Por ocasião





- Nove anos atrás. 1996, espresso Hogwarts.

Árvores, montanhas, lagos. O expresso passava tão velozmente diante de toda paisagem que as cores embaralhavam-se em um jogo ritmado. Em um segundo tudo perdia a cor, para tudo voltar a se colorir, uma de cada vez. Para no momento depois embaçar a ordem das cores por culpa das serenas gotas de chuva, e sem precedentes tudo tornou-se de uma beleza morta. Onde poucos apreciavam e menos ainda tinham o dom de senti-la.

- O que tem de tão interessante na janela, Hermione? – a garota apenas voltou-se com o semblante tranqüilo, tinha um sorriso discreto.

- Elas nunca perdem a beleza. – murmurou mais para si do que a Harry.

- Ah... – o moreno encarou o tempo nublado procurando o que tinha de belo.

- Bonito? Por Merlin Hermione, isto parece um cenário de guerra. – Rony disse com a boca cheia de guloseimas, o que tornava difícil o entendimento.

Harry desviou o olhar pesaroso. O ruivo engoliu tudo de uma vez dando-se conta da besteira.

- É um cenário de guerra. – o tom de voz do moreno era evasivo. O clima na cabine tornou-se nublado como o tempo.. Um silêncio o tanto quanto mórbido.

- Certamente não durara muito. – Hermione apenas sorriu para o amigo, tomando-lhe a mão. Harry a encarou e de alguma forma, agradeceu sorrindo com os olhos.

Os dois garotos iniciaram uma conversa confusa sobre quadribol, enquanto a castanha voltou a observa a paisagem, se desconectando de tudo a sua volta. A atenção deles se voltaram para porta que era rompida, para que Gina e Luna entrassem exageradamente. A jovem Weasley demonstrava irritação, entretanto a outra mantinha-se numa tranqüilidade invejável.

- O que diabos aconteceu?

- O que aconteceu? O Malfoy aconteceu, Ronald! – a ruiva fechou a porta bruscamente jogando-se na poltrona em frente de Hermione. Depois de cumprimentar o namorado – Harry - com um leve beijo nos lábios.

- Briga entra vocês é tão comum quanto eu perde meus tênis.

- Tecnicamente eles não brigam com tanta freqüência. – todos riram, descontraído o ambiente.

- Então, alguém sabe quem é o novo professor de DCAT? – Gina perguntou enquanto tentava furtar um sapo de chocolate do irmão.

- O Diretor não disse nada. – comentou Harry forçando-se a lembrar de alguém que pudesse ocupar o cargo.

- Não faz diferença. Certamente vamos conhecer no jantar de boas-vindas. – o moreno balançou a cabeça concordando com Hermione.

- Não sei vocês, mas acho que este cargo pode ser amaldiçoado. – Luna falava com simplicidade. A castanha não deu ouvido a teoria que Luna começava a partilhar com todos.

- Vou fazer a ronda pelo trem. Os vejo provavelmente apenas no jantar.

- Tchau Hermione. – disse Harry. Gina sorriu em despedida enquanto revirava os olhos incrédula com a teoria conspiratória e fantasmagórica de Luna. Rony acenou com a cabeça mais preocupado com a comida a sua frente.



Seus passos eram lentos e tranqüilos. A ronda era mais uma desculpa para ficar sozinha. Suas pernas a levaram para as últimas cabines, onde quase não havia alunos, normalmente.

Pôde ouvir vozes alteradas e apressou-se para averiguar, havia apenas cinco alunos. Todos com uniformes da sonserina, mas uma discussão se instalava sobre eles. E sem nenhuma surpresa constatou que Malfoy estava entre os presentes, acompanhado de Crabbe, Goyle e Parkinson. A outra sonserina Hermione não soube ao certo de quem se tratava.

- Ora sangue-ruim quanta ousadia retorna a Hogwarts, achei que com a guerra iria fugir com os insetos dos seus pais. – a garota que estava em notável desvantagem esqueceu-se da varinha e socou o loiro, acertando-o no nariz. .

- Seu idiota, quer morrer? Não ouse falar assim de meus pais. – antes que esmurrasse o sonserino novamente, Parkinson em um gesto de reflexo e defesa a empurrou fazendo-a colidir com a parede.

Como sua mãe estava dentro do casaco em busca da varinha pode-se ouvir um leve estralo de contusão. Malfoy era o próximo a erguer sua arma.

- Experlliarmus. – Hermione disse firmemente fazendo a varinha do outro voar longe. – Malfoy, Malfoy. Isso já esta ficando repetitivo.

- Você demorou a aparecer Granger. Já estava indo atrás de você. – Draco tinha o mesmo sorriso presunçoso de todos os anos.

- Não agüentei a espera... Mas vejo que se virou bem sem mim.

- A gente faz o que pode. Certo, sangue-ruim? – Malfoy andou até sua varinha abaixando-se para pegá-la. Ainda escorria sangue pelo seu nariz.

- Vamos, quero todos vocês andando. Já apanharam de apenas uma pessoa, humilhação suficiente para todo o ano. – Pansy pôs a varinha em punho. Seu semblante demonstrava algo como, orgulho ferido. – Parkinson, você vai mesmo querer estragar a campanha de monitor-chefe de seu... Huum, o que Malfoy é mesmo seu? – Hermione tinha um sorriso sarcástico, enquanto brincava com a varinha girando-a entre seus dedos.

- Deve ser algo como vadia do Malfoy. – disse a outra garota. Levantou o rosto mostrando sua pele exacerbadamente branca, tinha os cabelos de um castanho mais escuro que o da grifinória, mas seus olhos podiam ser confundidos com o de Draco, um pouco mais escuro talvez. Era de um cinza que aparentava mudar de cor de acordo com o reflexo emitido por eles, variando entre um azul celeste e verde.

O loiro abaixou o braço de Parkinson gentilmente. A mesma o encarou confusa.

- Vamos embora Pansy. E Granger, eu realmente vou conseguir o cargo de Monitor-chefe e quando acontecer vou ter um grande prazer em transforma sua vida num inferno. – gesticulou com as mãos em sinal para que Crabbe e Goyle os seguissem. – Ah, sangue-ruim, eu não esqueci o soco.

Encarou as duas com superioridade e voltou-se para o corredor. Sendo seguido por sua quase gangue. Hermione observou os quatros se distanciarem e virou-se para a sonserina, olhando-a com curiosidade.

- Você esta bem? – perguntou incerta.

- Malfoy não é tão perigoso quanto tenta aparentar. – sorriu agradecida.

- É, talvez. – não soube o porquê, mas seus instintos pareciam não confiar na outra garota. O que não era estranho já que sua casa era sonserina e bem, ela se acostumará a sempre suspeitar. – Certamente ele deve se esforça bastante.

A sonserina alargou o sorriso ao notar o dilema da garota. Não eram todos que conseguiam intimidar apenas com o olhar.

- Certo. Heather Butler. – estendeu a mão a fim de cumprimentar a grifinória. A castanha aceitou, mas ainda matinha seu olhar fixo. – Você deve ser Hermione Granger.

- O que não deve ter sido difícil de concluir já que Malfoy disse meu sobrenome.

- Bem, seu nome pode ser ouvido em toda Hogwarts. E na maioria das vezes associado a algo como metida, CDF, entre outras coisas. – Hermione riu indiferente.

- Nada como o óbvio. – voltou sua atenção para além da janela onde ocorria uma tempestade. Tudo tão belo em meio da conturbação. Compatível com a guerra que viviam.

- Intenso, não é? – Heather aproximou-se da janela. Também admirada com a chuva.

- Como se nada pudesse apagar a beleza, nem mesmo uma guerra. – disse automaticamente. Analisou a sonserina pelo canto dos olhos, surpresa.

- Quiçá nada realmente possa. – encararam-se num momento de entendimento mútuo. Talvez sonserinos não fossem tão idiotas e grifinórios completamente estúpidos. Sentiram um puxão que indicava que o trem haviam chego.

- Então, nos vemos por ai Butler. – Hermione virou-se indo em direção a aglomeração de alunos que faziam uma algazarra desnecessária e irritante.

- Certamente Granger. – disse simplesmente.



- Tempo real, 2005. Em algum lugar de Londres.

- Não importa se ele é namorada de Ginny, isso não muda o fato que o Potter é sim exuberante. – disse de forma repetitiva. Observava a mulher ao seu lado deitada no chão do telhado do prédio.

- Você não devia esquecer o fato de que também esta namorando.

- Ora essa, desde quando isso me impede de comentar? – disse Pansy fingindo-se de ofendida.

- É mesmo... E se por acaso, eu contasse ao Draco. – Hermione permitiu-se sorrir, por mais concentrada que estivesse.

- Definitivamente você deveria ter entrado na Sonserina. Enfim, Potter é sim muito bonito.

- Você esta ouvindo? Esta ouvindo? – Com a mão direita tirou uma bala dourada que reluzia ao contato com a luz emitida pela lua. Carregou a arma em seguida, enquanto ajustava sua posição.

A outra comprimiu os olhos como se isto a ajudasse a escutar.

- O que? Não escuto nada.

- Exatamente, grave bem o silêncio, porque quando Gina descobrir suas fantasias furtivas com o Harry, você vai passar um longo longo tempo ouvindo apenas gritos. – Ajeitou a mira de difuso alcance. Parecia focalizar algo do prédio vizinho.

- Granger, você esta cada vez mais bem-humorada.

- Não por isso... – sentiu algo vibrar no bolso de seu sobretudo, logicamente um celular. Identificou no visor Ginny. – O que você quer?

- É um prazer imenso também esta falando com você. - Hermione pôde visualizar mentalmente a expressão de desprezo da outra. - Vocês estão atrasadas para a festa. O Rony não para de perguntar por você Herms.

- Eu avisei incontáveis vezes que chegaríamos atrasada. – Levantou-se irritada limpando suas vestes, entregou a arma a Pansy contrariada. – Faz você.

- Da próxima vez leva seu pseudo namorado para o trabalho, porque eu não agüento mais.

- Esta bem Gina... Chegamos em cinco minutos. – mesmo pelo celular a ruiva pode ouvir um barulho de tiro, não pôde deixar de sorrir, como amava seu trabalho.

- Ótimo, estou indo abrir a porta. - desligou o celular, guardando-o delicadamente no mesmo bolso.

- Pronto, já podemos aparatar. – Pansy guardou a arma numa maleta em questão de segundos, manuseava com uma habilidade descomunal. Puxou Hermione pelo ombro em um gesto rápido e aparatou.


Vocês devem se perguntar o que diabos Hermione Granger esta fazendo em cima de um prédio com outra bruxa, matando um trouxa com uma arma trouxa... Combinação estranha. Enquanto fala com uma Weasley no celular... Estranho não, assustador.

Bem, se você quer ser poderosa você vira empresária, política ou de maneira mais pratica pode descobrir os podres de outras pessoas influentes, se firmando na base da chantagem. Se você quer ser respeitada, vira ativista, doa fortunas para causas justas, algo estúpido por sinal. Se quer ser famosa, vira atriz, vai na Broadway, algo do tipo, até mesmo um prostitutas são famosas atualmente. Agora se você é que nem eu e necessita de dinheiro, nada mais proveitoso que virar digamos, uma fora da lei. Matando para receber dinheiro, muito dinheiro. Isto no mundo trouxa obvio. E antes que me julguem, eu não mato qualquer pessoa. Afinal, minha casa era a Grifinória.

Minha carreira começou a um longo tempo, logo após a guerra. Digamos que a época não era das melhores. Meus pais precisavam de dinheiro, problema que era de culpa exclusivamente minha. Eu trouxe a desgraça para eles, primeiramente sendo uma bruxa e o crucial, fiel amiga de Harry Potter.

Eu sei, poderia ter pedido dinheiro emprestado, mas caso não lembrem, eu tenho meu orgulho Grifinório. E a o contrário do que imaginam, eu não ganhei nada por lutar naquela maldita guerra, apenas poder no mundo bruxo – o qual uso bastante -. Enfim, no final de seis meses depois de todo um desespero. Arranjei um emprego, no qual continuo até hoje.

Meu azar, ou sorte não sei ao certo, deu início quando por brincadeira do universo, encontrei com Pansy Parkinson em plena Londres Trouxa. Tomamos um café juntas, o que foi realmente estranho considerando o fato de que não fomos nem próximas em Hogwarts. Uma semana depois de nosso estranho encontro recebo uma coruja da mesma dizendo que soube que precisava de dinheiro e poderia me ajudar. Eu que sou uma curiosa nata, fui ao encontro de Parkinson, confesso que interessada no que ela poderia me propor.

Mal me recupero do susto de receber uma carta da mesma, recebo uma proposta para virar assassina. - Como ela conseguiu este emprego? Não faço idéia, mas vindo dela... - Primeiro veio à surpresa, depois eu achei que se tratava de uma brincadeira, e quando ela confirmou dizendo que era uma proposta válida, sair imediatamente do 3 Vassouras com a expressão mais ofendida que conseguir fazer.

Uma semana depois estava lá eu dizendo a Pansy, que aceitava. Fui fraca, admito. Mas era tudo uma questão de necessidade.

Prometi a mim mesma que conseguiria apenas dinheiro suficiente para manter meus pais. Passaram-se um mês e eu já tinha uma quantia aceitável, mas porque não conseguir um pouco mais? Para prevenir. Dois, três, quatro meses. Depois de todo esse tempo, quem eu estava querendo enganar? Estava irremediavelmente viciada, presa a meu trabalho. A cada desgraçado que matava, uma satisfação me apossava.

Quando dei-me conta que não abandonaria minha carreira, contei a Gina e Christie. Afinal morávamos juntas desde que concluímos Hogwarts. Gina quase teve um orgasmo, deu uma semana e ela já estava no ramo. Christie gritou, xingou, mas em uma contradição inacreditável, também virou assassina profissional. Um paradoxo engraçado, Sonserinos com senso moral, Grifinório com conceitos deturpados de justiça.






N/A: Ahh, primeiro capítulo :D Espero que tenham gostado.

Alguns esclarecimentos:
A história NÃO será narrada do ponto de vista dos personagens. Apenas não achei maneira melhor de explicar como elas se envolveram nesse mundo... Novos personagens serão apresentados no próximo capítulo e tal. Os ships não estão definidos. Os personagens se formaram em 1998, com 18 anos, então presumi-se que eles tenham em torno de 25 anos.

Leiam e comentem (:




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