A viagem



De repente, o trailer começou a andar, com grandes rugidos no motor. Os garotos se olharam, apreensivos. Rony sentado na poltrona ao lado do sofá onde estava Gina, colocou as mãos sobre a cara, morrendo de vergonha.


— Relaxa, Rony! Os vizinhos estão dormindo. — Gina colocou o braço na cabeça do irmão, fazendo uma rápida massagem dolorosa em seu coro cabeludo.


— Er... Tem quatro quartos e um banheiro nos esperando! — Gui quebrou o silêncio, fingindo que estava tudo bem.


— Vamos visitá-los! — Carlinhos ficou empolgado.


— Ah, Iupi! — sobressaltou Gina, sem ânimo algum.


Nos fundos do trailer, havia 4 quartos: dois de um lado, dois do outro, ambos de frente para o outro.


— Er... Escolham-os! — anunciou Gui, com autoridade.


Gina segurou-se em um sofá após uma curva do trailer balançante, e Harry, levantou Hermione, que havia caído de bunda no chão do trailer. Foi difícil para Jorge agarrar a maçaneta do 4º quarto(o segundo do lado direito), pois o trailer balançava demais, e o barulho do motor era de ensurdecer. Percy acompanhou Jorge ao quarto, e os mesmos depositaram suas mochilas em cima da cama de solteiro. Hermione entrou junto com Gina no 3º quarto(em frente ao de Jorge e Percy), e colocaram suas mochilas em uma pequena escrivaninha do quarto. Fleur e Gui pegaram o segundo quarto, ao lado de Jorge e Percy. O primeiro quarto já estava reservado para Molly e Arthur, pois a cama já havia bagagens. Rony e Harry se entreolharam. Havia onze pessoas no trailer, oito camas. Três teriam que dormir no sofá, como de costume.


 


— Hmmm... Ficarei com a poltrona bege! — sugeriu Carlinhos, sentando nela, com um pequeno sorriso malicioso.


— A minha será esta. E a sua... Harry... — Rony olhou com uma cara de nojo enquanto se sentava na poltrona na qual sentara antes.


— Sei... O sofá é um bom amigo, espero. — Harry acariciou o sofá, com uma cara dura.


Enquanto isso, Hermione e Gina tiravam suas roupas e acessórios de suas mochilas, e depositavam na escrivaninha e no guarda-roupa. O quarto era pequeno, e muito apertado. Mal podia se andar ali, mas teve um ponto positivo: Gina gostou de pegar um quarto, em vês do sofá ou poltrona.


A manhã passou rapidamente após os jogos de baralho, conversas, e piadas que os garotos contaram, inclusive Gina, que pareceu estar animada. No almoço, Molly e Arthur abriram uma portinha externa do trailer, que aberta fazia “sombra” para a família sentar em cadeiras e mesinhas de plástico que havia dentro da portinha, denominada “esconderijo secreto” por Arthur, o quê fez Gina revirar os olhos com o nome.


— Então, quantos dias ficaremos aqui, nessa... — Gina foi interrompida.


— De vinte à trinta dias. — anunciou Arthur.


— QUÊ???


— Gina, isto é uma viagem interessante e...


— INTERESSANTE? UM MÊS NISSO? — Rony estava aterrorizado.


— Querido... Iremos conhecer outra nacionalidade, vai ser bom demais... E, temos 45 dias de folga... O ministério liberou seu pai por mais tempo este ano. Tudo por causa da queda de...


— VOLDEMORT. — Harry afirmou, colocando seu copo de suco na mesa.


 


— Isto... — continuou Molly. — Ainda estão organizando o Ministério.


— É aquilo está um terror.  — Arthur fez uma pequena careta. — Gente correndo de um lado, pedindo isso, ajudando naquilo... Não é nada de mais, nada que aja medo, mas todos estão falando que o Ministério vai por água abaixo...


— ISSO NÃO PODE! — Hermione arregalou os olhos. — O ministério é aquele que põe as regras, mesmo com os defeitos... E... Agora o ministério irá mudar! Eu sei que vai...


— Chega, chega, chega... Isto é uma viagem de férias, nada de trabalho nos próximos 44 dias!


— Concordo. — Hermione deu sua primeira garfada na maionese.


— Arthur... — Molly fez um sinal com os olhos para o marido.


— Pois bem... A ROTA.


— Rota? — Rony falou de boca cheia.


— Rota é onde iremos passar, onde iremos visitar.


— Epa... Antes mamãe disse que iríamos conhecer outra nacionalidade. — comentou Carlinhos.


— Exatamente! — Arthur se levantou da cadeira de plástico, e pegou um pequeno mapa. — Iremos sair da Inglaterra e fazer uma boa excursão nos Estados Unidos!


— O quê? Teríamos que dar a volta ao mundo e...


— Não exagere Percy!


— CLARO! MAGIA! — Gina abriu um sorriso.


— Não! Magia não. Já disse que devemos usar o mínimo de magia nessas férias! E antes que perguntem, o trailer é bem abastecido, e tem muitos postos por aí! Serão dias longos de viagem, mas valerá a pena! Vocês mesmos irão adorar o verão nos Estados Unidos! — Arthur terminou a frase com um grande sorriso.


 


A tarde foi chata e entediante. O café da tarde aconteceu por volta das 15:30, e o jantar, ás 20:00.  Não houve nada de interessante para se fazer, Gina continuava com sua cara feia, Rony ia cedendo um pouco. Hermione escreveu em seu diário durante 20 minutos, fazendo com que Gina espiasse o mesmo a cada 5 minutos. Todos se deitaram ás 23:00, exceto Arthur que ficou no volante. Arthur não ficava com muito sono – apenas um pouco -, mas tinha uma garrafa térmica de café, que ajudava bastante o homem á ficar acordado. Harry foi o primeiro a acordar, ás 6:00 da manhã.


— Senhor? — Harry abriu a portinha que dividia a parte do “piloto” – assim dizia Arthur – ao resto do trailer, na qual a mesma era transparente.


— Harry? O que faz acordado nesse horário?


— Eu perdi o sono, não estou acostumado com essa idéia de balance ao dormir. — Os dois riram.


— Ah, eu estou morrendo de sono. — confessou Arthur. — Ah, Harry, por favor, não me chame de senhor!


— Ok.


— Certo, certo. — Arthur abriu um sorriso.


— Ah... Arthur?


— Fale!


— Ah... Iremos de trailer aos Estados Unidos?


— Mas é claro!


— Eu não acho...


— Longe? Perigoso?


— Não digo perigoso, mas... — Harry se sentou no passageiro, ao lado do motorista. — É longe demais!


— Eu sei... Então, não vai tomar um banho, se lavar? Ás sete Molly irá fazer um café delicioso...


— Ok... Banheiro... Trailer... Isso mexe muito?


— Depende o que você irá fazer no banheiro. — Arthur sorriu maliciosamente ao garoto. — Molly me convidou para fazer uma visita ao banheiro, junto com ela... Mas eu já conheço ele, de outros modos.


— Ah, safadinho! — Harry murmurou.


— Quê foi que disse?


— Nada, nada não.


 


Harry se sentou em um dos dois sofás do trailer, onde o garoto pegou um livro de sua bolsa, e abriu-o na primeira página. Meia hora mais tarde, Molly acordou. Vestia uma longa calça jeans, e um enorme suéter. Seus cabelos curtos e cacheados ficavam ao lado do rosto, tampando um pouco a cara de sono.


— Bom dia! — ela cantarolou.


— Bom dia Molly! — Harry sorriu para a mulher, chamando-a de como ela queria que o chamassem – não de senhora -.


— M-Molly? Acorde o Gui para dirigir, estou cansadérrimo! — Arthur cambaleava na frente do volante.


— Harry, querido. — Molly fez questão de ignorar o marido. — Como foi sua noite?


— Dura. — Harry estralou sua coluna.


— Lhe dói algo querido? — Molly colocou sua mão no pescoço do garoto.


— Não, não... Só um pouco de dor em minha coluna, ombros e nuca. Mas passará com o tempo.


— Acho melhor você dormir em uma cama macia! Ou então em um poltrona...


— Não, não, eu estou bem!


— MOLLY! — Arthur berrou


— GUILHERME! — Molly triplicou o grito do marido.


Em estantes, Gui e Fleur puseram-se de pé, assustados. Fleur estava com uma camisola lilás, de cetim e Gui com um enorme pijama pimpão.


— O que houve? — Gui recuperou o fôlego.


— Vá dirigir — Molly sorriu.


— QUÊ?


— Seu pai está com sono.


— Ah, sim... Que horas são?


— 6:15


— Ahh...


— Sem mais nem menos, vá! E troque de roupa. Tu-tu disse que existem policiais que vigiam os carros, trailers, motos e derivados e seus motoristas e passageiros.


— Ah sim, eu sei. Fique tranquila.


Gui dirigiu-se até seu mini-quarto, e Fleur o seguiu até o mesmo. Ao passar pelo sofá, Fleur foi puxada por Harry, onde o mesmo se levantou.


— Ei, quem é tu-tu? — Harry sussurrou ao ouvido da francesa.


— Er... O Arrthur! Molly chama-o assim! — Fleur abriu um lindo sorriso.


— Mesmo? — O garoto abriu uma risada.


— Sim, sim. E ele chama-a de Mo-mo! — Fleur colocou a unha na boca, pretendendo roe-la.


— Own, mas isso é muito cuti-cuti. — Harry não percebeu que falou algo sem sentido.


— Clarro, é. — Fleur levantou suas sobrancelhas. — Prreciso trrocar minha vista.


— Er... Sua ROUPA? — Harry deu um pequeno sorriso torto.


— Hm... Sim... Obrrigada pela correção.


— Uhum. — Harry balançou a cabeça.


Hermione levantou após 10 minutos, segurando seu diário, e uma caneta vermelha com detalhes laranja e prata.


— Como foi sua noite? — A garota sentou-se ao lado de Harry.


— Exaustiva. — Ele a respondeu sorrindo.


— Ah... Harry, eu sinto muito...


— Sente pelo que?


— Por você dormir no sofá...


— Hermione... — Harry falou carinhosamente. — Eu estou bem, é sério!


— Tudo bem então! — Hermione sorriu. — Ah... Harry... Eu e meu pai demos um presente á minha mãe, dias atrás, em seu aniversário.


— Hum... — Harry prestou atenção na amiga, esperando que ela continuasse.


— Uma máquina fotográfica. Mas não como nós usamos... Uma digital! A mais usada pelos trouxas em todo o mundo! — Hermione sorriu.


— Puxa, que legal! — Harry abriu um sorriso mais sincero que pode, mesmo com suas dores em seus ombros.


— E eu trouxe-a pra cá! Minha mãe me emprestou! — Hermione sorriu para Gui, que vinha entrando com uma roupa mais social para a cabine do motorista, enquanto Carlinhos, que já havia acordado, carregava Arthur, que reclama sem parar.


— Isso é maravilhoso! — Harry quebrou o silencio de vinte segundos, tirando os olhos dos Weasley’s.


— Aham. Mamãe e Papai pediram para tirarmos fotos. Eles querem colocar as fotos online, coisas trouxas. — Ela sorriu.


 


Manhã monótona. Rony e Gina acordaram 12:05, Jorge levantou ás 12:10 – com a ajuda do spray de pimenta em sua única orelha -, Percy levantou ás 8:00, e Carlinhos por volta das 10:00. O almoço foi tranquilo, como os almoços passados: o motorista descansa, e encosta o trailer em uma rua, ou terreno baldio para poder fazer o alimento na qual tanto Gina reclamava. Após o almoço, Arthur, Molly e Gui tiraram sua “sesta” – o soninho da tarde -, enquanto os garotos jogavam baralho com prazer e alegria – menos Gina, que mais perdia do que comprava cartas -. Arthur começou á dirigir ás 13:57, fazendo com que o trailer balançasse demais, e um enorme rugido ensurdecedor ecoasse nos ouvidos de todos que estavam ali. Gina ajuntava as cartas do baralho que haviam caído pelo chão do trailer, enquanto Carlinhos arrumava as roupas que haviam caído das prateleiras do trailer em cima de Rony, deixando o irmão mais novo com muito desagrado, gritando um nome não muito interessante.


— Ajuda aqui! — exclamou Carlinhos para o irmão com uma orelha apenas.


— Rony, tem uma cueca em sua cara! — debochou Jorge. — E um sutiã em seu ombro... — O ruivo se aproximou do ombro do irmão. — E é extra G!


— WOOW! — Carlinhos caiu na risada, junto de Gina.


Enquanto as peças de roupa iam sendo recolhidas por todo o sofá em que Rony estava sentado, Molly limpava com dificuldade o banheiro, colocando também estrelinhas com cheirinhos de limão e pêssego com casca dura para dar um cheiro agradável no trailer. Fleur arrumava todos os quartos do trailer, enquanto obrigava Gui á vistoriar a manutenção e fios elétricos do trailer, mesmo em velocidade. As horas iam se passando, até chegar o momento em que uma rua da Inglaterra ia se estreitando a cada quilometro, sendo rodeada por árvores e mato.


— PAAAAAI! — Berrou Gina, com seu berro ensurdecedor. — O que é aquilo? — Anda mais rápido! Tem alguma coisa encapuzada esperando pela gente á menos de um quilômetro, OLHA!


 


Todos voltaram à atenção á Gina. Hermione se encolheu ao lado de Harry, Rony, Harry, Jorge e Carlinhos sacaram as varinhas de suas vestes, enquanto Arthur acalmava a família.


— Olha, não é nada de mais...


— NÃO? PAAAAAAAAAI! — Gina andava pelo trailer, apavorada.


— Fleur, leve Molly, Hermione e Gina para o banheiro, RÁPIDO! Garotos fiquem aqui, levantem-se, JÁ! — Ordenou Arthur.


Em segundos, Fleur puxava Gina com dificuldade para o banheiro, pois a ruiva não queria se esconder em um momento como esse. Rony fixava os olhos nas árvores e no mato que rodeava a rua, agora fechando mais ainda.


— Caso seja... Sabem o que fazer. — Arthur não diminuiu a velocidade, conseguindo pegar sua varinha de dentro do bolso externo de sua calça. – PREPAREM-SE!


Os meninos ficaram em posição de ataque, esperando que a coisa ficasse ao lado do trailer. Mas as duas pessoas encapuzadas não se mexiam, ficavam intactas, na beira da estrada.


— GIIIIIIIINA! — Fleur tentou segura-la, mas Gina escapou do banheiro, correndo para o lado dos irmãos.


— GINA, ESCUTE, VÁ PARA LÁ! — Ordenou Gui


— Não... É... Dino e Simas...


— Quem? — Harry parecia engasgado com a própria saliva.


— Dino Thomas e Simas Finnigan. — O trailer ia se aproximando dos garotos com uma enorme capa preta, e uma mochila ao lado de cada um.


— O que eles estão fazendo aqui? Droga. Pensei que daria uma boa luta...


—ROOOONALD! — Molly chamou a atenção do menino, fazendo um olhar de superioridade ao Grifano.


Gina abriu a porta da cabine do trailer, agora tendo uma boa visão dos garotos á poucos centímetros do trailer, olhando com enormes olhos assustados. O trailer parou, abrindo sua porta. Gina, Rony e Arthur ficaram na porta, abrindo um grande sorriso curioso aos companheiros de Hogwarts que haviam encontrado em plena estrada.


— RONY! GINA! SR. WEASLEY! — Dino pareceu entusiasmado.


— Olá! — Rony deu as boas vindas; acompanhado de Gina, que acenou ao mesmo tempo da fala.


 


— Que estão fazendo aqui? — Arthur levantou suas sobrancelhas. — Acho melhor entrarem. Devem ter coisas para nos contar! E acho que precisam de uma carona, não?


— Obrigado senhor Weasley! — Murmurou Dino, entrando no trailer.


Simas acompanhou o amigo, acenando com a cabeça para Arthur.  Harry, Rony e Jorge cumprimentaram os dois; Fleur e Molly buscavam cobertores e roupas quentes para os meninos; Gui e Carlinhos faziam um gostoso chocolate-quente para a família, que agora havia ganhado dois membros permanentes.


— Então, para onde vão? — Arthur levantou o tom de voz, fazendo com que todos pudessem ouvi-lo.


— Na verdade não temos roteiro algum. — respondeu Simas. — Estamos na rua; vagando por aí.


— Sei... Não acho prudente isso para garotos de 17 anos. Querem voltar para suas casas?


— NÃO, obrigado. — Dino não esperou nem um segundo para responder.


— Vocês estão estranhos! — comentou Gina.


— Conheço essa região por aqui. Minha mãe está trabalhando em um restaurante á doze quadras aqui. — Simas sorriu.


— Hum... Então os deixo lá. Certo? — Arthur olhou para trás pela primeira vez.


— O.k., mas não deixem de experimentar os cookies que minha mãe faz! São divinos.


— Claro! — Arthur era extremamente viciado em alguma coisa que era composta por doce.


Dino se sentou no sofá, agora com roupas limpas e uma coberta em volta de seu corpo. Simas estava no banho; Molly o convenceu em se limpar. Gina sentou ao lado do Grifano, tentando puxar algum assunto.


— Er... Dino?


— Sim? — Dino levemente corou.


— O que conta de bom?


— Ah... Acho que não há nada demais... — Dino pegou o chocolate-quente enquanto Gui servia. Gina mandou Carilinhos acrescentar chantili no seu, deixando o ruivo de cara feia.


 


— Ah... É uma pena mesmo...


— Ah! Luna disse á Parvati que disse á Padma, que falou á Neville que falou á Simas que me contou ontem mesmo, que Luna passará suas férias no México, e depois nos EUA! Não é demais? — Dino deu seu primeiro gole no chocolate.


— JURA? Vamos para os EUA também! Isso é o que papai quer... — Gina abaixou a voz, agora quase num sussurro, soando no ouvido de Dino. — Ah, Dino, você está bem... Ma... Maneiro.


— Você é que está linda! — O garoto aproximou-se da ruiva. Gina corou com o elogio. — Bom! EUA é divertido.


— Ah... Obrigada pelo... Elogio.


— Não há de quê, Gi.


Após a saída de Simas do banho, o garoto foi em direção á Harry, Rony e Hermione, onde papearam durante minutos.


— Harry! Como está? — Simas deu um imenso sorriso sincero. — Não nos vemos desde a batalha em Hogwarts!


— Ei Simas! Vou bem... Bem melhor que antes. — Harry acompanhou o amigo no quesito sorriso.


— Estamos bem... — sugeriu Hermione.


— Então, Hermione... Está ao lado de Rony?


— Como? — Hermione pareceu não entender Simas.


— Digo; namorando... Sabe, não é? O beijo se espalhou por aí...


— Er... — A garota corou. — Acho que não rolou nada comigo e Rony. Não houve nada após... A batalha... E... Isso é um assunto pessoal.


— Tudo bem. Eu compreendo. — Simas piscou para a garota.


Rony virou-se para o lado oposto, dando de cara com a parede do trailer. Harry achava graça naquilo tudo. Virou-se para o amigo, e sussurrou com pequenas palavras, que mal puderam ser escutadas pelo ruivo.


— Chateado?


Ele não respondeu. Apenas franziu a testa.


— Ela só está com vergonha de... Assumir. Pode crer mano! — Rony abriu um pequeno sorriso lamentável, e em poucos segundos, os dois caíram na risada.


 


Já eram umas 7 horas da noite, quando finalmente eles chegaram ao restaurante da mãe de Simas. Não eram bem algumas quadras, e sim quilômetros; parecia que tinham mudado de cidade, para aquela cidade vizinha na qual é monótona, nublada e pequena. O restaurante era um tanto grande e simples. Havia vários carros lotando o estacionamento do grande restaurante que por fora era pintado de marrom. A cada minuto que se passava, o céu começava a escurecer, dando espaço para as estrelas que apareciam no imenso céu da Inglaterra.


— Ok! Que tal um lanche reforçado hoje? — Arthur riu enquanto falava.


Soltaram-se vivas e aleluias vinda dos filhos, e dos filhos-adotivos que Molly e Arthur arrumaram para a viagem: Harry e Hermione; agora com a presença de mais dois. O trailer ia se aproximando mais do local, agora tendo uma vista melhor do mesmo. Um homem que vestia um uniforme de acordo com as cores do restaurante vinha em direção ao trailer. Era o manobrista do restaurante; aquele que cuida do estacionamento, e zela pela organização das vagas.


— Boa noite! — parou na porta do trailer.


Arthur abriu-a, fitando atentamente o homem.


— Boa noite. — Arthur olhou para a família, que estava a centímetros da porta que divide a cabine do motorista com o resto do trailer.


— Desculpem-me; mas esta... Esta coisa não é um tanto grande para uma vaga? Quero dizer...


— Desculpe-me EU, mas creio que este restaurante é um lugar público, não?


— Desculpe minha ignorância, mas esta coisa pela qual você tem receio se chama TRAILER, e é o trailer da família! Onde formos ele irá junto! — todos olharam para Gina. Ela, que mais odiava o trailer, estava o defendendo, e com orgulho. Molly estava com os olhos cheios de lágrimas, Arthur encarou o manobrista, e Rony fez uma cara de sabichão para o barbudo. 


De repente, o trailer começou a andar, com grandes rugidos no motor. Os garotos se olharam, apreensivos. Rony sentado na poltrona ao lado do sofá onde estava Gina, colocou as mãos sobre a cara, morrendo de vergonha.


— Relaxa, Rony! Os vizinhos estão dormindo. — Gina colocou o braço na cabeça do irmão, fazendo uma rápida massagem dolorosa em seu coro cabeludo.


— Er... Tem quatro quartos e um banheiro nos esperando! — Gui quebrou o silêncio, fingindo que estava tudo bem.


— Vamos visitá-los! — Carlinhos ficou empolgado.


— Ah, Iupi! — sobressaltou Gina, sem ânimo algum.


Nos fundos do trailer, havia 4 quartos: dois de um lado, dois do outro, ambos de frente para o outro.


— Er... Escolham-os! — anunciou Gui, com autoridade.


Gina segurou-se em um sofá após uma curva do trailer balançante, e Harry, levantou Hermione, que havia caído de bunda no chão do trailer. Foi difícil para Jorge agarrar a maçaneta do 4º quarto(o segundo do lado direito), pois o trailer balançava demais, e o barulho do motor era de ensurdecer. Percy acompanhou Jorge ao quarto, e os mesmos depositaram suas mochilas em cima da cama de solteiro. Hermione entrou junto com Gina no 3º quarto(em frente ao de Jorge e Percy), e colocaram suas mochilas em uma pequena escrivaninha do quarto. Fleur e Gui pegaram o segundo quarto, ao lado de Jorge e Percy. O primeiro quarto já estava reservado para Molly e Arthur, pois a cama já havia bagagens. Rony e Harry se entreolharam. Havia onze pessoas no trailer, oito camas. Três teriam que dormir no sofá, como de costume.


 


— Hmmm... Ficarei com a poltrona bege! — sugeriu Carlinhos, sentando nela, com um pequeno sorriso malicioso.


— A minha será esta. E a sua... Harry... — Rony olhou com uma cara de nojo enquanto se sentava na poltrona na qual sentara antes.


— Sei... O sofá é um bom amigo, espero. — Harry acariciou o sofá, com uma cara dura.


Enquanto isso, Hermione e Gina tiravam suas roupas e acessórios de suas mochilas, e depositavam na escrivaninha e no guarda-roupa. O quarto era pequeno, e muito apertado. Mal podia se andar ali, mas teve um ponto positivo: Gina gostou de pegar um quarto, em vês do sofá ou poltrona.


A manhã passou rapidamente após os jogos de baralho, conversas, e piadas que os garotos contaram, inclusive Gina, que pareceu estar animada. No almoço, Molly e Arthur abriram uma portinha externa do trailer, que aberta fazia “sombra” para a família sentar em cadeiras e mesinhas de plástico que havia dentro da portinha, denominada “esconderijo secreto” por Arthur, o quê fez Gina revirar os olhos com o nome.


— Então, quantos dias ficaremos aqui, nessa... — Gina foi interrompida.


— De vinte à trinta dias. — anunciou Arthur.


— QUÊ???


— Gina, isto é uma viagem interessante e...


— INTERESSANTE? UM MÊS NISSO? — Rony estava aterrorizado.


— Querido... Iremos conhecer outra nacionalidade, vai ser bom demais... E, temos 45 dias de folga... O ministério liberou seu pai por mais tempo este ano. Tudo por causa da queda de...


— VOLDEMORT. — Harry afirmou, colocando seu copo de suco na mesa.


 


— Isto... — continuou Molly. — Ainda estão organizando o Ministério.


— É aquilo está um terror.  — Arthur fez uma pequena careta. — Gente correndo de um lado, pedindo isso, ajudando naquilo... Não é nada de mais, nada que aja medo, mas todos estão falando que o Ministério vai por água abaixo...


— ISSO NÃO PODE! — Hermione arregalou os olhos. — O ministério é aquele que põe as regras, mesmo com os defeitos... E... Agora o ministério irá mudar! Eu sei que vai...


— Chega, chega, chega... Isto é uma viagem de férias, nada de trabalho nos próximos 44 dias!


— Concordo. — Hermione deu sua primeira garfada na maionese.


— Arthur... — Molly fez um sinal com os olhos para o marido.


— Pois bem... A ROTA.


— Rota? — Rony falou de boca cheia.


— Rota é onde iremos passar, onde iremos visitar.


— Epa... Antes mamãe disse que iríamos conhecer outra nacionalidade. — comentou Carlinhos.


— Exatamente! — Arthur se levantou da cadeira de plástico, e pegou um pequeno mapa. — Iremos sair da Inglaterra e fazer uma boa excursão nos Estados Unidos!


— O quê? Teríamos que dar a volta ao mundo e...


— Não exagere Percy!


— CLARO! MAGIA! — Gina abriu um sorriso.


— Não! Magia não. Já disse que devemos usar o mínimo de magia nessas férias! E antes que perguntem, o trailer é bem abastecido, e tem muitos postos por aí! Serão dias longos de viagem, mas valerá a pena! Vocês mesmos irão adorar o verão nos Estados Unidos! — Arthur terminou a frase com um grande sorriso.


 


A tarde foi chata e entediante. O café da tarde aconteceu por volta das 15:30, e o jantar, ás 20:00.  Não houve nada de interessante para se fazer, Gina continuava com sua cara feia, Rony ia cedendo um pouco. Hermione escreveu em seu diário durante 20 minutos, fazendo com que Gina espiasse o mesmo a cada 5 minutos. Todos se deitaram ás 23:00, exceto Arthur que ficou no volante. Arthur não ficava com muito sono – apenas um pouco -, mas tinha uma garrafa térmica de café, que ajudava bastante o homem á ficar acordado. Harry foi o primeiro a acordar, ás 6:00 da manhã.


— Senhor? — Harry abriu a portinha que dividia a parte do “piloto” – assim dizia Arthur – ao resto do trailer, na qual a mesma era transparente.


— Harry? O que faz acordado nesse horário?


— Eu perdi o sono, não estou acostumado com essa idéia de balance ao dormir. — Os dois riram.


— Ah, eu estou morrendo de sono. — confessou Arthur. — Ah, Harry, por favor, não me chame de senhor!


— Ok.


— Certo, certo. — Arthur abriu um sorriso.


— Ah... Arthur?


— Fale!


— Ah... Iremos de trailer aos Estados Unidos?


— Mas é claro!


— Eu não acho...


— Longe? Perigoso?


— Não digo perigoso, mas... — Harry se sentou no passageiro, ao lado do motorista. — É longe demais!


— Eu sei... Então, não vai tomar um banho, se lavar? Ás sete Molly irá fazer um café delicioso...


— Ok... Banheiro... Trailer... Isso mexe muito?


— Depende o que você irá fazer no banheiro. — Arthur sorriu maliciosamente ao garoto. — Molly me convidou para fazer uma visita ao banheiro, junto com ela... Mas eu já conheço ele, de outros modos.


— Ah, safadinho! — Harry murmurou.


— Quê foi que disse?


— Nada, nada não.


 


Harry se sentou em um dos dois sofás do trailer, onde o garoto pegou um livro de sua bolsa, e abriu-o na primeira página. Meia hora mais tarde, Molly acordou. Vestia uma longa calça jeans, e um enorme suéter. Seus cabelos curtos e cacheados ficavam ao lado do rosto, tampando um pouco a cara de sono.


— Bom dia! — ela cantarolou.


— Bom dia Molly! — Harry sorriu para a mulher, chamando-a de como ela queria que o chamassem – não de senhora -.


— M-Molly? Acorde o Gui para dirigir, estou cansadérrimo! — Arthur cambaleava na frente do volante.


— Harry, querido. — Molly fez questão de ignorar o marido. — Como foi sua noite?


— Dura. — Harry estralou sua coluna.


— Lhe dói algo querido? — Molly colocou sua mão no pescoço do garoto.


— Não, não... Só um pouco de dor em minha coluna, ombros e nuca. Mas passará com o tempo.


— Acho melhor você dormir em uma cama macia! Ou então em um poltrona...


— Não, não, eu estou bem!


— MOLLY! — Arthur berrou


— GUILHERME! — Molly triplicou o grito do marido.


Em estantes, Gui e Fleur puseram-se de pé, assustados. Fleur estava com uma camisola lilás, de cetim e Gui com um enorme pijama pimpão.


— O que houve? — Gui recuperou o fôlego.


— Vá dirigir — Molly sorriu.


— QUÊ?


— Seu pai está com sono.


— Ah, sim... Que horas são?


— 6:15


— Ahh...


— Sem mais nem menos, vá! E troque de roupa. Tu-tu disse que existem policiais que vigiam os carros, trailers, motos e derivados e seus motoristas e passageiros.


— Ah sim, eu sei. Fique tranquila.


Gui dirigiu-se até seu mini-quarto, e Fleur o seguiu até o mesmo. Ao passar pelo sofá, Fleur foi puxada por Harry, onde o mesmo se levantou.


— Ei, quem é tu-tu? — Harry sussurrou ao ouvido da francesa.


— Er... O Arrthur! Molly chama-o assim! — Fleur abriu um lindo sorriso.


— Mesmo? — O garoto abriu uma risada.


— Sim, sim. E ele chama-a de Mo-mo! — Fleur colocou a unha na boca, pretendendo roe-la.


— Own, mas isso é muito cuti-cuti. — Harry não percebeu que falou algo sem sentido.


— Clarro, é. — Fleur levantou suas sobrancelhas. — Prreciso trrocar minha vista.


— Er... Sua ROUPA? — Harry deu um pequeno sorriso torto.


— Hm... Sim... Obrrigada pela correção.


— Uhum. — Harry balançou a cabeça.


Hermione levantou após 10 minutos, segurando seu diário, e uma caneta vermelha com detalhes laranja e prata.


— Como foi sua noite? — A garota sentou-se ao lado de Harry.


— Exaustiva. — Ele a respondeu sorrindo.


— Ah... Harry, eu sinto muito...


— Sente pelo que?


— Por você dormir no sofá...


— Hermione... — Harry falou carinhosamente. — Eu estou bem, é sério!


— Tudo bem então! — Hermione sorriu. — Ah... Harry... Eu e meu pai demos um presente á minha mãe, dias atrás, em seu aniversário.


— Hum... — Harry prestou atenção na amiga, esperando que ela continuasse.


— Uma máquina fotográfica. Mas não como nós usamos... Uma digital! A mais usada pelos trouxas em todo o mundo! — Hermione sorriu.


— Puxa, que legal! — Harry abriu um sorriso mais sincero que pode, mesmo com suas dores em seus ombros.


— E eu trouxe-a pra cá! Minha mãe me emprestou! — Hermione sorriu para Gui, que vinha entrando com uma roupa mais social para a cabine do motorista, enquanto Carlinhos, que já havia acordado, carregava Arthur, que reclama sem parar.


— Isso é maravilhoso! — Harry quebrou o silencio de vinte segundos, tirando os olhos dos Weasley’s.


— Aham. Mamãe e Papai pediram para tirarmos fotos. Eles querem colocar as fotos online, coisas trouxas. — Ela sorriu.


 


Manhã monótona. Rony e Gina acordaram 12:05, Jorge levantou ás 12:10 – com a ajuda do spray de pimenta em sua única orelha -, Percy levantou ás 8:00, e Carlinhos por volta das 10:00. O almoço foi tranquilo, como os almoços passados: o motorista descansa, e encosta o trailer em uma rua, ou terreno baldio para poder fazer o alimento na qual tanto Gina reclamava. Após o almoço, Arthur, Molly e Gui tiraram sua “sesta” – o soninho da tarde -, enquanto os garotos jogavam baralho com prazer e alegria – menos Gina, que mais perdia do que comprava cartas -. Arthur começou á dirigir ás 13:57, fazendo com que o trailer balançasse demais, e um enorme rugido ensurdecedor ecoasse nos ouvidos de todos que estavam ali. Gina ajuntava as cartas do baralho que haviam caído pelo chão do trailer, enquanto Carlinhos arrumava as roupas que haviam caído das prateleiras do trailer em cima de Rony, deixando o irmão mais novo com muito desagrado, gritando um nome não muito interessante.


— Ajuda aqui! — exclamou Carlinhos para o irmão com uma orelha apenas.


— Rony, tem uma cueca em sua cara! — debochou Jorge. — E um sutiã em seu ombro... — O ruivo se aproximou do ombro do irmão. — E é extra G!


— WOOW! — Carlinhos caiu na risada, junto de Gina.


Enquanto as peças de roupa iam sendo recolhidas por todo o sofá em que Rony estava sentado, Molly limpava com dificuldade o banheiro, colocando também estrelinhas com cheirinhos de limão e pêssego com casca dura para dar um cheiro agradável no trailer. Fleur arrumava todos os quartos do trailer, enquanto obrigava Gui á vistoriar a manutenção e fios elétricos do trailer, mesmo em velocidade. As horas iam se passando, até chegar o momento em que uma rua da Inglaterra ia se estreitando a cada quilometro, sendo rodeada por árvores e mato.


— PAAAAAI! — Berrou Gina, com seu berro ensurdecedor. — O que é aquilo? — Anda mais rápido! Tem alguma coisa encapuzada esperando pela gente á menos de um quilômetro, OLHA!


 


Todos voltaram à atenção á Gina. Hermione se encolheu ao lado de Harry, Rony, Harry, Jorge e Carlinhos sacaram as varinhas de suas vestes, enquanto Arthur acalmava a família.


— Olha, não é nada de mais...


— NÃO? PAAAAAAAAAI! — Gina andava pelo trailer, apavorada.


— Fleur, leve Molly, Hermione e Gina para o banheiro, RÁPIDO! Garotos fiquem aqui, levantem-se, JÁ! — Ordenou Arthur.


Em segundos, Fleur puxava Gina com dificuldade para o banheiro, pois a ruiva não queria se esconder em um momento como esse. Rony fixava os olhos nas árvores e no mato que rodeava a rua, agora fechando mais ainda.


— Caso seja... Sabem o que fazer. — Arthur não diminuiu a velocidade, conseguindo pegar sua varinha de dentro do bolso externo de sua calça. – PREPAREM-SE!


Os meninos ficaram em posição de ataque, esperando que a coisa ficasse ao lado do trailer. Mas as duas pessoas encapuzadas não se mexiam, ficavam intactas, na beira da estrada.


— GIIIIIIIINA! — Fleur tentou segura-la, mas Gina escapou do banheiro, correndo para o lado dos irmãos.


— GINA, ESCUTE, VÁ PARA LÁ! — Ordenou Gui


— Não... É... Dino e Simas...


— Quem? — Harry parecia engasgado com a própria saliva.


— Dino Thomas e Simas Finnigan. — O trailer ia se aproximando dos garotos com uma enorme capa preta, e uma mochila ao lado de cada um.


— O que eles estão fazendo aqui? Droga. Pensei que daria uma boa luta...


—ROOOONALD! — Molly chamou a atenção do menino, fazendo um olhar de superioridade ao Grifano.


Gina abriu a porta da cabine do trailer, agora tendo uma boa visão dos garotos á poucos centímetros do trailer, olhando com enormes olhos assustados. O trailer parou, abrindo sua porta. Gina, Rony e Arthur ficaram na porta, abrindo um grande sorriso curioso aos companheiros de Hogwarts que haviam encontrado em plena estrada.


— RONY! GINA! SR. WEASLEY! — Dino pareceu entusiasmado.


— Olá! — Rony deu as boas vindas; acompanhado de Gina, que acenou ao mesmo tempo da fala.


 


— Que estão fazendo aqui? — Arthur levantou suas sobrancelhas. — Acho melhor entrarem. Devem ter coisas para nos contar! E acho que precisam de uma carona, não?


— Obrigado senhor Weasley! — Murmurou Dino, entrando no trailer.


Simas acompanhou o amigo, acenando com a cabeça para Arthur.  Harry, Rony e Jorge cumprimentaram os dois; Fleur e Molly buscavam cobertores e roupas quentes para os meninos; Gui e Carlinhos faziam um gostoso chocolate-quente para a família, que agora havia ganhado dois membros permanentes.


— Então, para onde vão? — Arthur levantou o tom de voz, fazendo com que todos pudessem ouvi-lo.


— Na verdade não temos roteiro algum. — respondeu Simas. — Estamos na rua; vagando por aí.


— Sei... Não acho prudente isso para garotos de 17 anos. Querem voltar para suas casas?


— NÃO, obrigado. — Dino não esperou nem um segundo para responder.


— Vocês estão estranhos! — comentou Gina.


— Conheço essa região por aqui. Minha mãe está trabalhando em um restaurante á doze quadras aqui. — Simas sorriu.


— Hum... Então os deixo lá. Certo? — Arthur olhou para trás pela primeira vez.


— O.k., mas não deixem de experimentar os cookies que minha mãe faz! São divinos.


— Claro! — Arthur era extremamente viciado em alguma coisa que era composta por doce.


Dino se sentou no sofá, agora com roupas limpas e uma coberta em volta de seu corpo. Simas estava no banho; Molly o convenceu em se limpar. Gina sentou ao lado do Grifano, tentando puxar algum assunto.


— Er... Dino?


— Sim? — Dino levemente corou.


— O que conta de bom?


— Ah... Acho que não há nada demais... — Dino pegou o chocolate-quente enquanto Gui servia. Gina mandou Carilinhos acrescentar chantili no seu, deixando o ruivo de cara feia.


 


— Ah... É uma pena mesmo...


— Ah! Luna disse á Parvati que disse á Padma, que falou á Neville que falou á Simas que me contou ontem mesmo, que Luna passará suas férias no México, e depois nos EUA! Não é demais? — Dino deu seu primeiro gole no chocolate.


— JURA? Vamos para os EUA também! Isso é o que papai quer... — Gina abaixou a voz, agora quase num sussurro, soando no ouvido de Dino. — Ah, Dino, você está bem... Ma... Maneiro.


— Você é que está linda! — O garoto aproximou-se da ruiva. Gina corou com o elogio. — Bom! EUA é divertido.


— Ah... Obrigada pelo... Elogio.


— Não há de quê, Gi.


Após a saída de Simas do banho, o garoto foi em direção á Harry, Rony e Hermione, onde papearam durante minutos.


— Harry! Como está? — Simas deu um imenso sorriso sincero. — Não nos vemos desde a batalha em Hogwarts!


— Ei Simas! Vou bem... Bem melhor que antes. — Harry acompanhou o amigo no quesito sorriso.


— Estamos bem... — sugeriu Hermione.


— Então, Hermione... Está ao lado de Rony?


— Como? — Hermione pareceu não entender Simas.


— Digo; namorando... Sabe, não é? O beijo se espalhou por aí...


— Er... — A garota corou. — Acho que não rolou nada comigo e Rony. Não houve nada após... A batalha... E... Isso é um assunto pessoal.


— Tudo bem. Eu compreendo. — Simas piscou para a garota.


Rony virou-se para o lado oposto, dando de cara com a parede do trailer. Harry achava graça naquilo tudo. Virou-se para o amigo, e sussurrou com pequenas palavras, que mal puderam ser escutadas pelo ruivo.


— Chateado?


Ele não respondeu. Apenas franziu a testa.


— Ela só está com vergonha de... Assumir. Pode crer mano! — Rony abriu um pequeno sorriso lamentável, e em poucos segundos, os dois caíram na risada.


 


Já eram umas 7 horas da noite, quando finalmente eles chegaram ao restaurante da mãe de Simas. Não eram bem algumas quadras, e sim quilômetros; parecia que tinham mudado de cidade, para aquela cidade vizinha na qual é monótona, nublada e pequena. O restaurante era um tanto grande e simples. Havia vários carros lotando o estacionamento do grande restaurante que por fora era pintado de marrom. A cada minuto que se passava, o céu começava a escurecer, dando espaço para as estrelas que apareciam no imenso céu da Inglaterra.


— Ok! Que tal um lanche reforçado hoje? — Arthur riu enquanto falava.


Soltaram-se vivas e aleluias vinda dos filhos, e dos filhos-adotivos que Molly e Arthur arrumaram para a viagem: Harry e Hermione; agora com a presença de mais dois. O trailer ia se aproximando mais do local, agora tendo uma vista melhor do mesmo. Um homem que vestia um uniforme de acordo com as cores do restaurante vinha em direção ao trailer. Era o manobrista do restaurante; aquele que cuida do estacionamento, e zela pela organização das vagas.


— Boa noite! — parou na porta do trailer.


Arthur abriu-a, fitando atentamente o homem.


— Boa noite. — Arthur olhou para a família, que estava a centímetros da porta que divide a cabine do motorista com o resto do trailer.


— Desculpem-me; mas esta... Esta coisa não é um tanto grande para uma vaga? Quero dizer...


— Desculpe-me EU, mas creio que este restaurante é um lugar público, não?


— Desculpe minha ignorância, mas esta coisa pela qual você tem receio se chama TRAILER, e é o trailer da família! Onde formos ele irá junto! — todos olharam para Gina. Ela, que mais odiava o trailer, estava o defendendo, e com orgulho. Molly estava com os olhos cheios de lágrimas, Arthur encarou o manobrista, e Rony fez uma cara de sabichão para o barbudo.

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