Capítulo 1: A plataforma 9 e ¾



Capítulo 1: A plataforma 9 e ¾


 


Como sempre dia 1° de setembro a Toca virava, praticamente, de pernas pro ar, se é que isso era possível! Nesse dia em especial a confusão era generalizada. Molly gritava a plenos pulmões com os gêmeos, que tentavam contrabandear “artefatos proibidos” dentro de seus malões e Rony que com a ansiedade de sua partida para o primeiro ano em Hogwarts, tinha deixado pra arrumar seu malão na última hora.


           


Gina observava tudo a um canto, já com olhos marejados. Ela sabia que todos os seus irmãos, agora, passariam o ano em Hogwarts e ela ficaria ali na Toca, tendo que ir para a escola trouxa no povoado. Era tudo tão injusto, ela pensava, seus irmãos aprendendo tudo sobre magia e vivendo aventuras fantásticas, os gêmeos sempre contavam como era Hogwarts e as coisas que aprontavam por ali, e agora Rony, também iria. Ela já não conseguiu conter uma lágrima que rolou teimosa pelo seu rosto.


 


- Gina! – a voz de Percy a suas costa a trouxe de volta a realidade – porque você está chorando?


 


- Não é nada – ela falou sem convicção.


 


- Eu sei que você está assim porque todos vamos pra Hogwarts e você não, não é?


 


- É sim – ela murmurou.


 


- Não fica assim, é só um ano e vai passar rápido, você vai ver! Logo, logo você vai pegar o trem junto com a gente! Agora me dê um sorriso!


 


Gina sorriu de leve e Percy deu um abraço em sua irmãzinha, estufou o peito e saiu caminhando pomposo e com ares de superioridade, como se tivesse acabado de salvar a menina de um bando de ceutauros desembestados. Ao olhar o jeito de seu irmão Gina sorriu verdadeiramente. Percy tinha razão, coisa que ela não admitiria em palavras pro irmão, pois ele se tornaria insuportavelmente convencido, ela só precisava esperar um ano e então estaria indo para Hogwarts também.


 


Depois da conversa com Percy, Gina se sentiu bem melhor e foi participar da confusão da casa, ou seja, ajudar os gêmeos a distrair Molly para que eles pudessem esconder alguns fogos de artifício nos malões.


 


Assim, depois de muita confusão, os artefatos dos gêmeos confiscados por Molly e devidamente contrabandeados pros malões por Gina, um rato fugitivo preso, o distintivo de Percy novamente reluzente em seu peito, e meia hora de atraso os Weasley partiram para a estação King Cross.


 


- Eu não sei como dou conta de fazer vocês arrumarem suas coisas e chegarem a estação a tempo – falava Molly, enquanto observava os filhos colocarem os malões nos carrinho e se dirigirem para a plataforma.


 


- Mamãe – Gina choramingou – eu quero ir também.


 


- Gina nós já conversamos sobre isso, nada de choro, ano que vem será a sua vez.


 


- Mas mamãe eu quero ir agora.


 


- Ginevra chega desse choro. Você vai aproveitar seu ano e vai ver como tudo passa rápido então você estará indo pra Hogwarts. E agora pare de fazer birra e vamos.


 


- Odeio que me chamem de Ginevra – murmurou a menina baixinho, coisa que sua mãe não ouviu.


 


Logo elas se juntaram aos meninos, os gêmeos tentavam assustar Rony com coisas do mais diversos tipos que eles conseguiam inventar sobre Hogwarts e Percy contradizia todas as histórias que os irmãos inventavam.


 


- Vamos meninos, deixem de amolar seu irmão, já está quase na hora do trem partir – disse Molly. Ela esbarrou em uma mulher que falou algo sobre pessoas que parecem não saber se vestir e Molly bufou impaciente – cheio de trouxas, é claro!


 


- É aqui, plataforma 9 e ¾ - falou Gina com sua voz fininha – Mamãe posso ir? - tentou mais uma vez.


 


- Você ainda não tem idade, Gina, agora fique quieta. Está bem, Percy, você vai primeiro.


 


- Fred , você agora — mandou Molly.


 


- Eu não sou Fred, sou Jorge — retrucou o menino. — Francamente, mulher, você diz que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge?


 


- Desculpe, Jorge, querido.


 


- É brincadeira, eu sou o Fred — disse o menino, e foi, seguido por Jorge logo atrás.


 


Nesse momento um garotinho de olhos verdes brilhantes e muito apreensivo se aproximou. Gina que ainda ria da brincadeira que os irmãos tinha feito com a mãe parou imediatamente. Aquele era o garoto mais encantador que ela tinha visto na vida. Seu coração acelerou, ela não sabia por que, mas parecia que algo prendia seu olhar naquele menino, que parecia com tanto medo e sozinho. Ela não ouvia exatamente o que ele falava com sua mãe, ela só percebeu que ele não sabia chegar até a plataforma e isso a fez rir.


 


Então ela observou o garoto fazer o que sua mãe tinha explicado, ela contemplou por uns segundos o rosto apreensivo dele antes dele de se virar pra encarar a barreira que parecia uma parede sólida. Ela notou que apesar do medo ele respirou fundo e um segundo depois ele já não estava mais ali. Mesmo assim seu coração continuava descompassado, ela queria saber quem era ele?


 


Depois de Rony, ela e sua mãe atravessaram a barreira pra se despedir. Molly procurou pelos gêmeos e Percy enquanto dava milhares de recomendações para Rony. Logo os gêmeos apareceram com sorrisos idênticos. Sua mãe retornou as recomendações, agora se dirigindo a eles. Percy apareceu um minuto depois e se despediu brevemente. Então antes de partirem, também, os gêmeos soltaram a revelação, mais surpreendente da vida de Gina.


 


- Ei, mãe, advinha? Adivinha quem acabamos de encontrar no trem?


 


- Sabe aquele menino de cabelos pretos que estava perto da gente na estação? Sabe quem ele é? – Gina voltou toda sua atenção para conversa, era tudo o que ela esteve se perguntando e logo sua mãe fez a pergunta que ela queria fazer.


 


- Quem?


 


- Harry Potter! – Ela tinha ouvido errado, ele tinha dito Harry Potter!


 


Gina não ia ficar parada ali. Ele era Harry Potter, o bruxinho que derrotou o mago mal e salvou o mundo, o menino-que-sobreviveu, H-A-R-R-Y P-O-T-T-E-R - Ah, mamãe, posso subir no trem para ver ele, mamãe, por favor – ela tinha que vê-lo, devia ser por isso que seu coração acelerou, ele era H-A-R-R-Y P-O-T-T-E-R!


 


- Você já o viu, Gina, e o coitado não e um bicho de zoológico para você ficar olhando. É ele mesmo, Fred? Como é que você sabe? – sua mãe tinha acabado com suas esperanças. Como ela a impedia de ver H-A-R-R-Y P-O-T-T-E-R.


 


- Perguntei a ele. Vi a cicatriz. Está lá mesmo, parece um raio.


 


- Coitadinho. Não admira que estivesse sozinho. Foi tão educado quando me perguntou como entrar na plataforma.


 


Depois disso Gina já não conseguiu prestar mais atenção na conversa, ela não acreditava que tinha conhecido Harry Potter e sua mãe a impedira de ir lá ter absoluta certeza de que era ele. Gina não sabia o que estava acontecendo com ela, só sabia que não conseguiu conter as lágrimas e não era mais por seus irmãos, era por uma sensação de felicidade como se algo em sua vida agora se encaixasse, como se tudo fizesse sentido, mas ela realmente não entendia nada.


 


Quando ela voltou a prestar atenção ao que acontecia seu irmãos estavam na janela se despedindo e ela voltou a chorar.


 


-Não chore, Gina, vamos lhe mandar um monte de corujas – gritou Fred.


 


- Vamos lhe mandar uma tampa de vaso de Hogwarts – completou Jorge.


 


- Jorge!


 


- Estou só brincando, mamãe.


 


O trem começou a andar. E Gina não conseguiu conter o riso pela brincadeira de seus irmãos, então acenou meio risonha, meio chorosa, e correu para acompanhar o trem até ele ganhar velocidade e ela ficar para trás acenando. Ela ficou lá olhando até que o trem desapareceu na curva. Seu coração de criança mais apertado do que nunca.


 


Sua mãe segurou sua mão e murmurou em seu ouvido – vamos querida, não chore, logo, logo é sua vez! Agora vamos pra casa.


 


Quando chegou em casa, Gina subiu as escadas correndo e foi direto pro seu quarto, se jogou na sua cama e encarando o teto, ficou pensando em tudo o que tinha acontecido no seu dia. Eram tantos pensamentos que pra uma menina de dez anos nada fazia o menor sentido.


 


O rosto de Harry fixado em sua mente. Era o menino mais bonito que ela tinha visto na vida. Soltou um longo suspiro! Ela não conseguia esquecer aqueles olhos verdes que tinha um brilho intenso, diferente, especial. Ela já não pensava nos irmão, nada mais existia.


 


E sorrindo para o teto, com o rosto de Harry em sua mente e o coração pulsando descompassado ela adormeceu.


 


Continua...


 


Baseado em Harry Potter e a Pedra Filosofal


n/a: Assim que postei a fic já tive dois comentários, quero agradecer muito, isso é incentivador!!


Espero que gostem do capítulo!! Espero mais comentários!!

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