Cap 4 -



- É HOJE, É HOJE ALUNOS! CAROS TELESPECTADORES, É HORA DE FAZER SUAS APOSTAS! GRIFINÓRIA VERSUS CORVINAL. – Berrava um aluno do sétimo ano nos jardins a caminho da aula de Trato de Criaturas Mágicas.


 


 Os outros alunos passavam rindo enquanto Alan Jordan anunciava a hora do jogo.


 


 - Eu sinto que vamos arrasar nesse jogo. – Dizia Sirius animado para os amigos. – É como se eu pudesse até ver sua bela captura e a gente no Salão Comunal comemorando. – O amigo soltou seu riso latido e continuaram caminhando para a orla da Floresta Proibida.


 


 James passou a aula inteiro preocupado com o jogo. Sabia que o time era capaz, mas era um frio na barriga do qual nunca conseguia fugir, por mais que tentasse demonstrar confiança e muitas vezes ser julgado por isso, não conseguia. Era inevitável. Queria poder demonstrar suas fraquezas, mas sua imagem já havia sido formada. Aquela imagem de alguém forte e confiante, as vezes até confiante demais, esnobe demais.


 


 Um pouco mais longe do grupinho, Lily observava James curiosamente. Estava absorto em seus pensamentos, suas mãos passavam freqüentemente pelo cabelo, seus pés batucavam o chão demonstrando o seu nervosismo. A única coisa que ela se perguntava era pelo que? Seria pelo jogo? Nunca se lembrara de ter visto James ansioso por causa de um jogo. Ela tinha plena certeza de que o time estava pronto. Havia assistido a quase todos os treino e em todos que fora ela conversava com ele, não poderia ser aquilo.


 


 Ou poderia? Lily analisava cada movimento com muita atenção. Será que ele se parecia com ela também naquele sentido. Sim, porque, afinal, eram parecidos em vários sentidos, gostos, idéias, opiniões. Será que eram assim também no aspecto de imagem. Afinal, todos a viam como ela queria que fosse vista. Ninguém, além de James sabia sobre seus pontos fracos em relação família, a essa guerra do mundo. Será que ele também temia, por trás daquele rosto cheio de confiança e auto-estima? É claro que sim, ele é humano, afinal de contas Lily. Disse a ruiva a si mesma balançando a cabeça.


 


 Naquele momento, James mordeu os lábios, e Lily sentiu uma súbita vontade de ir lá e saber o que tanto o torturava. Estava prestes a ir lá e segurar a sua mão, consolá-lo pela primeira vez, ao invés de ser consolada. O vento insistente soprou e as copas das árvores soltaram folhas secas enquanto a professora anunciava o término da aula. Agora seria a hora do almoço. Podia ir lá e falar com ele.


 


 - Lily, preciso falar com você. – Informou Marlene andando em direção ao castelo do lado da amiga.


 


 - Agora?


 


 - Sim, por favor.


 


 - Claro. – Disse Lily sorrindo, sentindo seus planos esvaírem. – Vamos.


 


 Seguiram para o Salão Comunal rapidamente, aproveitando que estaria vazio, e Lily se sentou no sofá e Marlene permanecia de pé, em frente a lareira. Atacou sua mochila delicadamente do lado de Lily e começou a andar de um lado pro outro ao mesmo tempo que puxava ar e falava tudo num fôlego só, fazendo Lily se esforçar para escutá-la.


 


 - O Sirius está me deixando doidinha. Quero dizer, só porque eu decidi seguir seu conselho e deixar as coisas fluírem, rolarem, seja lá o que você chama disso, não quer dizer que eu esteja disposta a dar outra chance pra ele. E outra coisa, eu estou de rolo com Fábio Prewet, e a propósito, o irmão dele anda bem interessado em você, de novo, nunca saiu do seu pé desde que terminaram aquele namoro hein? Aposto que ele não viu você e o James chegarem de mãos dadas na aula de poções. Voltando ao Sirius, ele não para de tentar me seduzir, está ficando irritante, quero dizer, por que isso agora? Eu estava feliz o Fábio, aliás, eu ESTOU feliz com o Fábio. Ele fica me seduzindo e isso é totalmente errado. ERRADO! Agora me diz, Lily, POR QUE?


 


 - Olha Lene... – Começou Lily calmamente. – Primeiro, se acalme OK? Respira.


 


 - OK. Respirando. – A menina ofegante puxou o ar, prendeu por segundos e depois o soltou. – Respirando, uh. Melhorei.


 


 - Escuta só Lene, Segundo por que é errado? Será que é porque você gosta que ele faça isso, ou porque você quer que ele faça isso?


 


 - Mas... – Marlene disse, mas não continuou. – Eu não entendo.


 


 - É simples amiga, - Lily se levantou e puxou a amiga pela mão, fazendo-a sentar ao seu lado no sofá. – Você passou tanto tempo tentando odiar Sirius, que agora que deixou isso pra lá, seus antigos sentimentos voltaram a tona. É inevitável meu bem, - Disse Lily carinhosa passando a mão nos cabelos compridos e negros da amiga. – Sirius está aproveitando que você abriu essa brecha. Só não sei se ele está sendo verdadeiro, porque você o conhece melhor do que ninguém.


 


 - O que eu faço? – Marlene perguntou cansada. – Eu não quero errar Lily. Eu quero fazer o certo, não quero sofrer por ele de novo.


 


 - Eu sei. – Disse Lily, Marlene deitou no colo da amiga enquanto essa esfregava os cabelos dela. – O que você quer, independente se é certo ou errado, é o que você deve fazer. Não adianta querer não errar, é daí que aprendemos a acertar. É perdendo que damos valor, é sofrendo que aprendemos a amar Lene.


 


 - Você quer que eu siga o meu coração, não é? – Perguntou a morena com a voz embargada.


 


 - É ele quem você quer seguir?


 


 - Sim.


 


 - E o que o seu coração lhe diz?


 


 - Ele me diz... – Marlene se levantou lentamente e enxugou o canto dos olhos rapidamente e encarou a ruiva. – Ele me diz para não chorar. – Lily sorriu. – O resto eu não sei porque meu estômago esta falando mais alto, vamos.


 


 Marlene puxou Lily pela mão enquanto a mesma ria descontraída. Desceram em direção ao Salão Principal, mas ao chegarem lá não viram os marotos, se sentaram então ao lado de Frank e de Alice que estavam lado a lado.


 


 - OK, é agora ou nunca. – Disse Lily apontando o a comida espetada no garfo para os dois, pulando de um pro outro. – O que rola entre vocês? Estão sumindo o tempo todo, andam juntinhos, trocam bilhetinhos.


 


 - É! – Exclamou Marlene engolindo o suco. – Qual é a de vocês? Vão contar ou não, somos seus amigos afinal, e apoiaremos vocês em qualquer decisão,


 


 - É, estamos juntos. – Disse Alice sorrindo.


 


 - Não adianta negar Alice! – Lily disse alto, apontando o garfo pra ela novamente, atacando um pouco de comida. – Está na cara que os dois... Calma ai! – Marlene abriu a boca em choque. – Sério?!


 


 - Aham. – Disse Frank pondo o braço nos ombros de Alice. – Pedi ela semana passada no passeio.


 


 - E você não disse nada?! – Gritou Marlene dividida entre o riso e a repreensão.


 


 - Não era nada sério, só não queria fazer tempestade em copo de água.


 


 - Nós somos suas amigas! – Disse Lily se atirando por cima da mesa e abraçando a amiga, seguida por Marlene. – Até se o Frank te usasse e jogasse fora era pra ter contado! Falando nisso, se você fizer isso com ela parceiro...


 


 - Já era! – Completou Marlene passando a mão pelo pescoço. – Então é bom você não cometer nenhuma burrada.


 


 Frank caiu na gargalhada.


 


 - Qual é! Estamos falando sério! – Reclamou Marlene.


 


 - O que vocês, possivelmente, fariam comigo? – Perguntou Frank divertido.


 


 - Olha só Frank, o que eu faria eu não sei, só sei que aposto que os Marotos estariam dispostos a soltar umas faíscas por ai. – O sorriso de Frank sumiu.


 


 - OK, chega de brincadeiras. – Foi a vez das meninas caírem na gargalhada.


 


--X--


 


Todos os desejos de bom jogo e o jeito dos grifinórios de contarem vitória estava irritando James, pessoas que ele nem conhecia importunavam sua paciência. As garotas jogavam sorrisinhos assanhados demais e o pessoal da sonserina os fuzilava.


 


 - Vou acabar morrendo antes da hora. – Comentou James que estava sendo esquartejado pelos olhos de Régulos que acabara de passar por eles.


 


 - É que eles sabem que vamos acabar com todos eles. – Disse Sirius em voz alta tentando fazer com que Régulo ouvisse. – O que você tem James?! – Perguntou observando o amigo olhar ao redor pela centésima vez.


 


 - Nada cara, relaxa. Você viu a Lily por ai? – Questionou.


 


 - Ela e a Marlene nem apareceram para o almoço.


 


 - Falando nisso, o que você pretende com a Lene, Sirius? – James interrogou.


 


 - O que isso quer dizer?


 


 - O que eu quero dizer é pra você não ficar em cima dela que nem urubu em carniça, se for pra magoá-la de novo.


 


 - Eu não quero magoá-la Prongs. – Disse Sirius levemente ressentido com a as palavras diretas do amigo.


 


 - Só não quero ver os dois brigando de novo. – Justificou James.


 


 Continuaram a andar para a sala onde encontrariam Pedro e Remus, no sétimo andar em frente à famosa tapeçaria.


 


 - Chegaram cedo pro café. – Comentou Remus quando os amigos passaram pela porta.


 


 - Vamos logo com isso, sim? – Pediu Pedro rapidamente.


 - OK, a lua cheia é na quinta feira, o que você vai falar dessa vez Money? – Perguntou Sirius.


 


 - Acho que todos os meus parentes, vivos ou mortos, já ficaram doentes. – Informou Remus.


 


 - Que tal matar os parentes já mortos então? – Sugeriu James.


 


 - Gostei. Matamos quem já está morto. O que acha Money?


 


 - Por mim tudo bem. Mas eu realmente não acho que vocês irem comigo seja uma boa idéia, e se...


 


 - Ih, vai começar é? – Sirius disse já se levantando.


 


 - Mas agora é diferente. James é Monitor-Chefe e...


 


 - Isso mesmo, vou dedurar a gente pro Dumbledore, Money. Fica frio, ninguém vai perder o cargo e nem a vaga na escola OK? Só relaxa. Nada vai mudar.


 


 - É, estamos aqui cara. – Disse Pedro dando um tapa no ombro de Remus. – Vamos logo vai.


 


--X—


 


No meio da aula de feitiços do sétimo ano, Minerva McGonagall irrompeu a sala educadamente e falou ao ouvido do professor Flitwick que concordou rapidamente com o anunciado da mulher.


 


 - Gostaria que todos os jogadores da Grifinória e Corvinal se retirassem e efetuassem o jantar mais cedo para não ocorrer acidentes em campo.


 


 James e Sirius se levantaram, juntamente com mais dois alunos da Corvinal e saíram pela porta. Agora que eu não falo com ele mesmo. Pensou Lily observando McGonagall fechar a porta. O restante da aula passou lentamente devido a angustia dos alunos para assistir os jogos. A janta foi agitada e rápida, e logo os alunos se dirigiam para o campo de quadribol.


 


 Enquanto caminhava ao lado das amigas, Lily não pode deixar de pensar no que James estaria sentindo. Ansioso? Confiante? Animado? Também não parara de se perguntar, desde a hora em que passaram na Sala Precisa, se devia aceitar o convite dele, pensava em dar uma chance a ele. Mas queria ainda uma prova. Uma prova final de que ele realmente estava mudando. Uma idéia veio a sua mente assim que avistou mais de perto a bandeira da Grifinória balançando no vento pertinente. Só teria que falar com o jogador.


 


--X--


 


Com o discurso básico já feito, o time andava pela volta do campo, deixando o vestiário apenas para James, que tentava controlar sua respiração, balançando os braços, tentando fazer a tensão sair, coisa que se tornava inútil a cada segundo. O que atraiu sua atenção foi a entrada súbita de Lily Evans no aposento. Um certo alívio preencheu sua cabeça, mais a surpresa e a curiosidade falaram mais alto quando abriu a boca.


 


 - Lily! O que está fazendo aqui?


 


 - Quer que eu vá? – Perguntou a garota sorrindo.


 


 - Não eu só... Estou surpreso.


 


 - Vim desejar um bom jogo, nem conseguimos nos falar direito.


 


 - Obrigado. – Agradeceu ele sorrindo, bufando ao mexer os braços de novo.


 


 - Você está bem?


 


 - Estou ótimo, afinal, porque não estaria? – Falou aquilo rápido demais e Lily levantou as sobrancelhas, questionadora. – Estou nervoso. Só isso.


 


 - Ah, entendo. Nervoso por quê? Você é o melhor apanhador de Hogwarts.


 


 - Tenho que discordar, mas afinal, sou humano. Sempre há algo a temer. – James comentou virando de costas ainda respirando fundo, seu coração pareceu acelerar com a presença da garota.


 


 - Sempre ha algo a temer. – Concordou Lily com certa dúvida fazendo James se virar para ela.


 


 - Está tudo bem?


 


 - Ahn, sim. Mas há algo que eu quero te pedir James, ou te perguntar. Acho que é um pouco dos dois. – Lily se sentou num dos bancos e James se sentou de frente pra ela. – Você lembra aquele convite indireto que... – Respirou fundo também tomando coragem, seu coração acelerando mais do que já estava. – Me fez na Sala Precisa, naquele dia.


 


 - Sim, lembro. – Afirmou James confuso e desconfiado. – O que tem?


 


 - Bem, eu pensei muito nele e...


 


 - Pensou? – Perguntou o maroto realmente surpreso, não parou para imaginar que Lily realmente considerasse seu pedido.


 


 - Por que? – Perguntou ela meio desesperada. – Não era pra pensar?


 


 - Claro que era pra pensar... Eu só, não pensei que você pensaria. – Lily soltou uma risadinha.


 


 - É, eu pensei. Então, eu quero acreditar que a sua mudança é real, e eu sei que vai parecer meio cruel mas... – Lily não conseguiu continuar e se levantou, fazendo James se levantar dois segundos depois.


 


 - Cruel, mas...?


 


 - Você poderia me provar? – Perguntou ela. – Que mudou, eu digo.


 


 - Posso. O que quer que eu faça? – James perguntou rapidamente.


 


 - Nenhuma idéia? – Lily interrogou olhando as roupas de Quadribol dele. O moreno ergueu as sobrancelhas.


 


 - Quer que eu vença o jogo? É isso?


 


 - Não... É... Bem, o oposto. – Disse ela quase sussurrando.


 


 - Oposto? Como assim? – Ele pareceu perceber do que ela falava e arregalou os olhos. – O que? Você quer que eu perca o jogo?


 


 - Não quero que perca o jogo! Só não quero que capture o pomo. – Justificou Lily.


 


 - Basicamente, quer que eu não faça nada? – James começou a ficar nervoso.


 


 - Sim, eu quero. – Lily confirmou dura.


 


 - Não pode estar falando sério! – Disse ele passando a mão no rosto e se virando.


 


 - Estou sim. Vencer o jogo? Você já venceria o jogo, eu te pedindo ou não! Qual diferença isso faria?


 


 - Faria a diferença que eu estaria pensando em você, e não no meu time!


 


 - Pense em mim enquanto perde então! – James riu sem humor, passou a mão pelo cabelo.


 


 - Você quer que eu perca um jogo, pra provar que eu realmente mudei? Isso só vai fazer de mim um perdedor! Um bobo!


 


 - Perder ao meu pedido é ser bobo? É ser um perdedor?


 


 - O que isso te provaria Lily? Como pode me pedir isso?! E todas as pessoas que estão contando comigo? – O garoto quase gritava.


 


 - Elas são mais importantes do que o que você é capaz de fazer? Suas atitudes e ações refletem o que as outras pessoas esperam de você? É bom saber, poderia cometer um erro. O que é mais digno de alguém, do que fazer sua mente baseado naquilo que apenas você, e ninguém mais, ninguém menos do que VOCÊ?!


 


 - Eu não vou perder esse jogo. – Disse James sussurrando. Os jogadores pararam na porta ao ver os dois juntos.


 


 - Então você não passa de uma mente fraca.


 


 Lily terminou e se virou saindo do vestiário, ao mesmo tempo em que o locutor anunciava os nomes dos jogadores da Corvinal e a multidão berrava na contagiante alegria do primeiro jogo da temporada. James bufou se voltando para os colegas, que olhavam com caras interessadas e Sirius dava de ombros.


 


--X--


 


 - Na Grifinória temos: Kirke, Bryce, Davies, Thomas, Corner, Black e Potter! – A multidão berrava frenética e entusiasmada enquanto pontos vermelhos alçavam vôo e se misturavam com pontos azuis escuros no céu negro. – Madame Hooch está com as bolas, Potter e Fortescue apertam as mãos. E O JOGO COMEÇA!


 


 - Onde você estava Lily? – Perguntou Marlene vendo a amiga lutar para chegar ao lado da morena.


 


 - Fui dar uma volta.


 


 Ignorando o mau-humor da amiga por instantes Marlene começou a berrar observando as sombras voarem o campo.


 


 - Grifinória com a bola. Davies para Corner, Kirke passa e UAU, bela manobra, parece que Belby ficou perdido. Thomas rebate um balaço, e foi por centímetros que não acerta o Belby, agora sim que tudo vira bagunça. Dearbon rouba a bola, passa pra... Não passa mais, Corner recupera a posse, dribla pra esquerda e joga para Kirke, Kirke devolve para Corner e PONTO! Dez pontos para a Grifinória!


 


 A multidão urrou comemorativa, assim como James que encima da vassoura observava o jogo do topo, os olhos vasculhavam cada centímetro do campo a procura do brilho dourado, podia ver que seu adversário observava cada respiração dele.


 


 Imagine só! Não capturar o pomo. Ela só pode estar brincando.


 


 - James! – Berrou Sirius se aproximando. – Para de viajar e se liga no pomo cara!


 


 - Pode deixar. – Disse James. – Volte pro jogo Sirius.


 


 A vassoura do amigo desceu como o pedido e James pode ver o bastão de Sirius lançar o balaço certeiro na vassoura de um dos jogadores da Corvinal. Seus olhos voltaram a procurar pela bolinha minúscula. Não capturar o pomo. Pensou de novo bufando, ao mesmo tempo em que avistou um brilho dourado. Estava parado no aro do meio da Corvinal. James distraiu o oponente descendo com tudo para a esquerda.


 


 - Parece que Potter avistou o pomo! – Anunciou Jordan. – Jorkins está na cola do apanhador da Grifinória. Uma curva fechada pra esquerda, mas continuam nas vassouras. Potter vai direto pro aro do seu time, ele desvia e vai com tudo para o outro lado. Jorkins se perdeu, mas já retomou a antiga posição com alguns segundos de atrasos.


 


 - Não acredito que ele realmente...


 


 - O que disse Lily? – Perguntou Marlene interrompendo os pensamentos altos de Lily.


 


 - Nada Marlene.


 


 James ainda conseguia ver o pomo, mas tinha certeza que o corvinal não. Sorriu confiante acelerando a vassoura. A distância entre ele e o pomo diminuindo. Mas a bolinha subiu rapidamente, e ainda James estava logo atrás dela. Seus pensamentos pulavam de Lily para Sirius. O desapontamento dos dois, independente da decisão que tomasse.


 


 Decisão? Já tomei minha decisão. Pensou James acelerando mais a vassoura erguendo a mão. Mas se a decisão estava tomada, por que sua mão tremia e vacilava diante do pomo.


 


 - Mais alguns centímetros apenas! – Anunciava Jordan.


 


 A imagem de James e Lily num dia em Hogsmead foi o suficiente.


 


 - Maldição! – Exclamou puxando a mão de volta e freando a vassoura. Sentiu o baque de seu corpo com o do adversário, mas não era nada grave.


 


 - O que? Parece que algo aconteceu algo com Potter, interferindo na sua captura tão bem proposta. Algo deve estar errado. – Opinou Jordan sabiamente.


 


 - Sim há algo errado, eu pirei! É isso! Me internem! – Disse James dando a volta e elevando a altura de seu vôo.


 


 - James! – A última voz que o moreno queria ouvir fez com que seu estômago revirasse. – O que houve?


 


 - Conversamos depois. – Respondeu o apanhador rapidamente.


 


 - A Grifinória continua na frente, oitenta a dez para a casa dos leões.


 


 A noite soprou um vento gelado arrepiando a nuca dos telespectadores.


 


 - O que diabos houve com ele?! – Perguntou Marlene furiosa. – O pomo estava logo ali!


 


 - Também não sei. – Disse Remus rapidamente. Lily sorria abertamente, os olhos brilhando de animação.


 


  - Grifinória recupera a bola, Corner arremeça e... 90 a 10. Parece que Potter ainda não avistou o pomo.


 


 James pensou em ir atrás do pomo, ou ao menos fingir que ia e fingir de novo dar de cabeça com a parede, ou se acidentar intencionalmente. Mas logo optou por não. Se estava fazendo aquilo por decisão sua, arcaria com as conseqüências.


 


 - Eu odeio Lily Evans. – Afirmou o moreno mordendo os lábios, mesmo sabendo que aquilo era mentira não pode deixar de ficar bravo. – Ai como eu a odeio.


 


 Os minutos do jogo se arrastavam e James continuava parado, as vezes vacilava em direção ao pomo, que Jorkins obviamente não via, mas logo voltava atrás e fingia tê-lo perdido de vista. O placar era de 120 a 60, vencendo apenas por sessenta pontos. Sirius estava irritado demais e os jogadores tensos para levar o jogo num andamento melhor. Com meia hora de jogo, o capitão da Grifinória pediu tempo, sabendo que teria que enfrentar um pequeno confronto dos colegas.


 


 - James, o que está havendo? Por que ainda não capturou o pomo? – Perguntou Kirke ofegante.


 


 - Estou tendo certas dificuldades. –Admitiu James não querendo por a culpa em Lily, e muito menos dar uma desculpa esfarrapada. – Tenho que contar com vocês para fazerem mais pontos para conseguirmos ao menos um empate. – Sirius ficara calado, apenas observando James, esse olhou para o amigo pedindo por ajuda.


 


 - OK, acho que conseguimos fazer isso. – Disse Sirius cooperativo.


 


 - Façam o seguinte, lá de cima deu pra perceber que a esquerda deles está muito aberta. Se Kirke passar pro Davies e ele jogar por cima, dará certo. Mas Kirke, - Acrescentou James se virando para o garoto. – Finja que vai pra direita, e tente fazer com que o seu marcador se confunda. Daí passe para o lado esquerdo de Davies, assim ele terá duas opções, se por acaso não confundir o adversário, Corner estará na direita. Certo?


 


 - Certo. – Concordaram os três artilheiros.


 


 - Façam isso até eles perceberem, e depois invertam, da esquerda pra direita.


 


 - Sim.


 


 - Sirius, tome a retaguarda do Kirke, e Thomas a do Kirke. Enquanto a Bryce. – Disse James rapidamente. – Fique de olho na direita, eles estão atacando muito por lá, mas não deixe o aro da esquerda aberto. – James foi interrompido pelo apito de Madame Hooch. – Vamos lá, Grifinória no três. 1, 2 3...


 


 - GRIFINÓRIA! – Voaram cada um em uma direção e a bola foi devolvida aos corvinais. Como James havia dito, a esquerda estava aberta, e seus colegas seguindo suas ordens conseguiram marcas mais um ponto. Outro logo em seguida com a mesma jogada, foi então que a Corvinal roubou a bola e voou em direção ao aro direito, mas Bryce defendeu habilmente. Os jogadores da Grifinória aproveitaram que a defesa do oponente estava no ataque e marcou o terceiro ponto depois do tempo.


 


 - 150 á 60. Parece que a Grifinória voltou com tudo. Mais ainda precisam de sessenta pontos ou mais para garantir algo.


 


 Com mais vinte pontos depois dos 150 já alcançados, Jorkins viu o pomo e voou em direção ao ponto reluzente, James foi logo atrás e ficou na cola do adversário, virou a vassoura pro lado e voltou com tudo para o apanhador, fazendo ele sair de curso, assim como James, quase batendo a cara numa das torres de observação do campo.


 Tudo o que James conseguiu garantir foi mais vinte pontos, ainda precisavam de vinte. O jogo estava acirrado e competitivo.


 


 - Vamos... Vamos... – Sussurrava James olhando os colegas voarem pelo campo.


 


 - Grifinória esta na frente da Corvinal por 190 a 60. Algo que Potter disse realmente os incentivou. Oh não, Belby roubou a goles, ele avança com tudo, e AI! Black rebate um balaço bem na traseira da vassoura, a bola volta para a mão da Grifinória. Jorkins viu o pomo, ele vai. Mais o que é isso? Potter vai deixar ele levar? Kirke está com a goles, ele atira e...


 


 James se virou e tentou encontrar Jorkins, mas era tarde demais o apito de Madame Hooch anunciava o fim do jogo.


 


 - Incrível meus amigos, realmente incrível. – James olhou esperançoso para o local onde o locutor estava, mas pela sua visão periférica viu Madame Hooch negando. – Oh não! Que lástima. Horrível, horrível. Corvinal vence por 210 a 200. Que jogo, que jogo.


 


 James poderia ter sentindo algo o atingindo direto no estômago, já perdera um jogo de quadribol antes, apenas um além desse, e sentira uma dor e uma tristeza incrivelmente perversa. Ele poderia... Mas não estava. Sabia o esforço que o time havia feito, mas a certeza de que mesmo sem o apanhador eles tinham a capacidade de vencer fora o suficiente. Saber que Sirius o apoiara independente de seu lado competitivo e sua sede por vitória recompensavam tudo.


 


 Claro que estava chateado, mas não como deveria estar. Não como já estivera uma vez. Tudo que ele conseguia pensar era Lily, além da felicidade, claro, ainda havia a raiva e a vontade de espremer a cabeça dela, mas tudo era omitido pela onda de felicidade que estava sentindo. Na frente dos amigos disfarçou e se escondeu no chuveiro por mais tempo que o necessário, Sirius informou que estaria esperando, mas que antes ia falar com Remus.


 


 Colocou uma roupa qualquer apenas para voltar para o castelo e saiu do banheiro, olhando o vestiário vazio, exceto pela sombra de uma pessoa que estava parada na porta. Lily Evans.


 


 - Oi. – Disse ela timidamente.


 


 - Oi. – Respondeu o maroto tentando fingir um sorriso forçado.


 


 - Eu... Eu não sei o que dizer, James, sinceramente não sei.


 


 - Eu também não.


 


 - Que tal me dizer o que está pensando? – Pediu ela entrando no vestiário.


 


 - Acho que você não vai querer saber. – Lily riu.


 


 - Tente.


 


 - Quero poder gritar com você... Mas ao mesmo tempo não quero.


 


 - Não quer? – Perguntou ela andando com os braços pra trás. – Por que não?


 


 - Acho que valeu a pena. – Disse ele humildemente. Lily não pode deixar de sorrir e de ouvir seu coração abalar naquele momento.


 


 - Quer dizer que ainda quer sair comigo? – Foi a vez de James rir.


 


 - Não é um querer, mas sim um dever. Depois do que fiz hoje a noite, se não saísse comigo eu provavelmente me mataria, e mataria você também.


 


 Lily sorriu e olhou nos olhos do moreno.


 


 - Sábado? – Perguntou ele sorrindo. – Digamos, nove e meia? Hogsmead?


 


 - Sim. – Respondeu Lily sorridente. Sem dizer mais nada se virou para sair do vestiário, deu de cara com Sirius na porta. – Ah, olá Sirius, sinto muito pelo jogo.


 


 - Obrigado Lily. – Disse Sirius gentil, mas chocado ao vendo-a sair saltitando pelos jardins. – O que foi isso?


 


 James não respondeu, apenas bateu de costas no armário e passou as mãos pelo cabelo, bagunçando-os, um suspiro terno saiu pela sua boca.


 


 - Ai não! – Disse Sirius parecendo entender tudo, apontou pra porta, mesmo não tendo ninguém lá, depois para James, apontou para o céu e sua boca abria e fechava.


 


 - Eu... – James disse se aproximando de Sirius com as mãos no bolso. – Perdi a aposta.


 


 Entregou os galeões para o amigo e saiu pela porta, seguindo o mesmo caminho que a ruiva fizera segundos atrás, deixando Sirius para trás com as mãos cheia de galeões, boca aberta e a cara de incoerência.


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N/A:  Demoro mais ta aque! Gente, estou mantendo os capítulos com dez páginas do Word pra não ficar cansativo.


Espero que vocês tenham gostado.


COMENTEM OK?


Beeeijos, até a próxima!


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