Floresta



Os dias passaram rapidamente, amanhã seria natal e todos os alunos estavam indo para suas casas. Esperei o trem desembarcar para ir correndo até a sala precisa, eu e os outros nos encontraríamos lá em pouco tempo. Ao chegar lá, Alvo, Rose e Robert esperavam por mim

- Ate que em fim o loiro aguado chegou – Rose gritou nervosa. Aquela menina devia ter sérios problemas, ela não conseguia manter o tom de voz normal.

- Que bom que estava esperando por mim palito de fósforo. – falei normalmente.

Escutei Zabini sussurrar alguma coisa, mas não prestei atenção porque a porta já estava se materializando na minha frente. Potter empurrou todos para dentro, conseqüência: a nojentinha caiu em cima de mim. No mesmo momento seu rosto ficou vermelho e ela ficou de pé.

- Estava pensando... – disse ela seriamente.

- Nossa, você pensa? – interrompi sarcasticamente.

- ... deveríamos treinar alguns feitiços ou pesquisar mais coisas, precisamos estar preparados já que vamos esta noite.- pelo visto o vermelho do rosto dela ainda não tinha sumido (só aumentado depois da minha interrupção).
Estava lendo um livro quando a chata começou a falar ( bem alto), queria que treinássemos um feitiço: “lumos”. Obvio que eu consegui produzir uma luz bem forte (e Weasleyzinha também). Quando já estávamos bem cansados e famintos, fomos comer no saguão de entrada. Não havia muita gente lá, os professores e mais uns três alunos.

Não nos demoramos muito e já voltamos para a sala precisa. Enquanto Robert e Alvo treinavam eu e Rose líamos. Ou melhor, tentávamos ler. Nossos olhares se encontravam às vezes e abaixávamos a cabeça.
O que estava acontecendo comigo? Por que eu queria olhar pra ela? Ela parecia ser tão... fascinante. Mas isso nunca daria certo, eu era um Malfoy e ela uma Weasley. Eu não iria sujar o sangue de minha família.

- Enquanto vocês treinam eu e Malfoy vamos pegar algumas coisas. Vem! – disse ela me puxando. Saímos da sala e ela me puxava correndo. Aonde estávamos indo? Não reconheci o corredor, escutei um barulho estranho e na mesma hora vi um velho mancando. Empurrei Rose e entramos em um corredor estreito de mais. Não tinha idéia do que aconteceria se o zelador nos pegasse. Nossa respiração estava ofegante, estávamos muito próximos por causa do corredor. Senti uma vontade de beijá-la, me inclinei e toquei seus lábios. Parecia que não era só eu que estava com esse desejo porque ela colocou suas mãos no meu pescoço. Escutamos Desgosth se afastando, ela me puxou para fora do corredor estreito e começou a gritar. Tampei sua boca com minha mão antes que alguém aparecesse ali, só depois que ela se acalmou que a soltei. Ficamos em silencio por um bom tempo, até que ela decidiu falar

- Vá para seu dormitório e pegue o que achar necessário, volte daqui cinco minutos! – se virou e saiu

Corri para as masmorras perdido em pensamentos, ainda não acreditava que tudo havia acontecido tão depressa. Mas se ela contasse para alguém? Eu morreria de vergonha, imagine só... eca! Não demorou muito para chegar ao salão comunal, outras perguntas apareceram em minha mente. O que vou levar? Revirei minha mala onde estavam meus pertences, mas só achei a carta de vovô jogada. Peguei o pergaminho e voltei a correr para encontrar Rose.

Ela já estava me esperando quando cheguei, com uma mochila enorme grudada nas costas.

- O que você trouxe? – perguntou ela curiosa.

- A carta de meu vô – disse sem interesse.

- Pelas barbas de Merlim! Era pra você pegar algo que poderíamos utilizar. – falou como se estivesse explicando uma coisa a um idiota.

- O que você trouxe então? – eu estava brabo, não havia nada que fossemos precisar.

- Comida, algumas poções, um relógio – deu para notar que ela estava sem paciência.

- Vamos voltar para a sala! – falei nervoso.

O caminho pareceu ser bem mais comprido que antes, o silencio permanecia. Ninguém apareceu para estragar tudo e fazer eu entrar em outro lugar apertado (estragar ou melhorar?). Quando fizemos a curva e entramos no andar vimos Robert e Alvo esperando por nós.

- Que demora, vamos logo! – Zabini estava zangado. Tenho certeza que se acontece algo de errado ele sairia correndo.

Saímos do castelo com cuidado, ninguém poderia nos ver. Zabini e Potter estavam fazendo alguns comentários, mas não prestei atenção em nenhum.

- O que aconteceu com vocês dois que não estão discutindo que nem loucos? – Robert perguntou desconfiado. Tinha certeza que na mente dele não havia nenhum motivo importante para este acontecimento.
Acho que já estávamos andando a uma hora, Severo e Zabini tinham desistido de conversar. Algumas vezes dava para escutar os sussurros de Rose ao meu lado lançando algum feitiço para descobrir se estávamos no caminho certo.
A floresta dava um pouco de medo, mas o que seria a vida sem um pouco de emoção? O céu já estava totalmente escuro (não sei bem ao certo porque não dava para enxergar céu algum). O chão coberto de neve estava cheio de pegadas, seria legal tacar uma bola de neve em alguém, mas sabia que não era o momento adequado.
Já tinha perdido o noção do tempo quando vi uma coisa, corri o mais rápido que pude e lá estava ela, a gruta.

- LUMOS! – gritamos juntos.

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