to the changes.



: Remo Lupin narrando.
: Restaurante italiano, Londres. 


- Van-Vance? – Consegui perguntar, enquanto Lily esperava por uma reação minha.

- É, querido. Pensei que você conhecesse bem a Emme – ela disse e virou-se para os outros. – Desculpa, vou ter que ir atrás dela – ela sorriu e deu um beijo estalado na bochecha de cada um, inclusive da Marlene. – Depois falo com você, McKinnon – ouvi-a dizer. É verdade que na vez do James ela não beijou a bochecha, foi mais a metade da boca dele. – A gente se vê – ela sorriu e saiu.

- Como você não reconheceu a Emme, cara? – James me olhou feio, depois que a Lily tinha saído. – Que mancada, hã?

- Como eu iria reconhecer ela? Ela ‘tá completamente diferente! – Exclamei, tentando me desculpar.

- Até eu percebi que era ela – Sirius disse, como se isso matasse a questão.

- Você viu como ela saiu daqui? – James me acusou novamente. – Ela ‘tava com a maior cara de choro, Lupin!

- Não comece a me culpar por algo que não fiz! – Exclamei.

- É realmente, você não fez nada – ele murmurou.

- Cara, o que você ‘tá falando?

- Você não percebeu o que a Lily fez, né? – Ele me olhou feio.

- O que ela fez? – Olhei para o Sirius.

- Ela ajudou a Emme – ele disse. – Para chamar sua atenção.

- E agora você vem com essa história de “Quem é você” – James balançou a cabeça negativamente.

- Você bobeou e muito – Sirius concordou, enquanto nossa comida chegava.

- É impressão minha, - comecei, depois que o garçom foi embora – ou vocês dois estão de complô contra mim?

- A questão não é complô – Sirius descordou.

- A questão é que você magoou a Emme – James completou, dando uma garfada no espaguete. – Cara, isso é bom. Podiam servir mais disso na escola – disse, mudando um pouco de assunto.

- Como eu posso ter magoado ela? Nem sabia que era ela!

- Remo, admite, você magoou ela e pronto – Sirius falou, comendo um pedaço da lasanha.

- Marlene! – Exclamei e ela me olhou, meio entediada. – Me defenda!

- Você sabe que você errou, Remo – ela disse e voltou a comer o ravióli.

- Que merda! – Exclamei e saí do restaurante. Tinha falado o primeiro palavrão da minha vida. 


: Lily Evans narrando.
: Em uma rua de Londres. 


Ah, merda, o Remo atrapalhou tudo. Como assim “Quem é você?” Valeu, Lupin, você acabou de jogar todo meu plano no lixo, junto com as 20 mil libras que gastei. Agora onde a Emme foi se meter, hein? Estou rodando de táxi e, vamos lá, isso não é nem um pouco baratinho. Quando passava pela rua que Irmã Charlotte disse que nos encontraria, achei a Emme. Estava sentanda no meio fio, com o rosto escondido entre as mãos.

- Pode parar aqui – disse ao taxista. – E espere, vamos a outro lugar – ele resmungou alguma coisa e joguei 50 libras pra ele. – Um adiantamento – disse, e ele calou a boca, sorrindo.

- Emmeline Vance! – Saí do táxi, com uma voz de ultraje. – Você sabia que esse vestinho que você está roçando nessa calçada imunda é um vestido vintage da Chanel e que muitas, muitas pessoas gostariam de tê-lo? – Botei as mãos no quadril e fiquei esperando uma reação.

- Foda-se – ela disse, com a voz abafada pelas mãos. Segurei o riso em ouvi-la falando um palavrão.

- Anda, Emme, levanta – segurei o braço dela e a puxei. Mesmo com o salto alto, ela ainda era mais baixa que eu. O rosto estava vermelho e tinha algumas lágrimas na bochecha. – Ainda bem que hoje em dia quase todos os salões usam maquiagem a prova d’água – sorri, passando a mão na bochecha dela para enxugar as lágrimas.

- Ele não me reconheceu - a voz dela era de choro. Odeio ver gente chorando.

- Ah, por favor, Emmeline – revirei os olhos. – Engole esse choro agora! Ele não te reconheceu? Vai ver é porque você está mil vezes mais linda do que era. Emme, não é só o jeito de vestir que você tem que mudar. Seu jeito de agir também. Não existe só Remo Lupin nesse mundo, meu bem. Se ele não te reconheceu, vamos ver o que ele vai falar quando te ver realmente – sorri, tentando incentivá-la. – Próxima lição: como provocar um homem. 


: Marlene McKinnon.
: Restaurante italiano, Londres. 


Remo saiu daqui doido da vida. James e Sirius logo puxaram um assunto diferente, mas eu não prestava atenção. Ainda pensava no que a Evans tinha feito com a Emme. Tudo bem que talvez ela tenha exagerado um pouco, mas tenho que admitir, ela fez um bom trabalho. Ela parece ser uma pessoa legal – não estou dizendo que seja. E depois, o que ela disse para mim. “Depois falo com você, McKinnon”. Bom, digamos que sua reação foi um tanto inesperada de minha parte.

- Vamos, Lene – Sirius me cutucou e eu assenti. Estava começando a gostar do apelido.

Andamos um pouco pelo Hyde Park, tomamos um sorvete e voltamos para o ponto de encontro que Irmã Charlotte havia demarcado. Quase todos os olhos estavam ali, exceto: Lily Evans, Emmeline Vance e Remo Lupin. Nós três nos olhamos, com certeza pensando a mesma coisa sobre as pessoas “desaparecidas”. Irmã Charlotte apareceu e nos olhou.

- Faltam três pessoas aqui – ela observou. – Onde eles estão, alguém sabe? – O telefone do James tocou.

- Alô? – Ele respondeu. – Lily? Como você... Ok, eu aviso, tchau – ele desligou e eu e Sirius o olhamos confusos. – Nem me pergunte – ele deu de ombros. – Irmã, a Evans acabou de ligar. Ela e a Vance já voltaram para escola, acho que ela não estava se sentindo bem – era óbvia a mentira de James, mas Irmã Charlotte não percebeu.

- Certo – ela assentiu. – Agora, cadê esse rapazinho, hein? – Ela olhou em volta, impaciente. Poucos minutos depois, Remo chegou.

- Desculpe o atraso – ele murmurou e Irmã a olhou feio.

- Quando chegarmos vamos ter uma conversinha – ela disse, com o rosto meio vermelho. – Andem, todos no ônibus agora! - Remo foi para o fundo do ônibus e eu, James e Sirius nos esprememos em um banco.

- Ai, ‘tá apertado aqui – reclamei.

- Senta no meu colo então – Sirius disse divertido. De início fiquei sem ação, olhando para ele. Quer saber de uma coisa? Dane-se. Sorri e levantei do banco. – Foi mal Lene, ‘tava brincando.

- Tudo bem – dei de ombros e sentei em uma perna dele, sorrindo.

- Ok, eu saio daqui – James saiu do banco meio assustado. Sorri e saí do colo do Sirius.

- James idiota – Sirius murmurou e ri, recostando nele.

O resto da viagem foi tranquila. Não sentei mais no colo de ninguém. Quando parei para pensar no que tinha feito, eu não me importava. Por mim tinha ficado no colo dele a viagem inteira. Meu Deus, a Evans realmente sabe fazer um bom trabalho. Nem falou comigo ainda e eu já tô fazendo isso. Assim que chegamos à escola, corri para o quarto.

- Evans, eu preciso... – comecei a falar, quando parei e olhei para Lily e Emme. Lily estava sentada no chão com uma garrafa de champanhe e Emme estava deitada na cama, também bebendo. – Como vocês trouxeram isso pra cá? – Sussurrei, fechando a porta. – Estão malucas?

- Não, estamos comemorando – Lily sorriu e Emme levantou-se.

- Que bom que parou de ficar emburrada, Lene – ela me abraçou.

- O que vocês estão comemorando? – Olhei para elas.

- As diferenças.

- As mudanças – Emme sorriu.

- Lily, preciso te perguntar uma coisa – olhei para ela, que levantou sorrindo.

- Pode perguntar.

- Já não acha que está na hora de mudar?

- Mudar como?

- Mudar de cobaia. É a minha vez de ser ajudada – sorri. Ela me abraçou e depois me entregou uma taça de champanhe.

- Às mudanças – ela ergueu a mão com a taça. Eu e Emme erguemos as nossas.

- Às mudanças – repetimos e todas tomamos um gole ao mesmo tempo.

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