A Toca




    Um estranho pássaro esquelético de aspecto tristonho, de penas preto-esverdeadas observava Kyo. Parecia-se muito com um abutre. Parecia muito triste. A mão de Kyo se estendeu para acariciar o topo da cabeça do pássaro. O dedo de sua pequena mão tocou o topo da cabeça do pássaro.
    - Você não é mau, é? Só dizem isso porque não lhe conhecem não é? - disse a voz fina de criança que saía da boca que pertenceria a Kyo, há muitos anos, em uma montanha. O pássaro parecia que iria chorar a qualquer momento, mas não chorou...
    - Um dia vou ter que te matar, não é? - perguntou Kyo. Seu corpo estava como é atualmente agora. O agoureiro fez que sim com a cabeça. Kyo notou uma coisa. Faltava uma pena da calda do agoureiro.
    - Aquilo tudo que eu vi... Você me mostrou, não foi? - perguntou Kyo. O pássaro fez que sim com a cabeça magricela.
    - A voz... No Beco Diagonal... Era você também não é? Está me tirando de perto dele não é? - perguntou Kyo. O agoureiro concordou de novo. - Pare com isso, por favor... É perigoso para você! Aquilo nas montanhas... Foi passado! Agora, somos inimigos! Eu ou ele... Um tem que morrer... Se eu ganhar, eu vou te libertar... Só que... Nunca mais faça isso, você dorme no ombro dele e fica falando comigo... Por favor, não tente mais me proteger!
    O agoureiro observou Kyo e então piou. O pio saiu como uma triste voz de uma criança, a qual Kyo ouvira no Beco Diagonal.
    - Bem... Apenas tento lhe proteger, pois você me ajudou... Eles iriam me matar... Só quero lhe mostrar um pouco de seu futuro...
    O pássaro abriu as asas e então tudo, menos Kyo, foi envolto por escuridão. Tudo começou a clarear. Kyo estava na praça de Godric's Hollow. Não sabia a época, mas reconheceu ele mesmo e Mika. Era a cena do sonho em que ele e ela estavam se observando no pedestal da estátua de Godric Gryffindor. Kyo se aproximou dele e de Mika.
    - ...Não posso! - exclamou Kyo. - Não posso ficar! Tenho que ir embora... Eu tenho que matá-lo, antes de que mais alguém importante para mim morra!
    Mika o encarou. Kyo observou os pés por um momento.
    - Olha... Meus pais se foram, Al ta internado e você quase morreu! Não quero que mais ninguém se machuque por minha causa! Eu vou matar o Augurey sozinho! Se você me ajudar... Você vai morrer! E eu não quero isso nem a pau! - explodiu Kyo. Os dois se observaram. Mika pegou a mão de Kyo e a segurou.
    - Eu vou com você, mesmo que você não queira... - disse Mika. Tudo ficou negro novamente e então mostrou uma nova cena. Kyo estava com Alvo, Rosa e Mika na biblioteca da escola.
    - Temos que ir para Shirama! O Iwasaki corre perigo! - berrou Kyo. A cena se dissolveu novamente. Kyo estava junto a Alvo em uma estranha sala, que Kyo achava que era em Hogwarts. Parecia mais um quarto de uma cabana de madeira, sem janelas e com apenas uma única grande porta-dupla. Haviam redes e uma única cama. Alvo estava sentado na cama e Kyo se repousava em uma das redes.
    - O que foi Al? - perguntou Kyo. Alvo se encolheu mais e continuou quieto. - Fala logo!
    - Eu... Eu vou com você... - murmurou Alvo.
    - É o que? Não, não vai! - berrou Kyo. A cena se dissolveu. Kyo estava de volta na montanha.
    - O que aconteceu? - perguntou Kyo.
    - Ele está acordando... Tenho que ir... - disse a voz triste. Kyo acordou assustado. Alvo segurava um braço dele. Ralph e Dillan seguravam as pernas e Harry tentava segurar o outro braço dele.
    - Que diabos é isso?! - berrou Kyo. Todos soltaram ele.
    - Você tava berrando igual a um louco! Tava suando muito! - exclamou Alvo. O Prof. Potter entrou junto de Lance Jordan no dormitório, os dois ambos de pijama.
    - Ele ta aí Sr. Potter! - disse Lance. O professor se aproximou de Kyo e observou ele calmamente.
    - Al, tem um chocolate? - perguntou o Prof. Potter.
    - Tenho... - disse Alvo sem graça, abrindo o malão e tirando um sapo de chocolate e dando ao pai.
    - Dementador, papai? - perguntou Alvo para o pai que entregou o sapo para Kyo.
    - Coma! Não, não tem como ser um dementador, mas parece que foi isso mesmo... Vamos Kyo, vou levá-lo para a diretora... - disse o professor. Kyo comeu o sapo de chocolate e então se levantou. Kyo acompanhou o professor até o Salão Comunal da Grifinória e então saíram pelo buraco do retrato. Desceram as escadas e então se dirigiram para o segundo andar. Em um corredor cheio de armaduras no quarto andar, Kyo olhou pela janela. Já estava muito escuro.
    - Professor, que horas são? - perguntou Kyo.
    - Duas e vinte da manhã... - respondeu o Prof. Potter. O resto da viagem se seguiu em silêncio.
    - Iéti! - exclamou o professor em frente a gárgula do segundo andar, que criou vida e deu espaço. Kyo subiu a escada em espiral, seguido pelo Prof. Potter. No topo, o professor abriu a porta de carvalho. O escritório do diretor estava vazio. Os quadros dos diretores dormiam profundamente. A mesa e o trono estavam vazios.
    - Me espere aqui... - murmurou o Prof. Potter. Ele adentrou no escritório e desapareceu nas sombras. Voltou algum tempo depois, acompanhado pela diretora McGonagall, que usava um robe verde.
    - O que aconteceu aqui, Potter?! - exclamou a diretora. As luzes do escritório se acenderam.
    - Kyo... Entre garoto! Vamos! - disse o Prof. Potter. Kyo adentrou o local. A diretora se sentou no seu trono. Com um toque da varinha do diretor da Grifinória, duas cadeiras apareceram no ar, em frente a mesa da diretora. Potter puxou uma das cadeiras para um canto e se sentou nela. Kyo se aproximou da outra e se sentou.
    - Ele tem uma ligação, como a minha, professora... - disse Prof. Potter. A diretora mudou sua feição. Estava um pouco pálida e assustada.
    - M-M-Mas, como isso é possível, Potter?! - exclamou a diretora indignada.
    - É muito possível, Minerva! - disse a voz cansada de Alvo Dumbledore.
    - Não estava dormindo, Alvo? - disse a diretora com uma ponta de raiva.
    - Tirando um cochilo Minerva! Apenas entre-ouvi a conversa! - disse o quadro do antigo diretor amavelmente. A diretora se levantou.
    - Boa noite! - disse ela revoltada e então se aproximou da parede onde o quadro de Dumbledore estava pendurado. Empurrou uma pequena parte da parede e uma porta apareceu. Ela a atravessou. Deveria ser a entrada para o quarto do diretor. Prof. Potter se levantou e tirou o quadro de Dumbledore da parede e o depositou na mesa.
    - Ah, obrigado Harry! - disse o quadro amavelmente. O professor voltou para sua solitária cadeira.
    - Sabe Kyo, sua ligação com o animal de estimação de Anthony é muito interessante... - murmurou o quadro de Dumbledore. - Sabe, é da natureza de um agoureiro se apegar a alguém que o trate bem... Mas, umas das minhas descobertas que não foram divulgadas, é que os agoureiros podem aparecer em sonhos daqueles que eles querem proteger e então, lhes mostrar seu futuro...
    - O futuro é relativo... Eu posso mudar, e vou mudar! - disse Kyo nervoso. - Eu vi a morte de Mika, e não vou deixar ela morrer, pois é a coisa mais próxima de um parente que eu tenho agora! Meus pais foram mortos, e agora só me sobrou ela! O que eu quero saber é... O que significa uma forma prateada que eu conjurava...
    - Dumbledore o fitou com seus olhos azuis e então olhou para o Prof. Potter.
    - Harry, quero que me faça um favor... Como você já deve saber, ele viu o próprio patrono... - disse Dumbledore ao professor.
    - Professor, acho que o patrono dele teria a forma de um agoureiro... - disse o Prof. Potter.
    - Ora, Dumbledore! Pare de tentar ter um “Potter Dois”! Você já está morto, todos estamos! - gritou enfurecido o quadro de um senhor velho. O quadro tinha moldura prateada e ele sentava em uma poltrona de cetim verde.
    - Fineus, Minerva me deu este privilégio, mas somos apenas impressões deixadas no mundo, mas isso não me impede de ter as memórias e a inteligência da pessoa a qual represento. - disse o quadro de Dumbledore sorrindo. O quadro observou Kyo com aqueles olhos azuis brilhantes e simplesmente disse:
    - Boa noite, Kyo...

     
    - Um patrono?! Não sei o que faz, mas meu pai diz que é magia muito avançada... - disse Alvo durante o café da manhã após Kyo contar o que acontecera na noite anterior e a parte do sonho referente a Shirama para Alvo, Rosa e Mika.
    - Temos que nos preocupar mais com Shirama e com Iwasaki, do que com um patrono Al! - advertiu Mika.
    - Tem razão... - murmurou Kyo. O correio estava chegando. Centenas de corujas entraram pelas janelas do Salão Principal e deixaram suas correspondências para os alunos. Kyo ficou surpreso, quando uma coruja branca lhe entregou um envelope. Kyo o apanhou e o abriu. Ele não reconhecia os ideogramas, mas reconhecia a caligrafia bonita de Iwasaki.


    キヨエウトコソポベマポアキ!マソデイエカタエイソカタカナポイアジソニソゲソダイコソセギラレラ...エウソウベダモテデセウパイマコレウソボアトケアウグレイエタプロシモデシラマ!ホウアビサオソウト!ナオゼナパラカペサバラオセウヂレトコムニカオミニトダガベタンハエラピド!
     
    エペロケコンシガレコンアアジュダダミカ (オメコントウ)
    イワサキ
     
    Apesar de reconhecer a letra de Iwasaki, não entendeu nada.
    - Putz, como ele quer que eu entenda isso?! - disse Kyo nervoso.
    - Deixa eu ver... - murmurou Mika. Kyo passou a carta para ela. Mika deu uma olhada na carta. Continuou olhando a carta, enquanto bebia um pouco de suco de abóbora.
    - O que tem na carta? - perguntou Alvo.
    - Está escrito em japonês... Não entendi nada do que tava escrito... - respondeu Kyo. Mika devolveu a carta para Kyo.
    - Não entendi nada também... - disse Mika deprimida.
    - Mas, você não morou no Japão?! - exclamou kyo indignado.
    - Sim, mas só sei ler Hiragana, e essa carta tá escrita em Katakana! - respondeu Mika ainda mais indignada. Após o café, Kyo subiu as escadas para ir á biblioteca, pesquisar sobre Patronos. No segundo andar, viu Pirraça passando segurando um monte de bombas de bosta.
    - Ei, Souchi! O que faz aqui a esta hora? - perguntou o poltergeist.
    - Nada demais Pirraça... - respondeu Kyo. - Vai jogar em quem essas bombas?
    - Acho que em Malfoy! Ele andou dizendo que não tem medo deste pobre poltergeist! - respondeu Pirraça.
    - Bem, boa-sorte, e mande lembranças minhas para ele... - disse Kyo.
    - Mas é claro, meu caro amigo! - respondeu o poltergeist fazendo uma exagerada reverência. Pirraça saiu voando em direção ás masmorras. Kyo continuou seu caminho até o terceiro andar, onde trombou com Tiago Potter e sua turma.
    - Ora, ora, se não é o japa que me estuporou! - disse Tiago com a varinha em punho.
    - Não enche, Potter... - respondeu Kyo tentando continuar seu caminho, mas Hermes bloqueou a passagem.
    - Vai pagar caro por ter me estuporado! - disse Tiago nervoso. - Estupefaça!
    Kyo sacou a varinha e desviou do feitiço de Tiago.
    - Reducto! - berrou Kyo, apontando para a barreira dos amigos de Tiago. Os garotos se lançaram para o lado para escapar do feitiço e Kyo saiu correndo. Raios de luz foram lançados em Kyo, que conseguiu desviar deles.
    - Vermillious! - berrou Kyo desesperado, fazendo um feixe de luz vermelha ser lançado de sua varinha. Aparentemente, acertou alguém, pois um urro de dor foi dado. Os feixes continuaram.
    - PEGUEM ELE! - berrava uma voz. Kyo apontou a varinha para trás do ombro e começou a gritar todos os feitiços que lembrava.
    - Cara-de-Lesma! Conjunctivitus! Densaugeo! Estupefaça! Everte Statum! Expelliarmus! Flipendo! Furnunculus! Impedimenta! Langlock! Locomotor Mortis! Petrificus Totalus! Porufus! Rictusempra! Tarantallegra! Travalíngua! Vermillious!
    Feixes e mais feixes eram lançados da varinha de Kyo. Os feitiços inimigos haviam parado. Kyo continuou correndo até o quarto andar e entrar na biblioteca. Se sentou em uma cadeira de uma mesa vazia para descansar e então foi procurar os livros sobre Patronos. Kyo só saiu da biblioteca ás sete horas, quando estava muito cansado. Desceu para o Salão Principal e se sentou ao lado de Alvo, como de costume.
    - Achou alguma coisa? - perguntou Alvo para Kyo, enquanto ele pegava uma travessa cheia de batatas fritas com um grande lanche de hambúrguer, calabresa e queijo.
    - Não... Acho que vou ter que procurar na seção reservada, vou pedir permissão para a diretora... - respondeu Kyo.
    - Porque não pede para o meu pai? - perguntou Alvo.
    - Acho que se ele quisesse que eu soubesse o que é um patrono, ele teria dito no escritório da McGonagall... - murmurou Kyo.
     



 



    O mês de Outubro passou muito rápido. O começo de Novembro vinha chegando, e os alunos ficavam cada vez mais ansiosos para as férias de fim de ano. Numa manhã de terça-feira, Kyo seguiu para o terceiro andar, para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Kyo estava nervoso, pois até agora não tinha achado nada sobre Patronos. A aula fora interessante. O professor trouxera um grindlow para a aula e fez com que os alunos o azarassem. Após a aula, Kyo iria sair da sala para a aula de Transfiguração com Aberforth, mas o Prof. Potter o impediu de sair.
    - Kyo, quero que fique um pouco, para lhe explicar algumas coisas... - disse o professor quando todos já haviam saído. Alvo voltou para a porta da sala.
    - Depois eu vou, Al... - murmurou Kyo. O professor esperou Alvo desaparecer pelo corredor para continuar. - Sente-se...
    O professor se sentou na cadeira em sua mesa, e Kyo se sentou na carteira á frente.
    - Bem, eu acho que você ficou meio confuso por causa da conversa que eu e Dumbledore tivemos sobre patrono há algum tempo atrás e também vi você ir na biblioteca procurar informações sobre isso... Bem... Eu decidi lhe explicar o que é um patrono, mas deve saber que você não irá conseguir produzir um atualmente... Quando estiver no segundo ou terceiro ano, eu irei lhe ensinar corretamente, entendeu? - disse o Prof. Potter.
    - Sim... - murmurou Kyo. Seu coração batia cada vez mais forte.
    - Certo então... É um feitiço defensivo, quando perfeitamente utilizado, assume a forma de um animal, a forma corpórea, que varia de bruxo para bruxo e pode variar quando o bruxo é submetido a emoções fortes. Particularmente eficiente contra Dementadores e Mortalhas-Viva, sendo o único feitiço conhecido para repelí-los; precisa de um pensamento positivo para ser conjurado. É brilhante, prateado e aparenta ter consistência semelhante a de um fantasma. Quando não assume a forma corpórea, o Patrono parece um pequeno feixe de luz prateada... - explicou o professor. Kyo o observou por alguns minutos.
    - Dementadores? Quer dizer... Os guardas de Azkaban? Um patrono pode repelí-los? É isso? - disse Kyo tentando entender a explicação.
    - Sim... Basicamente, essa é a função de um patrono... - respondeu o Prof. Potter, que se levantou e sacou a varinha. - E este, é o meu patrono... Expecto Patronum!
    Da varinha do Prof. Potter irrompeu um grande cervo prateado, que começou a trotar pela sala. Kyo ficou maravilhado com a imagem do cervo e começou a se sentir... Alegre! O cervo então se dissipou no ar.
    - Quer tentar? - disse o professor.
    - Mas o senhor disse que eu não conseguiria! - retrucou Kyo.
    - Um corpóreo não, mas talvez consiga fazer um fiapo, o que seria um grande avanço para você! - respondeu o professor. Kyo se levantou da cadeira e sacou a varinha. Se aproximou o Prof. Potter com a varinha em punho.
    - Agora, pense na sua lembrança mais feliz... - murmurou o Prof. Potter no ouvido de Kyo, que se concentrou ao máximo. Não tinha uma lembrança realmente feliz... O mais próximo disso seria a vitória contra a Corvinal... É... Kyo pensou na vitória contra a Corvinal...
    - Expecto Patronum! - exclamou Kyo. Um fino fiapo de luz prateada saiu da varinha de Kyo, mas ele desapareceu rapidamente. Kyo ficou desapontado.
    - Parece que não pensou em uma lembrança tão feliz, mas um fiapinho para você já é um avanço! - disse o Prof. Potter. - Bem, é melhor você correr para sua próxima aula!
    Kyo recolheu a mochila e saiu correndo da sala. Desceu correndo ás escadas e se dirigiu para as masmorras. Conseguiu chegar em cima da hora na porta da sala de poções, onde o Prof. Slughorn já esperava pelos alunos.
    - Entrem, entrem! - disse o professor ao abrir a porta. A aula fora interressante. Kyo conseguiu fazer uma Solução de Limpeza Pesada perfeitamente, mas Alvo não se saiu muito bem, fazendo o seu caldeirão, e o de Ralph Finnigan, explodirem.
    - Porque você não vai comigo e com a Rosa pra casa dela nas férias de natal? - perguntou Alvo, enquanto Kyo colhia uma amostra da Solução de Limpeza Pesada que fez e colocando-a dentro de uma frasco.
    - É... Seria legal, pois não quero ficar sozinho aqui... - respondeu Kyo. Alvo abriu um pequeno sorriso ao ouvir a resposta do amigo.
    - Bem, agora só falta a Rosa chamar a Mika, não é? - disse Alvo, olhando com repugnância para a gosma cinza que estava dentro do seu caldeirão. Kyo arrolhou o frasco, e então o Prof. Slughorn se aproximou dos dois.
    - Alvo, meu garoto! Como vai? E você, Kyo? - perguntou o professor.
    - Estou bem... - murmurou Alvo.
    - Idem... - murmurou Kyo, mas pensando que estava melhor antes de Slughorn aparecer.
    - Bem, meus garotos, eu gostaria de convidá-los para a minha festa de natal! Creio que vocês não poderiam recusar o meu convite, não? - disse Slughorn alisando seus bigodes de leão-marinho.
    - Erm, não ficaremos aqui no natal, professor... Vamos passar o natal em casa... - murmurou Alvo.
    - Ah, mas que pena! Não se preocupem! Um dia vocês ainda irão para a minha festa! - exclamou Slughorn, se afastando. Kyo e Alvo saíram correndo da sala e correram para o Salão Principal.
    - Parece que ele não vai desistir de levar nós dois naquelas festas horríveis! - exclamou Alvo chateado enquanto procuravam Mika e Rosa na mesa da Grifinória.
    - Alguma novidade sobre a carta? - perguntou Kyo para Mika, que não falara com ela desde á noite anterior.
    - Não, ainda não consegui entender nada... Katakana é meio diferente de Hiragana, precisaríamos que alguém que escreve em Katakana, mas em Hogwarts seria muito difícil... - respondeu Mika, colocando um pouco de Suco de Abóbora no capo vazia á sua frente. Kyo deixara a carta de Iwasaki com Mika, mas Kyo continuava achando que seria alguma coisa de ruim, por causa da visão que o agoureiro que ele salvou na colina durante as férias quando Kyo tinha seis anos e que agora era o bichinho de estimação de Augurey. A única coisa que motivava Kyo na escola durante esses últimos meses era que eles estavam na frente na Copa de Quadribol, tendo a Sonserina em segundo, Corvinal em terceiro e a Lufa-Lufa na lanterna.Kyo tinha saudades de Godric's Hollow, mas pensava mais era que não sabia se iria voltar para lá nas férias e nem se estaria vivo para ir para um segundo ano em Hogwarts... Fora dormir tarde naquela noite, pensando em tudo que acontecera até ali, e Kyo então finalmente pensou que poderia estar seguro ali, mas seu inimigo é muito forte... “Tenho que me preparar...”. 


    Kyo acordou cedo no dia em que iria para a casa de Rosa, junto com ela, Alvo e Mika. Era o fim de novembro e o clima começava a esfriar. Kyo pegou o malão, colocou o tênis, jogou a mochila nas costas e conseguiu equilibrar a gaiola de Mercúrio, que estava vazia, em cima do malão e saiu pela escada espiral. O Salão Comunal estava vazio. Kyo se sentou em uma das poltronas de cetim vermelho em frente á lareira. Olhou o fogo queimar e então se assustou e se levantou de um salto da poltrona. Nas chamas, um rosto de uma mulher muito parecida com Rosa apareceu, formado pelos pedaços de carvão e pelas cinzas.
    - Ah! Olá! Você deve ser o Kyo, não é? - perguntou a cabeça da mulher. Kyo a observou mas achou melhor manter a calma.
    - Sou... - murmurou ele.
    - Ah, que bom! Eu sou Hermione Weasley, sou mãe de Rosa! Queria que você avisasse que é para eles pegarem a chave de portal que a diretora deixou na plataforma 9/4, pois não iremos poder buscar vocês... Rony está trabalhando ainda e eu preciso trabalhar também.. - disse a cabeça nas chamas.
    - Tudo bem, Sra. Weasley... - murmurou Kyo em resposta.
    - Obrigado! - e com essas palavras, a cabeça de Hermione Granger desapareceu nas chamas. Kyo pegou a gaiola de Mercúrio e saiu pelo buraco de retrato, deixando seu malão em um canto e jogando a mochila nos ombros novamente.
    - Acordou cedo, Sr. Souchiro! - exclamou a Mulher Gorda aborrecida.
    - Tive que acordar... - murmurou Kyo irritado e continuou andando. Saiu do castelo e foi em direção ao corujal, na Torre Norte.
    - Ei, japa! - disse uma voz conhecida atras de Kyo, que se virou lentamente. Escórpio estava parado atrás de Kyo com a varinha em punho.
    - O que você quer agora, Malfoy? - perguntou Kyo entediado.
    - Eu quero acabar com a tua raça, seu japa fedorento! Ninguém me ameaça e manda Pirraça atirar bombas de bosta em mim e sai de boa! - gritou Malfoy. - Estupefaça!
    O jato de luz vermelha da varinha de Malfoy quase acertou Kyo, que se jogou na passagem que levava á gruta que dava no campo de Quadribol. Kyo sacou a varinha.
    - Esse desgraçado quer sangrar hoje! Expelliarmus! - bradou Kyo apontando a varinha em direção a Malfoy, que levitou uma pedra e a usou para bloquear o feitiço e a jogou contra Kyo.
    - Reducto! - o feitiço de Kyo fez a pedra explodir e um estilhaço acerta Malfoy, o fazendo cair no chão. Kyo saiu da passagem e se aproximou de Malfoy. Não estava machucado, mas estava caído no chão. - Vamos ver agora quem não sai de boa, Malfoy! Furnunculus!
    O feitiço de Kyo fez com que o rosto de Malfoy começasse a ficar desfigurado e então aparecerem vários furunculos no rosto de Malfoy, que se levantou berrando e se afastou, indo em direção ao castelo.
    - Idiota... - murmurou Kyo enquanto subia as escadas para entrar na Torre Norte. Chegou ao topo e abriu a porta do Corujal. Subiu até o último andar da torre para conseguir achar Mercúrio, que imediatamente entrou dentro da gaiola. Kyo voltou para o castelo e entrou pelo retrato da Mulher Gorda. Alvo, Rosa e Mika estavam parados junto á bagagem de Kyo, segurando as próprias bagagens.
    - 'Dia... - murmurou Kyo para os amigos. - Rosa, tua mãe apareceu ali na lareira e falou que não vai nos buscar, então vamos pegar uma Chave de Portal...
    - Ok... - respondeu Rosa feliz. Kyo pegou seu malão e usou um feitiço colante para colar a gaiola de Mercúrio junto no malão e o pegou. Os quatro saíram do Salão Comunal e se dirigiram para fora da escola. A escola já estava movimentada, os alunos que iam para casa durante o recesso das festas estavam todos com bagagens nas mãos. Os quatro saíram da escola e se dirigiram para a cabana de Hagrid. Alvo bateu na porta e Hagrid abriu a porta.
    - Ah! Olá! O que estão fazendo aqui? Vão acabar perdendo o trem! - disse Hagrid ao ver os quatro.
    - Queríamos nos despedir antes de ir! - bufou Rosa ofendida.
    - Ah! Me, me, me desculpe então Rosinha... Entrem, entrem! - disse o gigante dando passagem. Ao entrar, Kyo se sentou numa das enormes cadeiras em frente á enorme mesa.
    - Chá? - ofereceu Hagrid com o bule nas mãos. Mika pegou um pouco, Rosa também. Kyo não estava com sede, então recusou e o mesmo fez Alvo. Hagrid pegou um dos canecões que ele usava como copos e encheu três com o chá. Ali, discutiram pelos vinte minutos que se seguiram o significado de seus nomes. Mika disse que seus pais apenas gostavam do nome. Alvo tem esse nome em homenagem ao Prof. Dumbledore, Rosa apenas por gostar do nome mesmo, e Kyo não sabia. Seu nome nem Kyo é, e sim Kyosuke... Hagrid disse que achava que Hagrid era apenas um tipo de rugido que sua mãe berrava quando estava nervosa. Depois da pequena conversa, os quatro se despidiram de Hagrid e foram em direção dos portões da escola, onde pegaram o Expresso de Hogwarts de volta para casa... A viagem fora rápida e nada de interessante tinha acontecido durante ela. Na plataforma 9/4, Rosa se aproximou de uma velha panela de alumínio que estava jogada no chão. Todos tocaram a panela. Kyo senti um puxão e um frio no estômago, depois sentiu seus pés tocarem um chão de grama e então ele despencou no chão, beijando uma grama de aroma muito bom... Kyo se levantou e olhou para a frente... Uma torta casa de vários andares, com várias chaminés saindo do teto vermelho era vista naquele início de manhã.
    - Bem-vindos á casa dos meus avós! - exclamou Rosa para Kyo e Mika.


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