.: Capítulo 10 :.



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Descobertas
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O dia mal começara, e Hermione já se sentia exausta. Havia algumas semanas que não apreciava uma manhã tranquila. Normal, para seus padrões. Contudo, não acordara bem disposta e seus temores apenas aumentavam com o passar dos dias. Tanto que isto se refletia em seu exterior, tinha olheiras, sua aparência era cansada e sua palidez era excessiva.

Não somente seu corpo mostrava-se diferente, como também seu humor havia mudado drasticamente. A maior parte do tempo permanecia quieta, calada... Distante. Nada lembrava aquela moça de semanas antes. Tão vivaz e sorridente.

Harry, como bom observador, notara tais mudanças, ousara até mesmo em querer saber os motivos, mas não obtivera as respostas que esperava. De certo modo, o relacionamento deles estava “esfriando”.

Naquela manhã em especial, só tinha vontade de ficar na cama, desfrutando da solidão que aprendera a gostar. E somente por pensar no que causava aquele “cheiro” que emanava da cozinha, seu estômago se revirava furiosamente. Fechou os olhos e suspirou, tentando controlar o enjôo forte, que fazia sua cabeça girar.

Mas não conseguira...

Saltou rapidamente da cama e correu até o banheiro. Minutos depois, saíra um tanto mais aliviada. Entretanto sua cabeça ainda doía. Olhou-se no espelho, seu estado era deplorável. Também não podia culpar-se por sua vaidade se extinguir a cada dia, ou melhor dizendo, a cada manhã.

Suspirou longamente, sentindo-se mal outra vez. Suspeitava a origem de todo aquele mal estar, mas em seu íntimo desejava estar totalmente errada.

Como se ainda não bastasse todos os seus problemas: a perda de seu emprego, cujo não conseguira recuperar-se ainda; a desconfiança maior de Tiago, e este último problema, o que era uma dúvida ainda, caía-lhe como uma bomba. E além de tudo não envolvia somente a ela. Não queria nem pensar nas conseqüências disto, mas, na verdade, era nesse assunto que tinha que pensar. Apesar disso, tinha medo. Muito medo.

Encontrava-se numa situação “delicada”, literalmente.

Sentou-se na cama, e fitou suas mãos trêmulas. “O que faria? Como contaria aquela notícia, se suas suspeitas tivessem fundamento?”

Estava apavorada!

Harry entrara no quarto sem bater, minutos depois de suas lamúrias. Em seus lábios o sorriso alargou-se ao revê-la. Ela tentou sorrir, quando o fitara, mas seu gesto fora falho. Parecia estar diante de alguma assombração.

- Porque não desceu pra tomar café da manhã? Mamãe fez omelete com queijo, estava uma delícia! – disse ele.
- Oh, Harry! Pare de dizer isso... – ralhou, sentindo a náusea voltar com intensidade.
- Você gosta de omelete, qual o problema? – quis saber, e ela enrugou o nariz, fizera uma careta, respondendo-o dessa maneira gestual.

Queria recompor-se daquela súbita ânsia, então, Hermione levantou-se e deu-lhe as costas. O moreno sorrira, e aproximara-se dela, a abraçando com ternura. A moça fechou os olhos fortemente, estava tonta. E Harry começara a beijar-lhe o pescoço, após afastar os seus cabelos soltos. Em outra ocasião apreciaria o carinho, mas agora se sentia tão mal que pensou que poderia desmaiar com facilidade.

Ele mordiscou-lhe a pele, e sentia seu gosto doce. As pernas de Hermione fraquejaram, e ela não soubera ser qual a razão. Seria a paixão com que o auror a acariciava, ou seria a fraqueza de seu corpo fragilizado?

Harry baixou cuidadoso uma das alças finas da camisola da bruxa, e sorrira quando esta suspirou longamente. No entanto, se surpreendera devido à reação seguinte: ao invés de recebê-lo com ardor, Hermione, se esquivara friamente.

O moreno bufou irritado e a fitou, e ela envergonhada, desviou os olhos. Não era a primeira vez naqueles dias, que era rejeitado, mas imaginava que agora seria diferente. Que ela fosse sentir saudades dele, de seus beijos, do seu toque...

- O que há de errado com você?! – questionou, encarando-a, nervoso. – Porque está fria e distante...? Há dias que anda me ignorando! Já se cansou de mim?
- Não há nada de errado, só porque eu não quis beijá-lo, não significa que eu me “cansei” de você! Eu tenho direito de negar-lhe certas coisas.
- Ah, claro... Como teve o direito de me deixar muito, mas muito chateado, ontem à noite!
- Achei que nosso namoro fosse mais que apenas sexo! – resmungou irritada.
- Então me diga o que está acontecendo, assim eu fico menos frustrado. – comentou irônico.
- Quer mesmo saber?
- Por favor, faça a gentileza de me dizer...

A morena o encarou, e soltou o ar preso nos pulmões.
“Penso que estou grávida” era uma frase tão simples, mas proferi-la seria outra história. Uma cheia de complicações.
Agora mais do que nunca, estava amedrontada.

Enquanto ela arranjava um modo rápido e certeiro para acabar com sua aflição, Harry cogitava o pior. Sua impaciência era muito clara em sua expressão. Talvez Hermione, estivesse tentando terminar o namoro, visto que possivelmente enxergara a loucura que cometiam. Sabia muito bem como era difícil, pois tivera que enfrentar o mesmo com Gina.

- Olha Mione, se você quer...
- Acho que estou grávida! – dissera rápida, cortando, e silenciando-o bruscamente. – Foi por isso que me mantive afastada de você, queria pensar sozinha. Por isso o “rejeitava”. Porque quando me beija, eu fico enjoada com seu perfume. Não tem nada a ver com o que esteve pensando. Eu te amo, Harry... Só estou confusa.

As palavras dela, velozmente ecoaram na mente de Harry. Em todas as razões para o comportamento estranho de Hermione, nunca pudera pensar que fosse isso. Que ela pudesse estar esperando um bebê. Certamente estaria mais pálido que ela, naquele momento. Suas mãos começaram a suar, e ele respirou fundo.

Ainda fazia uma força sobre humana para aceitar tudo sem magoá-la. Afinal, quem gostaria de ser pego de surpresa?

- Por Merlin! – o auror exclamou, passando as mãos nos cabelos. - Porque não me contou antes?! – indagou, nervoso.
- Tive medo, queria ter mais certeza, não tinha que fazer um alarde à toa.
- Então você tem certeza? Está mesmo grávida?
- Não tive coragem de fazer um exame... Pensei em comprar aqueles testes trouxas, mas também não pude... Por receio.
- Pode ser só um alarme falso, isso pode acontecer! – disse, pensando na hipótese que mais o deixava confortável.
- Estou diferente, meu corpo está... Eu não falaria algo sério desse modo, se não estivesse de fato acontecendo. Como explica meus enjôos, e a minha menstruação atrasada?!

Harry deixou-se sentar na cama e a morena permanecera de pé, fitando-o. Se repreendia por ter sido tão descuidada, a ponto de engravidar. Não desejara isso para sua vida, não agora. E, contudo, não queria amarrar o namorado dessa maneira a si. No entanto, enfrentaria essa adversidade com sabedoria, só esperava que fosse em companhia do moreno. Não conseguiria sozinha, tinha medo de fracassar. Embora, muito duvidasse que ele fugisse desse encargo.

O silêncio os perturbava, mas nenhum deles conseguira quebra-lo. Cada um pensando em solidão. Ele imaginava o quão difícil iria ser. A responsabilidade imensa que teria que arcar, o assustava. Hermione, suspirou, deixando escapar algumas lágrimas, estava também atordoada.

- Certo, precisamos ter certeza, para tomarmos uma decisão. – manifestou-se Harry, enfim. – Eu vou comprar um teste de gravidez... – novamente um silêncio. – Hermione? – ela o encarou, seus olhos estavam molhados. – Se o resultado der positivo, não vou deixar você sozinha, sabe disso, não é?
- Não vai? – sussurrou, com a voz embargada.
- Mas é claro que não, eu te amo.

Ela sorriu fino, e abraçaram-se; um peso enorme fora retirado da consciência de Hermione. Agora tinha mais forças para enfrentar este obstáculo.

Calado, Harry saíra do quarto.

A tensão pairava no ar, sufocando Hermione. Sozinha, tomava noção do quanto estava encrencada. Não era uma brincadeira, nem um sonho, seu letargo estava quase se tornando real. Precisava, porém, de uma confirmação precisa, por mais que soubesse qual seria o resultado.

“Uma mulher sabe quando está grávida”, ouvira isso muitas vezes. E era a mais pura verdade. Não somente os sintomas desagradáveis faziam jus a seu estado, seus quadris aumentaram, os seus seios também. Se não fosse a constante sensação de cansaço, se sentiria até bonita.

Logo, Harry voltara. Estava abatido. Entregou a ela o teste dentro de uma pequena sacola, a qual havia escondido dentro do casaco para que Lílian não lhe fizesse perguntas. E sem dizer nada, Hermione entrara no banheiro.

O rapaz respirou fundo. Em minutos, saberia a que rumo sua vida tomaria. Um fato importante seria constatado dentro de pouco tempo. Seu coração se agitava. No fundo, torcia para que desse negativo, para que não tivesse que arcar com a tal grande responsabilidade tão cedo. Queria muito ter filhos com Hermione, mas isso seria depois de se ver estabilizado no trabalho e após um pedido formal de casamento. Não queria nada as pressas, mas a vida o contrariava, antecipando o processo.

Olhou no relógio, e os minutos se prolongavam, para deixá-lo mais angustiado. Não escutava nenhum barulho de Hermione dentro do banheiro, e ficou preocupado.

- Mione, está tudo bem aí?
- Não consigo fazer xixi, será que dava pra não me atrapalhar?! – ela berrou lá dentro.

Ele não conseguira reprimir o sorriso, e quase sugerira ligar a torneira. Mas aquele momento de descontração, não durara muito. Novamente, levantou-se e se pos a andar pelo quarto. Estava tão nervoso, como nunca. Um filho seria uma mudança radical em sua vida. Muito mais na de Hermione. Mas reavendo todos os contras, poderia pensar nos pontos de caráter prático.

Iria então, começar a enumerar todos os tópicos desfavoráveis, quando a moça saíra do banheiro. Ela abrira a porta e ficou parada, branca como cera, o encarou. Harry sentiu um frio na barriga, e um nó se formava em seu estômago.

Era chegado o grande momento.

- Qual foi o resultado? – perguntou sem mais delongas. – Hermione?
- Positivo... Positivo! – respondeu ofegante.
- Os dois que comprei? – indagou atônito, e ela assentiu. Em seguida, Hermione o olhou feio quando ele soltara um praguejo irritado. - Me dá um tempo, ta legal...
- Todo o tempo que quiser. – murmurou num sopro. – Sou eu que carrego uma criança no ventre!
- Me desculpe, Mione... Eu não queria falar desse jeito. – retratou-se, envergonhado por sua atitude. - O que vamos fazer?
- Eu não sei, Harry... Não foi de propósito, quero que saiba disso...
- Eu sei, meu amor. – afagou os cabelos dela, quando se aproximara da moça, para apóiá-la. - Não planejaria algo assim, sei que já imaginou ter filhos comigo, mas não agora, correto? – ela assentiu breve. - Mas não podemos fazer mais nada. Não brinquei quando disse que não a abandonaria. Assumirei minha responsabilidade.
- Somos tão jovens, não estou preparada para ser mãe! E como contaremos para o papai? Ele nem sabe sobre nós!
- Teremos tempo para pensar em uma solução. Vai dar tudo certo, por mais que seja assustador, estaremos juntos.

Era nisso que ela se apegava...




Não dispunha de uma tarde agradável como aquela há semanas. Draco sempre estava ocupado com qualquer coisa do ministério, e se não era trabalho, era o bendito quadribol.

“Concluindo, pouco tempo sobrava para mim, a pobre namorada”, pensou Elle, enquanto caminhava ao lado do loiro.

Havia poucas pessoas no beco diagonal naquela tarde. E a moça apreciava este pormenor. Odiava o tumulto de pessoas em épocas de pique, como o natal e o inicio das aulas em Hogwarts. Gostava mesmo era de tranquilidade, de espaço para que pudesse caminhar sem ser pisoteada, ou jogada de um lado para o outro.

Não havia nada em especial que buscassem por ali, apenas queriam ter um momento a dois. Embora Elle, julgasse não ser assim por muito tempo. Certamente, teria de dividir Draco com a loja de artigos de qualidade para quadribol.

- Estou tão feliz que tenha finalmente arranjado um tempinho para mim... – disse ela, abraçando-o, pela cintura.
- Carência, Srta. Collins? – indagou maroto, parando e estreitando-a em seus braços.
- Sim, pois parece que sempre vou ser deixada de lado pelas suas missões, ou por sua vassoura!
- Não diga isso, a vassoura é muito magricela, e você é...
- Draco! – censurou-o, e rira. – Você anda muito engraçadinho.
- Mereço um castigo?
- Vou pensar em algo, eu prometo. – disse e o namorado a olhou, sorrindo malicioso. Mas ficara sério de repente. Parecia querer lhe pedir algo. – O que foi Draco?
- Sabe, meu bem... – coçou a nuca. – É que eu precisava dar uma passadinha na loja...
- Argh! – cortou-o. – Vai logo, antes que o estupore!

Sorrindo, Draco a beijara, e saíra ligeiro. Elle sorriu também, e suspirou. Certas coisas nunca mudariam, mas até que o pedido do loiro fora providencial. Precisava de privacidade para ir até Madame Malkin. Estava devendo um presentinho a Hermione, e não vira hora melhor para comprá-lo e saudar sua dívida.

Caminhou até lá, e entrou na loja que estava um tanto cheia. Cheia de bruxas consumistas de todas as idades.

Ligeiramente correra os olhos pelas araras cheias de roupas e acessórios. Achou no meio de tantas cores, um cachecol que fazia par com umas luvas, que eram do estilo da morena.

Quando chegou mais perto, ouvira a voz cínica de Gina Weasley e de sua inseparável e mesquinha amiga, Lilá Brown. Que ironia do destino, a pessoa que menos queria ouvir no mundo, não parava de tagarelar...

E tagarelava sobre...
Sobre Draco!

Apertou o cachecol entre os dedos sentindo a raiva a invadi-la, enquanto escutava a ruiva a enumerar as qualidades de seu namorado. Qualidades as quais, ela sabia existirem. Respirava pesadamente, e por pouco não fizera um escândalo, quando as ouvira melhor.

- Draco Malfoy será meu próximo alvo. Pode apostar Lilá, eu ainda fisgo aquele bonitão.
- Mas e o Harry? Achei que gostasse dele.
- Harry? – ela rira. – Passado, agora o que me interessa são os olhos azuis de Draco Malfoy...


“Ah, sua vigarista, não vai conseguir nada!”, - pensou estreitando os olhos. “Eu não sou tão boazinha quanto pensa, e cometeu um grave erro, o de não parar de gabar e fechar a boca quando teve chance...”

Pegou o cachecol e as luvas, e saindo ainda escutara as duas a fofocar e rir. Estaria preparada para esse confronto, não que pudesse de fato lhe causar algum problema o interesse da outra, sabia que Draco a amava, mas ele era homem. E os homens nunca resistem a uma mulherzinha do tipo de Gina.




Há quase um mês preso em uma cela totalmente branca e invariável, Keegan praticamente já se entregava a eminente insanidade.

Quando encarcerado na prisão comum, imaginou que não suportaria tal situação por muito tempo, mas aquela cela em que estava agora era bem pior. Não havia nada para se deter ali, a não ser em seus pensamentos, os quais a cada dia se tornavam mais e mais obscuros.

Tudo que queria era ser livre novamente, e clamar por sua vingança. Sua tão doce desforra. Almejava sair dali, para acabar com todos os que se interpuseram em seu caminho, e diretamente ou não, o colocaram naquele lugar, e principalmente queria encontrar o livro de Logan. Sobraria até um resquício de sua crueldade para seu “querido” irmão, cujo, se esquecera de sua promessa.

Desde que fora transferido, não recebera mais visitas. Apenas os bruxos encarregados visitavam-no. Uma assistente gorda e um curandeiro idoso. Eram apenas com estas pessoas que tinha certa convivência.

Ouvira alguns burburinhos sobre pessoas importantes no Ministério da Magia estarem visitando o local, sempre quando tinha a oportunidade de tomar sol, numa ala especial. Mas não podia se ater muito aos boatos. Não tinha real certeza de que eram verdadeiros.

Todos os “detentos” eram tratados como pacientes. Alguns se deviam mesmo este tipo de tratamento, mas ele não. Era o mais lúcido de todos. Tanto, que já formulava um modo de escapar dali. As atenções, porém, se redobraram a ele logo após as tais visitas. E isso o deixava extremamente irritado, transbordante de ira.

No mais, tudo que fazia em prol de seu plano de fuga, eram alguns rascunhos. Indecifráveis. “Esboços de um louco”.

Era esperto demais para ficar trancafiado num local como aquele. E não via a hora de escapar.

Seus pensamentos foram interrompidos pela porta que se abrira, revelando a luminosidade do exterior da cela. Keegan protegera os olhos negros, e estreitara-os para a figura da assistente. Ao seu lado, havia dois homens que sempre garantiam a sua segurança.

O que ele poderia fazer sem uma varinha, e ainda de mãos atadas?
Sorriu sardonicamente, muito em breve descobririam...

A mulher, de faces comuns e desarmônicas, o encarara friamente. Retirou de seu uniforme claro, um envelope. Aproximou-se de Keegan, e estendera o papel a ele. Com as mãos atadas o preso, o pegou. E sem mais uma palavra ela saíra, levando consigo seus guarda-costas.

Bufou, e com certa dificuldade, abrira o envelope. Era uma carta de seu irmão. A caligrafia tão formal, quanto ele, preenchia todo o papel. Esperava ser boas novas para sua soltura, senão, teria que continuar com seu plano.

Uma lida rápida na carta fora suficiente para acabar com suas expectativas. Gritou, expelindo toda a sua cólera. Tremia intensamente, sentindo a animosidade invadir-lhe. Sentia tanta raiva que pensou que fosse explodir todo o local ao seu redor. Seus olhos muitas vezes inexpressivos mostravam-se amargos. Chamejantes de ódio.

- Maldito seja você, meu irmão, ainda vai me pagar. Não vou aceitar que me sujeite a isso... Vai se arrepender Garth Collins, ah se vai! Vou ser mais paciente do que imagina...




Durante toda à tarde, Rony ficara preso em suas abstrações. Acabava então de pensar em Hermione, e outra figura rapidamente habitava seus pensamentos. Eram constantes suas visitas em sua mente. E por mais que tentasse não conseguia tirar Luna de sua cabeça, sentia-se tão culpado por tê-la tratado mal, por ter dito grosseiramente que ela não lhe interessava.

Uma garota tão meiga, e ele a magoara com seu jeito rude.

A culpa não o deixava em paz, um só minuto, tornando-o excessivamente ausente. Se pudesse haver uma forma de transferir seus sentimentos de amor à outra pessoa, certamente seria a loira, mas não o podia, era apenas uma fantasia sua. Continuaria amando Hermione, e embora soubesse que apenas sofreria, não podia desfazer-se de tal sentimento. Como também não tinha o direito de entristecer Luna.

Às vezes se amaldiçoava por em certos momentos deixar-se levar por seu humor, e por suas emoções. Aos poucos se afastava dos amigos, de Harry e Hermione, especificamente. Era muito difícil vê-los juntos, ainda mais notando algo diferente neles e em seus gestos. Sorrisos. Olhares. Provavelmente era o mesmo que sentia Luna, em relação a ele próprio.

“Por Merlin! Tenho que parar de pensar nessas bobagens!”, repreendeu-se.

Não havia nada de diferente nos dois morenos, eram somente coisas de sua imaginação, coisas que seu coração esnobado o fazia enxergar. Novamente, focou seus devaneios em Luna. Realmente não daria para continuar sentindo aquele sentimento de culpa, de remorso. Era penoso demais.

Tinha que encontrar uma maneira de remediar aquela situação, mas claro, explicitando que nada passaria de uma bonita amizade.

Mordeu ao lábio, pensativo. Tentava puxar na memória algumas das coisas que Luna supostamente gostava de apreciar. Excluiu as atividades que julgou serem estranhas, e buscava por coisas mais normais que pescar dilátex de água doce, em um dia de chuva.

Sorrira, saltando da cama e indo atrás de um pergaminho. Ela não teria como recusar seu convite.




Estava exausta quando chegara em casa, desde que seu pai havia viajado e se ausentado do país, ela estava no comando d’O Pasquim. A revista estava passando por alguns problemas financeiros visto a baixa vendagem nos últimos meses.

A concorrência com o Profeta Diário, estava acabando com seus “negócios”. Logicamente boa parte dessa crise, devia-se ao pai não visar os lucros que alcançariam se adotassem quase o mesmo sistema do outro jornal. Seria certamente a salvação da revista.

Tentaria convencê-lo de uma inovação. Novos ares naquele lugar iriam levantar os antigos ideais, mas sempre acompanhando as mudanças nos tempos.

Sorriu, já pensando nos argumentos que usaria, tinha toda a certeza de que traria bons frutos de suas ideias.

Andou pela sala, exótica, e sentou-se no sofá roxo de veludo, desfazendo as tranças de seus cabelos loiros. Seus pés estavam doídos, por conta dos sapatos apertados, e ela deitou-se os pondo para cima.

Uma vantagem de ter a casa só para si, é que não precisava se preocupar com suas ações. O que trazia a sua cabeça, a possibilidade de ir morar sozinha, não obstante teria que consultar o pai. Ele não iria ficar satisfeito com mais esta sua idéia, mas como a outra, trataria de impor-se.

Fechou os olhos, e deixou-se planar nos pensamentos. Limpou a mente, e só enxergava a imensidão de um céu azul. Fazia muito uso disto para relaxar. Azul era sua cor predileta, transmitia-lhe paz, e em outras ocasiões passava-lhe fúria, e tantas outras coisas, apenas com um mesmo tom.

“Azul como os olhos de Rony são”, pensou tristemente.

Outra vez tentou pensar em uma outra cor que não pudesse vir a lhe lembrar o rapaz. Há muito tentava não pensar nele, e no amor que o tinha, mas tudo que fazia não era suficiente.

- Ah, Rony, tudo seria diferente se você me desse uma chance de mostrar que...!

Assustou-se, soltando um gritinho abafado, quando uma coruja cinzenta batera com força em sua janela. Levou a mão ao peito, e levantou-se desajeitada; curiosa andara até a janela. A abrira em seguida, deixando a ave entrar.

A reconhecera de imediato, era de Rony; Seu coração, então, prontamente se acelerou. No entanto, Luna ficara receosa de como reagir. E por mais que quisesse somente deixar suas boas expectativas a dominarem, seu orgulho detectara os sentimentos que o rapaz deixara em seu peito da última vez que se encontraram.

Pegou o bilhete, rapidamente, e “tranquila”, desdobrava o papel. Tremia um pouco, e por isso demorara até que pudesse terminar sua tarefa.

Sorrira, bobamente, quanto lera o pedido de desculpas, e notara mesmo pela caligrafia, que o ruivo estivera nervoso. Tanto quanto ela, estava agora. E era um bom sinal que ele tivesse procurado-a.

Passou mais avante na leitura, e seu sorriso murchara de repente. Sentou-se automaticamente no sofá. Deixando-se dominar por uma súbita tristeza.

Fora uma tola por acreditar que havia algum sentimento maior que uma simples amizade naquele gesto inesperado de Rony. Deixara se enganar facilmente.

Algumas lágrimas embaçaram sua visão. Era dolorido ler novamente aquelas palavras, ainda mais da maneira com que ele as passara.

“É bem... Estou convidando você, por que eu me sinto culpado por... Er você sabe, não gostar de você do jeito que gostaria. Podemos ser amigos...”

Amassou o bilhete e olhou para a coruja que ainda esperava uma resposta para enviar ao dono. Levantou-se limpando os olhos e jogou o papel na lareira. Em seguida, pegara a varinha e conjurara fogo. Ficara olhando, em seguida, fixamente para o bilhete que queimava entre as chamas.

Seu amor agora seria apenas cinzas, como aquele papel. E Rony que esperasse a eternidade por uma resposta sua.

Abriu a janela novamente e lançou a coruja aos céus.




N/A: Ai, finalmente! Podem cantar a musiquinha: “Aleluia... Aleluia... Aleeeeluia!” kkkkkk. Nunca pensei que minha falta de inspiração fosse durar muito tempo. Fiz de tudo para me inspirar, e acho, eu disse acho, que agora vai minha imaginação vai fluir melhor! *-* Tanto que esse capítulo superou o oitavo e o nono, assim espero eu...

Então gente, tivemos muitas descobertas nesse capítulo. Mas a que mais gostaram com certeza foi a da gravidez, não foi? Kkkk. Só o Harry que ficou surpreso, pois muita gente deve ter cogitado essa possibilidade, desde o capt passado. Alguém até comentou isso... kkkkkk.

Ahhh, e antes que eu esqueça, May, sua questão foi bem colocada, mas em breve vai entender o porque de os avós da Mione sentirem orgulho, mas mesmo assim nem quiseram conhece-la. Hehe, em breve... kkk

Bem, agradeço a todos os leitores lindos, que comentam! *-* Eu fico muito, mas muito FELIZ! Ultimamente eu tenho que estar feliz, senão não consigo escrever nada. E alguns de vocês me deixam frustrada as vezes. Escrevo.. Escrevo... E nada de comentários. Como eu vou saber se gostam da fic, se ninguém se dá o trabalho?!

Perguntem pra Betina, sobre meus ataques de “deletar fics”, ela já salvou muitas das minhas fics kkkkkkkkkkkk.

Então fica o meu apelo, to muito sensível hoje...

Agradeço a todos pelos incentivos (comentários). Eu adoroooo todos.

E agora o momento propaganda:

Bem estou escrevendo uma fanfiction sobre a saga de games Resident Evil, e como seria muito sem noção posta-la aqui, publiquei-a no fanfiction... Então amados leitores, se alguém aí curte RE, dá uma chegadinha lá!

Link: http://www.fanfiction.net/s/5068490/1/Resident_Evil_Novo_Letargo

Autora precisa de um apoio moral kkkk. (Mesmo textinho, mas é pra ganhar tempo kkkk, quem não leu, leia agora! Kkkk)

E as outras fics que estou escrevendo em parceria, é HP, aqui na feb.

LEX SANGUINIS: http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=33443
SECUNDUM OF NIGHTFALL: http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=33444

Conto com vocês lá!

Beijos, amados.

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Comentários (1)

  • Venatrix

    Amo sua Fic! Por favor continue sua ideia é siplesmente maravilhosa!

    2013-03-04
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