Surprise!



Não demorou para meu padrinho vir ao meu encontro.


- Como foi a viagem, querida? – Ele me perguntou me dando um beijo na cabeça.


- Bem. Cadê a Sabrina? – Eu perguntei.


- No quarto, com a elfa. – Ele disse. – Vamos, você deve ficar ao meu lado, vou te instruir a respeito das casas.


- Já sei tudo sobre isso. Eu serei uma sonserina. – Respondi sorrindo.


- Louise! – Ron disse. – Porque você quer ser uma sonserina? – Ele perguntou desapontado, e eu sabia o porquê.


Ron era Grifinório convicto.


- Minha mãe era sonserina. Meu avô, o pai dele e o avô dele eram da Sonserina. Da mesma forma como você e todos os seus irmãos são da mesma casa. – Eu disse.


- Sei pai é Grifinório. – Ron disse.


- É, verdade. E minha mãe sempre disse que eu sempre pareci ele. Talvez eu seja da sua casa. – Respondi para reconfortá-lo. – Mas... Eu sou uma Holmes.


- Não acho que ficar perto do Malfoy seja uma boa idéia. – Ele disse.


- Ron! Eu não irei. Você ainda é meu amigo e não vai deixar de ser por causa da casa em que me colocarem. – Eu lhe disse. – Agora tenho que ir, meu padrinho está me esperando.


- Tá... Vai lá. – Ele disse.


- Até mais, pessoas. – Eu disse e comecei a caminhar ao lado de Severo.


Ele estava com a mesma expressão de sempre: sério. Ele ria pouco e para poucos.


- Então, conversei com Dumbledore. Você vai ter um quarto apenas para você. – Ele disse.


- Isso é bom. – Respondi.


- Que é ao lado do meu, para eu manter os olhos em você.


- Isso é ruim. – Disse sem hesitar. Ele me conhece desde que nasci, ele sabia o que eu ia dizer a respeito disso.


- Até agora, o que você está achando da escola?


- Eu ainda não vi muita coisa, mas até agora está um pouco mais interessante que a casa do meu pai. – Respondi.


- Melhor você não dizer isso por aqui. As paredes têm ouvidos. E gostam de falar. – Severo me aconselhou.


- Certo.


Chegamos ao que eu mais tarde descobri ser o Salão Principal. Era grande, lindo, com 4 grandes mesas, uma de cada casa, e a mesa dos professores na frente. Logo aviste Dumbledore. Eu realmente admirava aquele cara. Eu realmente tinha motivo para isso, não acham?


- Continue ao meu lado. Após chamarem os alunos do primeiro ano o Chapéu Seletor vai definir em que casa você vai estar. – Severo disse. – Não que tenhamos alguma dúvida nisso.


Severo sorriu. Eu sorri em resposta. A verdade é que eu não tinha tanta certeza. Eu era uma Holmes, mas sabia que não era apenas uma Holmes. E não que eu fosse uma Black porque, eu sentia que não seria isso que poderia me colocar em qualquer outra casa diferente da Sonserina, onde a maioria dos bruxos ligados ao Voldemort está. Era o simples fato de Sirius ser meu pai.


Durante o tempo todo em sentia as pessoas olhando e cochichando. Belo jeito de ser recepcionada, não acham?


Após várias coisas chatas como cantoria e crianças do primeiro ano Dumbledore me chamou.


A apresentação foi simples: Uma aluna que vai entrar no quinto ano por razão de uma transferência. Fui chamada por Louise Black. Esse é meu nome nos documentos. Surpresos? Eu também fiquei.


Certo, se você chama virar órfã de transferência...


Caminhei até o banco que estava no centro e senti todos os olhares realmente sobre mim. Os sussurros pararam. Foi uma pena, eu ainda não conseguia ler o pensamento deles, então preferia que estivessem cochichando.


O Chapéu Seletor foi colocado em minha cabeça. Demorou alguns segundos para ele começar a falar e, conseqüentemente me avaliar. Honestamente, eu odiei aquilo. Achei muito invasor da parte daquele chapéu me classificar como:


Temperamental, egocêntrica e teimosa.


Quem é ele para dizer isso? Certo, ele é um chapéu Seletor e ele estava apenas fazendo o trabalho dele. Mas, dizer isso para todo mundo? Pelo menos ele completou com:


Determinada e leal aos seus princípios e aos seus amigos.


Não satisfeito em me fazer uma enorme incógnita ele diz, antes de dizer minha casa:


Grande duelo de forças em sua mente e seu coração.


Ótimo, não? Odeio você, Chapéu Seletor.


Grifinória!


Surpreendente. Eu me assustei, olhei rapidamente para Severo procurando sua aprovação enquanto ouvia as palmas quase ensurdecedoras dos vários alunos da Grifinória. Severo sorriu, estava tudo bem. Respirei aliviada.


Logo que me levantei avistei Ron, na mesa da grifinória acenando para mim. Ele havia conseguido arranjar um jeito de eu me sentar ao seu lado e foi isso que eu fiz.


- Surpreso? – Perguntei a ele.


- Não mais que Malfoy. Você devia ver a cara dele... – Ron me disse. – Aposto que aquela fuinha estava certa de que você seria da Sonserina!


- Não era só ele, não é mesmo, Louise? – Hermione me perguntou.


- Confesso que fiquei surpresa. Não tão surpresa quanto achei que ficaria, mas surpresa. – Respondi.


- Você achou que poderia ser dessa casa? – Ron perguntou. – Achei que havia dito aquilo apenas porque eu achei ruim você ter dito que achava que seria da Sonserina.


- Olhe por esse ângulo: Toda a minha família era Sonserina. E por família eu digo minha família materna, aquela que eu tive contato. E minha vida toda eu fui lembrada por minha avó que eu parecia alguém que vinha de uma família inteira de Sonserinos e... Bem, acabou aqui, nessa mesa. – Eu disse a Ron e vi Harry, que se sentava a nossa frente sorrindo.


O sorriso dele é lindo. Alguém precisaria me lembrar constantemente de que ele é o protegido do meu pai, quase um irmão para mim, se não...


Eu sorri para ele em resposta. Em seguida me lembrei que preciso parar de achar ele uma gracinha.


Nós comemos, Ron me contou que ele e Hermione eram Monitores da Grifinória com muito orgulho. Eu disse que fiquei orgulhosa por ele também e pensei de quantas formas o fato dele poder vagar pelos corredores após a hora de dormir vai me ajudar.


Depois de comer e avistar meu padrinho parado na porta do Salão Principal me despedi da galera.


- Para onde você vai? Você nem sabe onde ficam os dormitórios. – Harry disse.


- Eu não preciso. – Respondi. – Eu tenho um quarto só para mim. Meu padrinho vai me levar até lá. Boa noite, até amanhã.


Todos me disseram boa noite e eu caminhei em direção á Severo.


- Feliz por estar na mesma casa que seus amigos? – Severo me perguntou enquanto caminhava em direção ao meu novo quarto.


- Eu só tenho um amigo: Ron. Harry fica me cercando por causa do meu pai e Hermione... Ela não me suporta. – Respondi o seguindo.


- Você sabe o que você causa nas pessoas? – Severo me perguntou.


- Não. Na verdade nem entendi sua pergunta.


- Medo. Curiosidade. Você se impõe. Tem sido assim desde que me lembro. Você ganha o respeito das pessoas facilmente. Mas para gostar de você e te entender demora muito, pelo simples fato de você não deixar ninguém entrar na sua vida com facilidade. – Severo disse. – Esse é seu quarto.


- Obrigada. – Eu disse. – Boa noite.


O quarto não era grande nem cheio de coisas maravilhosas de Hogwarts, tinha apenas uma cama, um armário, uma escrivaninha, uma estante cheia de livros e uma poltrona. Coisas normais de um quarto. O meu edredom era vermelho e gordo. Eu me deitei sem a mínima vontade de desfazer as malas. Peguei minha varinha dentro da minha bolsa e fiz tudo ficar no lugar.


Eu acabei por me levantar e bater na porta do quarto ao lado, o do meu padrinho.


Ele abriu a porta com cara de sono.


- Estava dormindo? – Perguntei.


- Lendo. Precisa de alguma coisa? – Severo perguntou prestativo.


- Ah... – Eu não sabia muito bem o que dizer. – Você ficou desapontado com a escolha da minha casa? – Decidi ser direta.


- Uma das minhas melhores amigas era da Grifinória, eu aprendi a respeitar isso e admirar a capacidade de cumplicidade que não se encontra facilmente. Principalmente na casa onde eu e sua mãe estávamos. – Ele me respondeu.


Eu sorri em resposta.


- Agora vá dormir Louise. – Ele me disse. – Grande dia amanhã.


- Certo. – Eu estava quase na porta do meu quarto quando me virei e chamei por ele: - Severo?


- Sim.


- Você estava falando de Lily, não é mesmo? – Eu perguntei e ele assentiu. – Minha mãe costumava me dizer a mesma coisa.

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