Conversa com Rose



Hermione aparatou no centro de Hogsmead, era bem cedo por isso não tinha quase ninguém na rua. Foi caminhando pela pequena estrada que levava até o castelo de Hogwarts, fazia tanto tempo que não passava por aquele lugar, não tinha idéia do quanto sentia saudades de tudo aquilo.


Chegou ao grande portão de ferro e ficou esperando até que alguém aparecesse para atendê-la, isso demorou algum tempo.


- Olá Mione! – Hagrid disse enquanto abria a porta para que a mulher entrasse – Como estão as coisas.


- Muito bem! – respondeu sorrindo – Apenas tendo alguns trabalhos por causa da Dominique.


- Eu imagino! – concordou com a cabeça – Mas o que a traz aqui?


- Vim conversar com a professora McGonagal – explicou.


- É claro! – parecia se lembrar – Ela está te esperando no salão principal.


- Então eu vou lá falar com ela! – avisou antes de sair andando.


Foi caminhando pelos jardins do colégio. Alguns alunos estavam no local conversando e aproveitando o final de semana, mas, a maioria, provavelmente, ainda estavam em seus dormitórios.


Chegou ao salão principal e olhou diretamente para a mesa no fundo do local, havia apenas uma cadeira ocupada: a da diretora. A pessoa se levantou e foi caminhando até a recém-chegada.


- Hermione! – a cumprimentou quando chegou mais perto – É muito bom vê-la novamente.


- Digo o mesmo! – respondeu em seguida – E então, podemos conversar.


- É claro! – balançou a cabeça afirmativamente – Vamos até a minha sala para ficarmos mais a vontade.


O local não ficava muito longe de onde estavam, por isso não andaram muito. Pararam em frente à gárgula de pedra para que McGonagal dissesse a senha, depois, subiram as escadas e chegaram à grande sala.


- Sente-se! – indicou a cadeira para que a morena se sentasse – Quer beber alguma coisa?


- Não obrigada – agradeceu sorrindo – Eu não quero demorar muito, deixei a minha mãe tomando conta da Dominique.


- Está bem! – concordou se sentando em frente a outro – Eu imagino como um bebê recém-nascido deve estar te dando trabalho.


- Não tem idéia do quanto – riu levemente – Principalmente por eu ter perdido a pratica depois que a Rose e o Hugo cresceram.


- Mas não foi para isso que você veio até aqui – mudou rapidamente de assunto – Diga o que te traz até aqui. Você parecia com bastante pressa quando mandou aquela carta ontem.


- Tem razão! – concordou suspirando pesadamente – Queria falar sobre a Rose.


- Sei que todos devem ter ficados chocados com a escolha de Rose para a Corvinal – comentou – Mas eu devo lembrá-la de que a escolha do chapéu é irrevogável.


- Sei disso! – balançou a cabeça afirmativamente – Mas pela carta que ela me mandou, parecia tão triste. Eu fiquei preocupada.


- Sei como é isso! – concordou – No dia seguinte a seleção ela veio conversar comigo sobre a possibilidade de mudar de casa, mas, infelizmente, não pude ajudá-la.


- A Rose estava certa de que iria para a Grifinória – explicou – E acho que as expectativas do Rony não ajudaram muito.


- Entendo como é isso! – riu levemente – Ele devia estar querendo ver a filha na Grifinória.


- É! – concordou – Afinal, nenhum um Weasley ficou fora da Grifinória. Pelo menos até agora.


- E continua dessa maneira! – o comentário da mulher fez Hermione se sentir levemente desconfortável – Sabe Hermione! Será que, diante de tudo isso, não está na hora de você e o Harry contar a verdade para todos.


- A verdade! – praticamente gritou – Como a senhora sabe?


- Está escrito na cara de vocês – respondeu calmamente – Mas não se preocupe. Não acredito que mais alguém desconfie disso, eu apenas sou uma pessoa bem observadora.


- Então está bem! – pareceu mais tranqüila nesse momento – Mas eu ainda não estou preparada para contar a verdade. Quem sabe mais alguns anos.


- Como queira! – deu de ombros – Quero que saiba de uma coisa: quando for contar, pode contar comigo para o que precisar.


- Obrigada! – sorriu levemente – Será que agora eu posso conversar com a minha filha?


- É claro! – balançou a cabeça afirmativamente – Vou chamá-la.


A diretora saiu de sua sala, deixando a mulher sozinha no local.


Rose estava, juntamente com a sua nova melhor amiga, sentada no topo da escada que dava acesso ao castelo.


- O que acha de irmos até a biblioteca mais tarde? – sugeriu de repente – é uma ótima idéia – Catharina concordou – Embora a gente não tenha muito dever de casa para fazer, é sempre bom começar a adiantar os estudos.


- Finalmente eu encontrei alguém que pense da mesma maneira que eu! – suspirou pesadamente – Todos sempre acharam que eu era louca.


- Ninguém na sua família gosta de passar horas estudando na biblioteca? – achou estranho.


- Somente a minha mãe! – explicou – Meu pai sempre diz que eu puxei a ela.


Nesse momento McGonagal se aproximou das duas.


- Bom dia! – as cumprimentou.


- Bom dia diretora! – responderam ao mesmo tempo.


- Senhorita Weasley – virou-se diretamente para Rose – Será que a senhorita pode ir até a minha sala?


- Claro! – concordou – Mas será que posso saber por quê?


- Tem uma pessoa lá querendo conversar com você – foi tudo o que ela respondeu.


- Está bem! – deu de ombros achando tudo isso muito estranho, mas mesmo assim, não falou mais nada.


Seguiu a mulher até a sua sala e teve uma grande surpresa quando entrou no local.


- Mãe! – disse assim que viu Hermione parada bem na sua frente.


- Oi minha filha – a abraçou com bastante força.


- Vou deixar vocês duas sozinhas! – a outra avisou – Daqui a pouco eu volto.


As outras duas ficaram paradas durante algum tempo apenas se encarando.


- O que você veio fazer aqui? – a garota quis saber algum tempo depois.


- Vim conversar com você – explicou.


- Já entendi o que é! – suspirou pesadamente enquanto se sentava na cadeira – É sobre eu ter ido para a Corvinal. Não é?


- Exatamente! – balançou a cabeça afirmativamente.


- Eu sabia! – comentou – Vocês deve estar muito chateados comigo.


- É claro que não estamos! – passou a mão pelos cabelos castanhos da menina – Não sua culpa a casa em que vai parar.


- Sei disso! – concordou – Mas todos esperavam que eu fosse para a Grifinória por que eu sou uma Weasley.


- Sei que eram o que todos estavam pesando – explicou – E, para falar a verdade, eu também pensava que isso fosse acontecer.


- Está vendo! – se levantou e caminhou até a janela.


- Mas isso não significa que estejamos chateados com você – se aproximou novamente da filha – Eu, seu pai, seus avós: estamos todos orgulhosos de vocês.


- Todos os meus primos, menos o Alvo, estão olhando diferente para mim – falou por fim – Tenho certeza de que estão comentando alguma coisa sobre mim nas cartas para casa.


- Estive com todos os seus tios ontem e ninguém comentou nada – respondeu – Todos estão aceitando bem a sua ida para a Corvinal.


- Tenho certeza de que devem estar falando alguma coisa pelas minhas costas – estava a ponto de chorar, uma grande quantidade de lágrimas se formou em torno dos olhos dela – Eu sei que acabei com a tradição da família, estraguei tudo.


- Não pense assim Rose! – a abraçou de maneira protetora – Saiba que você tem que se sentir orgulhosa por estar na Corvinal.


- Ver o ponto positivo de todas as coisas – revirou os olhos – Eu não consigo ser assim.


- Mas saiba que a Corvinal é a casa das mentes mais brilhantes – lembrou – E você é uma mente brilhante, ou não estaria onde está.


- E puxei isso de você! – riu levemente – É o que o papai sempre fala.


- Exatamente! – concordou – Por isso, mesmo que alguém fale alguma coisa, não se importe. É seu mérito estar onde está.


- Obrigada mãe! – a abraçou.


- Sabia que iria acabar te fazendo aceitar – concluiu.


- Então acho que já vou indo! – avisou – Tenho um monte de coisa para fazer.


- Se você esperar mais um pouco eu vou com você – pediu – Só preciso esperar a McGonagal.


Nesse momento a porta se abriu e a diretora da escola entrou no local.


- Vejo que já terminaram a conversa! – percebeu assim que chegou – Já está indo embora Hermione?


- Sim! – respondeu – Como já disse, tenho que ver a Dominique.


- Falando nisso, como ela está? – Rose quis saber – Estou com muitas saudades da minha irmãzinha.


- Ela está ótima! – disse – No natal você vai vê-la.


- Ainda está tão longe do natal! – suspirou pesadamente – Mas eu espero.


Finalmente saíram da sala. Quando chegaram aos jardins do castelo. A menina percebeu que Catharina ainda a esperava no mesmo lugar.


- Oi Rose! – se levantou assim que a viu – O que a McGonagal queria falar com você?


- É que a minha mãe veio aqui conversar comigo! – apontou para Hermione – Mãe! Essa é Catharina, minha amiga.


- Oi Catharina! – a cumprimentou – Fico feliz que a Rose tenha conhecido uma amiga aqui em Hogwarts.


- E eu fico feliz por conhecer a senhora! – disse – Vamos até a biblioteca Rose?


- Claro! – concordou antes que as duas entrassem novamente no castelo.


A morena foi caminhando até Hogsmead e aparatou há alguns metros da sua casa e foi caminhando até lá. Assim que chegou no local, teve uma grande surpresa quando viu quem a esperava.


- Harry! – disse enquanto se aproximava do amigo – O que você está fazendo aqui?


- Eu vim te fazer uma visita! – respondeu simplesmente – Estava com saudades de você.


- Não faz nem uma semana que nos vimos! – estranhou.


- E já é tempo o suficiente para eu sentir saudades! – foi se aproximando lentamente – Por mim, você ficaria o dia inteiro ao meu lado. E mesmo assim, talvez não fosse o suficiente.


- O que acha de entrarmos? – sugeriu mudando rapidamente de assunto – Tenho certeza de que você não veio aqui para ficarmos conversando na porta.


Quando entrou em casa, encontrou a senhora Granger sentada no sofá folheando uma revista.


- Que bom que você chegou! – disse sem retirar os olhos de sua leitura – A Dominique não deu trabalho nenhum, ela está lá em cima dormindo – foi nesse momento que resolveu olhar para filha – Harry! Quanto tempo que eu não te vejo.


- Olá senhora Granger! – a cumprimentou – Também é muito bom te ver.


- Acho que já vou indo! – a mulher mais velha falou por fim – Vocês devem estar querendo conversar.


Ela foi embora. Nesse momento, o moreno se virou para amiga.


- Será que agora eu posso falar? – quis saber.


- Primeiro eu vou ver a minha filha – foi tudo que ela disse.


Hermione subiu rapidamente as escadas sendo seguida pelo homem.


Dominique estava dormindo profundamente e totalmente alheia ao mundo a sua volta. Quando ela fechou a porta do quarto da filha, Harry a empurrou contra a parede impedindo que pudesse se mover.


- Acho que agora você pode me escutar! – aproximou os lábios da orelha da morena – Eu te amo Hermione Granger.


- O Rony pode ouvir isso! – sussurrou com medo de alguém os espionasse – Tenho certeza de que você não quer isso.


- Não vejo ninguém aqui! – olhou para os dois lados – Somente nós dois.


- Rony levou o Hugo para assistir um jogo de Quadribol – avisou – Daqui a pouco eles podem estar aqui.


- Tenho certeza de que temos tempo para conversar! – explicou.


- Mas vamos lá para baixo! – pediu! – Não queremos acordar a Dominique.


- Claro! – concordou.


Em vez de se afastar para que a amiga pudesse se mover, a pegou no colo para poder descer as escadas. Depois a colocou no sofá e se sentou ao seu lado.


- Sabe Mione! – suspirou pesadamente antes de começar a falar - Tem uma coisa que eu quero fazer desde que nós encontramos da última vez.


- O que? – estava um pouco receosa, mesmo assim, perguntou.


Ele não disse mais nada, apenas a beijou profundamente. Hermione sentiu a mesma coisa que na semana anterior, por isso se afastou.


- Isso é errado! – Sua respiração estava ofegando – Não devemos fazer isso.


- E por que não! – segurou a mão dela – Eu te amo! E tenho certeza de que você sente a mesma coisa por mim.


- Você não me ama! – se afastou rapidamente dele – Apenas pensa que me ama. Você ama a Gina, que é a sua esposa.


- Você nunca esteve tão enganada em toda a sua vida! – balançou a cabeça negativamente.


- É você quem estar errado! – praticamente gritou – Você com a Gina e eu com o Rony, isso é o certo.


- Parece que eu vou ter que provar o quanto eu te amo! – tinha um sorriso maroto nos lábios enquanto se aproximou.


A beijou novamente. Foram caminhando, sem quebrar o contato e caíram deitados no sofá. Nesse momento as caricias começaram a ficar mais urgentes e quanto o moreno começou a colocar as mãos por baixo da camisa da amiga, ouviram barulho de chave e se afastaram.


- Chegamos! – Rony anunciou entrando na sala – Harry? O que você está fazendo aqui?


- Vim aqui convidar vocês para jantar lá em casa hoje! – inventou a primeira desculpa que veio na sua cabeça.


- Acho uma ótima idéia – concordou – O que acha Mione.


- Por mim! – deu de ombros – Podemos ir se você quiser.


- Então está combinado! – virou-se para o outro homem – estaremos lá.


Despediu-se deles antes de sair do local.


- Foi falar com a Rose? – o ruivo quis saber.


- Sim! – ela respondeu – Parece que ela já aceitou não ter ido para a Grifinória.


- Que bom! – pareceu feliz – Não gosto de ver a minha garotinha triste.


- É mesmo! – se levantou rapidamente – Acho que vou tomar banho. Se a Dominique acordar você pode ir ver?


- Claro! – concordou antes de ver a “esposa” subir as escadas.


Hermione conseguiu relaxar com um banho de banheira, mas não conseguiu deixar de pensar em seu melhor amigo. O que será que estava acontecendo com ela?

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