo que qualquer homem desejaria em um mulher. Mas eu não a amo como antes! E isso importa? Por que não tentar? Quem sabe não dê certo e volte a amá-la! . Por mais que ele tentasse parar de pensar nela era quase impossível bloquear a imagem do seu rosto em sua mente.


     - Aff... Mas que merda! – Bufou Harry, levantando-se da cama. Já estava cansado de ficar olhando pras paredes, resolveu ir pra sala e se aquecer um pouco em frente à lareira. Agora não tinha mais jeito, não adiantava ficar igual a um idiota se martirizando! Acorda homem! Chega de lamurias!


 


Não tem que ser assim
Tanto desencontro, mágoa e dor
Pra que que a gente tem que
Se arriscar


Então volta pra mim
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar


 


 


Sentou-se numa poltrona e apontou a varinha para lareira. Quando o fogo iluminou o lugar, percebeu que havia uma caixa em cima da mesinha de centro. Intrigado foi apanhá-la e assim que a pegou viu um envelope. Resolveu deixar a caixa de lado e pegou o bilhete e assim que abriu o papel reconheceu a letra de imediato, seu coração batia tão forte que ele podia saltar do corpo.


 


Olá Harry


 


Sei que faz algum tempo que não nos falamos, também sei que você deve estar muito chateado comigo (e com razão), mas preciso que você entenda meus motivos!


Sou uma covarde, pois num momento de duvida tive dois caminhos a escolher: um “fácil” e um “difícil”, e eu infelizmente escolhi o pior caminho, apesar de ser o mais simples.  Magoei você, eu sei disso! Perdoa-me, fui fraca. Saiba que não houve um dia sequer em que eu não sentisse sua falta, todas as vezes que te via minha vontade era abraçá-lo e pedir perdão, mas não tinha coragem suficiente!


Já tive muito tempo pra refletir em tudo que precisava, cheguei à conclusão de que fui tola e infantil ao me afastar de você e que não sou digna de sua amizade! Dói-me pensar assim, porém é a mais pura verdade.


 Confesso que não encontrei a resposta que tanto procurava, e nem sei se ainda quero encontrar! Nada será como antes, não sou a mesma pessoa e às vezes não me reconheço.  Sinto tanta falta de como eu era antes, de como nos éramos antes! Sinto muito a sua falta, preciso de você! Sei que sou uma completa idiota, não mereço nada que venha de você, porém mesmo assim anseio o momento que estarei de novo com você e reviverei aquela maravilhosa sensação de segurança que só você sabe me proporcionar.


Sei que pode ser tarde d mais pra isso, mas preciso que você me perdoe.  


 


Com carinho.


 


Luna


 


Esquece esse jogo
Não há vencedor
O mesmo roteiro
De sempre cansou


 


Harry estava pasmo, assim que começou a ler não acreditava no que via. Era muita ironia do destino que agora, justo agora, Luna resolvesse reaparecer na sua vida. Leu a carta umas três vezes pra tentar acreditar que era real. Não importava o que a levou a se distanciar dele, ela sentiu a sua falta e isso era importante, mas por que só agora resolveu lhe escrever?


Ele estava tonto, começou a andar de um lado para o outro na sala, pensando... Primeiro eu reatei com a Gi, segundo eu amo a Luna, terceiro não posso magoar a Gi e quarto eu estou ferrado! A frustração era tanta que ele tinha vontade de gritar, a batalha contra Voldemort era uma brincadeira comparada com a que ele enfrentava contra seu próprio sentimento, a decisão já estava tomada ele iria ter que aguentar as consequências. Não podia voltar atrás, Gina não merecia isso. Ele precisava da Luna, isso era evidente, sua vontade era ir agora mesmo atrás dela e abraça-la.


 


Vou te amando
E me frustrando
E sobrevivendo
Por um fio...


 


 


Antes ele estava sendo esmagado pela solidão e agora a angustia o sufocava. Parou de andar ao lembrar-se da caixa que estava com a carta, foi ate a mesa e abriu-a, era uma moldura de foto, ele a virou nas mãos e viu uma foto que ele e Luna tiraram pouco antes de regressarem a Hogwarts no pomar da casa de Rony. Ela estava sentada embaixo de uma árvore e ele deitado no colo dela, os dois sorrindo abertamente para Jorge que batia a foto. Harry ficou olhando-a e se deu conta de que naquela época ele ainda não admitira que a amava, porém não era difícil perceber que havia algo mais que amizade ali. Ele sorriu e viu um bilhete no fundo da caixa e leu.


 


 


Mas tô aqui
Sem desistir
Volta pra mim


 


Jorge me enviou essa foto ainda há pouco, foi por ela que resolvi lhe escrever! Percebi o quanto precisava de você e me dei conta que faz muito tempo que não me sinto feliz, como nessa manhã!


Feliz Natal!


 


N/A 
PS: Resolvi só postar um novo capitulo quando estivesse 50 leitores, como atingi essa marca, aqui está!
       A música do capitulo é Estranho jeito de amar (Sandy e Junior), achei q encaixou-se perfeitamente na situação.
       Obrigada aqueles que leram!! Por favor cometem... não dói, é serio!! 
          E obrigada Elane por comentar!! a Luna é do tipo que peca por medo de tentar..rsrsrs
             Bye... :P 


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.