Cócegas!



Capítulo 14 – Cócegas!


 


*Corria alegremente pelas escadas o mais rápido que podia, queria aliviar a energia positiva que extravasava de seu corpo ágil. Se pudesse ficaria pulando parada no lugar até parar de sentir seu coração palpitar.


 


Chegou ao corredor e encontrou Jason ainda a esperando na porta de seus aposentos como uma expressão inquisitória no rosto sorridente, puxou-o para dentro do quarto onde puderam conversar.


 


-E então? Como foi? – perguntou o rapaz animado notando com alegria o sorriso espontâneo na face da moça.


 


Ela narrou a corrida insana escada a baixo, o encontro, as besteiras que Snape lhe falara:


 


-E então eu o beijei, mas fomos interrompidos por passos e vozes de alunos, eu sorri e o deixei parado lá – começaram a rir gostosamente e quando ela recuperou o fôlego voltou a falar  – Me sinto uma adolescente estúpida – Victoria confessou corando.


 


-Minha adolescentezinha – falou Jason se lançando em cima dela e fazendo-lhe cócegas. Com uma briga sorridente os dois caíram sobre a cama se atacando.


 


-Pare com isso Jason – falou rindo – não faça assim – em meio a gargalhadas dela e do rapaz.


 


-Ok – disse ele se recompondo um tempo depois – parei, parei!


 


Os dois deitados de lado se olharam, ele a observou e uma coisa fez seu queixo cair, lentamente os olhos dele se arregalaram e Victoria teve um estalo, correu até o banheiro e se olhou no espelho apreensiva.


 


A figura de olhos lilases lhe sorria no espelho, atrás dela Jason apareceu à porta. Ela se virou para o rapaz e lhe abraçou.


 


-Eu voltei – falou recheada por uma emoção feliz. – eu voltei – repetiu para si mesma.


 


            -Isso... – ele ainda estava com os olhos arregalados a olhando em seus braços – é incrível! – exclamou. – Bom agora sabemos quem era o responsável pela menina de olhos escuros...


           


-Vamos tomar café? – disse para mudar de assunto, não iria admitir que estava apaixonada a mais de meia hora, para ela, tinha acontecido só agora, o orgulho falava mais alto e sabia que com Severus seria da mesma maneira. Sorriu.


 


-Claro. – respondeu o rapaz a olhando fingindo repreensão pela troca de assunto.


 


O café da manhã veio trazido por um elfo a pedidos de Victoria e eles se sentaram a mesa conversando sobre amenidades durante a refeição até que o assunto chegou em Scessi, uma curiosidade reprimida de Jason, e de vários outros bruxos e bruxas que eventualmente passaram pelo caminho das duas amigas.


 


-E essa cobra, uma Opaleye certo? Vipera Opaleye? – perguntou o rapaz analizando o animal que estava passeando pelo aposento. A cobra parecia entender que agora era alvo do assunto e parou observando a conversa


 


-Sim, sim, Scessi é nome dela. Ela gosta de ser tratada pelo nome e não pela espécie – Victoria já tinha esse discurso decorado e o disse sem emoção.


 


-Ela gosta. – repetiu Jason, mais para si que para Victoria.


 


-Oh, sim! – disse a moça – não se engane, ela tem mais vontades e personalidade que qualquer pessoa que jamais conheci.


 


-Você é ofidioglota, isso eu já sei. Mas como um animal, desculpe, um ser tão rude, que não é muito chegado a humanos pode conviver com você dessa maneira? Quer dizer, um laço como o de vocês deve ter sido criado em alguma situação bem fora do comum, inusitada talvez, estou certo.


 


-Sim, inusitada realmente. Scessi e eu temos uma historia. Que resulta na confiança e carinho que temos uma pela outra. Eu a salvei de uma luta com outra de mesma espécie e em outra ocasião ela me retribuiu o salvamento usando seu veneno.


 


-O veneno mais raro do mundo – disse pensativo - em mãos erradas pode se tornar um grande problema. Pode ser usado para salvar, mas também para matar. – completou o bruxo – E é também ingrediente de poções curativas de vários tipos, muito raras igualmente.


 


Scessi sibilou em agradecimento, mas não gostava desse assunto então voltou para a cama se enroscando solenemente sem dar mais atenção a conversa. Victoria fez um sinal de que o assunto terminava ali.


 


Após mais alguns minutos de conversas sem sentido sobre viagens que gostariam de fazer e livros que gostariam de ler os amigos se deram conta de que a hora tinha passado rapidamente e que infelizmente o dever chamava Jason.


 


-Preciso descer, tenho aulas a dar agora e durante todo o horário da manhã.Tome sua poção e descanse mais um pouco, você ainda não está totalmente recuperada. – disse olhando ternamente a moça – Você vai almoçar comigo creio e no mesmo horário que um certo mestre de poções – disse sorrindo maliciosamente – passo aqui para te buscar no horário, esteja linda como sempre.


 


-Ora Jay, pare com isso – disse sem graça – Vá logo ou vai se atrasar para suas turmas, amanhã estarei na sua aula monitorada, darei todo apoio que puder – pisou para o amigo.


 


Ela apenas sorriu quando o menino saiu pela porta e a deixou com a manhã inteira para refletir, pensar, ou melhor, lembrar. Sim ele era seu menino, seu irmão mais novo ao qual amava como se fosse um real membro de sua família. Se enganara ao pensar que gostava de Jason como homem. Sem dúvida ele era um belo espécime e devia fazer sucesso com as bruxas no mundo a fora, mas não com ela, para ela era só um menino doce que a fazia feliz com seus sorrisos e conversas.


 


O homem de quem gostava como homem não era definitivamente Jason... era um homem e não um menino, era Severus Snape.

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