.: Capítulo 6 :.



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Segredos



O dia surgira trazendo com ele, a rotina diária de Lílian. A mulher cuidara primeiramente de seu jardim, no mais zeloso ato. Seus lírios cresciam vigorosos, assim como o restante de suas criações florais. Adorava ficar ali, no raiar do dia, vendo as flores recebendo os raios laranja que recaíam majestosamente sobre suas pétalas. Até mesmo o branco das flores, tornava-se luminoso.

Algumas semanas haviam se passado, desde a formatura de Harry. Tanto que era um pouco difícil vê-lo em casa, já que o trabalho consumia muito de seu tempo. E os momentos em que o rapaz passava em casa, a maioria deles era em companhia de Hermione. E tal fato não a assustara de certo modo, sempre foram tão unidos, mas havia uma coisa que lhe instigava a ser mais curiosa em relação a eles.

O brilho dos olhares dos dois alcançava um tom diferente – singular – todas às vezes que se fixavam um no outro. Os sorrisos também haviam mudado segundo sua experiente opinião. E notara além de tudo, que a moça ruborizava apenas em uma simples menção do nome do filho.

Sorriu retirando as grossas luvas de jardinagem. Descobriria mais cedo ou mais tarde, tudo que vinha se passando na vida dos dois morenos. Sempre tivera uma relação formidável com ambos, mas sentia-se mais a vontade conversando com Hermione. E seria ela que lhe contaria se algo realmente estivesse sendo novo em sua vida.

Levantou-se, e dera mais uma olhada em seu jardim. Há muito tempo não havia nenhum sinal dos gnomos que sempre o devastavam. E isso a deixava relaxada. Limpou a terra que se agregara em seus joelhos, e rumou para dentro de casa.

Antes de entrar, escutara alguns risos. Parara na porta, silenciosa, apenas escutando a alegria vinda de dentro do cômodo. Seus lábios se curvaram num sorriso maroto. Imaginava o que provavelmente causava aquilo, e suas ideias eram realmente verdadeiras.

Quando abrira a porta, encontrara Harry bem perto de Hermione, e esta sorria. No entanto julgou que mudaram suas expressões subitamente. Não condiziam com o que parcamente ouvira há pouco. Eles pareceram percebê-la bem antes, e a morena virara-se para o armário dando as costas ao rapaz.

- Pode pegar para mim, a caneca azul? – ela perguntou e o auror assentira, erguendo o braço para alcançar a louça.
- Prontinho, sua caneca... – entregou a ela, e antes de sentar-se em seu lugar, dera a Hermione um olhar sugestivo.

A moça conteve-se para não suspirar, nem corar demais. Sorriu largamente, isto não pudera evitar. Lílian que os observava, seguiu para perto da bruxa.

- Bom dia, queridos. – saudou a ruiva, repassando suas teorias em mente.
- Bom dia, mãe. – responderam os dois jovens, juntos.
- Puxa como adivinhou que estava louco por torta de abóbora? – falou Harry mudando o discorrer do assunto.
- Esqueceu que sou Legiminente? – indagou olhando-o, e divertia-se com a intensidade do rubor nas bochechas de ambos os jovens.
- Ainda bem que treinei muita Oclumência. – respondeu o rapaz, e Hermione rira.
- E... E não temos nada a esconder para que precise ir tão a fundo em nossas mentes. – comentou “inocentemente” a mais nova, pegando a caneca e indo para a mesa.

Lílian sorrira de modo com que transmitisse o que pensava, em seu gesto. Eles nunca seriam capazes de enganá-la. Não era de hoje que estava acostumada a conviver com os “joguinhos” que inventavam. E agora mais do que nunca, estava morrendo de curiosidade por saber cada mínimo detalhe da situação.

Iria replicar algo, mas um pequeno estampido a tirara de sua intenção. Harry e Hermione se viraram para a porta da cozinha, tentando enxergar quem chegava a essa hora da manhã trazendo tanto alvoroço. Tiago ainda demorava no escritório, se trancara lá desde que o sol brotara no horizonte, talvez fosse uma visita para ele.

No entanto, ouviram um novo barulho, e agora parecia maior que o anterior. O moreno ergueu a sobrancelha, e fitara a mãe. Lílian caminhou para o meio da cozinha e parara ao avistar a cabeleira púrpura de Tonks. A mulher sorriu um tanto desconcertada quando adentrou no cômodo. Tirou a bolsa exageradamente grande - depois de desengastá-la, pois sua alça ficara presa a um enorme broche que trazia preso a roupa - e a colocou sobre o balcão.

- Desculpe Lily, eu quase quebrei seu vaso de cerâmica da sala. – disse a auror.
- Tudo bem, Dora... Eu nem gosto muito daquele vaso. – comentou a bruxa, num tom razoável de voz.
- Hei, eu te dei aquele vaso de presente, e digamos que custou minha “fortuna” particular. – reclamou Harry, divertido.
- Não seja dramático! – falou Hermione zombeteira. – Olá, Dora.
- Primeiramente, um bom dia para todos... E querida, preciso de um favorzinho seu... – disse voltando-se para a moça que sorriu sem jeito. – Tem algum compromisso para esta noite?

Hermione olhou de relance para o moreno a sua frente, e este pigarreou, disfarçando tal ato bebendo um pouco de suco. Não pretendia fazer nada naquela noite, mas conhecendo Harry como o fazia, e ao ver um vestígio de desânimo em seus olhos, ela pode concluir que ele sim, tinha compromissos para os dois.

- Er... Eu acho que não, por quê?
- Porque Remo e eu, nós temos um compromisso. Meus pais querem que jantemos com eles e uns amigos. E eu não posso levar Teddy... – contou embaraçada. Não era a primeira vez que Hermione serviria de babá para seu filho. No entanto, sempre a pagara por seus serviços, mesmo com os protestos da morena. E no mais, o garoto a adorava. – E, bem... Eu pensei se você poderia ficar com ele esta noite, hum?

Novamente ela olhou para Harry, e ele fizera um maneio negativo com a cabeça. Imperceptível às outras duas mulheres. Tonks estava entretida demais esperando uma resposta, e Lílian tirava mais biscoitos do forno.

- É claro que fico com Teddy essa noite. – respondeu, e a outra sorrira imensamente. Enquanto Harry suspirou um tanto irritadiço.
- Oh, Hermione, obrigada! – exclamou Tonks. – Espero que possa ficar com ele a noite toda, sempre tentamos não nos demorar, mas sabe como são esses jantares...
- Sem problemas, eu estarei disponível.
- Desculpem, eu vou terminar de ajeitar umas coisas antes de ir trabalhar. – disse Harry, sua voz beirava a frustração. Seus gestos sugeriam exatamente isso. – Te vejo no ministério, Dora, até mais.

Ele estava aborrecido realmente, pois nem sequer olhara a Hermione uma segunda vez. Mas não poderia negar um favor a Tonks, que sempre fora tão gentil com ela. E não custaria nada ficar de olho em Teddy, que era uma criança muito comportada, que sempre lhe obedecia, entretanto era só um pouco agitado. Mas crianças eram assim. E Harry comportava-se no momento como uma. Uma criança bem mimada...

Esperou algum tempo até se retirar da mesa. Tiago ainda não havia colocado os pés por ali, e ela achava esta atitude um pouco intrigante. Não entendia certos acessos de comportamento do pai, mas seu problema maior era entender a Harry. Tão ou mais complicado que ele.

Combinara tudo com Tonks como das outras vezes, e pedira licença para subir. A mãe e a visitante, embarcaram numa conversa deveras animadora, e fora a deixa perfeita para sair dali.

Hesitante ainda, parou em frente ao quarto de Harry, e ponderou se entraria e o mimaria mais, ou se o deixaria a mercê de seu capricho. Após pensar por alguns minutos nas duas alternativas. Sorrira e optara pela segunda opção, virou-se e entrou em seu próprio quarto.

Mal fechara a porta e tivera uma surpresa e tanto...

- Ainda estou assimilando o que fez... Trocou-me por um pirralho! – resmungou Harry que estava sentado na cama, bem feita, da moça.
- Pirralho por pirralho... Fico com o Teddy. – desdenhou ela, rindo.
- Não achei graça, Hermione Granger! Eu tinha planos para nós, caso não tenha percebido!
- Você fica uma graçinha quando está com raiva, Harry... – disse aproximando-se dele, em seguida afagou seus cabelos. Devagar, sentindo a textura macia em seus dedos.
- Não faz isso, Mione. Eu estou seriamente...
- O que? Hum? – sussurrou-lhe ao pé do ouvido.

Odiava e amava, ao mesmo tempo, o que ela fazia naquele momento. Era a mesma coisa que fazia com Hermione, só que lhe parecia inofensível quando não era ele, a “vítima”. Sua fraqueza era bem quista pela morena, que sabia usa-la perfeitamente contra si. Estremeceu-se todo quando ela passou a acariciá-lo de forma diferente. Não era só um modo de torturá-lo, podia sentir algo mais naquele afago.

Harry a puxou pela cintura, e num só golpe a deitara na cama. A moça rira, apesar de ter sido pega de surpresa. Ele a olhava em espreita, Hermione parecia-se com um bichinho prestes a ser devorado. Totalmente indefeso aos ensejos do mais forte. O rapaz sorrira malicioso, e ela não conseguira evitar o rubor de suas faces. Ele se aproximava lentamente, “caçoando” dela. A morena respirava pesadamente, enquanto ainda apenas se encaravam.

Hermione tentou protestar, mas Harry calara-a com um beijo gentil e terno, contrariando seu primeiro ato. A resistência dela não existia diante da paixão que a descontrolava. O beijo transformara-se completamente, tornando-se ansioso. Harry buscava o que a situação anterior o havia privado: que era inteiramente sentir Hermione, e seu gosto maravilhoso.

A moça bagunçou ainda mais os cabelos negros de Harry, e ele mordiscou de leve os lábios dela, parando em seguida o beijo de uma forma um tanto brusca.

- O que foi? – perguntou Hermione num meio sussurro descontente. – Porque parou?
- Eu acho que ouvi alguma coisa, parece que...

As batidas na porta, e a voz de Lílian, perguntando se poderia entrar quase se emendaram com a suposição do filho. Alarmado, Harry levantou-se rapidamente e encarou Hermione assustada. Ela permanecia deitada, sem saber o que fazer. Precisamente não tinha forças para se mover, já que todos seus músculos se congelaram daquela maneira. A ruiva batera novamente, logo que o silêncio fora tudo que recebera como resposta.

- O que faremos? Ela não pode me pegar aqui desse jeito, e não posso sair... Maldito dia em que papai lançou um feitiço anti aparatação nessa casa! – praguejou baixo.
- Se esconda rápido! – falou ela, saindo do repouso em que fora forçada a permanecer por conta do susto. – Ali, no banheiro... Depressa, Harry! – acrescentou empurrando o moreno para dentro e fechando a porta em seguida.

Suspirou fundo, agradecendo pela mãe lhe dar a privacidade que necessitava. Lílian nunca entrava no quarto dos filhos sem antes perguntar se o podia. Ajeitou-se, e olhou para a porta do banheiro. Tivera vontade de rir, mas se conteve. Iria abrir a porta, mas seus olhos se relancearam sobre a cama desarrumada. Não tinha no momento como arranjar uma desculpa boa o suficiente, então teria que arruma-la.

- Já vou, só um minuto! – berrou, pegando sua varinha e em um segundo sua cama estava devidamente arrumada. Passou os olhos novamente pelo quarto, em busca de algum vestígio de que Harry estivera ali, mas já não havia mais nada.
- Meu amor que demora! – disse Lílian, quando a moça abrira a porta. Hermione sorriu amarelo, e fitou a mulher.
- Desculpe, estava no banheiro...
- Tudo bem, mas... Com quem conversava? – perguntou correndo seus capazes olhos verdes pelo cômodo.
- Com ninguém, eu estava cantando. – mentiu, suspirando fundo.
- Sei, pensei que estivesse de papo com Harry... Por acaso ele esteve aqui?
- Claro que não! Deve estar se aprontando para o trabalho. Você sabe que ele tem dificuldades com a gravata, eu vou ajudá-lo daqui a pouco.

Lílian sorrira, e sentara-se na poltrona perto da cama. Hermione se detivera num porta retratos, tentando dissimular uma calma que não tinha. Inconscientemente, seus olhos se esgueiravam até a porta fechada do banheiro. Só esperava que Harry não fizesse nenhum barulho brusco lá dentro por conta da sua impaciência.

- Notei que ultimamente anda usando os vestidos que fiz para você e que há muito não os usava de jeito algum. – comentou a ruiva com um sorrisinho insinuante nos lábios, fazendo Hermione discretamente tremer.
- Bem, achei que seria um desperdício não usa-los, são tão bonitos, e a senhora os fez com muito carinho. – respondeu, largando uma fotografia sua e de Harry ainda crianças em cima da estante pequena que tinha ao canto de seu quarto.
- Sente-se aqui, querida... – sugeriu ela, e Hermione caminhou até a cama, e sentou-se de frente para a mãe.
- Mãe? – Lílian a fitara, esperando que continuasse. A morena respirou fundo. – O que há de errado com o papai, ele está diferente, anda muito estranho e calado. Aconteceu alguma coisa?
- Você o conhece, Mione, se inquieta por pouca coisa. Sempre preocupado com algo do ministério, mas não se preocupe isso vai passar... No entanto, não é só ele que está diferente.
- Como assim? – indagou tensa.

A ruiva rira sob o desconforto da moça. Hermione desviou os olhos antes que Lílian pudesse captar tudo em suas íris que a denunciariam facilmente. Por outro lado, Harry tentava escutar o que elas conversavam, embora fosse muito mais fácil se tivesse em mãos um par de orelhas extensíveis. Contudo, podia discernir o diálogo precariamente.

- Não quer me dizer você mesma?
- Não há nada a ser dito, mamãe... – desconversou, mentindo. Mas no fundo sabia que Lílian não lhe acreditaria.
- Tem certeza? – insistiu e a moça nada dissera, apenas olhava para suas mãos que suavam. – Querida, sabe que não precisa me esconder as coisas, que pode se abrir quando quiser. Em qualquer momento eu a ouvirei. Se algo está acontecendo em sua vida, eu quero estar ciente. - Hermione levantou-se desconcertada. Apertava os nós dos dedos, nervosa, e por pouco não se pusera a andar descontroladamente de um lado para o outro, como fazia sempre que estava apreensiva.
- Posso lhe fazer uma pergunta? – indagou ela, e Lílian assentiu. – Se... – pausou um momento e retomou o raciocínio. -... Se Harry e eu tivéssemos um relacionamento amoroso... – a ruiva não escondera um breve sorriso. – O que é só uma hipótese, er... Bem, se nós namorássemos, a senhora iria aprovar? Iria aceitar isso?

Lílian vira no olhar dela o quanto isto a preocupava. Seus olhos castanhos estavam claramente divididos em nuanças diferentes, mas todas elas indicando seu medo. Se isso não fosse apenas uma hipótese como Hermione mesmo conjeturara, precisava com certeza da aprovação dela e do marido. Embora não soubesse exatamente como seria a reação de Tiago ao saber de tudo. Tudo o que já julgava verdade devido a esta “pergunta direta”.

- Aprovaria? – perguntou novamente, tirando Lílian do silêncio de seus pensamentos.
- Bem... Se isso fosse “real”, não veria problema algum. Na verdade, eu sempre imaginei que aconteceria.
- Imaginou? – retorquiu surpresa.
- Sim, meu bem. Mas isso se evidenciou quando notei que seus olhares mudaram, seus gestos, até o constante tempo em que ficam juntos. Sempre se amaram é verdade... E isso que me perguntou, não é uma hipótese, certo?
- Certo... – confessou voltando a sentar-se. Lílian sorrira largamente. - E estou confusa quanto ao resto, mas o que sinto por ele... Eu nem sei explicar! É tão forte, eu sinto que posso fazer qualquer coisa quando estou com Harry. Meu coração bate tão depressa, que tenho medo que saía do peito. Mas... Mas meu medo maior é de magoar você e o papai. Não quero ser mal agradecida, e desdenhar da confiança que ambos têm em mim.
- Porque diz isso, Hermione? Que mulher seria mais ideal para meu filho do que você? – disse e ela sorriu envergonhada. – Em hipótese alguma eu pediria para que abdicasse de seu amor por Harry, pois sei que se esse sentimento fosse passageiro, e não forte o bastante, você mesma teria se libertado dele antes que fosse tarde demais. Sempre foi sensata, e não seria agora que mudaria.
- Não sabe o quanto suas palavras me deixam feliz, eu estava tão agoniada com isso. – contou a morena, e Lílian lhe afagou o rosto.
- Saiba que estarei do lado de vocês... Podem contar comigo sempre.

A porta do banheiro se abrira, e Harry saíra por ela. Atitude precipitada que assustara a Hermione. Ela arregalou seus olhos, enquanto a mulher ruiva sorria.

- Meu pai não vai aceitar tão facilmente como à senhora...
- Imaginei que estivesse mesmo aí dentro, mas até que demorou muito a sair. – comentou Lílian. O filho sorriu torto, e sem jeito, e Hermione baixou a cabeça envergonhada.
- Desculpe Mione, mas achei que como você contou tudo para ela... Não fazia sentido eu ficar dentro do banheiro escondido.

Ela não contivera um riso. Aquele mesmo que estivera preso antes. Sentia-se mais leve, tranquila, pois agora em parte sua preocupação havia sido extirpada. Com Lílian a par de seus sentimentos, as coisas mudavam. E mudavam para melhor, transformando seu estado de espírito. Harry notara tal mudança, a sentia mais descontraída, sim. Podia perceber pelo seu olhar. Ele se sentara ao lado da namorada, e ambos fitaram Lílian. Passaram ali alguns minutos contando os detalhes a ela. Que não podia deixar de ficar feliz por eles.

Finalmente descobriram algo que estava diante dos olhos de todos, mas que por adequação não fizeram muita questão de ressalvá-lo. Esperava então que agora cientes de seu amor, ambos se mantivessem unidos e fortes para suportar as adversidades que sabia que viria quando este relacionamento viesse à tona. Principalmente enfrentariam certa hostilidade de Tiago, que sempre deixou claro que via Harry e Hermione, sendo apenas “irmãos”.

Mas isso ficaria para depois, no momento somente queria curtir a novidade...


xxxx


Apesar dos muitos anos que se passaram Hogwarts, continuaria sendo a mesma. O seu castelo belo e imponente prenderia o olhar de qualquer pessoa que se dispusesse a admirá-lo. Tiago seguia com Remo ao seu lado, ambos passando com muita pressa pelos corredores, e pelos alunos que os olhavam um tanto curiosos, mas envolvidos demais em suas vidas para questionamentos maiores.

Encontraram num desses corredores, Minerva McGonagall; a mulher assim como o castelo pouco havia mudado sua fisionomia, a não ser pelas maiores rugas em suas faces. Seus cabelos presos no costumeiro coque no alto da cabeça estavam mais grisalhos, resplandecendo um branco platinado. Sua posição austera em nada havia mudado também, tanto que cumprimentara aos homens com um simples manejo de cabeça. Afinal o assunto o qual eles estavam ali para tratar não correspondia a ser tão cordial. Havia pressa.

Passaram pela gárgula, após a professora de transfiguração proferir a senha – Bombons explosivos – e então revelara a escadaria de pedra em forma de espiral, ambos os homens subiram nos degraus que se moviam como escadas rolantes, deixando Minerva para trás. Pelo visto a conversa seria muito discreta e só aos realmente interessados.

Silenciosos apenas escutavam o ranger doce da escadaria se movendo, para enfim pararem defronte a porta lustrada de carvalho do escritório do diretor Alvo Dumbledore. A voz serena de Dumbledore os mandara entrar no exato momento em que colocaram seus pés mais a frente, mais rente a porta. Remo até erguera a mão no intuito de bater, mas isso não fora preciso.

Abriram a porta, que dava acesso ao cômodo circular. A claridade do dia, iluminava por inteiro ao local. O sol entrava forte pelas janelas de cortinas arregaçadas, que por incrível que pareça permaneciam abertas para aproveitar o deleite dos raios fortes. As paredes do escritório eram cobertas por quadros de antigos diretores e diretoras, como Fineus Nigellus e Everardo. Em outra parede, estava à lareira, a qual parecia não ser usada muito frequentemente, nem como fonte de calor, nem como via Pó de flu.

Dumbledore estava sentado a sua grande mesa com pés em forma de garra e superfície polida. Ele escrevia algo em um pergaminho, e molhava a pontinha da caneta de pena escarlate, no pote de tinta prata. Ele sorriu aos visitantes, e assinou com certa rapidez - devida a longevidade de seu nome - ao que julgaram Tiago e Remo, ser uma carta.

- Boa tarde! – saudou o velho diretor, retirando os óculos em formato de meia lua, para em seguida coçar aos olhos azuis. Os outros o saudaram com acenos. – Estou aqui há um bom tempo a redigir uma carta “formal” ao ministro. Embora o sol forneça toda a luminosidade, meus olhos ficaram cansados rapidamente.
- Carta ao ministro? – perguntou Tiago, curioso.
- Sentem-se, por favor. – sugeriu Dumbledore. – Querem alguma coisa? Um chá, um refresco? – perguntou ele se levantando.
- Não, obrigado diretor, mas... Desculpe a minha curiosidade, para que a carta ao ministro? – questionou novamente o auror, na esperança de ser respondido logo.
- Bem, parece que não tivera tempo para escutar os rumores no ministério, visto que saíra em uma missão breve, e somente teve tempo para devanear em seu próprio mundo, não é mesmo Tiago? – inquiriu o homem de cabelos brancos. Remo olhou ao amigo, na verdade, nem tivera tempo de comentar as intenções de Alvo a ele. – Soube que seu filho está indo muito bem, isso me orgulha. Harry sempre fora um excelente aluno em DCAT, previ um futuro brilhante em seus atos escolares e nos de caráter também.

O Potter sorrira impaciente. Pelo visto o diretor tinha o intuito de enrolá-lo com seus comentários seguidos de perguntas sem sentido. No entanto, mal sabia ele que seus ânimos não eram dos melhores. O mau humor se abatera sobre Tiago, além do silêncio que às vezes o emudecia por longos momentos. Os quais ele passava tentando reconfortar-se e deter seus acessos de fúria contra os outros.

- Eu ainda não pude dizer a ele, Dumbledore. – falou Remo respirando fundo. – Porque ainda não tinha certeza de seu sucesso, mas agora... Agora posso presumir que seus intentos foram satisfatórios.
- Muito eu diria, Remo... – sorriu enigmático.
- Então, por favor, queiram me contar! – resmungou Tiago.

O homem esvoaçou as vestes esmeralda, e dera a volta na mesa. Mais interessado com outra coisa, do que em sanar a curiosidade crescente do ex aluno. Tiago se remexeu desconfortavelmente na cadeira, e virou o corpo para fitar Alvo, que se entretinha com um afazer superficial. Lupin não deixara de sorrir, observando o amigo se irritar cada vez mais.

- Conte a ele, o que pretendia Alvo. Creio que Tiago ainda tem que voltar para casa com os nervos intactos. – disse totalmente em tom descontraído.
- Oh, sim... Claro! Desculpe-me. – Alvo voltara para onde estava, e calmamente sentou-se outra vez na poltrona, defronte aos dois. – Onde estava? Ah, sim... Reuni-me com uns membros da corte bruxa há alguns dias, muitos assim como nós, não aprova as medidas exacerbadas do ministro, medidas um tanto loucas, eu descreveria. Contudo, essa reunião nos serviu para “bolar” uma espécie de restrição quanto à soltura dos presos de Rushworth...
- Que tipo de restrição? – quis saber o moreno, inquieto e interessado.
- Precisamente queriam atestar que eles não são mais tão perigosos, que de alguma forma, o tempo em que passaram encarcerados servira para que se “regenerassem”. Não é isso? – disse Remo.
- Exatamente. Nossa proposta fora essa, pois no momento não enxergamos nenhuma via mais acessível a nossos intuitos. Garth Collins está fazendo tudo como manda o figurino. Tudo muito “belo” aos olhos dos mais desatentos. Ele conseguiu muito apelo a sua causa, quando citou a paz junto aos trouxas, e com isso muitos aderiram à concepção: “liberte um cativo cruel, e lhe dê seu perdão”. – respondeu Alvo irônico, alisando a barba grande e cinzenta. Como se fosse possível perdoar pessoas que só fizeram mal a outras. Que destruíram suas vidas, não deixando quase nada de bom para que suas vítimas se recordassem. Somente a ideia de que estavam pagando era realmente confortante.
- E quanto à proposta...
- Avaliaríamos as condições psicológicas dos presos, e sabe Tiago, isso leva tempo. Até lá o mandato do ministro irá se encerrar e duvido muito que com essas ideias escabrosas ele venha a ser reeleito... No entanto, não poderemos baixar a guarda, nem desviar nossos olhos do epicentro. E no mais, uma pressãozinha resolveu por hora nosso problema maior.
- Quer dizer que Keegan Bristol, vai continuar preso? – indagou, num meio sorriso.
- Ele e muitos outros mais! – respondeu Remo, sorrindo. – Vamos dar um jeito de ludibriar essa avaliação. Tardar o quanto poder, até que possamos tirar essa maluquice da cabeça de Garth. Se bem que creio que a avaliação não dará em nada, são todos loucos.

xxxx


Colocara Teddy na cama a pouco, depois de lhe contar três vezes a mesma história, até que ele enfim pegasse no sono. Haviam jantado antes, e por horas jogaram xadrez bruxo também. E nem mesmo para o garoto ela conseguira uma vitória decente, contudo dava os créditos a Teddy, que aprendera a maioria dos seus truques com Rony, cujo entendia muitíssimo do jogo.

Olhou para o relógio grande de corda que havia na sala, ainda restava muito tempo para se distrair até que Tonks e Lupin chegassem do tal jantar. Pegou um de seus livros, guardados com cuidado, dentro da bolsa. Após uma breve análise. Escolhera um volume já gasto, suas figuras na capa estavam desbotadas, eram simples borrões em algumas partes. Entretanto, aquele objeto lhe era de muita estima.

Uma lembrança que por nada no mundo poderia se desfazer. Abriu o livro, e na contra capa sorriu ao predizer o que havia escrito. A tinta também borrada, dificultava a leitura, mas não precisava disso, sabia de cabeça o que tinha ali... Uma declaração romântica do pai.

Conto de Inverno, fora pelo que julgava o primeiro presente que sua mãe ganhara do então namorado. Imaginou o quão zelosamente ela guardara essa preciosidade, e agora fazia o mesmo.

Passou os dedos sobre a caligrafia manchada de Logan. Era parecida com a sua, mas a dele era mais curvada. Mais masculina. Suspirou longamente, renovando o ar em seus pulmões. Sentou-se no sofá, afundando-se nas almofadas macias e coloridas. Flexionou os joelhos, e colocou o livro em cima deles. Anteriormente havia ligado o abajur, e somente sua luz dourada incidia sobre ela, e iluminava o local.

Embora tivesse certa dificuldade em se concentrar, seus olhos varriam ávidos às frases da obra de Shakespeare. Passara alguns minutos ali, presa num silêncio absurdo. Apenas podia ouvir o barulho comum da noite. Os grilos, os ventos que assolavam as janelas, o respirar calmo das plantas. O seu próprio respirar...

Após alguns instantes a refletir algo que não entendera bem nessa nova leitura, escutou um ruído atípico. Seus sentidos prontamente lhe colocavam em alerta. Imaginou ser Teddy, que acordara em busca de água. E só agora é que percebera que absorta na leitura, acabara por esquecer do copo de água do menino.

Fora então até a cozinha para buscar o que pretendia, e subira as escadas rumo ao quarto de Teddy. Entrara no aposento, e o garoto dormia pesadamente virado de bruços. Sorriu, deixando o copo na mesinha de cabeceira da cama e maternalmente, o cobriu. Em seguida alisou os cabelos finos e bagunçados. Virou-se e apagou o abajur comprido e verde, e caminhou para fora do quarto, encostando a porta ao sair.

Um pouco cansada, descia as escadas massageando a nuca, depois de prender os cabelos. Novamente escutara aquele ruído de outrora. Seu coração se enregelou; não costumava ser medrosa, mas não havia apenas ela ali. Tinha Teddy que só era uma criança indefesa. Entretanto, não sabia do que se tratava, então não precisava fazer alarde e mandar um patrono em busca de socorro. Pelo que lembrava a casa era devidamente protegida, então estavam seguros.

Lentamente descera mais alguns degraus, parando quando os terminara, ao pé da escada. Repousou uma das mãos sobre o corrimão, e entortara o pescoço a fim de espiar o intruso, ou qualquer coisa que tivesse feito o tal barulho. Não enxergou nada dentro da casa, a não ser os móveis. Intrigada caminhou até o sofá, e na mesinha ao lado, pegara sua varinha. Mal respirava, compenetrada na sombra que havia do outro lado da porta de entrada.

A maçaneta se mexia um tanto insistente, e Hermione se posicionou perto da porta, com a varinha empunhada caso precisasse ser usada devidamente para expulsar o bisbilhoteiro. Engoliu em seco; quem quer que fosse não passaria ileso dali. Logo a porta se abrira, e o sujeito entrara, tentando achar o interruptor. A morena apontara a varinha para ele, e iria proferir um feitiço qualquer quando as luzes se acenderam.

- Até que enfim achei a droga do interruptor!
- Por Deus, Harry, o que está fazendo aqui?! – indagou assustada, e atônita. Colocou a mão sob o peito, que arfava num ritmo descontrolado. – Quase me matou de susto!
- Bem, primeiro eu não pretendia isso, mas se esqueceu que tenho planos para nós?
- Parece que eu estava te esperando? – retrucou sarcástica.

Ele riu, fitando-a da cabeça aos pés. Realmente não o esperava. O pijama meio largo, denunciava apenas que ela queria uma ótima noite de sono, muito quentinha por conta da flanela.

- Você fica extremamente linda com esse pijama, sabia? – disse ele, aproximando-se dela, rapidamente.
- Acha mesmo? – replicou rindo, e ele assentiu. Ela sorriu, abraçando-o em seguida. – Senti sua falta...
- Também senti sua falta o dia todo! – respondeu alisando o rosto dela com os polegares. – Teddy já está dormindo? – emendou direto, numa voz rouca, pertinho do ouvido de Hermione.
- Há muito tempo, você também deveria estar dormindo, moçinho. – falou beijando a ponta do nariz reto de Harry. – Tem que trabalhar amanhã cedinho.
- Dormir? Não era isso que estava planejando, Mione...

A moça arrepiou-se diante a intensidade com que ele dissera aquilo. Seu olhar demonstrava tal força de sentimento. Hermione sorriu, apreciando-o na claridade do cômodo. Estava usando a camisa pólo vermelha que ressaltava a sua pele, e seus olhos verdes brilhantes. Os cabelos úmidos, propositalmente bagunçados, faziam-no ter a sensação de que saíra do banho.

- O que sua mente prodígio estaria planejando, meu amor? – perguntou atrevida, nem sem importando com o quão significativa fora.
- Não posso dizer, mas... – beijou-lhe cada bochecha, demoradamente, sentindo o calor da face de Hermione. -... Mas posso te mostrar... – acrescentou sedutor, para em seguida, roubar-lhe um beijo breve.

Ele então a provocou com pequenos beijos molhados na orelha e no pescoço. Hermione arrepiou-se por inteiro, como se estivesse com uma roupa fina em pleno inverno. Com a língua ávida, o rapaz saboreou-lhe o interior da boca. Desprendendo as maravilhosas sensações que só tinha quando estava com ela. Quando a beijava.

O único raciocínio lógico dela fora não entender como um “simples” gesto conseguia fazer o coração palpitar daquela maneira. Uma bobagem, mas ainda se fazia esse tipo de pergunta. Ela ergueu os braços para enlaçá-lo. Passando-os ao redor de seu pescoço, juntando mais seus corpos.

Hermione beijara poucas vezes em sua vida. Beijos furtados ou espontâneos, inexperientes ou tentadores, mas nenhum se comparava ao dele, cujo tudo isso se misturava num só. A boca de Harry encostada na sua a arrepiava por completo.

A maneira como ela lhe acariciava as costas, era deliciosa. Hermione entreabriu os lábios e entregou-se outra vez ao prazer de sentir a língua sôfrega que procurava os seus mistérios interiores. Harry a encostou a uma mesa, pressionando seu corpo másculo contra o dela. Tal ato arrancara um pequeno suspiro da boca macia, que agora ele tomava novamente.

Harry a guiou gentilmente até o sofá, mas sem parar de beijá-la, tentando assim compensar as horas em que ficaram separados pela correria do dia.

E agora, à noite, era só deles.

O moreno a deitou carinhosamente na maciez das almofadas dispostas sobre o sofá; Hermione não se detinha. Não tinha forças para nada, além de beijá-lo e acariciá-lo. Sua razão nem dera as caras, sumindo para um lugar longínquo sem dar sinal de sua insolência. O rapaz brincava com seus lábios, da mesma maneira que suas mãos abusavam da pele de Hermione. Harry a apertava na cintura por baixo do pijama, experimentando a sua textura firme, e acetinada.

Cuidadoso, ele tinha extremo apuro para não desabar todo seu peso sobre Hermione, que fechara os olhos, conhecendo a maravilha que era ter a boca de Harry, a beijar-lhe o pescoço. As mãos dele, sutis, correram até suas coxas desnudas. E ela sentira um calafrio quando Harry as acariciou.

Fitaram-se por alguns instantes, as maçãs do rosto de Hermione estavam rubras, mas sentia vergonha. Seus olhos apresentavam um sentimento que ela até então desconhecia. Sentia tanta vontade de que ele novamente lhe beijasse, lhe tocasse. Sentia-se até como se fosse uma mulher sem pudores por querer tanto isso. Mas nada disso - suas opiniões conflitantes – poderiam arrancar o desejo que tomava seu corpo e seu coração.

O rapaz beijara ternamente a boca entreaberta da bruxa, para em seguida mordiscar-lhe o queixo. Outra vez distribuía beijos no pescoço dela, galgando um caminho lento até a orelha.

- Eu te amo...

Sussurrou para voltar novamente ao seu intento. Hermione sorriu, mas não tivera tempo de dizer-lhe as mesmas palavras, pois Harry a beijava de novo. Ela não sabia o que fazia; só era instigada por seus instintos. E muito timidamente, colocou as mãos nas costas dele, e as subira por sobre o tecido vermelho.

Arranhava os músculos fortes, e Harry percebera de imediato o que ela pretendia. Então sem muito esforço, tirou a camisa, revelando seu corpo masculino, bagunçando ainda mais os cabelos negros.

Ela ficou inerte, admirando o físico do auror. Os ombros largos, o tórax firme. A pele ligeiramente morena. Seus olhos não podiam se desprender de tamanha beleza. Ambos sorriram, e Hermione não contivera suas mãos, que o tocaram levemente. Ele era um imã tão poderoso que fora inevitável.

Harry sorriu torto, seu coração se descontrolava dentro do peito. Pegou uma das mãos dela, e repousou ali. A morena fechou os olhos sentindo o alvoroço que ali se refletia. Seu próprio coração não se continha. E batia forte também.

Quando abrira seus olhos, encontrou Harry bem mais perto do que o deixara, quando se pusera a apreciar de modo intenso o que ele sentia. O moreno roçou seus lábios nos dela. E Hermione gemera baixinho, arrepiando-se. Passou suas mãos nos cabelos dele, desceu sobre os ombros, sentindo cada parte dele também se arrepiar.

Entre seus corpos não havia mais espaço. Harry afagava as pernas alvas da bruxa, percorrendo-as inteiramente. Ele desceu com a boca, uma das alças da blusa do pijama que Hermione usava, esta se pendeu de lado expondo o ombro dela. O rapaz distribuía seus beijos preguiçosos e lentos por todo o colo parcialmente despido. Inconsciente a bruxa arqueara seu corpo, suspirando longamente.

Do alto da escada, Teddy mantinha seus olhos tão esbugalhados que possivelmente eles sairiam das órbitas a qualquer momento se vacilasse. Suas mãos se prendiam firmemente no corrimão de madeira, e se tivesse força sobre humana o arrancaria de uma só vez. Ele mordia, comprimindo os lábios num gesto ciumento. Estreitou os olhos, e descera silencioso alguns degraus. Ainda não vira realmente quem estava ali a agarrar sua Hermione.

E não era um simples beijinho, aquele que estava acostumado a ver. Era tão inexplicável. Sua mente infantil nem processava direito os fatos que via. As mãos do rapaz se moviam de forma voraz, que ele chegara a corar. E os sussurros que ambos ali desprendiam era no mínimo constrangedor.

Os dois jovens deitados no sofá nem notaram a presença dele, que mais sorrateiro ainda - pisando com cuidado a velha madeira da sala - se postara ali mais perto para observá-los. Pigarreou alto, e a moça enfim o percebera ali. Ela não tivera reação imediata, apenas se tornara indiferente aos carinhos que o bruxo lhe dispunha.

- Teddy?! – exclamou Hermione, tentando se livrar da boca insaciável de Harry, após o choque inicial passar.
- O que...? Anda fantasiando com algum bonitinho famoso, enquanto me beija?! – perguntou o moreno perplexo ainda não reparando que tinham companhia.
- Tire suas mãos dela, seu... Seu... – falou o garoto, caminhando até parar bem perto deles. – Harry?!

O auror virou o rosto para contemplar o garoto de faces tão furiosas quanto as suas. Enquanto Hermione saía de debaixo dele. Harry bufou afundando uma grande almofada no rosto. Na verdade queria jogá-la com força no intrometido. A moça, sem jeito, fitava ao menino que a olhava bravo. Ela ergueu a alça do pijama, rapidamente.

- Teddy, não deveria estar aqui! – falou a morena, engolindo em seco.
- Nem ele... – resmungou apontando para o rapaz, que descobrira o rosto. – Quero que vá embora agora mesmo, Harry, essa casa é minha!
- Eu não vou embora, garoto... Porque não volta a dormir como uma criança comportada.
- Espere... – assustou-se agora com a gravidade da situação. - Vocês não podem se beijar, vocês...
- Nós não somos irmãos! – retrucou Harry, e a morena lhe olhara feio.
- Não, é claro que não! Vocês não são é namorados... Não pode beijá-la, Harry. De jeito algum. Vou precisar conversar com você, de homem para homem.

Hermione que até agora se mantinha quieta, assustada, por ter sido pega em flagrante, sorrira. Aproximou-se do menino, e se abaixara para ficar em igual estatura. Harry se sentou no sofá, ainda sem camisa.

- Escute Teddy, o que você viu foi um...
- Um arroubo de paixão. – completou Harry, sorridente. De certo modo adorava ver Hermione envergonhada.
- Não vou dizer que foi um erro... – começou cortando o moreno. -... Porque eu estava ciente, e Harry é sim meu namorado. Só que ninguém ainda sabe, e não esperávamos que você nos visse. Eu deveria ter tido mais cuidado.
- Estão namorando escondido do tio Tiago? – perguntou surpreso.
- Sim, mas não queremos que ninguém saiba. – falou a morena carinhosa, e aflita ao mesmo tempo. – Será que poderia guardar segredo? Por favor, Teddy...

O menino olhou para Harry e pela primeira vez seu rosto não se apresentava irritado, nem arrogante. Estava tenso. E compreendia que tinha uma coisa muito importante em mãos, ou melhor, tinha um segredo valioso em seu conhecimento. Tornou a olhar para Hermione, e ela lhe sorriu fino. Ponderava intensamente. Mas se guardasse tal segredo, seria somente por ela. Pois Harry não merecia, tanto por suas atitudes, quanto por ser seu “rival”.

- Eu guardo segredo, prometo não contar para ninguém! – exclamou, e a moça lhe beijou a bochecha.
- Obrigada, gatinho. – piscou a ele, que ruborizou.
- Mas ainda vou querer conversar com você, Harry. E agora!




N/A: Well, capítulo mega grande, todos em tamanho GG. Kkkk. Como sempre eu digo que não irei chantagea-los, mas as circunstancias me levam a fazer tal (horrível) coisa, mas vocês bem que poderiam me ajudar a lutar contra isso não? Não que eu seja viciada em fazer chantagem, mas bem que poderiam ser mais bonzinhos e cooperar comentando muito, não é?

Bem, mas chantagens a parte, vamos ao capítulo:

Adorei o sustão que a Lílian dera nos dois, que mania de perseguição eles tem. Deve ser porque agora estão fazendo algo proibido, só pode! Kkkkkk.
Eu tinha ainda que comentar esta frase: “Sua razão nem dera as caras, sumindo para um lugar longínquo sem dar sinal de sua insolência.” A Betina, adorou, eu ri pacas com ela gente. Eu também adorei, de vez em quando eu acerto em algumas frases kkkkk.
E o que dizer do “amasso” no sofá? Kkkkkkk, quase sai uma NC, eu nem percebi, só fui escrevendo... *autora morrendo de vergonha*, mas a NC é pra muito em breve! *-* Eu amadorei a participação do Teddy, descobrindo o segredo, e de quebra pegando aos dois no FLAGRA! Será que ele vai manter o bico fechado mesmo, hummmmmmmm? Espero também que tenham gostado, eu sinceramente fico receosa quando escrevo algo mais caliente kkkk. Podem dizer se ficou ruim, viu gente! Só não me critiquem muito, eu sou sensível... prometo melhorar... rsrsrsrsrs.

Enfim, meu amados leitores, agradeço de coração a todos que comentam, e cedem também as minhas chantagens, esse capítulo vai em especial a vocês, e a Carol que coitada, convenhamos quase perdeu os dedinhos, e a May tb. Agradeçam a elas por este capítulo, se eu não citei outras pessoas que comentaram, saibam que amo todo mundoo! Kkk. THANKS, pelos comentários...

Beijos, e até a próxima atualização...

(UMA FORMIGUINHA ME CONTOU, QUE TB TÁ MEGA DOCE O PRÓXIMO CAPÍTULO KKKKKKKK)



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