Onze anos e nove meses depois

Onze anos e nove meses depois



Harry estava em sua sala revisando os relatórios de algumas missões que ele precisava enviar para o ministro ainda naquele dia. Quando, de repente ouviu algumas batidas na porta.


- Pode entrar pode entrar! – disse sem tirar os olhos do pergaminho a sua frente.


Sua secretária, uma senhora baixinha e de cabelos brancos, entrou no local.


- O que acontece? – perguntou um pouco preocupado, assim que a viu – Se for o ministro, diga que eu ainda não terminei aqui, mas que faço isso antes do almoço.


- Não é ele senhor Potter – o viu suspirar aliviado – É a senhorita Granger, que está aqui para vê-lo.


- Ótimo! – balançou a cabeça afirmativamente – Deixe-a entrar.


Ela concordou antes de sair do local. Alguns minutos depois a morena apareceu, andava com um pouco de dificuldade por causa de sua enorme barriga de oito meses de gravidez.


- Senta aqui Mione! – se levantou indicando a cadeira para a amiga – Não quero que você fique em pé.


- Não preciso que você fique me paparicando – suspirou cansada – Para isso já me basta o Rony.


- Mas eu me preocupo com minha melhor amiga – se ajoelhou em frente a mulher – Além disso, quero que minha sobrinha nasça bem.


- Está bem! – sorriu enquanto passava a mão pela barriga – Rony está tão feliz por que vamos ter uma menina. Decorou o quarto dela todo de rosa. Primeiro ele disse que não se importava, pois já tínhamos um casal, mas nós dois sabemos que isso não é verdade.


- Bem, não foi por isso que você veio até aqui – mudou rapidamente de assunto –Então o que foi?


- Você sabe que amanhã é o aniversário da Rose – o viu balançando a cabeça afirmativamente – E resolvemos fazer uma festa simples, com os amigos dela e a família. Ficaríamos muito felizes se você, a Gina e as crianças fossem. Rose está doida para apresentar Alvo para os amigos.


- Isso é uma coisa que eu me arrependendo de não ter insistido com a Gina – disse de repente – Queria muito que meus filhos tivessem freqüentado a escola trouxa antes de irem para Hogwarts.


- Rony também insistiu comigo para deixar a senhora Weasley ensinar eles a ler e a escrever, mas acabei convencendo ele do contrário – explicou – E a Dominique também vai para a escola trouxa.


- Dominique? – quis saber.


- Rony e eu decidimos ainda essa semana, achei lindo – contou – Mas e então. Vocês vão?


- Não perderia por nada – respondeu.


- Então eu vou indo, ainda preciso terminar algumas coisas antes do meu substituto assumir o departamento segunda-feira – viu a cara de dúvida do amigo – Eu realmente não queria entrar de licença agora. Por mim eu ficava trabalhando até a véspera do parto, mas o meu médico insistiu.


- Acho que você faz muito bem – concordou - Também preciso terminar um trabalho aqui, acho que nem vou almoçar.


A ajudou a se levantar, quando Hermione colocou a mão na barriga parecendo feliz.


- Ela chutou – o moreno colocou a mão onde a dela estava e pode sentir alguma coisa se mexendo, não pode deixar de se emocionar, seus rostos foram se aproximando lentamente até que seus lábios ficassem centímetros um do outro, mas foram interrompidos pela porta se abrindo, fazendo com que se separassem.


- Desculpe se eu estiver interrompendo – ouviram uma voz bastante familiar – Como não tinha ninguém lá fora, entrei direto.


- Você não atrapalha Ted – Virou-se para o afilhado – A Mione já estava de saída.


- Até amanhã – foi caminhando até porta, seu rosto ligeiramente vermelho – Tchau Ted.


Esperaram um pouco mais de tempo depois que a morena saiu, apenas se encarando.


- Então! O que te traz aqui? – Harry finalmente perguntou – Esta com outra dúvida na escola de Aurores?


- Não é isso, está tudo em lá – sentou-se em frente ao padrinho – Queria saber se posso jantar na sua casa hoje.


- É claro que sim, sabe que é sempre bem vindo lá – explicou enquanto dava um tapa de leve no ombro do rapaz – Aparece lá umas sete horas.


- Está bem! – concordou – Agora eu tenho que ir, prometi a Victorie que escrevia uma carta para ela.


- Ótimo! – deu um sorriso maroto.


Despediram-se e o homem voltou ao trabalho, seus pensamentos caíram sobre a conversa eu teve com a melhor amiga há alguns minutos, não conseguia acreditar que Rose já iria fazer 11 anos. Lembrava-se perfeitamente do dia em que tudo começou.


 


*Flash back*


Harry estava em sua sala terminando um relatório importante. Estava muito feliz trabalhando no departamento de Aurores, o que sempre quis fazer.


Alguém bate em sua porta.


- Pode entrar! – ele diz, no mesmo momento um de seus colegas de departamento entra no local.


- Com licença Harry! – ele diz – Mas o ministro quer vê-lo urgentemente.


O moreno achou isso muito estranho, mesmo assim agradeceu e foi ver do que se tratava.


Quando chegou ao gabinete a secretária deixou que ela entrasse. Além de Quim Shelkbolt, Hermione também estava lá.


- Que bom que você chegou Harry! – o homem disse, indicando a cadeira ao lado do moreno para que ela se sentasse – Já expliquei ao Harry, mais ou menos o que eu quero.


- Então é o Harry que vai comigo a missão? – a mulher perguntou.


- Sim! – respondeu, simplesmente.


- Uma missão? – Harry perguntou espantado – Eu não participo de missões, você sabe disso.


- É algo confidencial! – o ministro disse – Mandarei os detalhes para vocês no fim de semana.


Os dois balançaram a cabeça afirmativamente, ouvindo atentamente o que o homem dizia.


- Vocês irão disfarçados como um casal que vai passar a lua de mel em Paris – explicou, entregando um caixa azul de veludo nas mãos do moreno – Aí estão as suas alianças – explicou – A partir do momento que vocês colocarem o pé na França, serão o senhor e a senhora Madson.


- Vocês realmente pensam em tudo! – ele disse, abrindo a caixa, também deixando que a amiga visse o que tinha dentro.


- Com certeza, tudo para não serem descobertos – Quim disse, rindo – Mas alguma pergunta?


- Sim! – Harry disse – Quando viajamos.


- Segunda-feira de manhã – respondeu – Podem retirar o resto do dia de folga para acertarem os detalhes da viagem.


Eles se despediram do ministro e saíram da sala.


- Quer uma carona para casa, Mione? – o homem perguntou, quando eles estavam dentro do elevador.


- Claro! – respondeu – Apenas me deixe pegar a bolsa na sala.


Dez minutos depois, eles estavam do lado de fora do ministério entrando no carro do moreno.


- Depois que James nasceu, prometi a Gina que não me arriscaria em nenhuma missão – Harry disse, enquanto saia do estacionamento – Mas essa é muito importante para mim, Quim disse que posso ser promovido chefe do departamento de Aurores.


- Tenho certeza de que Gina vai entender – ela disse, tentando confortá-lo.


- É o que eu espero! – respondeu – Ainda bem que você vai estar comigo, isso vai convencê-la com mais facilidade.


- Vai contar a ela que teremos de fingir ser um casal? – perguntou, parecendo receosa.


- Claro que sim! – respondeu muito convicto – Você não vai contar isso para o Rony.


- Nós três somos amigos há tanto tempo – começou a explicar – Tenho certeza de que ele superou aquela visão da horcrux de nós dois nos beijando.


- Sem dúvida, vocês já estão namorando há sete anos – o moreno concordou – Aliais, quando é que vocês dois pretendem se casar?


- Por mim seria o mais depressa possível – ela respondeu, rindo – Mas acho que o Rony está com medo de um compromisso mais sério e eu respeito isso. Vou esperar que ele esteja preparado.


- Espero que isso aconteça antes do primeiro filho de vocês nascer – o moreno disse, rindo.


A mulher riu junto, mas ela parecia um pouco nervosa.


- Não pretendo engravidar tão cedo, quero estar melhor profissionalmente antes disso – respondeu – Quero fazer como você a Gina, ficar dois anos casados antes de pensar em ter filhos.


- Ela estava muito bem nos Harpias e conseguíamos ter uma vida tranqüila como casal, apesar das viagens do time – o moreno explicou – Quando ela engravidou, teve que deixar os campos.


- E ela não pretende voltar a trabalhar? – perguntou.


- Não jogando quadribol, apesar a insistência dos fãs – falou, rindo – O profeta diário está precisando de um colunista de esporte, é só meio período e ela não precisaria deixar James sozinho por muito tempo.


- Parece perfeito! –Hermione disse, sorrindo.


- Chegamos! – ele disse, parando em frente ao prédio da amiga.


A mulher se despediu do moreno antes de sair do carro.


O fim de semana passou bem depressa. Na segunda-feira de manhã os dois se encontraram no aeroporto. Cerca de duas horas depois estavam chegando em Paris.


Como estavam perto da hora do almoço, o caminho até o hotel foi um pouco mais longo do que o habitual. Assim que assinaram os papeis na recepção foram direto para o quarto.


- Espero que não se importe de eu também dormir aqui – Harry disse observando o local, onde havia somente uma grande cama de casal – Posso me ajeitar no tapete.


- Estamos “casados”, por que eu me importaria? – perguntou, rindo.


O moreno também riu. Eles deitaram e ficaram se olhando durante alguns minutos.


- O que você quer fazer hoje, senhora Madson? – ele perguntou, depois de algum tempo.


- O que acha de ficarmos aqui apenas conversando? – respondeu com uma pergunta – Amanhã poderemos começar as investigações.


- Acho uma idéia perfeita! – respondeu, se ajeitando melhor na cama.


Foi uma tarde bastante divertida em que ficaram relembrando os tempos de Hogwarts. Sempre se divertiam quando estavam juntos, por isso eram grandes amigos.


- Você ás vezes não acha estranho? – ele perguntou de repente, depois de passarem alguns minutos em silêncio.


- O quê? – perguntou, sem entender.


- Que não tenha tido outros relacionamentos como experiência – disse como se parecesse óbvio.


- Rony pode ter sido o meu primeiro namorado – ela disse – Mas eu fiquei com o Krum no baile de inverno.


- Eu não falo de beijo. Eu também beije a Cho antes de começar a sair com a Gina – o moreno respondeu se aproximando perigosamente da amiga – Eu falo de experiência na cama.


A mulher ficou extremamente vermelha ao ouvi-lo falar sobre isso. Não estava preparada para falar sobre sua vida sexual com o seu melhor amigo.


- Acho que todo mundo deveria ter mais de uma experiência para poder comparar – explicou – Como poderá saber se é o certo.


- Você tem razão! – a morena concordou, ainda envergonhada devido ao assunto – Mas agora é um pouco tarde para pensarmos nisso.


- Não necessariamente! – respondeu, com um sorriso maroto nos lábios.


- O que está querendo dizer com isso? – perguntou, ficando a cada minuto mais vermelha.


- Estamos aqui sozinhos – respondeu de forma bastante natural – E não temos contato com o mundo bruxo.


- Não podemos! – disse, mas alto do que queria – Você e a Gina estão casados e têm um filho, isso não é certo. Alem disso, eu e Rony estamos em uma faze tão boa no nosso relacionamento que é praticamente pecado traí-lo.


- Não estaríamos traindo eles, é só por uma noite – explicou como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Ninguém vai ficar sabendo, a não ser que a gente conte.


- Está bem! – concordou, sem encarar o amigo nos olhos. Ainda estava em dúvida, mas sempre sonhou em ter alguma coisa com o Harry e essa era sua única chance– Mas isso fica entre a gente, vai ser o nosso segredo.


- Concordo! – disse, se aproximando mais dela.


Ele começou a beijar a morena e a retirar lentamente sua roupa. Logo depois concordaram e em não falar mais sobre isso durante a viagem, embora tivessem ficado bastante constrangidos na frente um do outro nas duas semanas seguintes.


Alguns dias depois que eles voltaram a Londres recebeu um telefonema da amiga pedindo que ele fosse encontrá-la em um café, saiu de casa na mesma hora e foi até o local. Quando chegou lá, ela ainda não havia chegado.


Ouviu o barulho da porta atrás de si abrindo, viu a morena caminhando ao seu encontro, sorrindo.


- Demorei muito? – perguntou sentando-se me frente ao amigo.


- Não! – respondeu, sem encará-lo – Cheguei há uns dez minutos.


- Pediu algo para beber? – ela parecia muito nervosa nesse momento.


- Estava esperando você chegar para pedir alguma coisa – respondeu;


- Está bem! – respondeu, chamando a garçonete que estava perto – Por favor, dois cafés! – a mulher anotou o pedido e saiu.


Ficaram em silêncio até que os pedidos chagaram. A morena bebeu um gole da sua bebida e ficou olhando o amigo.


- O que você tinha de tão importante para falar comigo? – ele perguntou, depois de alguns minutos – Parecia tão nervosa no telefone, é algo grave?


- Mais ou menos! – respondeu – Mas isso vai mudar tudo! – passou a encarar a toalha da mesa mais uma vez.


- Fala logo! – o moreno estava ficando preocupado – Seja lá o que for, poderemos resolver juntos.


- Eu estou grávida! – contou de uma vez, antes que perdesse a coragem – E eu tenho certeza de que isso aconteceu àquela noite em Paris. Não estava tomando poção, e tenho quase certeza de que estava no meu período fértil.


O homem não falou, apenas ficou encarando o conteúdo da sua xícara.


- Fala alguma coisa Harry, por favor! – ela disse, começando a ficar nervosa com aquele silêncio todo.


- Não tenho nada para dizer – começou muito sério – Que não seja essa: eu adorei a noticia, um filho é sempre motivo de felicidade


Um sorriso se formou no rosto de Hermione, ela perecia estar bastante aliviada.


- O que nós dois faremos agora? – ela perguntou, segurando a mão do amigo.


- O mais certo nesses casos! – respondeu como se fosse obvio – Eu vou assumir esse bebê.


- Mas o que a Gina e vai dizer sobre isso? – voltou a ficar apreensiva – O que o Rony vai dizer? E o resto dos Weasleys?


- Eles vão ter que aceitar – falou – Tudo aconteceu porque nós dois queríamos e vamos ter que assumir as conseqüências.


- Vai ser o maior escândalo que o mundo bruxo já viu – pós as mãos sobre a cabeça – Prometemos que não iríamos contar nada para ninguém sobre essa noite. E vamos continuar com essa promessa.


- E como você pretende contar sobre o bebê e não contar sobre aquela noite? – ficou bastante confuso – Acho que não tem como.


- É simples! – começou – Vou falar para o Rony que o filho é dele, assim vamos criar-lo juntos e nós dois não precisaremos contar nada.


- Acho que você esta sendo precipitada – respondeu – Nunca é bom enganar as pessoas.


- É melhor para todo mundo – disse – Há muitas pessoas envolvidas nisso e assim ninguém sai magoado.


- É o que você pensa! – colocou a mão sobre o rosto.


- Você não vai ficar longe do bebê, vai vê-lo sempre. Só que como sobrinho – lembrou – Já temos um segredo. Esse vai ser outro, o maior de todos.


- Está bem! – finalmente concordou.


Terminaram os seus cafés e saíram do local. Cada um para o seu canto.


*Fim do flash back*


 


Não foi fácil guardar aquele segredo durante onze anos, mas havia conseguido. Rose estava crescendo cada dia mais, e embora ele estivesse perto, estava muito distante.


Já estava de noite quando saiu de sua sala no ministério da magia. Estava muito cansado, queria muito chegar logo em casa e poder descansar.

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