Black-o-quê ?



N/A: Demorei??? Nããããããoooooo.....

Pra lá da metade do capítulo tem uma música. E ela é importantíssima naquele momento… O trecho em itálico é uma intenção de NC, bem fraquinha, mas eu tentei... então as insinuações são quentes. Eu tive que montar um vídeo só pra vocês poderem ouvir a música! Não deixem de ouvir. Por favor.

Boa leitura.




3. Black-o-quê ?


- Ísis? – Draco chamou baixinho por trás da coluna de tijolos.

- Sim... - ela falou, entendendo o tom baixo como um segredo.

- Conhece o Dann’el, certo? Sabe quem é?

- O nerd da biblioteca? Alto, magro, óculos...

Não foi possível conter o riso, mas Draco logo se recuperou e voltou ao assunto.

- Esse mesmo... ele está com um livro que eu gostaria de ler, mas como só há um exemplar na biblioteca ele vai me passar antes de devolver... pode pegar para mim, por favor?

- Por que eu? – ela perguntou desconfiada.

- Por que não? – ele rebateu a pergunta com o típico e encantador sorriso. Precisava encontrar uma forma de fazer com que Ísis e Dann’el se conhecessem através da conexão com Draco. E sabia também que ela não lhe negaria um favor tão simples.

- Certo. Encontro você mais tarde aqui... – ela saiu ainda desconfiada, mas não poderia imaginar o motivo daquilo, mesmo sabendo que certamente havia um motivo.



Quando Ísis e Draco se encontraram a noite para que ela lhe entregasse o livro ele lhe disse algo que a deixou extremamente chateada:

- Não nos veremos por alguns dias...

- O quê? Por quê? O que está acontecendo?

- Não posso te dizer agora... Lamento... Você irá saber em breve, eu prometo. Dann’el é de minha extrema confiança, pode contar com ele se precisar de algo, ok? Agora eu tenho que ir. – beijou as mãos da egípcia e saiu em silêncio, não permitindo que a amiga dissesse qualquer coisa.



Ísis não sabia o que fazer nesses últimos dias. Estava sem chão, sem alegria nenhuma. Sua única fonte de energia e esperança foi transferida para outra ala. “Maldição!!!” - reclamava o tempo todo. “Como puderam fazer isso? Merda. Sem o Draco por aqui não tenho nada pra fazer. Nada! Os outros mal sabem pegar uma espada e os feitiços deles são quase infantis. Patético!!! Draco? Você tem que dar um jeito de voltar pra cá... preciso de você aqui, isso é um tédio sem ter com quem treinar ou pelo menos conversar.” – pedia internamente como se pudesse falar com seu amigo. Caminhava despreocupadamente pelos corredores, sem pretensão nenhuma de chegar a algum lugar. Não entendia porque Draco foi transferido para outra ala, não fazia sentido nenhum. Já havia se acostumado com a presença dele, com sua companhia, ou até mesmo com seu humor ácido e frio. Não... mais do que costume, já havia aprendido a gostar da presença dele, de sua conversa inteligente, dos treinos com os golpes rápidos e idéias fascinantes. “Tédio!!!” – reclamou mais uma vez. Olhou para o lado sem muito interesse quando um grupo de prisioneiros passava por ali, do outro lado da grade do corredor. Ouviu com alegria o nome que só poderia sair de uma boca:

- Najla... – Draco falou baixinho chamando Ísis por entre as grades.

- Draco? – Seus olhos faiscaram quando cruzaram com o olhar cinza que tanto pediu. – Que bom te ver... O que houve? - perguntou curiosa com a voz sussurrada dele.

- Tem falado com o Dann’el? Preciso que converse com ele... e pense com cuidado no que ele vai te falar. Procure-o ainda hoje, se possível, ok?

- O que você está tramando? Por que o transferiram? Melhor dizendo, por que você permitiu isso? Sei que teria o poder de recusar... Devo me preocupar com alguma coisa?

- Não, não. De forma nenhuma... Não posso te falar agora – falava baixo enquanto olhava para os lados discretamente - Mas é um assunto um pouco urgente e de seu total interesse. Preciso de uma resposta imediata. Tenho que ir agora. Fale com Dann’el. – e saiu, misturando-se entre os outros detentos que iam em direção à outra ala da prisão.

- Dann’el... o que será que aquele nerd tem a ver com isso? Vou procurá-lo agora mesmo. – dizia pra si mesma, não contendo em si a perspectiva de mudanças, de poder fazer algo novamente. “O que será que ele está aprontando? Essa transferência não foi à toa. Tenho certeza disso.”

Pouco tempo depois encontrou quem procurava. Avistou Dann’el sentado em uma das mesinhas de xadrez no pátio, como se estivesse alheio ao que se passava ao seu redor enquanto jogava uma inocente partida sozinho. Ledo engano. Ísis mal se aproximou e ele já a chamou para se juntar a ele, sabendo que ela o procuraria ainda naquela tarde.

- Como sabia que eu viria até você? – sentou-se de frente para ele e perguntou curiosa, surpreendendo-se com as atitudes firmes que ele apresentava.

- Draco pediu que você viesse até mim. E eu deveria esperá-la aqui. Território neutro. Tenho uma pergunta para você. Se responder SIM, te dou maiores informações, se responder NÃO, fingiremos que nunca tocamos nesse assunto. Fique claro que se eu desconfiar que esse assunto saiu daqui, você sofrerá com as conseqüências. Creio que tenha uma breve noção do que seriam essas conseqüências, não? Não tenho medo do seu cruzado de direita. Estou aqui a pedido do Draco. Entendeu o significado?

- Claro Dann’el. E fique claro também que se isso, de alguma forma, vier a me prejudicar, ou prejudicar ao Draco, vai ter que agüentar as MINHAS conseqüências... e acredito que você saiba o que ISSO significa. – um olhar malicioso e fatal brilhava em sua pupila, despertando em Dann’el uma afeição pela egípcia que ele não havia previsto.

- Acho que entendo o porquê do Draco falar tanto de você. – e sorriu misterioso, enquanto se deliciava com a expressão de curiosidade que irradiava do rosto da morena.

- Por quê? – ela não se conteve e perguntou.

- É interessante que uma bruxa tenha o nome de uma Deusa e que a Deusa do Amor dê o nome a uma assassina. Você o impressionou quando atingiu aqueles guardas, e o encantou mais ainda quando começou a ensinar lutas pra ele. E agora vejo que você é mesmo fascinante até quando está parada, perfurando o ar com esses olhos.

- Correção: Ísis é a Deusa da Magia também, a deusa do amor E da magia. A Deusa-mãe do Egito Antigo. – disse didaticamente fingindo ignorar o elogio sutil que recebera e perguntou desconfiada - Onde quer chegar com isso?

- Só estou dizendo que você tem exatamente o perfil que Draco pediu. Pra falar a verdade, parece até que ele elaborou esse perfil baseado em você, Ísis.

- Será que dá para você me falar toda a história de uma vez? Que perfil? O que ele está aprontando? Sei que essa transferência não foi por acaso. O que está acontecendo aqui? Ahhhh... por Rá, criatura, ou Merlin, não importa, pára de fazer essa cara de satisfação ao me ver perdida e diz logo.

- Tudo bem, relaxa. Você está certa, essa transferência dele é totalmente proposital e previamente calculada. Te explico mais depois. Por hora, deve apenas saber que Draco te convida a participar de uma de suas Organizações. Ele precisa de mulheres altamente qualificadas e experientes para cumprir algumas tarefas fora do nosso alcance, com alto poder persuasivo, que não possuam nenhum tipo de impedimento moral ou propensão ao arrependimento e que não deixe rastros ou vestígios de sua existência, ou seja, assassinas, lindas, brutais e eficientes, como você. Aceita ser uma Black Angel?

- Uau... – surpresa pela descrição, ela realmente não sabia o que falar. Limitou-se a permanecer de boca aberta como se avaliasse a proposta.

- E então? – impaciente, ele buscava uma resposta e não uma exclamação.

- Black o quê, Dann’el? Black Angel? Você só pode estar brincando... Anjo Negro, meu caro? Estou mais pra Demônio Colorido se assim o desejar, mas anjo? Olha bem pra minha cara! Anjo não combina comigo.

- É o nome que o Draco escolheu, eu só estou fazendo o que ele pediu. Pára de ser implicante. E ele foi bem específico quando disse que queria você na Organização.

- Disse mesmo? – sua voz adotou um tom interrogativo, esperançoso e sonhador ao mesmo tempo, o que não passou despercebido por Dann’el.

- Não viaja, Ísis. Você é a melhor assassina que eu já ouvi falar, talentosa, perigosa e eficiente, portanto, uma aquisição imprescindível na Organização que Draco está montando.

- Obrigada Dann’el. – respondeu seca e sem expressão no rosto. – Obrigada por me colocar no meu “lugar”.

- Você sabe o que eu quis dizer, não sabe? Não me entenda mal, por favor... Eu não seria louco o suficiente pra te magoar Ísis, nem quero... de verdade. Não posso dar maiores informações agora. E então, você aceita ou não?

- Claro que sim, Dann’el. Nem precisava perguntar... – soltou um suspiro cansado e triste. Olhava para suas mãos de dedos longos e finos, que apesar de sujas no momento apresentavam um desenho delicado. – Essas mãos estão precisando mesmo de um pouco de ação. E eu faria muita coisa pelo Draco, Dann’el, pode ter certeza disso. Mas então, como farei o que quer que seja aqui? O que foi previamente calculado? Pode me falar... – esperou alguma reação do homem à sua frente e vendo que ele demorava a se decidir por onde começar, completou – Dann’el, só pra constar: eu “aceitei” antes mesmo de você começar a falar. Estou doida para ter um pouco de ação e logo vi que sua proposta me proporcionaria exatamente o que eu preciso. Agora me diga logo o que devo fazer, como vou pôr em prática o que quer que seja e quando começo?

- Sairemos daqui em breve... Draco providenciou a mudança de ala dele pra não causar nenhuma suspeita, já que temos sido vistos com ele o tempo todo ultimamente. Com a influência dele, sairemos daqui com a ficha limpa. Não poderemos ser vistos juntos logo que sairmos daqui. Procure o escritório da família Malfoy em Londres uma semana depois que sair daqui e eu te encontro depois disso.

- Espere, só uma pergunta. – não contendo sua excitação e surpresa apressou-se em perguntar - Minha libertação já foi “negociada”? Como? Você só veio me falar isso agora e Draco nunca tocou nesse assunto comigo, nunca, nem sequer uma insinuação. Como sabiam que seria possível eu sair daqui?

- Draco Malfoy geralmente sabe quem é fiel a ele, ele sabe em quem confiar. E ele sabia que você seria iria topar. Não tente falar com ele esses dias. Eu serei o intermediário direto... e único.

- Ahhh... outra pergunta: será possível eu ter minha varinha de volta? Tenho saudades da minha espada... – ela falou com ar quase sonhador.

- Hã? Varinha ou espada? – perguntou confuso.

- Não posso dar maiores informações agora. – um sorriso no canto dos lábios brincava travesso enquanto ela se deliciava com a expressão de puro descontentamento que surgia no rosto de Dann’el ao ouvir suas próprias palavras na boca da morena. - E então, vou tê-la de volta ou não?

- Terá.

- Intacta?

- Intacta.

- Ótimo!

- Espada?

- Sou uma assassina com nome de Deusa do Amor, como você mesmo disse. Não esperava que eu fosse comum, esperava?

- Não pode me esconder muita coisa, Ísis, preciso saber de todas suas particularidades para que possamos trabalhar juntos.

- Relaxa, Dan. Não estou escondendo nada, só estou curtindo com a sua cara um pouco. Uma pequena vingança por ter me deixado curiosa e perdida no assunto. – fez uma pausa apenas para curtir um pouco o momento. - Minha varinha é diferente da sua... Isso é meio óbvio, visto que todos os meus costumes também são diferentes. Sob um feitiço específico transformo minha varinha em espada, minha fiel companheira de batalhas, minha melhor amiga. Minha única amiga... Além de todas as propriedades cortantes e devastadoras de uma cimitarra comum ela também possui todas as propriedades mágicas de uma varinha. Coisas de família. Apenas o Draco sabe, por enquanto, e creio que ninguém mais precisa saber dessa minha ‘vantagem’.

- Excelente vantagem, por sinal. Perfeito.

Sem ter resposta para o “perfeito” a egípcia limitou-se a mexer no tabuleiro para iniciar uma partida, sendo imediatamente aceita pelo novo “chefe”. Conversaram muito pouco durante a partida e ficou subentendido que tornariam a se falar quando o momento certo chegasse.

Depois de seis dias Dann’el foi libertado. Ísis ficou confusa no início, sem saber como seria dali pra frente, mas menos de duas semanas depois se tranqüilizou quando um guarda a chamou para informar que sua pena estava sendo revista e que ela em breve, talvez fosse libertada. O que não durou nem três meses. Três meses de puro tédio e monotonia. Três meses sem sequer ver de longe as Pérolas Cinzentas de seu querido amigo. Treinava sozinha, estudava sozinha, praticava sozinha, mas sabia que seria bem recompensada quando as missões começassem.


* * *

Ísis já estava livre de Azkaban havia duas semanas. Encontrou o escritório Malfoy, falou com Dann’el, providenciou alguns itens básicos para o dia-a-dia, fez um treinamento intensivo de uso de armas trouxas entre outras coisas, já fez inúmeros contatos, entre aliados e inimigos. Estava ansiosa para a primeira missão, partiria para Holanda no dia seguinte.

Não falou mais com Draco diretamente. Essa era a única coisa ruim que via em sua vida no momento, pois ela realmente sentia falta do amigo. Sentia falta da companhia agradável, do humor cínico, dos treinos exaustivos, das conversas em francês ou latim, da ironia afiada, dos olhares e sorrisos indiretos. “Ahhh... os olhares...”, ela suspirava antes de dormir.


* * *


Photobucket


A sala que via diante de seus olhos era enorme e a decoração no estilo egípcio estava impecável, fazendo-a se sentir em casa. Sentiu uma mão carinhosa tocar sua cintura convidando-a a seguir adiante. Os tapetes ricamente trabalhados, as almofadas coloridas, as luzes amareladas nos cantos do ambiente, o delicioso aroma de incenso, um arguile sobre uma mesinha de centro, uma linda mandala na parede, a mesa coberta com deliciosos doces de gergelim com nozes e mel.

Tudo perfeito!


Música: Raks el Malek (dance for the king) – George Abdo




Até as cimitarras decorativas penduradas na parede eram encantadoramente belas.

As velas espalhadas pelo ambiente, nas mesas, no chão, nos castiçais que flutuavam.

As mesmas mãos que a conduziram ao centro do cômodo agora tampavam seus olhos levemente. Um corpo másculo tão próximo ao seu... A boca macia e de hálito quente selava seus lábios de forma sedutora.

- Não pense. Não fale... – a voz rouca sussurrava em seus ouvidos. – Apenas sinta! – as mãos desciam devagar pelo seu corpo, passando pelos ombros, costas, cintura, ventre, quadril. O corpo diante de si se movia de modo sensual, instigando seus instintos, fazendo com que seu corpo se movesse no ritmo da música.

A música era envolvente. Era uma melodia suave e cadenciada, onde o som do alaúde a hipnotizava, e o ritmo tomava conta do seu corpo, transportando-a para um outro mundo.

Tomada pelo instinto e sensualidade do ambiente e das mãos que a acariciavam, ela começou a dançar. Os movimentos não lhe eram estranhos, já que convivia com eles desde a infância. Com a mão no peito do homem que lhe abraçava ela o afastou delicadamente, deixando-o ainda mais hipnotizado conforme ela explorava os movimentos sinuosos da dança, seus braços, mãos, ventre, tudo se movia conforme seus desejos.

Desejos...

Ele se deitou nas almofadas e ficou apenas observando a egípcia que dançava como uma deusa... uma deusa antiga, a Deusa do Amor e da Magia.

Ela dançava para celebrar a vida, para celebrar o momento.

Os shimmies, os tremidos de quadril tão característicos da dança do ventre, o cambré lateral executado com perfeição e o movimento serpentuoso dos braços delicados e suaves deixaram o loiro respirando com dificuldade.

Sua entrega à música era única! O único momento em que realmente ficava vulnerável, entregue às emoções das notas e peculiaridades do ritmo. Seus olhos cor de mel, fixos nos cinza que a encaravam, transmitiam a força da guerreira egípcia, e ao mesmo tempo, a graciosidade de uma bailarina.

Ao findar a música ela o encarou novamente e viu, com prazer, o homem boquiaberto que a admirava. O homem que a encantava. Antes que a outra música começasse, ela se aproximou e esperou que ele se levantasse. Mas ele não levantou.

Beijos rápidos e leves foram salpicados em sua pele morena, começando pelos pés descalços, subindo pelas pernas antes cobertas por uma longa saia marrom com detalhes em dourado, demoraram-se no ventre desnudo, percorreram a cintura fina e pularam para os braços, deslizando até os ombros e descendo ao colo, tocando levemente a blusa curta bordada com pedras cintilantes.

Agora envolvidos nessa dança de beijos e carícias nem perceberam que outras músicas já começaram e terminaram e que nem estavam mais em pé sobre o tapete persa, mas sim deitados sobre as enormes e confortáveis almofadas, derretendo-se de prazer nos braços do outro.

Os carinhos e desejos se intensificavam conforme o ar se tornava mais escasso, dando espaço apenas para os suspiros e gemidos. As mãos do loiro passeavam pelo corpo da egípcia sem pudor, sem receios. Explorava a pele quente do ventre, os músculos firmes da coxa, a maciez da cintura fina. A língua, faminta e insaciável, saboreava ora os lábios da mulher que lhe beijava a boca ora o pescoço, os ombros, nuca, seios, quadril.

A boca beijava o colo. A roupa desaparecia. Os dentes mordiam a orelha. A pele da nuca arrepiava-se. Os movimentos ritmados se iniciaram. A pele transpirava. Dois corpos em um. A união parecia mágica. Única. Plena.

As roupas espalhadas no chão e a pele umedecida pelo suor eram as únicas provas de que precisavam apenas um do outro por essa noite. Que precisavam apenas um do outro! O sorriso satisfeito nos lábios avermelhados e a pele latejando de prazer eram as únicas testemunhas de uma noite que estava apenas começando. Os espasmos agora fracos da intensa explosão de prazer ainda pulsavam em seus corpos e fazia o casal ficar sonolento, ainda que estivessem em êxtase. E ambos sabiam que aquele era só o começo...

Como se estivessem conectados, as mãos e suspiros recomeçaram ao mesmo tempo, provocando ainda mais o desejo dos dois corpos nus e brilhantes de suor e paixão.

Uma longa e deliciosa noite, onde nada mais existia. Apenas o desejo.

Depois de terem se lançado ao abismo do prazer por tantas vezes, finalmente relaxaram para adormecerem em contato com a pele quente e tremulante e os suspiros fracos pela energia intensamente gasta. A morena tentava dormir embalada com o carinho em seus cabelos e os beijos e mordidas suaves em seu ombro, mas a mão que lhe acariciava a parte interna da coxa lhe impossibilitava qualquer outro pensamento longe da pele, do perfume, do movimento espontâneo de seus quadris, do gemido rouco que escapava de sua garganta. Porém, as energias tão deliciosamente gastas, foram suficientes apenas para entrelaçar sua mão na dele e aconchegar-se ao corpo atrás de si antes de sorrir satisfeita, fechar os olhos e adormecer sob a respiração compassada em sua nuca e o abraço caloroso que lhe envolvia.

Ao acordar, Ísis sorriu suavemente, deliciando-se mais uma vez com o perfume que tinha em mente, mas ainda de olhos fechados percebeu onde estava e seu sorriso evaporou-se no ar triste de sua realidade.


- Maldição!!! – ela sussurrou triste. - Eu ainda quero provar esse desejo, Draco, ainda quero ser o seu desejo. – murmurou ela contra o travesseiro. Mesmo sonolenta ainda sentia as reações de seu corpo às turbulências de um sonho bom. Um sonho sensual e marcante. Era capaz de sentir na pele o calor dos lábios de Draco, marcas de mordidas de prazer e beijos vorazes, as mãos ávidas por mais uma noite de luxúria. Nunca tivera um sonho tão intenso, tão deliciosamente real. – MALDIÇÃO!!! Não seja idiota! O coração dele já foi conquistado! Ahhh.... – amaldiçoava internamente a desconhecida mulher que morava no coração aparentemente frio de Draco, pois tinha certeza de que havia alguém por trás das melhores lembranças de seu amigo. Mas ainda assim permitiu-se lembrar do melhor sonho que tivera em toda sua vida. Poderia descrever detalhadamente cada momento, cada objeto que estava naquele quarto luxuoso, a música, os movimentos regidos pelo derbake e pelos snujs que seu corpo há tanto tempo não executavam, o sabor... sensual... o toque suave... ardente... Havia sido tão real, tão insuportavelmente real.


* * *


Todas as noites ela lembrava com tristeza que sua tribo fora totalmente exterminada. Não tinha mais ninguém. Só lhe restara, como dissera a Draco uma vez, o desejo de vingança. Nada mais importa agora, além de suas missões pela Organização de Draco, onde trabalhava como uma das Gerentes de Risco.




Ísis Najla Nureen (desenho por Jacq Nascimento)
Ísis Nureen



Juntamente com outras duas Agentes, que tinham tanto carinho por Draco como raiva do Potter na mesma intensidade que ela, a egípcia partia agora para a missão de número 189, a caminho da Austrália, para onde dois dos administradores de uma das empresas do Draco fugiram com uma lista de contatos influentes, e essa lista não poderia vazar de jeito nenhum.

Com tanta ação e ‘diversão’ e apesar de algumas proibições da parte de seu “chefe”, Ísis ainda pensava nos juramentos que fez antes de sair da prisão: vingar seu irmão e sua família e eliminar a maldita Dama de Ferro que a colocou lá dentro de Azkaban (infelizmente, matá-la é uma das proibições do chefe, mas não diz nada sobre torturar ou fazer sofrer). Também tinha jurado a si mesma ajudar quem mais a ajudou, seu amigo e protetor Draco, no que fosse possível na captura e destruição desse maldito Potter, que tanto mal causou, e por fim (começo ou meio, não importa) receber muito mais que um olhar de Draco (mesmo que fosse apenas no próximo sonho). “Eu ainda quero provar esse desejo, Draco, ainda quero ser o seu desejo”.



N/A:
E aí, o que acharam? Esse é o fim!
Comentem, por favor. Os comentários dos leitores aquecem a alma do autor... E está tão frio aqui ultimamente...



OBS: para quem não conhece essas palavrinhas: Alaúde, derbake e snujs são instrumentos musicais utilizados na dança do ventre. E shimmies e cambré são movimentos da dança.
* Alaúde é um instrumento de cordas e produz um som agudo e rápido.
* O derbake é a “alma” da música, é um instrumento de percussão e um dos principais instrumentos da música oriental árabe.
* Os Snujs são címbalos de metal utilizados também pela bailarina enquanto dança. Diz-se que as sacerdotisas os usavam nos templos para limpeza e purificação do lugar sagrado e das pessoas que o visitavam. Possui um som também bastante agudo e é importantíssimo para marcação de tempo da música e determinação de altos e baixos na leitura musical.
* Shimmie, ou shimmy, é um movimento básico da dança do ventre, também conhecido como “tremido”, podendo ser tremido de quadril, de seios e de ombros.
* O Cambré é a dobra do corpo, da cintura para cima, em qualquer direção, sendo que na dança do ventre ele é executado de forma lenta e delicada, explorando movimentos sinuosos dos braços e das mãos, concentrando muita força no abdômen para segurar todo o corpo.



Ainda quero saber o que acharam do final hein!!!

COMENTEEEEEEM!!!!!!



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-------------o-o--- Fic CONCLUÍDA também merece COMENTÁRIOS!!! ---o-o-------------
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