Um.





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Capítulo Um.
Lily Evans, sozinha nesse natal...


Época de natal. Todas aquelas luzinhas piscando, aquelas estrelas douradas no topo dos pinheiros. Todos os enfeites, toda aquela neve e todo aquele clima...

Eu adoro o natal! Não pense o contrário. Mas neste natal em particular eu estava meio para baixo. Eu tinha ficado em Hogwarts no feriado pela primeira vez. Meus pais tinham viajado até a escola interna da minha irmã, Petúnia, e eu não queria ir junto. Então eu fiquei.

Eu sei que tem muita gente que fica, mas natal para mim significa família, sabe? Vai ser tão esquisito sem meus pais, meus avós e a minha árvore de natal. Porque a minha mãe sempre deixa para mim a parte da árvore. Ela sabe que eu adoro o natal. E pela primeira vez eu não vou estar em casa para arrumar, para ajudar minha avó com a ceia, e não vai ter Papai Noel.

É, ta, ta. Podem parar de rir agora. Na minha casa sempre tem Papai Noel porque as irmãs – que são três – do meu pai sempre vêm com as crianças, e aí elas têm que ver o Papai Noel, né *-*

Não que isso adiante, porque ninguém nunca vai pegar o presente com o Papai Noel. As crianças têm medo dele. E eu não sei por quê! Ele é um velhinho de barba branca que te dá presente, hello?

Quando eu era criança eu sempre sentava no colo do Papai Noel e agradecia o presente. E fazia toda aquela coisa da cartinha, selada com um beijo, e ele vinha com um saco vermelho enorme e quase todos os presentes eram pra mim, ha.

Aí a gente cresce e vê que era seu pai, ou seu tio – ou até seu avô, - vestido de Papai Noel, e que você caiu que nem um patinho durante todo esse tempo. Mas você era só uma criança, pense por esse lado! :)

Bom, não tem mais volta. Hoje é dia vinte e três de dezembro e só restaram poucas pessoas no castelo. E entre elas, a Mary, minha melhor amiga aqui, que decidiu ficar para me fazer companhia. Não que eu precisasse de mais companhia com todos os Marotos sempre vadiando no salão comunal. E tem o Pirraça, que deu para tirar com a minha cara e cantar coisas como:

Lily Evans, sozinha nesse natal,
Ninguém agüenta essa certinha total!
Vai ficar sozinha embaixo do visco,
Não consegue beijar nem um marisco!


Dá pra acreditar? Tipo, ele conseguiu rimas perfeitas!

E tudo bem, vamos admitir: ele tem razão. Estou totalmente sozinha. E não é só nesse natal. Ah, não. São em todos os natais da minha vida. Isso é frustrante, deixe-me te dizer. E tem todos esses casais andando de mãos dadas por aí. Fazendo anjos na neve e trocando presentes. Poxa, eu quero alguém para fazer anjo na neve comigo!

Natal pior que natal sem família é natal sozinha em Hogwarts e sem árvore de natal para eu montar.

Mas tudo certo (y). Nada que a gente não supere. É só pedir para o Papai Noel me mandar um namorado embrulhado em um grande saco vermelho! Papai Noel nunca falha.

Sério. E eu ainda não pedi nada para ele esse ano. É só escrever uma cartinha e selar com um beijo.

Eu estava prestes a escrever a minha carta quando Mary adentrou o salão comunal com seu habitual bom humor. Ela estava pouco ligando por ficar no castelo o natal e tampouco por estar sozinha. Sem alguém para trocar presentes e fazer anjinhos na neve.

Eu estava sentada em frente à lareira, embaixo de muitas cobertas, com um pergaminho e pena para começar a escrever. Ela me olhou curiosa e tirou a touca da cabeça, sentando ao meu lado.

- Onde você estava? – perguntei, notando toda a neve que caiu das suas roupas quando ela sentou.

- Eu estava congelando lá fora! – disse ela.

Eu ergui as sobrancelhas. Tinha coisa aí. Ela não iria estar congelando lá fora porque queria.

- Ok, - ela suspirou. – eu estava fazendo anjinhos na neve com o Remus.

- Quem? – peraí, acho que não ouvi direito.

- O Remus, Lily! – ela disse impaciente.

Meu queixo caiu. Minha amiga fazendo anjinhos na neve com o Remus.

Ok, você é mesmo a segura-velas este natal, L. Evans.

Oh céus. Oh vida.

Eu realmente preciso escrever ao Papai Noel para ele me trazer o meu amor. Ele vai vir em um grande saco vermelho, vamos trocar beijos, presentes e vamos fazer anjinhos na neve. E digo mais: vamos assar cookies, desmontar uma das doze árvores de natal do saguão e montá-la de novo.

Há.

- Ei, Lily. – ela estalou os dedos na minha cara e eu saí do meu transe. – E o que você está fazendo?

Mary olhou de mim para o pergaminho em minhas mãos.

- Hm, nada. – disse eu. – E o que você e o Remus fizeram mais, hein? – eu mudei de assunto. Nós sorrimos. Os olhos dela brilharam.

- Nada mais... – ela ficou escarlate.

- Vocês se beijaram! – eu adivinhei, e ela fez um “sh”. – Não acredito nisso! – eu disse rindo. – Que amooor, Mary!

- Cala a boca, Lily! – ela pediu, olhando em volta, mas só estávamos nós no salão comunal.

- A Mary está apaixonada, vai ficar coladinha nesse natal, embaixo do visco: amasso total! – eu cantarolei, deixando-a mais vermelha.

Mary logo se recompôs.

- O Pirraça canta muito melhor que você, sabe? – disse ela rindo.

- Não canta não! – eu me fiz de ofendida e ela gargalhou.

“Lily Evans, sozinha nesse natal,
Ninguém agüenta essa certinha total!
Vai ficar sozinha embaixo do visco,
Não consegue beijar nem um marisco!”


Começou a cantar. Cara, eu não devia ter ensinado a letra para ela. É que pega! Música chiclete, sabe?

Então eu saí correndo atrás dela, jogando almofadas, e ela rindo.

Aí entraram os Marotos pelo retrato. Na pior hora possível, porque Mary ainda estava cantando aquela música horrível. Ela não viu quando os quatro pararam ali, ouvindo-a cantar. Eu parei abruptamente, com uma almofada nas mãos, olhando para eles, ficando escarlate. Mary fez o mesmo quando percebeu a presença deles e veio parar do meu lado, encarando-os. Mas já era tarde demais. Eles tinham ouvido a música. Todinha.

Oh, beleza.

Agora são mais quatro cantando no meu ouvido que eu não beijo nem um marisco. Papai Noel, você pode me ouvir? Eu quero meu amor em um grande saco vermelho.

Depressa, por favor.

- HAHAHAHAHA, - eles caíram na gargalhada, enquanto eu lancei um olhar mortal à Mary. Ela se conteve e não riu com eles.

- Não é engraçado! – eu gritei para que eles pudessem me ouvir.

Peter, Remus e James pararam de rir, mas Sirius não pareceu me escutar. Ele já estava vermelho quando percebeu o silêncio e começou a cantar: Lily Evans, sozinha nesse natal...

Eu juro que um dia eu tranco o Pirraça em uma masmorra e ele nunca mais vai ver a luz do dia, nem inventar essas musiquinhas desmoralizadoras e repugnantes. E que GRUDAM!

Ninguém merece.

Eu revirei os olhos, cruzei os braços e fiz cara de braba que calou Sirius em dois segundos.

- Hm, já estávamos indo... – Remus disse e os outros três o seguiram até as escadas para o dormitório. Não pude deixar de notar a troca de olhares entre ele e Mary.

- É bom mesmo! – gritei depois que ouvi a batida da porta.

Afundei no sofá mais uma vez e Mary sentou ao meu lado sorrindo. Impressionante. Eu fiz uma cara cínica e disse:

- Rindo de que? Posso saber?

- O Remus não é um amor? – perguntou ela, com os mesmos olhos brilhantes. Eu não pude deixar de sorrir.

- A Mary está apaixonada... – comecei, mas ela tapou a minha boca, com uma cara apavorada.

- Eles podem escutar daqui! – sussurrou.

- Ah, certo. Quando é a minha música você não faz questão de guardar só para si! – eu sussurrei de volta.

Ô carma.

-

Eu aproveitei que Mary ainda dormia e desci silenciosamente naquela manhã da véspera de natal. Levei um pergaminho e uma pena para escrever a minha carta para o Papai Noel. E não faça essa cara. Eu preciso de um verdadeiro amor para beijar em baixo do visco antes que os Marotos espalhem essa música para mais gente.

O salão comunal da Grifinória estava vazio como eu esperava. O fogo crepitava na lareira. Eu senti em frente a ele e comecei a escrever.

Parece que todos, menos eu, estão apaixonados.
Papai Noel, você pode me escutar?
Eu mando minha carta selada com um beijo,
Papai Noel, você pode me escutar?
Eu sei exatamente o que eu quero esse ano!

Eu quero alguém que me ame, alguém para abraçar;
Que seja todo meu em um grande saco vermelho.
Papai Noel, você pode me escutar?
Me diga que está aqui meu amor verdadeiro!

Papai Noel, esse é o meu único desejo este ano
.

Eu terminei e reli várias vezes. Pareceu boa para mim. Dobrei-a e coloquei no envelope. Colei com cola bastão e dei um beijinho na parte de trás, só para ele não me chamar de mentirosa, sabe como é. Agora, aonde eu ia colocá-la?

Quando eu era pequena e escrevia cartas ao Papai Noel, eu sempre as dava para minha mãe, que dizia que entregava a ele para mim. Oh, sim. Grandes amigos minha mãe e o Sr. Noel.

Eu vi que baboseira estava fazendo e deixei o envelope de lado, olhando para o fogo. Me sobressaltei quando ouvi alguém descendo as escadas. Não querendo papo, me apressei e saí pelo retrato da Mulher Gorda.

O salão principal estava vazio. Nem os professores haviam descido ainda, mas a comida já estava na mesa. Eu sorri ao ver os minis Papai Noel voando pelo salão. Alguns pousaram com suas vassouras nas mesas e estavam comendo. A quantidade de comida era nitidamente menor do que quando todos os alunos estavam na escola. Mas ainda ficaram alunos de todas as casas, então as quatro mesas no centro do salão estavam postas. Eu não sabia como seria a ceia de natal de noite, se iam continuar as mesas assim ou iriam juntá-las. É natal, afinal.

Demorou bastante até o salão encher com as pessoas que ficaram no castelo. Mary foi uma das últimas a chegar. Depois que acabei meu café fiquei ali esperando por ela, olhando para a árvore muito bem decorada do salão. Tinha algo errado com ela. Era perfeita demais.

Eu me perguntei se alguém notaria se eu botasse o pinheiro abaixo e enfeitasse ele de novo.

- Bom dia, ruivinha. – James sentou ao meu lado e eu tirei os olhos do pinheiro.

- Bom dia. – disse eu.

- Viajando muito? – perguntou ele com seu sorriso maroto.

- Eu não. E você? – falei distraída, voltando a analisar o pinheiro perfeito. – O que você acha daquela árvore? – eu perguntei, por fim, apontando a árvore.

James ergueu as sobrancelhas, e falou, como se eu fosse louca:

- Como?

- Aquela árvore de natal! – respondi.

- Hm... Bonita...?

- Não, James. Ela é perfeita! – disse eu, exasperada que ele não tivesse visto. – Tudo arrumadinho, sincronizado... Árvores de natal não são perfeitas.

- As de Hogwarts são. – disse ele rindo da minha conversa louca.

Eu suspirei. Ninguém ia me entender.

- O que você quer, Lily? Desmontar a árvore e montar de novo? – ele perguntou sarcástico.

Mas era bem isso que eu queria.

Ele viu o brilho nos meus olhos e me olhou incrédulo.

- Sem chance. – respondeu ao meu olhar pidão.

Eu fiz bico e não olhei falei mais com ele. Aí Mary chegou e sentou no nosso meio.

- Bom dia, gente. Acordaram cedo, hein?

- É. A Lily acordou cedo para escrever a carta pro Papai Noel. – James disse rindo e eu o olhei espantada.

Como ele sabe? Como? Como?

Mary me olhou curiosa, e James riu mais.

- Brincadeira, Lily. – ele disse. – Não é?

- É, é. – concordei.

Se ele sabia sobre a carta, eu não podia dizer, mas eu realmente a deixei por acaso lá no salão comunal da Grifinória. Em frente ao fogo. Ele podia muito bem ter achado ela lá. Se foi ele ou outra pessoa que a acharam, eu também não sabia dizer, mas quando voltei correndo para o salão aquela manhã, a minha carta não estava lá. Não estava.


-
N/A: heeey! ouviram a música? o que acharam? fofa, né? :D eu me apaixonei *-* capítulo pequeno, eu sei :P espero que tenham gostado :)
comente e me diga ;*
obg aos que já comentaram!
total fora de época, eu sei, mas fazer o quê. sauiosauaosiusaias.

beeijobeeijo.

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