Capitúlo II



Those three words 2

N/A: segundo capítulo está aí. 

O sol estava se pondo, o dia passara nublado, nada além disso. Agora havia um movimento de pessoas vindo do campo de quadribol, em torno de umas sete pessoas com vassouras nos ombros, e algumas que seguiam atrás, espectadores do árduo treino.



Subiam em meio a risadas, embora cansados, nunca havia mau humor da parte de alguém. Gradativamente o céu ficava escuro e o tempo mais frio, o solo estava úmido, pois chovera a semana inteira, a lama era tamanha que tinham que lançar feitiços em tudo que é lugar. Pareciam crianças quando voltavam do treino, com fome, cansados e imundos, sorte que haveria um “longo” final de semana pela frente, dias para diversão. 



-...Então, o Black foi espetacular com os balaços hoje – disse Dorcas para Jack, um dos artilheiros.



-Eu sempre sou espetacular, não sei por que você só está me elogiando hoje. – disse Sirius que havia alcançado Dorcas e agora andava ao seu lado.



-Eu estava falando sobre táticas com o Jack e resolvi te elogiar. – disse Dorcas com um ar de exasperação, às vezes Sirius pedia pra apanhar. Jack, além de artilheiro, era também capitão, estava no sétimo ano, já estava de saída, quase formado, provavelmente se tornaria algum jogador profissional.



Sirius avistou Lene mais a frente e por algum motivo deu meia volta e voltou para o campo.



-O que deu nele...? – perguntou Dorcas olhando a atitude estranha de Sirius.



-Deve ter esquecido alguma coisa – disse Tiago, o motivo pelo qual Sirius se afastou.



-Outro que adora se meter nas conversas – murmurou Dorcas para si mesma.



-Você só perguntou e eu só respondi. – disse Tiago encolhendo os ombros.
-Mas eu estava conversando com o Jack, coisas importantes a princípio. – irritou-se Dorcas. Tiago deu uma risada.



-Você sabe que ele tem namorada, né? – perguntou sendo extremamente pilantra com Dorcas, que ficara vermelha.



-Sei sim, obrigada. Agora faz o favor de parar de encher e sumir da minha frente?



-Também te amo. – disse Tiago seguindo na frente para ir jantar. 



-Linda a relação desse time. – riu Jack quando olhou para a face de Dorcas e ficou quieto. – Bom, continuando...



Continuaram subindo para o castelo, um pouco antes de chegarem à porta Lene parou e olhou ao longe, forçava a vista para ver o que era realmente aquilo.



-Que foi? – perguntou o namorado dela que estava com os braços em torno de seu ombro.



-Acho que eu vi alguma coisa lá em baixo. – ela parou e ficou olhando.


-Ela está bem? – perguntou Frederic para Lílian que se encontrava um pouco mais atrás deles.



-Ah, é o cachorro que nós achamos na floresta. A Lene teve uma queda por ele. – disse Lílian frisando a testa e se perguntando por que o cachorro estava lá parado, sentado e olhando para seu grupo. Era uma ação estranha para algum cachorro do mato. Tinha alguma coisa estranha em tudo aquilo, deu uma varrida geral e não achou Tiago. 



-Ele quer que a gente vá até ele. – disse Lene puxando Lílian e Dorcas pela mão e conseqüentemente se soltando de seu namorado. – Ah, pode ir para o castelo, depois a gente se encontra – disse mandando uma piscadela para o garoto.



O garoto ficou olhando a namorada se afastar, ela estava um tanto quanto estranha, mas não fazia idéia de o por quê. 



As três deixaram o pessoal para trás e seguiram para perto do cachorro. Na realidade as duas, Lílian e Dorcas, estavam sendo arrastadas por Lene. Frederic deu uma última olhada na namorada e entrou, Lene não pareceu se importar de deixá-lo sozinho.



-Lene, calma aí – disse Lílian se soltando da amiga - Eu vou para o castelo, esta ficando frio e escuro. Você parece que gosta mais desse cachorro do que do seu namorado. – ela pensou ter visto os olhos do cachorro brilharam por um leve instante, mas balançou a cabeça, pensou ter sido peça de sua mente.



-E você vem junto – disse Dorcas curta e grossa para Lene, ela concordava plenamente com a ruiva ao seu lado – Nunca vi, você é pior que criança.


-Mas ele quer carinho. – contrapôs Lene tentando se soltar da amiga.


-Marlene McKinnon, você tem idéia que você está obcecada por este cachorro? – perguntou Lílian explodindo com a atitude infantil da amiga. – Você que deve estar querendo atenção e precisando de um animalzinho para dar carinho, do jeito que anda você vai acabar trocando o Frederic por esse cachorro.


-Não precisa extrapolar também, né Lils. – disse Lene cedendo aos esforços de Dorcas, elas começaram a caminhar.


-Não? Não? – perguntou Lílian num fio de voz – Há duas semanas você vem visitar esse cachorro, e todos os dias dessas duas semanas, isso não é obsessão por acaso? – ela estava cansada e as duas últimas semanas fora uma catástrofe total, agüentar a amiga estava fora de cogitação.


-Eu tenho uma tese – começou Dorcas.


-Diga mente brilhante. – Lene ficara levemente magoada com Lílian.


-Então – Dorcas olhou para o lago, pensou um pouco e começou a falar – A Lils está meio extravasada desde aquele dia que achamos o Tiago na floresta, depois daquilo, ela mal falou com o Tiago, a minha desculpa ao Tiago para a Lils estar assim, foi problemas familiares, ele disse que ia dar um tempo para ela, esse tempo está esgotando. A outra, a Lene está “desgostando” do namorado, uma desculpa para ficar longe de todo mundo é ficar perto daquele cachorro que necessita de carinho. – Dorcas parou de falar, mas continuou andando, Lílian e Lene se olharam.


-A Dorcas andou bebendo escondida - disse Lene.
-Só pode. Da onde tirou essas proposições malucas...? – Lílian pegou no braço de Lene e andaram a frente de Dorcas.


-Ah, é assim então? Quando eu descubro a verdade vocês esquecem de tudo e fingem que não aconteceu nada. Vocês são bizarras.


Dorcas andava mais atrás das amigas, rindo da atitude delas, pois tinha certeza que o que havia dito estava certa, mas suas amigas eram cabeça-dura demais para admitir.



Entraram no castelo, passaram direto pelo salão principal, resolveram que comeriam mais tarde, na cozinha, era mais lucro. Estavam se dirigindo para o salão comunal da grifinória, pegaram um caminho bastante conhecido, mas, como as pessoas estavam jantando, estava pouco movimentado, a não ser por um grupo de garotas barulhentas mais à frente. 
Lílian e as amigas reconheceram algumas meninas. A mais bonita delas saíra com Tiago durante umas duas semanas (tempo demais para o gosto delas!) e logo terminaram. O estranho era “terminar” o que não havia nem começado, mas, esse detalhe Lílian procurava ignorar. Embora as amigas sempre a lembrassem dessas tragédias. Enfim, Lílian não gostava nenhum pouco da garota. Não por ela ter ficado por algum tempo com Tiago, mas, sim por ter ficado algum tempo com o seu namorado, o namorado de Lílian, bem embaixo do nariz da ruiva. Isso que a deixava extremamente irritada.



- Você vai virar alguma daquelas cartomantes malucas, é? – perguntou Lene, deixando o silêncio de lado. E tentando evitar a aura ruim que se instalara ali.


- Olha só que bacana! – disse Tiago que se aproximava, antes que Dorcas pudesse responder a pergunta de Lene. – É verdade Dorcas? – perguntou abraçando-a.


-Vai aporrinhar outro, Tiago. – disse Dorcas se soltando dele.



-Mas não tem ninguém por aqui para eu fazer isso... – sua voz começou a baixar gradativamente enquanto uma garota vinha em direção deles. – Bye. – disse virando num corredor próximo, quando as três foram ver para aonde ele fora, este já tinha sumido.
Chegou a garota que Lílian abominava. Aparentemente havia visto que Tiago estava ali há poucos instantes
-Cadê o Ti? – perguntou a garota era morena e alta, bonita demais.
- Ti? – perguntou Lílian com a voz num tom levemente agudo.
-É, o Tiago. – disse a guria como se fosse a coisa mais óbvia.
-Ah deixe-me ver. – Lílian olhou dentro do bolso e disse – No meu bolso é que não está.
-Evans, preste atenção em uma coisa. Agora que o Tiago é seu amigo ele não precisa ficar se preocupando com detenções, ele não vai ficar mais te dando bola. – disse a garota com um ar superior. – Até porque ninguém olha para você, até seu namorado te trocou.
-Quanto egoísmo da sua parte– disse Lílian que fingia ressentimento – Não se preocupe, mesmo eu e ele estando namorando, eu o divido com você, como eu fiz com aquele panaca do Rogério. – terminou piscando para a garota que estava escarlate, e saiu com Dorcas e Lene no seu encalço.
Lílian saiu o mais rápido que pode dali, virou em um corredor próximo, foi ali que Dorcas a alcançou e segurou seu braço, fazendo-a ficar de frente para si.


-Lílian Evans, explique-se! – disse Dorcas.


-Oras, ela que vá provocar outra! – disse Lílian que bufafa. – Eu não tenho sangue de barata para ficar aturando provocações. – cruzou os braços e olhou para além de Dorcas, Lene só observava.


-Ás vezes eu penso que não é só isso, você anda estranha ultimamente – se meteu Lene.


-Ah, como se você fosse “o” exemplo, dá um tempo, eu to bem, só dei o que ela mereceu. – disse desanuviando um pouco a expressão.


-E se for verdade o que ela estiver falando? – perguntou Lene, agora encarando a amiga.


-Dane-se. O problema é exclusivamente deles, eu só fiz o que eu achei certo. Deixem-me sozinha, okay? – disse Lílian pegando sentido contrário das amigas, que se olharam, mas não a seguiram.


Lílian havia perdido a fome, mas estava com frio, tudo nessa semana havia sido confuso, ela não havia descoberto o que era aquilo que Tiago escrevera. Há muito que ela não falava com Snape, estavam distanciados há algum tempo, era bom conversar com ele, mas aquelas suas companhias...


-Lílian? – perguntou um garoto de rosto branco que quase colidira com ela, que estava que era só devaneio.


-Sev... – disse Lílian olhando o amigo, estava sem ação.


-Tudo bem? – perguntou olhando mais atentamente para ela.


-Anh, sim, sim. Como você anda? – perguntou ela começando a andar e ele a acompanhando.


-Bem, a não ser por uma notícia que correu por aí... – disse em voz baixa.


-Que notícia que correu por aí? – perguntou achando estranho o modo como ele falava, parecia ressentido.


-Você virou amiga do Potter? – ele foi direto, parecia que uma pedra atingira Lílian.
-Sim, eu acho que já houve problemas demais para negar que prefiro a amizade à sua inimizade, no fundo ele é uma boa pessoa. – disse meio perdida em pensamentos.


-Nunca pensei que fosse ouvir você dizendo isto, você está gostando dele... – continuou em tom baixo, porém intimidante.


-Até você... – Lílian soltou um suspiro forte e o deixou sozinho.


[...]


-Pensei que não ia voltar. – disse Dorcas quando Lílian ia entrando pelo buraco do retrato e ia direto para a escada.


-Vocês não vão me deixar em paz tão cedo, não é mesmo? – disse Lílian se dando por vencida.


-O que te fez pensar isso? – perguntou Lene que estava sentada de lado na poltrona, estava lendo uma revista bruxa.


-Até o Sev me disse algo a respeito... – disse Lílian, baixo, achando repugnante a idéia de os amigos estarem certos.


-Viu, se até ele disse isso, então não sei o que você está esperando. – disse Lene.


-Esperando...?


Lílian sabia o que era, mas não queria saber, ficou algo aleatório quando


Lene abriu a boca para falar alguém chamou Lily. 


-Lils! – chamou uma voz vindo do buraco do retrato, Lílian fechou os olhos, já sabia quem era e não estava preparada para tal conversa. – Que bom, parece que você está bem melhor. – disse olhando para o sorriso forçado de Lílian.


-Bem melhor. – para ela estava sendo um constrangimento sem tamanho.


-Você não estava falando comigo desde aquele dia na floresta, eu fiquei preocupado. – disse Tiago meio pensativo, Lílian fez uma expressão de ceticismo, o que passou despercebido por ele.


-Bom, estamos subindo – disse Lene com Dorcas em seu encalço, claramente deixando os dois à “sós”. Lílian fez um som de quem não acreditava que estavam deixando-a nessa situação.


-Você está quieta. – Tiago analisava a situação.


-Muito quieta. – continuou para ver se ela falava alguma coisa.


-Quieta demais pra o meu gosto.


-Ta bom, ta bom, já chega Tiago. Eu falo com você seu esquisito. – disse dando um sorriso de rendição.


-Esquisito? É assim que me trata agora, é? Não bastam quatro olhos, trasgo, galinha e agora esquisito? Fiquei de cara agora, só falta me chamar de Babuíno mutante. To indo. – Tiago começou a subir as escadas do dormitório.


-Espera aí. – disse Lílian rindo da cena, mal feita a princípio, emotiva de Tiago.


-Ri da minha cara e ainda diz que é minha amiga. Vou para a torre, lá é mais alto, quem sabe se eu me jogar... – deu meia volta e foi em direção ao quadro da mulher gorda, Lílian o seguiu.


-Já está tarde para sair. – disse quando estavam a alguns passos do salão comunal.


-Que meda. – disse dando um relance de olhar para Lílian.


-Eu falo sério. – disse indo no encalço do garoto. – Onde você está indo? Eu não conheço este caminho. – disse olhando a volta e não reconhecendo.


-Eu também falo sério, não me peça desculpas que assim eu me jogo daquela torre. – disse apontando para onde provavelmente estaria a torre mais alta.


-Você nos faria um favor. – riu Lílian. Tiago vez um som de incrédulo.


-Então é assim? – continuou andando.


-Tá certo, me desculpe – disse correndo atrás de Tiago, que parara de chofre ao ouvi-la pedir desculpas.


-Então me dá um beijinho – disse apontando para a bochecha.
-Não abusa se não eu volto atrás. – disse cruzando os braços e olhando sério pra Tiago.


-Ta certo, ta certo. Mas não se pode voltar atrás com desculpas, eu já as aceitei. – disse e continuou andando.
-Tá, agora que eu pedi desculpas, por que você continua andando? – perguntou a ruiva ainda seguindo Tiago.


-Ah, você já vai ver, eu vou te mostrar uma coisa. – disse sem virar para Lílian, continuava andando à sua frente.


-Ah, você vai me mostrar uma coisa e nem quer saber se eu quero ver, é?


-Bem, você continua me seguindo. – disse ele com riso na voz.


-Então eu paro. – ficou parada no lugar.


-Opa, Filch. Vem cá Lily. – disse Tiago retrocedendo para pegar Lílian e se esconder atrás de um armário.
Filch passou murmurando algumas coisas, eles ficaram bem quietos para não serem notados, porém, o lugar era um tanto quanto apertado. Lílian, ligeiramente mais baixa que Tiago, ficou na altura de seu peito, ouvia cada batida apressada que o coração do moreno dava. Sorte dela que estava meio escuro, pois suas faces ficaram rubras. Tiago notou a situação da ruiva, como ela estava com a cabeça logo no seu peito, mas estava com o queixo para cima, ficando com a boca perto da sua, ele levantou mais a cabeça e deu uma leve virada.
Lílian achou mais que estranho ele não tomar vantagem da situação, suas dúvidas estavam se concretizando, tinha alguém mais além dela.


-Pronto Lily. – disse Tiago dando uma olhada no corredor – Ele já deve ter ido pra bem longe daqui. – saiu primeiro e deu a mão para Lílian sair, esta o ignorou. Tiago deixou a mão no ar por mais alguns segundos até conseguir entender o que havia acontecido, e logo a puxou de volta para si.


-Aonde você ia me levar? – perguntou Lílian fingindo interesse e tentando não demonstrar que a situação estava estranha.


-Ah – deu um suspiro como se lembrasse porque estava ali – Estamos chegando. – Tiago foi à frente para ver se estava tudo “limpo”. – Vamos. – chamou. Lílian ainda estava parada, mas logo saiu atrás do moreno.


Andaram um pouco e encontraram um casal no maior “amasso”, que a ouvirem os dois chegando, se separaram rapidamente.


-Ti... – era a garota que Lílian havia encontrado mais cedo. Ela estava vermelha, o garoto ao lado dela parecia ser da Corvinal, um que também jogava quadribol. – Então é verdade Evans, vocês dois estão juntos. – disse a garota fechando levemente os olhos como se analisasse. Tiago começava a entender, pois estivera boiando até agora, Lílian ficava vermelha a cada momento que passava.


-Mas o que você tem haver com isso? – perguntou o garoto entediado. Olhou de cima a baixo a Lílian e deu um sorriso sacana – Bom, eu vou indo que eu ganho mais. – disse saindo de cena, dando uma piscada para Lílian, mas, Tiago vira a olhada do moleque e não gostou nenhum pouco.


-Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo? – perguntou Tiago. Não houve resposta.


-Bem – começou a garota avançando – Como você não tem ciúmes do seu namoradinho e aceita dividir, acredito que eu não faria mal algum, fazendo isso – chegou perto de Tiago e lascou um baita de um beijo nele, porém logo ele se afastou, vermelho e arfando.


-Você está maluca guria? – perguntou sem tirar os olhos da garota caso houvesse um novo “bote”. Lílian havia sacado a varinha e apontava pra a garota.


-Não me provoque. Espero que você saiba seus limites e onde começa o perigo para você. – disse avançando para a garota.


-Pensei que você não tivesse ciúmes - a garota com um olhar brilhante falava cinicamente, mas se afastou deixando os dois num silêncio gelado.


-Bom, o que acha de eu te mostrar outro dia? – perguntou Tiago para Lílian que ainda não havia baixado a varinha.


-Ah, não se preocupe. Vamos ver logo o que você quer me mostrar, porque se houver mais uma noite dessas, eu vou virar homicida. – disse guardando a varinha.



Seguiram mais um pouco em silêncio, até Tiago se pronunciar.


-Eu vi aquele garoto olhando para você.


-Eu vi aquela garota te beijando. Algum problema? – perguntou sem olhar para o garoto.


-Bem, eu não avancei para aquele corvinal.


-Afinal de contas você não tinha motivos muito grandes, ele não tentou me engolir viva.


-Então você a atacou porque ela quase me engoliu vivo? – perguntou tentando conter o som de riso na voz.
-Não, ela já esta me provocando há muito tempo, ela tem que saber até onde ela pode comigo.


-Por que ela me chamou de namorado? – perguntou agora se interessando um pouco mais.


-Namoradinho... – disse corrigindo, mas recebeu um olhar de censura de Tiago – Bem, eu inventei uma história.


-Uma mentira.


-Como quiser, eu disse que nós éramos namorados, porque ela me irritou e eu queria dar o troco à altura.


-Por que simplesmente não a azarou?


-Danos físicos não servem de nada. Você devia aprender isso. – esta evitava olhar nos olhos do moreno.


-Seu namorado traiu você com ela, não é mesmo? – Tiago puxou um assunto meio estranho para a situação. Lílian levantou a cabeça e olhou fundo nos olhos de Tiago.


-Sim, mas o erro foi dos dois, de mesma proporção. A culpa dele por não ser homem para ter só uma, e culpa dela, por se jogar em cima de garoto com namorada. Ao menos passou, assim nós vemos como as pessoas realmente são.


-Você não lamenta?


-Oras, melhor que acontecesse logo, antes que ficasse sério demais. Nós estávamos namorando há 2 meses, pelo menos o meu sentimento por ele não era lá grande coisa.


-E eu pensando que você só ficava com quem realmente amasse. – falou Tiago pensativo.


-E nós temos idade por acaso para saber o que realmente é o amor ou não? – perguntou para Tiago, este deu uma olhada de canto de olho, mas não respondeu, continuaram andando quietos.


-Chegamos. – disse Tiago parando no meio de um corredor deserto.
-Onde exatamente? – perguntou Lílian dando uma olhada em volta e não achando nada de interessante.


-Sala precisa. – disse Tiago e uma porta se materializou na frente dos dois. Lílian soltou uma exclamação muda.


-Entre mademosseile. – Tiago abriu a porta, Lílian entrou numa espécie de salão comunal, menor e com uma “cara de Tiago”.


-Que lugar sinistro. – disse por fim depois de olhar tudo que estivera em seu alcance.


-Mágico. – disse ele sorrindo.


-Tiago, eu quero morar aqui. – disse sentando no sofá mais próximo.


-À vontade. Aliás, você pode ter tudo o que quiser – disse para a garota que estava esparramada num sofá. – Quase tudo – acrescentou a ver uma expressão da ainda mais surpresa da ruiva.


-Como você conhece? – perguntou ela se aprumando no sofá enquanto ele sentava ao seu lado.


-Longas histórias, quem sabe algum dia você saiba de todas elas. – disse com um grande sorriso.


-Muitas pessoas devem conhecer este lugar... – falou para si mesma, mas em tom alto que deu para Tiago ouvir.


-Não acredito que seja. – disse em modo de resposta a afirmação de Lílian que olhara para ele de modo diferente agora.


-Esse é um lugar especial para mim, e quero que seja um lugar especial para você também. – disse olhando a fogueira queimar os tocos de madeira.


Os olhos de Lílian brilharam por um momento. Ela deu um beijo na bochecha do moreno. Pegou na sua mão e os encaminhou para fora da sala. Foram até o salão comunal, de mãos dadas, Tiago não dera uma palavra para não estragar esse momento e Lílian fingia que nada de mais estava acontecendo, apenas segurava as mãos quentes daquele garoto


entre as suas.


 


N/A: autora sem palavras, vou tentar atualizar (:

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