Capítulo O5



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Tom me acordou de um jeito nada gentil. Me sacudiu pelo ombro sem parar até que eu falasse alguma coisa que fizesse sentido, que por sinal foi um palavrão.

- Da próxima vez, por favor, você pode apenas chamar meu nome? – Eu falei enquanto me sentava na cama. Os outros garotos já estavam acordados.

- Vou pensar no seu caso – Tom riu enquanto calçava os sapatos. – Vai logo tomar banho, eu já to pronto!

- Que horas são? – Eu cocei os olhos e levantei ainda com sono.

- Sete e alguma coisa.

- Cara, desde que horas você tá acordado?

- Acho que desde as seis, mas não quis te acordar, foi mal!

- Eu acho que o Scorpius ficou agradecido por isso, seu maluco paranóico! – Peter, um dos garotos, jogou o travesseiro na direção de Tom e o acertou bem na cabeça. Nós todos rimos.

- E fiquei mesmo! – Eu concordei e Tom jogou o travesseiro em mim.

- VOCÊ AINDA TÁ AQUI? Vai tomar banho, dorminhoco!

- Pelo menos eu não vou dormir em cima da vassoura, zumbi! – Eu corri pro banheiro quando ele fez menção de pegar outro travesseiro, mas ainda fui atingido nas costas.



Eu vesti o uniforme de Quadribol da Sonserina, peguei a vassoura e fui pra sala comunal com Tom. A ordem era esperar o time se reunir para subirmos juntos, o capitão queria fazer uma entrada triunfal do Salão Principal, pra colocar medo nos outros times.

Não demorou muito até todos os jogadores aparecerem, nós saímos das masmorras e caminhamos até o Salão numa formação estranha, pra mim parecia um V, ou um U, levando em consideração que Adams e McKenzi queriam andar no mesmo nível do capitão, que ia à frente de todos.

Eu me controlei pra não rir da careta que eles fizeram ao entrar no salão, todos empinaram os narizes e olharam com desprezo para as outras mesas. Os outros alunos da Sonserina aplaudiram quando nós entramos e o capitão fez questão que todos nós sentássemos na ponta da mesa mais próxima da porta.

Eu observei o salão e percebi que o nosso foi o ultimo time a chegar, talvez o capitão quisesse isso mesmo. Antes do café, o nosso monitor nos trouxe um recado de McGonagall: Após o café, esperar Olívio Wood no saguão de entrada.

Várias pessoas vinham dar boa sorte durante o café, mas isso não me atrapalhou, pois eu mal comi alguma coisa. Eu não estava nervoso, mas sabia que ia ficar assim que pisasse no campo de Quadribol, ou antes, quem sabe. Eu olhei as janelas e vi que o dia estava horrível, terrivelmente cinza e a chuva caia forte. Logo hoje!

Na mesa da Grifinória, Alvo também não estava comendo nada, apesar dos aviõezinhos que Lisa fazia, ele estava mais interessado na janela que na comida. Tom do meu lado também não estava com fome, mas comeu mais que eu, talvez assim ele não dormisse no campo...



- PIRRAÇA! - Rose gritou quando o poltergeist atirou sobre ela uma bexiga cheia de água gelada.

Os cabelos dela grudaram no rosto e ela ficou ensopada, é a primeira vez que eu vejo Pirraça acertar o alvo. Nós estávamos parados no saguão de entrada esperando Olívio. Pirraça atirou outra bexiga no chão, espirrando água pra todo lado, mostrou a língua pra Rose e foi embora rindo e atirando outras bexigas pelo caminho.

- Arre! – Ela urrou, tirando os cabelos do rosto enquanto os outros alunos riam, eu também, claro.

- Não fique chateada, Weasley! Todos nós vamos ficar ensopados também, você só foi a primeira! – Eu apontei pra porta do castelo, que Filch tinha acabado de abrir.

Isso foi de assustar. A chuva caia tão forte que parecia que um balde gigante de água estava sendo jogado de uma vez só. O chão do saguão começou a ficar cheio d’água. Filch correu na nossa direção com um sorriso horrível no rosto, com certeza estava feliz porque nós íamos enfrentar essa chuva toda.

- Verdade – Rose cruzou os braços na frente do corpo como se estivesse se aquecendo e continuou olhando o jardim da escola. Alvo passou um braço sobre os ombros dela e eu voltei a minha atenção pra o time outra vez.

Todos pareciam bem confiantes, menos Tom, que estava absolutamente ansioso. Ele estava encostado na parede, ao lado da porta do Salão Principal e roia as unhas enquanto olhava o céu através das portas do castelo. Eu caminhei até ele com minha vassoura jogada em um dos ombros.

- Se você não parar de roer as unhas vai ficar sem nenhuma.

- Como você consegue ficar tão calmo? – Ele parou de roer as unhas e olhou pra mim indignado.

- Pense nisso só como um treino e terá a resposta... – Eu dei de ombros.

- É só um treino, não é? Verdade... – Ele encolheu os ombros e agarrou a vassoura com força. Por que será que eu não notei nenhuma diferença no estado dele? Pelo menos parou de roer as unhas...

- Scorpius! – Eu virei e vi Lisa correndo na nossa direção, ela estava com um suéter preto, eu senti inveja dela. Enquanto eu estivesse na chuva ela ia estar quentinha perto da lareira, talvez tomando chocolate quente. – Eu vim dar boa sorte pra vocês! – Ela jogou os braços atrás do meu pescoço quando me abraçou e eu percebi que o suéter era tão grande que as mangas passavam das suas mãos.

- Que abraço quentinho... – Eu suspirei no pescoço dela. Ela riu e se afastou.

- Hoje tinha que fazer sol! – Ela fez uma expressão de ‘eu sinto muito’.

- Tudo bem, a gente já jogou na chuva antes. – Eu sorri colocando a vassoura no ombro outra vez.

Lisa confirmou com a cabeça e caminhou até Tom. Ele se assustou quando ela o abraçou e deu boa sorte.

- Que ‘A’ é esse? – Ele perguntou quando ela se afastou, indicando um ‘A’ verde escuro bordado no suéter. Eu percebi que ele tinha ficado embaraçado por causa do abraço.

- Esse suéter é do Alvo, a avó dele que fez. – Lisa respondeu com um sorriso.

- Por isso que você parece um morcego com ele. – Eu falei e nós rimos, ela me abraçou outra vez bem na hora que Olívio chegou.

- Todos aqui? – Ele perguntou numa expressão amigável e com uma vassoura jogada no ombro. Não houve resposta, ele entendeu isso como um sim. – Vamos então... – Ele deu três passos e parou, encarando Lisa, indignado. - Você vai jogar de suéter?

- Oh, não! Eu estava só dando boa sorte pra meu primo, desculpe! - Ela arregalou os olhos e saiu correndo em direção as escadas, com as mangas balançando estranhamente enquanto ela corria.

Olívio riu ao ver as mangas do suéter compridas demais pra Lisa e tornou a nos guiar pra os jardins. Não foi preciso mais de dez passos pra todos ficarmos encharcados.

- Bem, eu espero que vocês já tenham jogado na chuva antes. – Olívio disse assim que nós chegamos no campo. Tinha uma espécie de tenda com uma mesa em uma das laterais, Olívio nos guiou até ela. – Goleiros e Artilheiros, no ar! Os demais podem ficar aqui mesmo.

Eu engoli em seco. Logo o primeiro? Tom parecia petrificado.
- Vamos, Tom?

Ele demorou um pouco pra responder “Vamos”, quase sem voz. Eu montei a vassoura e dei um impulso. Se eu não estivesse acostumado com vassouras tão rápidas teria me dado mal. Olívio estava no meio do campo, artilheiros de um lado e goleiros do outro. Eu voei pro grupo mínimo de goleiros e Tom foi pra o enorme de artilheiros. Não foi difícil pra Olívio perceber que estava faltando um goleiro.

- Três? Cadê o goleiro da Grifinória?

Ele encarou os artilheiros da Grifinória esperando uma resposta. Não foi uma surpresa ver a mão de Rose se erguer no ar.

- Ele decidiu não participar do torneio, Olívio.

Eu soube que Olívio era goleiro da Grifinória em seus tempos de Hogwarts, talvez por isso que ele fez uma careta ao ouvir a resposta.

- Certo... - Ele deslizou na nossa direção. - Alguém quer ser o primeiro?

Nós nos entreolhamos. Que pergunta boba, claro que ninguém queria!

- Eu imaginei essa reação – Ele riu e apontou o goleiro da Lufa-Lufa – Você, pode ir pras balizas. Vocês dois... Fiquem aqui mesmo!

O goleiro da Lufa-Lufa tremeu ligeiramente e voou até as balizas. Olívio chamou o grupo de artilheiros e voou até o goleiro. Os artilheiros formaram uma fila e Olívio entregou a Goles ao primeiro jogador, que era da Corvinal.

16 artilheiros tentaram fazer um gol. Os da Sonserina foram mais agressivos, a meu ver. Tom enganou o goleiro e fez o gol, eu não sei se devo me preocupar com ele, sinceramente! Rose também fez um lançamento espetacular, essa sim eu tenho que me preocupar. Depois de uns 20 minutos muito cansativos, o goleiro da Lufa-Lufa agarrou apenas 12 pênaltis.

Eu fiquei ansioso, não queria ser o último a jogar, por isso mostrei uma expressão decidida quando Olívio veio chamar outro goleiro, e não deu outra, ele me chamou. O primeiro a lançar foi um artilheiro da Lufa-Lufa, agarrei fácil.

Era como se eu tivesse tomado Felix Felicis, mesmo que eu estivesse longe da baliza que o artilheiro escolhia eu conseguia pegar a Goles, até o lançamento de Tom eu peguei. Agarrei todas, até chegar no ultimo artilheiro, Rose.

Eu vi um brilho de maldade no olhar dela, tenho certeza. Ela lançou a goles e de certa forma a bola veio curva, eu não consegui agarrá-la e ela passou por uma das balizas. Ótimo, meu sonho de impressionar Olívio foi por água a baixo.

Rose sorriu orgulhosa quando eu passei por ela de cara amarrada. Tomara que ela erre o próximo lançamento. Era a vez do goleiro da Corvinal, então eu voei para o centro do campo, onde estava o outro goleiro, e fiquei assistindo. A chuva não estava nem incomodando mais, estava mais fraca e quem sabe, podia parar até a vez dos apanhadores.

O goleiro da Corvinal estava indo bem, agarrando todas. Eu ri quando Rose errou o lançamento, bem feito. Tom acertou o dele, pelas minhas contas, ele e Rose estavam empatados. Depois que um aluno da Lufa-Lufa fez um gol, o goleiro passou a errar todas as defesas, parece que ficou atordoado.

O sol apareceu e a chuva foi passando devagar, pelo menos agora a vida dos apanhadores estava mais fácil. O goleiro da Corvinal acabou as defesas, 12 apenas, e Olívio chamou todos pra o centro do campo.

- Bem, eu vou avaliar cada um de vocês pelo modo de jogar, não se erraram ou acertaram mais, certo? – Houve vários suspiros aliviados - Hoje os goleiros tiveram um dia pesado, e eu lamento dizer que o treinamento vai ser pior. – Ele sorriu. Eu estou começando a achar que ele gosta de ser carrasco... – Bem, quem quiser assistir os próximos podem ir para a tenda, quem não quiser pode voltar pro castelo.

Olívio voou até a tenda, seguido por algumas pessoas, inclusive eu e Tom.

- Nem foi tão ruim assim, tomara que a gente passe. – Tom falou quando nós pisamos no chão. Eu fiquei feliz por ele estar tão confiante.

- Sim, eu quase defendi todas. – Eu falei no exato momento que a destruidora de sonhos desmontou da vassoura bem na minha frente.


# Narrado por Rose #



- Boa sorte, priminho! – Eu sorri e dei um abraço em Alvo.

- Obrigado, Rose! Você fez lançamentos incríveis!

Eu concordei, mas não comentei mais nada, porque Scorpius estava bem atrás de Alvo, me olhando com uma cara feia. Eu não tenho culpa, eu quero essa vaga tanto quanto ele! E mesmo com meu gol ele defendeu mais que os outros. Garoto bobo.

- O que foi, Rose? – Alvo falou me trazendo de volta dos pensamentos.

- O que?

- Você tava fazendo uma careta. – Ele riu e bebeu um pouco de água. Eu dei de ombros.

- Nada demais...

- Apanhadores e batedores no ar! – Olívio chamou e eu dei um beijo na bochecha de Alvo, pra dar boa sorte. Não que ele precisasse agora, o céu já estava ficando limpo.

Olívio decidiu começar com Alvo e o apanhador da Sonserina. Ta na cara que meu primo é o melhor, não sei por que o outro apanhador está rindo!

Os batedores de cada casa iam tentar derrubar o apanhador adversário, essa era a primeira regra do Quadribol para batedores: Tire o apanhador do campo.

Olívio soltou o pomo e ficou no centro do campo, observando.

Alvo desviava dos balaços sem problema, ele circulou o campo à procura do pomo, que tinha desaparecido totalmente de vista. De repente ele começou a agir de forma estranha. Era como se ele estivesse tonto. Ele colocou as mãos na cabeça, tentando se orientar, mas não conseguia sair do lugar, e tinha um batedor pronto pra lançar um balaço na direção dele... Mas isso seria fatal!

- ALVO! – Eu gritei no mesmo instante que um flash verde passou por mim.

E esse flash era loiro.

Scorpius atravessou o campo mais veloz que a Firebolt do tio Harry (N/A: kkkkkk). Ele falou alguma coisa pra Alvo e ele segurou firme a vassoura, enquanto Scorpius o levava pra longe. Por pouco eles não foram atingidos pelo balaço.

Ele fez uma manobra e pousou de leve no chão, alvo caiu de joelhos, amparando a cabeça com as mãos. Eu corri na direção deles e vi que o amigo de Scorpius fez a mesma coisa.

- O que houve? – Olívio perguntou, desmontando da vassoura ao lado de Scorpius, mas ninguém respondeu sua pergunta.

- Alvo, você ta bem?

Eu joguei minha vassoura no chão e ajoelhei na frente do meu primo. Ele parecia estar com muita dor, e quando falou eu notei que tinha sido um esforço.

- Minha cabeça...quente...tonto...

- O que foi isso? Quem fez isso com ele? - Eu olhei pra Scorpius e talvez meu tom de voz tenha saído muito raivoso, mas ele não se assustou, pelo contrário, respondeu muito calmo.

- Ele está confuso. McKenzi e Adams colocaram uma Poção pra Confundir na água do seu primo. Ela é incolor e seu efeito produz inquietação e quentura na cabeça, e...

- Eu sei o que essa poção faz! – Merlin, eu estou gritando com a pessoa errada, mas eu não consigo me controlar vendo meu primo naquele estado.

Eu respiro fundo e encaro Scorpius outra vez, tentando pedir desculpas, mas a minha voz não sai. Ele balança a cabeça, como se tivesse entendido só pelo meu olhar.

- Bem, ele precisa ir pra Ala Hospitalar – Olívio falou – Você, me ajude aqui – Ele chamou Tom e com um aceno de varinha, uma maca apareceu flutuando. Os dois levantaram Alvo e o colocaram em cima dela. – Sr. Malfoy, depois eu quero que você me explique quem fez isso, preciso punir os culpados.

Scorpius afirmou com a cabeça e eu levantei carregando minha vassoura e a de Alvo enquanto Olívio dava um aviso aos berros.

- Todos podem voltar pro castelo! As eliminatórias de apanhador e batedores ficam pro próximo final de semana, por motivos óbvios!

Alguns soltaram muxoxos de indignação, mas logo foram pegar os pertences pra voltar ao castelo. Olívio, Scorpius, Tom, Alvo flutuando na maca, e eu, atravessamos o campo rapidamente. Eu ainda estava calculando quando deveria agradecer a Scorpius, e decidi começar pedindo desculpas no caminho para o castelo.

- Uh, Malfoy... – Eu chamei a atenção dele, que estava conversando com o amigo. Ele me encarou e eu prossegui - Me desculpe ter parecido grossa, mas eu estava preocupada com o Alvo. Essa coisa de preocupação excessiva com a família é dos Weasley, a gente não consegue se controlar.

- Tudo bem, eu teria ficado do mesmo jeito, família é família.

- Obrigada – Eu consegui falar e tentei dar um sorriso que não parecesse envergonhado – Obrigada, mesmo. Eu nem quero imaginar como o Alvo teria ficado se você não o tivesse salvo.

Eu observei Alvo flutuado mais à frente, do lado de Olívio, parecia que a dor estava diminuindo, ainda bem.

- Ele vai ficar bem, Weasley. O efeito da poção vai passar logo.

- Sim, e Madame Pomfrey não vai sossegar até ele estiver 100%.

Tom completou e eu fiquei mais tranquila. Realmente, Alvo estaria em boas mãos.

Nós entramos no castelo e Olívio parou pra falar conosco.

- Rose, pode deixar que eu levo seu primo até a Ala Hospitalar. Você pode deixar suas coisas no dormitório e tomar um banho enquanto isso. Se Madame Pomfrey vir que você continua encharcada vai achar que eu estou planejando lotar o recinto dela de enfermos!

Todos nós rimos, realmente isso era a cara de Madame Pomfrey.

- Ok, Olívio, obrigada!

- Até logo. – Ele caminhou um pouco, mas logo voltou a olhar pra nós - E Sr. Malfoy, nós podemos ter aquela conversa antes do almoço?

Isso era uma ordem fantasiada de pergunta. Scorpius confirmou e Olívio seguiu seu caminho até a Ala Hospitalar com Alvo flutuando ao seu lado. Quem estava no caminho lançava olhares curiosos a meu primo.

- Urgh, eles não estão nada amigáveis. – Tom falou e eu procurei o que ele e Scorpius estavam olhando.

O resto do time da Sonserina estava na entrada do corredor que leva às masmorras e não estavam nada amigáveis. Eles não nos viram olhar pra eles porque estavam conversando alguma coisa.

- Eles devem estar planejando a minha morte. – Scorpius revirou os olhos e Tom concordou, rindo. Eu fiquei horrorizada.

- Eles vão machucar você?

- Claro que não, eles não seriam tão burros. Tio Draco é o chefe dos pais de três dali, eles não arriscariam isso. – Tom falou como se isso fosse óbvio. Eu lancei outro olhar aos sonserinos.

- Tem certeza? – Eu olhei pra um garoto que tinha o tamanho de um trasgo.

Scorpius deve ter notado isso, porque riu e falou:
- Não se preocupe, ele tem cérebro de trasgo também, não é só o tamanho.

Nós três rimos e eu finalmente dei de ombros.
- Certo, se vocês têm tanta certeza, eu não preciso me preocupar!

- É melhor você ir, seu primo precisa de você. – Tom falou e eu concordei.

- Verdade, até logo! Mais uma vez, obrigada, Malfoy!

- Disponha!

E então nós finalmente tomamos caminhos separados. Merlin, eu nunca pensei que um dia ficaria grata ao Malfoy. E o pior, agora eu tenho uma dívida com ele. Se meu pai soubesse disso...


# Fim da narração de Rose #



Eu e Tom caminhamos para as masmorras e ao ver que nós nos aproximávamos, todos do time cruzaram os braços na frente do corpo e olharam pra nós de cara amarrada. Eu imaginei que era isso que eles estavam combinando naquela conversa e não pude prender um sorriso. Adams franziu ainda mais a testa ao ver isso.

Nós passamos e eles não fizeram nada mais do que nos olhar feio. Foi como Tom disse, eles não seriam tão idiotas a ponto de brigar comigo. Claro que eu não era nenhum trasgo no tamanho, muito pelo contrário, mas realmente, meu sobrenome os intimida. Quem sabe eles pensam que quando eu herdar todo o império do meu pai, os ofereça um emprego. Eles nem imaginam que meus planos são tão diferentes...

- Merlin, eu não sabia que no nosso time tinha tanto idiota! – Tom olhou pra trás com uma expressão de incredulidade no rosto. Eu ri outra vez.

- Eu sabia desde o início!

- Só o trasgo que eu não tinha dúvidas, mas o resto... – Tom balançou a cabeça e mudou de assunto de repente: – Você tem que falar com Olívio, não é?

- Sim, por quê?

- Pede um autógrafo dele pra mim?

Ele deve estar brincando. Eu espero ele rir como sempre faz quando conta uma piada, mas nada acontece. Tom deve achar que Olívio me chamou pra conversar sobre o tempo, Quadribol, ou qualquer outra futilidade. Será que ele não tem noção que eu vou entregar McKenzi e Adams?

- Se eu sobreviver, tentarei pedir o seu autógrafo...



Depois de vestir uma roupa seca e ser obrigado a levar um pergaminho e uma pena, eu e Tom fomos pra o Salão Principal, onde Olívio devia estar me esperando, já que nós íamos conversar antes do almoço.

- Soletra o meu nome pra ele, certo? Você sabe que é difícil de escrever ‘Hutcherson’.

Eu olhei pra ele indignado. Tom estava levando muito a sério essa coisa de autógrafo...

- O que, você não sabe soletrar também? Repete comigo, H-U-T-C-H-E-R...

- Tom, eu sei soletrar seu nome!

- Ah, ok! Achei que a pigmentação loira estava invadindo seu cérebro.

Eu ignorei isso. Nós entramos no Salão Principal e eu vi Cecily levantar pra falar conosco, mas antes dela chegar, Olívio me chamou.

- Sr. Malfoy, por aqui. – Ele fez um gesto para que eu o seguisse.

- Seja educado!

Tom sussurrou e eu o ignorei outra vez. Eu segui Olívio até a sala ao lado do Salão Principal. Ele não puxou nenhuma cadeira, apenas parou no meio da sala e se voltou pra mim.

- Já que isso vai ser rápido, não vejo necessidade de sentar... – Eu confirmei e ele continuou – Você disse no campo que dois garotos que colocaram poção pra confundir na água de Alvo. Quem são eles e como você sabe disso?

- Jeremy McKenzi é batedor e John Adams é o apanhador – Olívio tirou um pergaminho e uma pena do bolso e começou a anotar os nomes - Os dois são da Sonserina. Eu..

- Mas a Sonserina é sua casa, certo? – Ele parou de anotar e olhou pra mim - Você está envolvido nisso? - ele franziu a testa pra mim.

- Claro que não estou! Eu sei que eles são os responsáveis porque eu estava na tenda quando Alvo Potter começou a agir de maneira estranha. Os outros do time me contaram o que McKenzi e Adams tinham feito. Tudo isso pra o Potter se machucar e não poder ser o apanhador.

- Foi aí que você viu o balaço e atravessou o campo? – Olívio ergueu as sobrancelhas, a compreensão passando pelo seu rosto. Eu confirmei. – Nossa, você é um sonserino muito estranho! Que eu saiba, a Grifinória sempre foi a maior rival da sua casa, e mesmo assim, você salvou Alvo. Mas, sabe o que é mais estranho?

- Não, senhor.

- Você ser filho do Draco! E o pior é que eu nem posso duvidar disso, você é a cara dele!

- O que você quer dizer?

Que eu saiba meu pai sempre foi um ótimo aluno, eu não fazia idéia do que Olívio estava falando.

- Que seu pai nunca foi um exemplo de boa pessoa. Ele fazia de tudo pra Harry Potter e seus amigos se darem mal aqui em Hogwarts. E veja que ironia, você salvou o filho dele de um baita acidente! Seu pai com certeza não vai ficar orgulhoso de saber disso. A menos que ele tenha mudado muito nesses anos todos...

Será que isso tudo é verdade? Seria essa a razão de meu pai não querer que eu seja amigo dos Weasley/Potter, pra manter a inimizade que ele mesmo criou?

- Algum problema?

Olívio me trouxe de volta dos pensamentos. Eu balancei a cabeça.
- Não é nada, é que essa é a primeira vez que escuto alguém falar dos tempos de Hogwarts de meu pai. Todas as vezes ele que me conta, e bem... Parece que ele esqueceu de me contar algumas partes.

Olívio fez cara de ‘contei o que não devia’ e mudou de assunto.
- Bem, acabamos aqui. Muito obrigado pela ajuda, Sr. Malfoy, agora podemos almoçar, já sinto o cheiro de comida!

- De nada. Ah, mais uma coisa... – Eu tirei o pergaminho e a pena do bolso – Você poderia dar um autógrafo para o meu amigo?

Ele olhou várias vezes do pergaminho pra mim, antes de responder. O suspense quase me fez sair correndo dali.

- Claro!

- Ótimo, pra mim também, por favor!


Tom nem agradeceu quando eu entreguei o pergaminho com a assinatura de Olívio pra ele. Todos já estavam almoçando quando eu sentei à mesa, e o time da Sonserina nem parecia mais estar com raiva de mim, pelo menos ninguém olhou feio quando cheguei. Mas mesmo assim, eu pedi para Tom não perguntar nada sobre a minha conversa com Olívio, algum deles poderia ouvir.

Depois do almoço eu e Tom fomos andar pelos jardins como sempre fazíamos quando o tempo deixava. A chuva não tinha voltado, embora eu achasse que ela chegaria até o fim do dia. Nós sentamos num banco, já que o chão ainda estava úmido da chuva recente.

- E como ficou? Detenção pra eles?

- Ele me falou que os dois estavam fora das eliminatórias e, claro, também iam pagar uma detenção.

- Uh... Bem feito. – Ele deu de ombros e voltou a encarar o jardim, enquanto eu folheava Quadribol Através dos Séculos, que eu tinha pego no dormitório antes de sair. Eu já li e reli o livro dezenas de vezes, mas eu adoro ler sobre a evolução do meu esporte preferido. De como ele invadiu cada canto do planeta, de como suas regras mudar...

- Olha, acho que eles vêm aqui. – Tom chamou minha atenção.

Ele estava olhando pra Lisa, Rose e Alvo, que parecia bem melhor. Lisa vinha à frente, como sempre, e eu me levantei prevendo que ela ia pular em mim.

- Scorpius! Que lindo você fez, primo! – Ela me deu o abraço de urso que só ela sabia dar e depois se afastou, pra Alvo falar comigo.

- Cara, eu sei que mal nos falamos, mas não poderia deixar de agradecer o que fez por mim lá no campo. Tô te devendo essa!

- Imagina, cara! – Nós trocamos um aperto de mãos.

- Ah, homens são tão sem graça pedindo desculpas. – Lisa revirou os olhos – Na minha opinião deveriam se abraçar e provar que está tudo bem!

- Mas eles não brigaram, Elizabeth! – Tom franziu a testa pra ela e depois me encarou com o famoso olhar de ‘sua prima é louca’.

- Eu sei que não! Mas um abraço poderia selar o início de uma grande amizade! – Ela lança um olhar esperançoso de Alvo pra mim e vice-versa.

- Baixinha, não viaja. Nós já apertamos as mãos, se fizermos mais que isso, o povo vai achar que é o apocalipse. – Alvo fala e todos nós rimos. Lisa também ri, mas logo depois solta um suspiro longo.

- Eu ainda tenho esperanças...

- Nós sabemos, Lizzie. Já está mais do que provado que você não tem os pés no chão. – Rose sorri e Lisa olha pra ela indignada.

- Eu não vejo nada que proíba a amizade de vocês!

- Verdade, não tem nada, só tio Draco! – Tom ri.

- E tio Rony! – Alvo acrescentou.

- E Rose e Scorpius que não conseguem equilibrar os egos e terem uma boa convivência! – Lisa faz parecer que nós somos crianças que se comportaram mal. Eu encaro o chão sem saber o que falar, ela tem um pouco de razão, afinal... - E é só isso! Vocês podiam apenas deixar o ego de lado por algumas semanas, o tempo suficiente pra vocês se conhecerem melhor, eu garanto que vocês não vão morrer por isso.

- Lisa, você está tratando disso como se fosse criança, amizades não podem ser forçadas. – Eu finalmente acho alguma coisa pra falar e quebrar o silêncio incômodo que se formou.

- Eu só acho que vocês todos tem muitas coisas em comum. E bem, eu preciso me dividir pra ficar com todos, e isso não é legal. Seria bem mais fácil se nós formássemos um grupo só, salvaria minha vida.

- Nem tudo pode ser como você quer, Lisa. – Rose fala depois de um tempo - Mas eu prometo que vou pensar, ok? Nós todos vamos. – Ela lança olhares significativos a todos nós.

- Sim, Lisa, nós vamos fazer o possível. – Eu respondi ao olhar de Rose e todos nós ficamos calados, olhando de um para o outro. Alvo quebrou o novo silêncio.

- Bem, acho melhor nós irmos agora...

- Sim, Lily quer ajuda na atividade e eu prometi que vou ajudar. Até depois!

- Você vem conosco, Lisa?

- Sim, me esperem! Até logo, priminho. – Ela me deu outro abraço, não tão apertado dessa vez e depois abraçou Tom – Até depois, Tom.

- Até, Elizabeth.

- Arre, faz 15 anos que eu te conheço, Tom, me chame de Lisa, o que custa?

- Elizabeth é o seu nome, e eu já to acostumado.

- Tá, tá... Até depois, meninos!

Os três atravessaram o jardim e eu sentei no banco outra vez.

- Ela até que tem razão né? – Tom falou, ainda observando o trio voltar para o castelo. – A gente bem que podia formar um grupo só, eles parecem ser legais.

- A Weasley só é legal quando quer.

- Com licença, por acaso vocês viram o Svechiorion que acabou de vir nessa direção?

Uma garota loira, que eu identifiquei ser a novata que tinha ‘roubado’ o apelido da minha querida prima, apareceu carregando uma lupa e uma bolsa cheia de objetos estranhos. Ela parou na nossa frente e seus enormes olhos azuis iam de mim para Tom e vice-versa. Eu juro que tentei responder alguma coisa, mas eu não entendi o quê ela estava procurando.

- Svech..o quê? – Tom franziu a testa pra ela.

- Svechiorion. Nunca ouviu falar? – ela não esperou a resposta – Oh, não me admiro! Vocês daqui da Inglaterra não notam um animal raro, mesmo que ele esteja na frente do seu nariz! – Ela balançou a cabeça, fazendo seus cabelos loiros soltaram do coque que estava preso. Ela não se importou com isso.

- E o que seria um Svechiocor? – Tom revirou os olhos.

- Svechiorion é um bichinho que só sai da toca em dia de chuva. Ele tem a pele muito sensível ao sol e adora se enterrar na areia molhada, por isso é tão difícil de achá-los!

Ela deve ter notado algum movimento no chão, porque se abaixou rapidamente com a lupa a postos. Mas não deve ter sido nada, pois logo ela voltou a ficar de pé e começou a falar sobre o tal bichinho novamente.

- Eu fiquei muito feliz de ter encontrado um aqui em Hogwarts! Vocês sabem, ele é muito raro.

Eu quase falei: Tanto que eu nem sabia sobre a existência dele.

- Bem que mamãe me disse que eu iria ver bichos bem diferentes aqui na Inglaterra. Mas eu não esperava por um Svechiorion! – Ela sorriu radiante. – Então, vocês o viram?

- Como ele é? – Eu tenho certeza que não vi esse bicho em lugar nenhum, mas era engraçado ver essa garota ter tanta certeza da existência dele.

- Ele tem olhos bem grandes e brilhantes, é marrom, tem orelhas grandes...

- Não seria um Elfo doméstico que você está procurando? – Tom sorriu da própria tentativa de piada e a garota o encarou.

- Tenho certeza que seu amigo não viu. Ele nem sabe que um Svechiorion tem o mesmo tamanho que um Mini-Pufe, o que faz a comparação dele inútil. Se eu achar o Svechiorion, convenço ele a vir falar com seu amigo, só assim ele terá noção da diferença entre um Elfo e um Svechiorion.

- Sim, ele não tem noção! – eu ri da cara indignada de Tom – Me desculpe, mas nós não vimos o seu animalzinho.

- Oh, ele não é meu, não se pode criá-lo! Muito obrigada, vou ver se ainda consigo achá-lo!

- Ela não bate bem... – Tom falou depois que a garota se afastou o suficiente para não nos ouvir.


~


Pela manhã, eu recebi uma caixa de doces, que minha mãe mandava todo domingo, e uma carta dos meus pais exigindo por notícias. Eu nem percebi que só tinha escrito pra eles duas vezes desde o começo do ano, e já fazia algumas semanas que eu não escrevia... Melhor escrever logo antes que meu pai bata aqui em Hogwarts pra ter notícias.

Depois do café eu decidi que ia escrever a bendita carta, contando sobre as eliminatórias e como eu tinha me saído, claro que eu não ia citar nada sobre o caso Potter, quem sabe se Olívio estava com razão? Pelo que ele me disse, meu pai seria capaz de vir a Hogwarts, mas dessa vez, com o objetivo de me matar com as próprias mãos.

Eu fui até o Corujal e procurei por Gertrudes. Foi uma tarefa difícil, já que a maioria das corujas eram escuras, mas eu a localizei em cima de um poleiro, ao lado de uma coruja branca. Eu caminhei até ela sentindo todas as corujas me seguirem com o olhar atencioso.

- Gertrudes – Eu chamei e ela abriu seus enormes olhos cor de âmbar pra mim. Ela piou levemente e voou para o meu braço. – Como vai, hein? – Eu acariciei sua barriga e ela deu bicadinhas leves no meu polegar. – Leve essa carta pra casa, certo?

Eu coloquei Gertrudes sobre uma mesa e amarrei a carta na perna dela. Logo depois ela piou e saiu voando pelas grandes janelas do Corujal.

- Hey, Scorpius!

Eu virei e vi Megan entrando no Corujal. Ela estava com um sobretudo preto pra se proteger da chuva fina e estava segurando um pequeno embrulho colorido. Eu caminhei até ela.

- Oi, Megan, como vai?

- Bem. – ela sorriu e colocou o pequeno embrulho sobre a mesa. No mesmo instante, uma coruja marrom pousou na frente dela. – Eu fiz um presente pra minha mãe. Uma garota do 7° ano me ajudou a transfigurar uma rosa em um broche para cabelo. Pena que você não pode ver, eu já fechei. – Ela indicou o pequeno embrulho.

- Não tem problema, eu imagino que tenha ficado bem bonito!

- Ficou! Eu quero aprender a transfigurar direito, não sou muito boa!

Ela amarrou o pequeno embrulho na perna da coruja e a despachou. Era impressão minha ou Megan estava pensativa demais?

- Você está bem mesmo?

- Estou, não se preocupe. – Ela forçou outro sorriso, mas não conseguiu me encarar quando respondeu. – Vamos sair daqui?

- Vamos.

Eu caminhei com Megan até o castelo, ela continuou sem falar nada por boa parte do caminho e tinha horas que eu achava que ela ia cair no choro ali mesmo no meio do jardim. Tinha alguma coisa acontecendo, com certeza.

- Megan, você tem certeza que não aconteceu nada? – Eu a segurei pelos ombros, forçando ela a me encarar. – Você não está normal, eu posso ver isso!

Ela encarou o chão por um tempo antes de responder:
- Oh, desculpe, mas é que ninguém tem nada haver com isso, é só minha irmã, como sempre...

- Você não precisa pedir desculpas, só me conte o que aconteceu.

- Sim, desculpe! - Ela torna a dizer sem perceber - Alexia quer me controlar, Scorpius... Eu não posso nem escolher quem eu quero ser amiga, ela não deixa, eu tenho que fazer tudo que ela quer que eu faça! – Ela suspirou - Isso está me dando nos nervos, mas ela é minha irmã, eu não quero brigar com ela...

”Me controlar”, ”não posso escolher quem eu quero ser amiga”...
Por que será que essa história é tão comum pra mim?

- Megan, eu não conheço a Alexia bem, mas ela parece ser uma pessoa bem difícil de se conviver. – Ela confirmou – Você tem que fazer ela entender que vocês duas são diferentes! Ela não pode continuar achando que pode controlar você.

- Mas eu não quero brigar com ela... Até porque, eu sou péssima em discussão!

- Azare ela então! Aproveite que está em Hogwarts e o máximo que você vai receber é uma detenção!

Megan finalmente sorriu com vontade. Ótimo, pelo menos eu estava servindo pra alguma coisa.

- Nem é uma má idéia! Preciso aprender novas azarações!

- Então você acabou de arrumar dois professores – Eu passei um braço sobre os ombros dela e nós voltamos a andar para o castelo.

- Dois?

- Sim, acho que Tom pode nos ajudar. Ele é o maior especialista nesse assunto!



~



N/A: Minha Nossa Senhora, finalmente acabei esse capítulo :O
Nunca tinha demorado tanto HUSHUSHUAS
Me desculpem pela demora, mas é que estou escrevendo outra fic e também tive que mudar umas coisinhas nesse capítulo :B

Passem na fic nova, por favor?
O 1° cap está quase sendo postado!
DIAMOND ~> http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=32438

Gente,
As cenas que eu tinha prometido de Scorpius/Rose ficando amigos foram pra o próximo capítulo, senão esse ia lotar :O
Próximo cap. vêm com bônus, só não digo quem está narrando :B

O que acharam do capítulo?

Muito obrigada pelos comentários!

Larissa, adorei sua idéia da bomba de bosta na Cecily e Alexia, viu?
kkkkkkkkkkkk
Lininha, adorei saber que você gosta da minha primeira fic *______*
Falei pra Mily e tudo, você já leu a continuação?


Beijinhos!
Até o próximo cap!

Gica Santos

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