Não o melhor aniversário...



N/A: Oiêê!!  Oizinho pra vocês. Espero que estejam gostando da fic, e se não, aceitamos sujestões. Se não quiserem dar sugestões, azar o de vocêêêês!! LOLOLOLOL tô zoando vocês galerë. Enfs, esse capítz estátz muitz legaitz., meio curto, mas vocês vão entender lá pela última linha...(não vale ir até o fim só para ver o que acontece, senão vocês vão boiar legal) Espero que gostem. Bjsmeliguem.


 


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Nos dias que precederam a primeira ida à Hogsmeade (e o aniversário do James!!), percebemos que Jeanne estava muito mais presente na nossa mesa, do que na da sua própria casa.


Ela era realmente um amor. Tipo a Anne, mas um pouco mais adulta. Falando na Anne...


O jeito que o Huguinho pediu desculpas pra ela foi tão meigo, não me espanta que ele precisou de umas duas semanas para arrumar tudo.


Ele me fez levá-la até a torre de Astronomia, que estava cheia de tulipas e rosas. Aí ele fez aquele treco do fio, da aliança e do dedo que as pessoas trouxas fazem de vez em quando.


Claro que comigo olhando. Acho que ele nem percebeu que eu não tinha saído.


Enfim, ele pediu desculpas e tal eles se beijaram, abraçaram e só aí perceberam que eu ainda estava ali. Eu desci e os deixei olhando as estrelas. Eu seja lá o que for que eles estivessem fazendo lá.


No café da manhã do dia 26, quando todos estavam acomodados nas mesas, dois homens de vestes pretas com a tradicional pasta do Departamento de Mistérios entraram; reconheci os dois imediatamente. Um deles era o tio Harry e o outro era o Teddy.


Teddy foi até a mesa e falou alguma coisa com a Rachel, que tapou a boca, horrorizada e em seguida cochichou algo de volta enquanto tio Harry conversava apressadamente com o professor Longbottom.


Então Teddy veio até onde nós estávamos, e muitas(mas muitas mesmo), muitas meninas se viraram e suspiraram. Mas ele tinha os olhos fixos em nós.


"Bom dia." Saudou cordialmente, não eu, não o James, mas Anne. "Meu nome é Ted Lupin, do Departamento de Mistérios do Ministério da Magia." Ele mostrou a pasta. "Poderia nos acompanhar?"


Senti meu estômago cair. A última vez que alguém do ministério veio falar com ela, foi para avisar que ela tinha perdido o pai. Ela se levantou, tremendo muito e acompanhou-o até o Salão de Entrada.


Passados o que pareciam ser horas de silêncio, ouvimos um grito. Mas não qualquer grito. Um grito grave.


"NÃO!" Eu ofeguei e olhei para o Hugo, que já estava se levantando e correndo até a porta. Meio hesitante, eu o segui e quando abrimos a porta, encontramos Anne escorada na porta de mármore que levava ao pátio, com a mão apertando o peito, mas nenhuma gota escorria dos seus olhos. "Ela não... não.. não é justo, eu... eu já perdi o... mas ela... ela disse que estava bem...


Hugo se precipitou, mas justo quando ele se mexeu para abraçá-la, que lhe ocorreu: era verdade. Agora ela estava órfã.


Ela desabou no chão de joelhos e tapou o rosto com as mãos e Hugo tratou de se abaixar no chão atrás dela para confortá-la.


A essas alturas, todas as mesas já haviam se levantado para ver o que aconteceu. Quando a primeira pessoa descobriu, sei lá por quem, a notícia se espalhou que nem a gripe suína. Tipo um "olé" de estádio de futebol, todos soltaram exclamações, e as meninas começaram a chorar.


Eu, por outro lado, olhava Teddy. O cabelo dele mudava de cor tão rápido que era impossível determinar o que ele estava sentindo. Somente quando seus olhos se encheram de lágrimas que eu consegui dizer com certeza que ele estava com pena da Anne. Assim como tio Harry, Teddy tinha se tornado órfão demasiado novo, e eu sabia que a última coisa que ele queria estar fazendo hoje era dizer a uma menina de quinze anos que a mãe morrera.


Eu estava a mais ou menos dois metros de Anne, completamente dura. Não pude deixar de imaginar minha própria mãe, estirada em um a rua qualquer de um subúrbio estranho com uma luz verde refletida em seus olhos...


"Rosie?" senti um toque no meu braço e uma mão no meu rosto. Eu tinha absoluta certeza que era ele, então sem o menos olhar para a cara de pena que ele deveria estar fazendo, eu simplesmente joguei minhas mãos ao redor do pescoço pele a enterrei meu rosto no seu ombro.


"Meu amor..." ele afagou os meus cabelos. "Rose, que foi?"


Ou olhei-o nos olhos. Ele tinha no rosto exatamente a expressão que eu imaginava. Pena mesclada com confusão.


Eu tomei fôlego, mas minha voz saiu chorosa. "Lembra o que eu lhe disse da Anne? Que o pai dela tinha morrido e a mãe estava desaparecida?" ele assentiu. "Ela não está mais."


Demorou um segundo para ele entender do que se tratava. Ele voltou a me abraçar, beijando a minha testa.


"Você pensou na sua mãe?" eu assenti, talvez demais, mas ele entendeu. "Shh, calma. Tudo bem." Ele me apertou o suficiente para esconder o soluço extremamente alto que eu soltei.


Ele me soltou para que eu pudesse ver à minha volta. Muitas meninas se encostavam nos namorados, outras estavam sérias, e algumas choravam entre si. A ação imediata veio de mim. Soltei o Scorpius, sem saber direito o que estava fazendo, me aproximei de Anne e Hugo, que a soltou na hora. Eu a segurei pelos ombros e a escoltei até a enfermaria, onde ela quis permanecer para se acalmar.


Hugo nem quis ir à Hogsmeade. Desejou feliz aniversário James e foi passar o dia com a Anne.


Eu realmente não consegui tirar proveito de nenhum dos quinze minutos, que me levaram para descer até a Sala Comunal, me preparar e chegar ao Três Vassouras, nos quais Melanie ficou citando as vantagens de ser solteira.


Não que isso fosse a melhor coisa do mundo.


James pagou uma rodada de cerveja amanteigada para mim, Jeanne, Melanie, Claire, Ivonne, Alvo e Scorpius. E tenho que admitir que a habilidade de James de fazer piada até do bigode do atendente me fez esquecer um pouco os eventos de hoje cedo.


"Madames, acho que é hora de dar o nosso presente ao Jay." Jeanne disse, piscando para nós e assentimos.


Eu tirei o meu presente do bolso do casaco e depositei-o na mesa, assim como as outras.


"Rose, vindo de você eu não esperava nada mais." Ele apontou o livro que eu tentei disfarçar. "Qual é dessa vez?"


"Os maiores jogadores de quadribol de todos os tempos." Respondi, desanimada. "Mas como você sabia?


"Você, me dando qualquer coisa menos livros? Não parece a filha da Hermione." Eu odiava admitir, mas ele tinha razão. Em um raio de seis anos, todos os meus presentes para o Jamie tinham sido livros.


"Feliz aniversário, James." Melanie se levantou para beijá-lo no rosto, mas hesitou no meio do caminho, olhando Jeanne.


Ela riu. "Tudo bem." Mel sorriu de volta para ela e beijou James.


Melanie deu a James um vale-presente de quinze galeões nas Gemialidades Weasley; Claire, o Guia do Bruxo em Forma ("Não pode deixar os pneuzinhos se acumularem, gato. Quer que a sua mina te largue?"); Ivonne, pacotes e mais pacotes de artigos da Dedosdemel; Scorpius deu a ele um kit de poções com ingredientes que eram administrados somente por Mestres em Poções, mas eu sei que ele adorou; Jeanne deu o conjunto de quadribol das Harpias de Holyhead que ele queria tanto e Alvo, uma HelbThunder 2.6. Babei.


Alguns minutos depois, Rox entra correndo com um pacote nas mãos. "GENTE! BAFÃO, BAFÃO!" ela atraiu muitos olhares enquanto gritava. "Adivinhem? A biografia do tio Harry acabou de sair!" muitas pessoas se entreolharam, cochichando coisas enquanto Rox se movia entre as mesas, tentando chegar até nós. "Ó, feliz aniversário, gato." Ela se sentou e atirou o livro em cima do James e em seguida desabou na cadeira vaga ao seu lado e deu-lhe um beijo no rosto. "Desculpem o atraso, mas a fila estava gigantesca. Tive que usar o meu trunfo de sobrinha do grande Harry Potter comprando um presente para o filho dele." Ela sorriu. "Levei um de graça."


"Sério?" Eu também queria uma biografia do tio Harry de graça.


"Sim. Uma menina até pediu o meu autógrafo." Nós rimos.


O resto da manhã foi bem tranquila. Almoçamos no castelo (não tinha nada que prestasse em lugar algum) e passamos a tarde nos jardins brincando na neve.


Já eram sete e meia quando voltamos encharcados e ofegantes no Salão Principal para o jantar.


Nem Hugo nem Anne estavam lá, e eu fiquei realmente preocupada, mas quando o banquete apareceu, eu esqueci completamente de tudo.


"Oi Rose." Lily apareceu e acenou para todos, mas se grudou no Scorpius.


"Tá, tá, pirralha, o que foi?" eu disse aborrecida por que ela não soltava meu namorado.


"Rose, papai quer que você e Hugo voltem para casa. Agora." Ela falou tudo bem séria, mas por um minuto eu achei que ela estava brincando. "E vocês também." Ela apontou para Rox, Alvo e James.


"Mas... por quê?" James perguntou. Os olhos dela se encheram de lágrimas e ela fungou. "Mana." Ela levantou os olhos. "Mana, pode falar com a gente."


"Só venham." Ela saiu correndo e fomos atrás. Eu, um pouco hesitante. Olhei pro Scorp.


"Pode ir." Disse e me beijou.


Seguimos subindo as escadas com a Lily à frente até chegarmos à gárgula que levava à sala do diretor.


"Eu não sei a senha." Lily se virou para nós depois de vários segundos de hesitação.


James suspirou e revirou os olhos. "Tom Selleck." A gárgula se moveu, permitindo que eles passassem.


"Tom Selleck?" eu perguntei.


"O diretor tem um fetiche por atores e atrizes trouxas." Ele explicou. "Semana passada era Barbra Streisand."


Nós rimos.


"Mas como você sabe?" Rox perguntou.


"Eu venho aqui tão frequentemente que já se tornou parte da rotina passar aqui depois de Transfiguração, Defesa Contra Arte das Trevas, Feitiços, Herbologia, ..."


Chegamos à porta de carvalho que se abriu imediatamente revelando tia Gina chorando segurando um lenço de linho e tio Harry abraçando ela, também chorando.


"Mãe!" James exclamou e correu escritório adentro quando tia Gina foi correndo até ele.


"Me-meu amor, feliz aniversário." Ela tentou se animar. "Desculpe querido. Queríamos esperar até amanhã, mas--"


"Desculpe filho." A voz do tio Harry fraquejava. "Mas não podemos esperar mais."


"Santo Deus, o que foi que houve?" Rox andava até eles, de olho no diretor.


E com razão. Os outros pareciam abalados demais para falar alguma coisa, então foi ele quem falou.


"Desculpem-me em ser quem os avisa disso mas..." ele hesitou olhando o casal choroso. "Aparentemente seus avós foram assassinados por volta das duas da tarde de hoje.


Eu desabei. Sem brincadeira. Cambaleei até a coluna mais próxima e escorreguei por ela.


Roxanne, que sempre era a mais chorona, ela se voltou para diretor de voz firme.


"Como foi que aconteceu?" aparentemente, não era só eu que fiquei surpresa ao ver ela tão controlada. Tia Gina a olhou, confusa e o diretor hesitou um pouco em responder.


"Não sabemos ao certo, mas temos absoluta certeza que eles não foram um simples empecilho na missão de outros."


Ficamos todos quietos por um momento, apenas ao som dos soluços da Lily, abraçada no James, que parecia petrificado.


"Minha cara, o que aconteceu?"


Todos olharam espantados para as costas da tia Gina, onde havia o quadro do antigo diretor, Alvo Dumbledore, olhando para ela com pena. Os olhos azul-cintilante do ex-diretor percorriam toda a sala.


"Ah, professor!" ela exclamou, aproximando-se do quadro. "Professor, papai e mamãe. Eu... Harry e eu fomos chamados à Eslováquia um pouco depois do almoço, para investigarmos um homicídio duplo e..." ela deixou umas lágrimas escaparem. "os encontramos."


O diretor emoldurado assentiu, os olhos distantes.


"Molly, Arthur... é, uma perda enorme. Têm minhas profundas condolências Srta. Weasley. Ou devo dizer Sra. Potter?" Ele sorriu e tia Gina riu de volta.


"Foi uma pena você não poder ir ao casamento, Alvo, foi tão lindo."


"É claro que eu não estava lá, eu nem era nascido." Alvo respondeu, como se explicasse o óbvio.


"Ah, claro. Eu esqueço que ainda não se.. Er.. bem... Alvo, esse é nosso filho do meio, Alvo."


"Wow." Disse Alvo, um tanto chocado.


O diretor, no entanto sorriu. "Já havia avistado esse jovem aqui, Gina. E devo dizer que ele é sua essência.                 Corajoso, cativante,..." ele baixou os olhos até Alvo. "E ouso até a dizer um pouco arrogante.


"Já aquele outro rapaz é Harry em físico e espírito. Boa noite, James."


"Boa noite, sôr." Eu sorri e fechei os olhos, encostando-os nos joelhos.


"Alvo, Harry e eu estivemos discutindo... e se transferíssemos você do Largo Grimmauld para Godric's Hollow? Adoraríamos ter você pendurado ao lado de Severo. Sirius e ele ainda não pararam de--"


"Peraí! Quer dizer que aquele cara com cabelo lambido do lado da lareira é o Snape?"


"Professor Snape, Alvo. Trate-os com respeito. Sim, aquele é Severo Snape e este é Alvo Dumbledore, que às vezes reside no Largo Grimmauld. Juntamos os dois nomes. Alvo Severo."


"Mas você disse que o vovô odiava aquele cara, pai!"


"E odiava mesmo."


"Cara... Que família complicada eu tenho."


"Ouvi dizer que finalmente lançaram sua biografia, Harry."


"É. Aquele amigo do professor Slughorn não se deu por vencido nem depois do desastre que foi o Natal passado."


"É, lembro-me bem."


"Então começou por Hermione e Rony, que convenceram a Gina aqui, que seria uma boa ideia, e antes que eu percebesse, estávamos recebendo-o todas as quintas-feiras."


"Seu filho pode, e não entenda mal quando eu o digo, ler um pouco dela para mim quando passar aqui amanhã."


"James, quer nos dizer o que significa?"


"Certamente que não mãe."


"Que houve com a Rose?"


Passos. Me preparei para dizer 'nada', mas a palavra não saiu.


"Calma. Acho que é por causa do choque. Esperem."


Um facho de luz lilás seguiu uma onda calorosa que começou nos meus braços e me envolveu deixando-me quente e feliz.


"Uau!" eu me levantei sorridente. "Que aconteceu? Eu estava tão triste antes!"


"Feitiços para animar." Explicou o diretor Morghen, sorridente. "Com certeza estudou isso ano passado."


"Mas é claro! Como não pensei nisso, que bobinha que eu so--"


"Finite." Disse o diretor calmamente.


Foi como se despejassem um balde d'água em cima da minha cabeça. Um frio solitário me atingiu e o sorriso desapareceu imediatamente do meu rosto.


"Desculpe, Srta. Weasley. Não posso deixá-la embriagada durante o enterro de seus avós."


Parecia que eu tinha levado um tapa na cara. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eles sequer chegaram a conhecer o Scorpius...


"Calma, Rosilda." James me abraçou e eu desabei em cima dele. "Segura aí, sua mãe deve estar dez vezes pior, ela e a vovó brigaram antes deles saírem de férias. Tente se controlar... por ela."


Ele tinha razão. Eu não podia fraquejar ali. Pelo menos não agora. Engolindo com muita dificuldade as lágrimas que estavam alojadas na minha garganta, eu me afastei dele e assenti.


"Queremos que venham ficar em casa por um tempo." Tia Gina veio abraçar Rox que ainda estava parada no mesmo lugar com a expressão de quem foi recentemente atacada por um dementador. "Rox, você vem com a gente, seu pai e Percy é quem estão planejando o funeral.


Ela apenas assentiu, ainda olhando o quadro do Professor Dumbledore. Então se virou e rumou para a torre da Grifinória como todos nós.


Após passarmos da Mulher Gorda (que fez uma profunda referência ao tio Harry e o deixou extremamente envergonhado) adentramos a sala circular, que antes aos cochichos se calou quando avistaram tio Harry.


Por um segundo tudo ficou quieto até que...


"EU COMPREI A SUA BIOGRAFIA, SEU POTTER!"


"ME DÁ UM AUTÓGRAFO?"


"CARA, É O HARRY POTTER! MEU PAI CONHECE ELE!"


"TIO HARRY, OI! ME ABANA, TIO HARRY, AQUIIIIII!"


"SENHOR POTTER, EU SOU SUA MAIOR FÃ."


E, deixando um tio Harry nervoso e uma tia Gina às gargalhadas para trás, entramos nos dormitórios para arrumarmos os malões. Ainda ouvindo gritos eufóricos de meninas e berros estridentes da tia Gina, Claire e Melanie entraram ofegantes.


"Rose." Claire veio me abraçar. "Soubemos. Me desculpe. Molly era muito legal, eu realmente adorava ela."


"É..." eu assenti. Ela sempre foi muito acolhedora.


"Ai amiga." A voz de Claire estava extremamente aguda. Eu levantei o olhar para ela e vi que estava abanando o rosto. "Eu amo você, não esquece que pode acontecer a maior atrocidade do mundo, que eu vou estar lá na multidão te dando força, tá?" a voz dela quebrou e ela começou a chorar. "Ai. Que fresca, eu. Ai, Melanie, vai você, eu não conseguiria fazer isso nem que fosse a Goyle." E se afastou com as mãos cobrindo o rosto.


"Rose?" Mel se aproximou de mim. "O que a Claire quis dizer é que não importas para quê, estamos sempre ao seu lado. É só pedir."


Eu sorri. Sabia que se pedisse, elas iriam. Mas elas com certeza não queriam.


"Eu também amo vocês e agradeço de coração, mas..."


"ROSE, EU QUERO IR!" Claire destapou os olhos. A maquiagem agora lhe escorria dos olhos, mas ela não ligava. "Rose, eu não vou deixar, absolutamente não vou deixar você enfrentar isso sozinha!"


Eu sorri para a Claire. Ela nunca perdia de ir a uma festa e tal, mas odiava enterros. Nunca foi a nenhum e nem quando o próprio pai foi enterrado, ela chegou a comparecer.


Então lágrimas rolaram dos meus olhos para as minhas vestes e eu corri para abraçá-la e nós choramos abraçadas com a Melanie olhando do lado por mais ou menos uns dez minutos.


Quando eu fiquei desidratada de tanta água que escorria dos meus olhos, soltei a Claire que também já tinha parado de chorar.


"Pronta?" ela me perguntou enquanto fazia as coisas voarem do quarto para o malão.


"Eu acho que..." não. Pensei nos corpos inertes dos meus avós, atirados dentro de um caixote e não pude deixar de sentir uma dor no peito. Eu não ia. Não ia agüentar vê-los daquele jeito.


"Ro?" Anne se juntara ao grupo paralisado.


"Oi Anne." Tentei ficar mais animada, mas a tristeza era iminente na minha voz. "Melhor?"


"Esquece de mim, e você?" ela parecia ansiosa. "Hugo disse que não iria, que ficaria aqui comigo, mas eu o fiz ir." Ela me abraçou. "Sinto muito."


Mais uma vez fiquei em silêncio nos poucos segundos do abraço da Anne.


"Ivonne está vindo," ela me avisou quando nos soltamos. "está realmente preocupad--"


"Rose!" Ivonne irrompeu pelo dormitório, apertando o lado da barriga. "Ro...se..eu..soube...sinto...muito...mesmo." ela ofegava tanto que era difícil distinguir as palavras. "Pode...mos..fa...zer..alguma...coisa..por..você?


"Não, acho que não." Eu sorri. "Mas tudo bem, eu vou ficar bem."


A minha resposta se seguiu de um silêncio brutal. Ficamos olhando umas para as outras até que Claire decidiu quebrar o silêncio.


"Acho que devemos ir, Rose. Seus tios estão esperando lá em baixo."


Ao sairmos do dormitório feminino, demos de cara com James, brincando tristemente com o pomo que Jeanne deu a ele.


"Vai com a gente, Claire?" Ele perguntou quando viu que ela carregava cinco bolsas.


"Vou sim, Jay-Jay. Considere um privilégio." ela atirou tudo em cima dele. "Vamos lá gato, vamos ensaiar nosso número para a festa de Natal, sim?"


"Que número?" perguntou Ivonne, quando os dois desciam animadamente mais à frente discutindo o que podiam fazer.


"Claire é provavelmente a minha amiga mais antiga. Nossos pais se conheceram no Ministério quando tínhamos uns três anos. James era meio que meu irmão mais velho, então nós três éramos inseparáveis, menos no Natal. O James tocava violão, a Claire tocava piano e cantava. Ou o contrário."


Ela riu. "Mas... onde? Nunca teve nada disso aqui, teve?"


"Não, não. A mãe dela é muito, mas muito tradicional e refinada e tal..." expliquei. "Só não sei como alguém que toma Carbenet Sauvignon como água acaba criando alguém feito a Claire."


Ela e Anne riram.


Despedi-me das meninas e me juntei às outras pessoas da família no Salão de Entrada. Aparatamos diretamente na entrada de Godric's Hollow.


Ao chegarmos em casa, James, Claire, Hugo e eu subimos para o meu quarto completamente vermelho e dourado.


"Eu acho que uquelele não é a melhor opção para uma festa de Natal refinada, chique e peruenta que nem a da minha mãe."


"Mas ela gosta de música havaiana."


"Não tanto quanto sua própria re-putação." Claire separou as palavras e nós rimos. "Estou dizendo, Jay, chega na casa dela com um cavaquinho que ela te bota para fora a tapas!"


"Tá, então estamos entre Adia, Iris, Listen e My Heart Will Go On?"


"Eu queria que a gente fizesse um dueto, faz tempo que você não canta." Claire passou o braço pelos ombros dele. "Tem algum dueto em mente?"


"Hm... só Carpenters. Vale?"


"Depende, vamos ver que músicas."


Claire e James dariam a dupla sertaneja perfeita, os dois cantam muito bem!  James tem a voz bem grossa e afinada e a da Claire varia desde LeAnn Rhimes até Beyoncé.


"Peraí." James interrompeu a tentativa de I See You da Claire. "Achei o dueto perfeito."


"Sério?" ela se sentou, animada. James assentiu uma vez. "Qual?"


Ele baixou a cabeça, pigarreou e começou.


"No dia em que saí de casa minha mãe me diiiisse, filho vem cá..."


"Passou a mão nos meus cabelos, olhou em meus olhos e começou a falar..."


"POR ONDE VOCÊ FOR EU SIGO COM MEU PENSAMENTO SEMPRE ONDE ESTIVEER!"


Eu, Hugo, Alvo e Rox quase morremos de rir. Os dois começaram a cantar e dançar a música mais bizarra do mundo, e isso fez com que a gente esquecesse todo o resto.


Eram quase cinco horas quando finalmente resolvemos dormir. Claire dormiu da minha cama, e o resto nem se deu o trabalho de conjurar colchões: se atiraram no chão mesmo!


No outro dia eu acordei com a Victorie pulando em cima de mim.


"ACORDEM, ACORDEM, ACORDEM, TEMOS UMA COISA PARA PERGUNTAR PARA VOCÊS!" eu sabia que ela não ia desistir enquanto a gente não acordasse, então eu me sentei e atirei um sapato no James.


"Hã?" ele levantou a cabeça. "Que horas são?"


"Quase meio-dia." Ouvi a voz do Teddy. Com os olhos ainda fechados, resmunguei.


"Por que nos acordaram?"


"Porque queremos convidar vocês para serem nossos padrinhos!"


Eu abri os olhos. Vic estava agachada perto de nós dois e Teddy estava de pé, encostado na porta.


"Sério?" James também tinha se assustado.


"Não podíamos pedir dupla melhor." Teddy sorriu e veio até nosso lado. "Então, o que me dizem, padrinhos?"


Eu sorri e me atirei nos braços do Teddy enquanto James conversava animadamente com Vic.


"Então, nós entramos juntos?" James perguntou para Teddy.


"Na verdade queríamos que Scorpius entrasse com você," ele apontou para mim. "E... er... aquela outra menina entrasse com você."


"Que outra menina?"


"Aquela que estava no meu aniversário. Com aquele vestido estilo sereia e o Manolo Blahnik -lindo- preto."


"Er..." James não sabia identificar as pessoas por sapatos.


"A Ivonne, seu idiota." Rox acordou. "E eu?"


Vic e Teddy se entreolharam. "Pensamos... no Henri."


O queixo de Rox caiu. Por uns segundos, ela não fez nada, então sorriu. "Eu amo vocês!" Roxanne pulou de pé e correu para abraçar os dois


"E pensamos que a Claire podia cantar." Ela apontou a coisa dormindo na minha cama. "Será que ela aceita?


"Desde que você não pague ela." James bocejou.


Teddy riu. "Não acho que seja o melhor a fazer, James."


"Não, é sério." Ele se levantou. "Ela fica bloqueada quando tem dinheiro envolvido. Não consegue cantar e erra muitas notas. Se forem pagá-la, façam isso depois que ela acabar de se apresentar."


Depois de muita discussão e especulação sobre qual era o problema da Claire com dinheiro, a acordamos, nos vestimos, descemos e fomos almoçar.


Estavam todos lá. Fleur, tia Audrey, tia Angelina, mamãe, tia Gina e os respectivos filhos.


Er... quase todos.


"Deus, cadê os homens dessa casa?" Rox desceu atrás de nós, com suas botas de cano hiper-duper-longo.


"Minha filha, eu já pedi para não usar essas botas!" exclamou tia Angelina, apontando as botas da Rox.


"E eu pedi para não instalarem uma faixa luminosa de três metros quando eu recebi a carta do Ministério, mas vocês também não me ouviram."


"Mas meu amor, um estágio no Departamento de Execução das Leis.."


"É a maior perda de tempo do mundo!" Rox exclamou irritada. "Eu odeio o Ministério, mãe, você sabe. O que eles fazem com aqueles duendes e elfos é terrível. Aceitar o estágio seria como aceitar o que eles fazem." Ela parou de falar e um sorriso brotou de seu rosto. "Eu poderia reconfigurar o F.A.L.E.! Tia Hermione, tudo bem por você?"


"Mas é claro, querida!" respondeu mamãe animada ao ver que alguém da família finalmente queria seguir os caminhos dela. Mamãe era odiada por maior parte das famílias tradicionais por causa das leis que ela fez para os elfos domésticos. Ainda é contra a natureza deles salário, roupas e férias, mas o DEJADICRIM (Departamento Jurídico de Assessoria aos Direitos das Criaturas Mágicas) proibiu os maus-tratos aos elfos. Legal, né? "Eu estive pensando em um novo projeto de lei..."


"Desculpe, Rose, eu sei que ela é sua mãe, mas às vezes ela dá uma de.."


"Paranóica?" completei. "Eu sei, Claire. Eu tento dizer que ela não tem mais a disposição de antigamente."


James, Alvo, Hugo e Claire riram discretamente e voltaram as atenções para tia Gina, que irrompeu pelo portal da cozinha nesse momento.


"Crianças, venham comer." A voz dela não estava nem um pouco embargada. Pelo contrário, parecia até divertida, o que me levou a crer que ela ouviu meu comentário sobre a senhorita Hermione.


Sentamos à mesa: Claire e James à minha direita, e Rox, Lily, Hugo e Alvo à minha esquerda.


"Tem uma carta." Começou James. "Uma carta dentro do meu copo." Ele tirou-a e examinou o fundo do copo. "Eu que não bebo mais nisso."


"De quem é a carta?" perguntei.


Claire tirou a carta das mãos de James.


"Scorpius." Meu rosto se iluminou. "Mas não é para você."


Aposto dez galeões que deu para ouvir minha cara caindo no chão.


"Se... se não é para mim, para quem é?" eu falei, meio desconsertada.


"Vic." Respondeu ela. "Vamos ler!" ela rasgou o envelope e tirou um pergaminho branco e muito liso de dentro. "Aqui... 'Oi Scorpius! É a Victorie, prima da Rose, lembra? Então... Teddy e eu vamos nos casar e pensamos que como Rose vai ser a nossa madrinha, você poderia acompanhá-la. Se quiser, é claro. Por favor, mande a resposta no verso. Victorie'." Ela virou o pergaminho e leu. " 'Victorie, eu adoraria acompanhar a Rose no seu casamento, mas é melhor avisá-la, da última vez que eu tentei surpreendê-la, ela desmaiou.' Cara, isso é verdade. 'Blábláblá, parabéns pelo noivado, blábláblá... Scorpius.'" Claire abaixou a carta. "Uau, amiga, seu namorado tá com tudo!"


Depois do almoço, fomos esperar na sala enquanto os adultos faziam coisas de adultos.


"Não entendo como vocês podem ser tão toscos." Resmungou Claire. "É tão fácil de entender quanto é difícil de ler um manual de instruções da TV da Samsung."


"Estou dizendo, não há coisa mais previsível que o comportamento de uma garota." Roxx riu. "O que tem de tão difícil que vocês não conseguem entender?"


"Uma vez eu dei oi para a Claire no corredor e as loucas do terceiro anos começaram a atirar coisas nela! Explica isso!" esbravejou James .


"Elas estavam afim de você. É normal rolar competição entre as meninas.


"Isso, tudo bem." Disse Alvo. "Um dia a Laura me perguntou se ela parecia gorda. Eu disse que não e ela saiu chorando!"


"Viram? Mulheres são loucas!" chiou James.


"Espera!" Roxx se inclinou para frente. "Você olhou para ela?"


Alvo riu. "Claro que eu olhei para ela! Como eu poderia dizer se ela estava gorda ou não se eu não conseguisse v--"


"HÁ! NUNCA, EU REPITO: NUNCA OLHE PARA ELA!" Roxx e Claire morriam de rir enquanto os meninos estavam com cara de pastel.


"Se você a olhar, ela vai ficar achando que você a acha gorda, só não quer dizer." Completou Claire.


Os garotos pareciam chocados.


"Sabe..." começou Hugo. "Isso até que faz sentido."


"Isso, defenda as fêmeas." Zombou James.


Ding-Dong.


"Ah, eu odeio essa campainha." Falei, antes de sair da sala para o hall para atender a porta.


Ding-Dong.


"Já vai!" gritei, a alguns metros da porta. Dei uma corridinha e a abri rapidamente.


No momento em que vi quem batia tão veementemente, meu estômago foi fazer um tour pelo meu corpo, e acabou entalando da minha garganta. O ar me fugia dos pulmões, e meu cérebro apagou por uns segundos. Quando reiniciou, pude gritar.., não, berrar:


"VOVÔ, VOVÓ?"

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