Capítulo onze



- capítulo onze: sobre férias com mudanças, mistérios e surpresas.


 


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Narrado por: Dorcas Meadowes Fazendo: As malas e tentando entender porque elas simplesmente não fecham Ouvindo: Petra correndo pela casa atrás dos gêmeos


 


Então é isso, eu estou oficialmente de férias. Nem dá para acreditar que logo mais vou estar tomando sol e margaritas enquanto um salva-vidas muito gato faz massagem nos meus pés. Parece muito com o que eu imagino ser o paraíso. Sem contar que nenhum nerd horroroso e espinhento estará por perto e finalmente as coisas voltarão ao normal. De onde, aliás, nunca deveriam ter saído.


Ah, não existe nada como estar de férias.


Eu, sinceramente, acredito que muita coisa vai mudar nesse período. Começando pela minha relação com as meninas. Quero dizer, de um tempo para cá tudo anda tão diferente e esquisito que eu tenho até medo. Mas tenho certeza que, durante esse tempo, algum surfista bonito vai pegar a Lily de jeito e a fazer nem se lembrar no nome daquele nerdzinho esquisito dela. E então voltaremos a ser as melhores amigas para sempre.


Como é para ser.


- Dorcas, querida – disse Petra entrando no meu quarto, ainda meio ofegante por ter, provavelmente, corrido a casa toda atrás dos meus irmãozinhos fedorentos.


- Sim, Petty? – Sorri. Na verdade, meu humor estava melhor do que eu conseguia me lembrar em muito tempo. Nada que um bom sol lá fora não justificasse, o que faz muito bem pra pele. Eu acho.


- Tenho algumas recomendações dos seus pais. Eles deixaram comigo antes do café.  Estavam atrasados. – suspirei.


Revirei os olhos. Ainda assim, nem tudo é perfeito. Não que eu esperasse abraços calorosos e promessas de saudade quando o motorista me levasse, claro. Muito menos uma cena com lencinho branco acenando adeus pelo vento.Oulágrimas.Mas pelo menos um telefonema acho que seria digno. Se eu não tivesse tanta coisa pra pensar, ficaria realmente chateada com esse descaso.


Ah, espera, não ficaria não. Tem sido assim por dezessete anos.


- Não faça essa cara! – Petra me repreendeu sem muita convicção. Depois começou a tagarelar as instruções, reconhecendo que eu estava absolutamente certa. – Não fique na praia até muito tarde, nem se esqueça de passar o protetor solar a cada 120 minutos – ela leu num papelzinho de receitas que, eu podia ver, tinha o carimbo da minha mãe. Veja só, eu não valho nem uma folha da agenda dela com assinatura pessoal. Que decadência, Dorcas. – Não coma nada que não seja preparado nas perfeitas condições de higiene nem consuma bebidas alcoólicas – Petra me olhou de leve para me mostrar que ela concordava inteiramente com isso. Pelo menos com a parte das bebidas, porque até parece que alguma pessoa normal pediria o selo de qualidade pra qualquer coisa que come na praia. – Não use entorpecentes nem tenha relações sexuais – Petra arregalou os olhos pro papel. Não acredito que minha mãe escreveu uma coisa dessas. Alguém devia cuidar do caso dessa mulher, é sério. Como ela conseguiu um diploma de medicina?


- Já pode parar, Petra, eu entendi. – corei.


Não que eu achasse um absurdo usar entorpecentes ou ter relações sexuais. Mas será que minha mãe não poderia ser mais sem jeito para dizer uma coisa desse tipo?


Petra deu risada. Como de costume. Não era a primeira vez que mamãe mostrava que não tinha vocação nenhuma para uma coisa tão banal quanto ser mãe.


- Já terminou suas malas? – ela perguntou, remexendo nas coisas que eu tinha colocado lá para se certificar de que eu não tinha esquecido nada.


Às vezes eu acho que Petra é mais minha mãe do que a minha própria. Não somente porque ela está sempre do meu lado. Veja, os pais da Lily nem sempre o estão, mas fazem de tudo para suprir isso, ligam, mandam e-mails, exigem um tempo para que fiquem todos em família... Não que eu desejasse passar algum tempo com meus irmãos, mas talvez um bom dia sem ser da janela do carro ou gritado pela casa me deixaria feliz e bem amada, com toda a certeza de que eu não fui um erro, um acidente ou uma camisinha vencida.


Bom, dane-se isso.


- Bom, acho que não esqueceu nada – Petra terminou de inspecionar minhas coisas – É melhor se apressar, daqui a pouco o motorista está passando aqui para levar você e pegar as meninas.


Murmurei qualquer coisa em resposta enquanto meus olhos passavam ágeis pelo blog de fofocas da escola. Bem no estilo Gossip Girl, mas com muito menos glamour. Claro que todo mundo sabia quem fazia isso, mas ninguém estava realmente muito interessado em fazer as recalcadas do jornal da escola pararem. Era muito mais interessante ficar sabendo sobre o que estava acontecendo na vida das pessoas ao invés disso.


E é claro que meu nome circulava frequentemente por ali. Como quando eu tive aquela ligeira discussão que tanto irritou a Lily e me divertiu, ou quando a torcida ganha algum campeonato, o que também costuma acontecer com frequência. Mas, essa semana, não era o meu rosto sorrindo lindamente na fila da cantina que estava estampado na primeira página.


Era o de Marlene. Fugindo sorrateiramente do... Laboratório de Ciências?


E parece que a moda agora pega!,dizia o pseudo-artigo em letras garrafais. Depois do sucesso da não-tão-gentil Dorcas Meadowes humilhando garotinhos inocentes por aí e da corajosa Lily Evans distribuindo beijos no novo namorado – diretamente vindo do inferno nerd – no cinema, foi a vez da queridinha de todos, Marlene McKinnon, entrar no jogo! Segundo fontes confiáveis, ela tem sido vista com frequência saindo do Laboratório de Ciências com cara de quem comeu e repetiu! Nossa foto exclusiva, tirada essa manhã enquanto todos supostamente estavam no refeitório para o último almoço antes das férias, está deixando muitos dos fãs de Lene com a pulga atrás da orelha... Será que Marlene também aderiu à campanha do Faça um Feio Feliz?


Oh. Meu. Deus. Só pode ser pegadinha de férias. O título da matéria, “O mistério da Cinderela”, era no mínimo esdrúxulo. Tava na cara que isso não era verdade. E, tudo bem, realmente Lene vinha dando umas sumidinhas de vez em quando, e é claro que isso tinha ligação com algum garoto, eu não nasci ontem! Mas daí a dizer que Lene está seguindo os passos da Lily e deixando um cdf pegar nos peitos dela? Não.É fantasioso demais para levar a sério.


Nem mesmo Marlene seria assim tão idiota.


- Dorcas! – gritou Petra, me fazendo desviar os olhos daquela foto borrada – O motorista chegou!


Fechei a janela e me olhei no espelho. Com certeza é só mais uma mentirinha maliciosa. Mesmo assim, não custa nada ficar de olho...


Mas, agora, férias me chamam!


 


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Narrado por: Remus Lupin Fazendo: Tentando não se incomodar com as novas lentes de contato Ouvindo: A dermatologista me elogiar


 


Sincera e honestamente, estou quase indo resgatar os óculos do fundo da gaveta e me livrando dessas lentes malditas. Tive duas semanas para me acostumar com elas e até agora nada. Como Sirius consegue agir com as lentes de contado dele como se usasse desde sempre? Não entendo.


- Você está tendo um desempenho fantástico, querido – disse a médica, pegando meu queixo pela mão e virando dos dois lados. Se eu fosse Sirius agora, diria que ela está afim de mim. Esqueça isso, Remus. – Realmente, não esperava um resultado tão rápido em pouco mais de três semanas de uso. É maravilhoso.


Dei de ombros, é claro que eu sabia que ia funcionar. Uma vez li numa revista da minha mãe que, para que um tratamento de pele dê certo, você tem que antes de qualquer coisa querer que ele funcione. Bom, eu quero.


- Obrigado! – respondi sorrindo, agora livre também do aparelho.


Sim, porque você não saberá o que é uma verdadeira transformação até cruzar comigo na rua.


No começo, eu realmente não acreditei que as coisas pudessem fluir do jeito que estão fluindo. Veja bem, dezessete anos de feiúra meio que deixam a pessoa acostumada a ficar assim. Mas agora as coisas estavam diferentes. E, nunca os deixe saber, mas é tudo graças à Sirius e James. O primeiro por ter insistido na ideia maluca do segundo de que poderíamos, de fato, usar o tempo das férias para dar adeus definitivo a vida de excluídos da sociedade e aproveitar nosso último ano na escola.


Mas não acreditei nem por um segundo que daria nem remotamente certo. Mesmo porque James só fez isso para impressionar Lily. E Sirius porque acredita que vai “aumentar” seu poder de sedução. Então tá.


Eu, ao contrário, quero vingança. Mas isso é outra história.


- Continue usando sua medicação, Remus – ela começou a escrever a receita da renovação dos trezentos milhões de cremes que eu usava. Coitado do bolso da mamãe–E nos vemos daqui a duas semanas novamente.


Agradeci e sai do consultório, dizendo até logo pra recepcionista que me deu um sorriso gratuito. Dez pontos para o Remus na escala sedução.


As aulas haviam terminado há duas semanas e, desde então, tinha sido um tempo completamente atribulado. Dividido entre as viagens de compras que minha mãe – tão animada por finalmente poder me comprar algo mais do que videogames e livros de ficção científica (que saudade deles) – precisava fazer a cada dois dias em diferentes shoppings da cidade, ir diariamente a academia que Sirius nos obrigava a fazer, consultar o oftalmologista e o dentista que me livraram, respectivamente, dos óculos e do aparelho. E, claro, manter o James longe da depressão por estar vivendo sem sua dose diária de 90% de Lily Evans.


Essa era, sem dúvida, a parte mais difícil dos meus dias.


- Remus, querido! – disse minha mãe, assim que eu entrei em casa.


Ela, como de costume, tinha uma média de vinte sacolas de lojas espalhadas pelo sofá. Fico me perguntando por quanto tempo ela se segurou em matéria de me comprar um sapato italiano.


Como se eu de fato precisasse de um.


- Veja o que comprei pra você! – secretamente, eu ainda esperava que ela tirasse da sacola a última temporada de House em Blu-Ray – Não são lindos?


Ela tirou um par de tênis da sacola. Na verdade, poderia ser pior. Ela poderia me tirar um cachecol dali. Aí sim eu não iria suportar.


- Obrigado, mamãe – agradeci, pegando todas as sacolas e levando pro meu quarto. Têm sido longos e difíceis dias carregando sacolas de marca pela casa.


Joguei as sacolas de um lado – mais tarde eu analisaria o tamanho do problema – e liguei o computador, pronto pra trazer um pouco de normalidade pra minha vida. Essa nova badalação deixava muito pouco tempo pro meu RPG online, e isso era uma tragédia total, completa e absoluta.


Meu telefone tocou enquanto eu tirava a camisa e sentia a pele arder quando meus dedos roçaram pelo peito recém depilado. Ideia do Sirius, claro. Só de pensar na dor eu tenho vontade de sair correndo que nem uma menininha.


- Hey, Jimmy. – falei, totalmente entediado. Eram quase seis horas e essa era a hora em que ele me ligava para chorar de saudade da Lily.


- Remus! Onde você passou a tarde toda?


- No médico. Tive dermatologista – ele resmungou – Tem alguma noção do quanto é trabalhoso se livrar de uma puberdade toda em marcas de espinhas?


James riu.


- Sei, mas você é o que mais demora nessas consultas... – insinuou.


Me limitei a revirar os olhos, mesmo que ele não pudesse ver. Não que eu estivesse tendo um caso com minha médica, longe disso. Desde o último desastre envolvendo a Srta. Sou Muito Popular eu realmente não me atrevia a sequer olhar pra alguém, com ou sem lentes te contado. Ele devia saber muito bem disso.


Ao contrário de Sirius. Mas isso é realmente outra história.


- Babaca – falei, explodindo meu adversário na tela do computador para provar que ainda sou o maioral por aqui –Você não deveria estar pendurado no telefone com a sua namorada?


E então, como sempre acontece quando queremos que James comece a falar sem parar e nos dar tempo para pensar na morte da bezerra ou na aceleração das partículas, ele começou a discursar sobre o quanto amava Lily Evans, o quanto estava com saudade dela e o quanto ela amaria a surpresa que ele tinha preparado para ela.


Por surpresa, encare o fato de ele ter começado a usar produto nas espinhas e trocado a armação dos óculos. E etc.


- Outra ligação chegando, James – interrompi o monólogo dele (“Será que a Lily arranjou outro cara por lá? Ela diz que não. Estou tão preocupado! E será que ela está usando protetor solar? Porque, você sabe, ela é muito branquinha e precisa passar regularmente para não se sentir mal...”) e atendi a outra ligação. – Alô?


- Meus Deus, você e James parecem duas velhinhas nesse telefone! – gritou Sirius –Será que ninguém mais olha pro relógio, não? Tá na hora da academia, suas vadias!


Sirius bateu o telefone na minha cara e eu resmunguei o recado para o James, dando adeus temporário ao meu jogo e indo trocar de roupa. Sinceramente, eu estou começando a desejar minha vida antiga de volta.


[...]


- Finalmente! – gritou Sirius quando me viu chegando. James olhava pro aparelho de musculação com um misto de dúvida e repulsa. Quase como se o desafiasse a chegar perto.


Sem sombra de dúvida, Sirius era o mais empolgado com tudo isso. Adorava ir ao shopping, à academia, ao dentista... na verdade, eu estava mais certo do que nunca que Sirius tinha entrado em contado com seu lado feminino. Ou metrossexual, como você preferir.


- Achei que não viriam nunca! – ele sorriu, acenando para umas meninas que passaram.


E o curioso é que elas riram afetadas.


Padfoot riu de volta, jogando os cabelos recém-cortados para o lado. Ele não assumia nem mesmo pra mim ou James, mas sua mãe tinha-o entregado na tarde anterior, quando fomos lá para o campeonato de futebol de botão que fazemos todas as tardes de segunda-feira. Mas ele não estava. “Sirius foi ao salão, queridos”, foi o que a Sra. Black respondeu. Então despejou a verdade. Sirius Black estava fazendo uma escova progressiva. Inteligente. Para sempre. Ou o nome que a coisa tiver.


Foi assim que ele conseguiu esse cabelo sedoso caindo displicentemente pelos seus olhos.


Hmmmm.


- Sirius, não entendo essa sua fixação com esse lugar – James reclamou, enquanto colocava o celular o mais próximo possível, para o caso da Lily ligar.


Um metrossexual e um ciumento possessivo-obsessivo. Deus não tinha amigos melhores pra me mandar, não?


- Oi, Sirius – disseram duas meninas, rebolando de um jeito esquisito e, não posso acreditar, jogando charme pra ele. Jogando charme de verdade para cima dele. – Gostei do seu cabelo!


Sirius sorriu e olhou de soslaio pra mim, ampliando o gesto do cabelo. Quase como o James, que finalmente desistiu do gel e deixou o destino cuidar da sua cabeleira. Ainda que Sirius tenha recomendado as mãos do seu habilidoso cabeleireiro. Sem chance de ele tentar me convencer a fazer qualquer cosia desse tipo. Eu ainda tinha um resquício de amor próprio e senso do ridículo.


- Esse é meu amigo, meninas – ele disse, virando pra mim de supetão e me puxando para lá, enquanto James ainda olhava esperançoso pro telefone – Remus, essas são Julie e Annie.


Pisquei duas vezes antes de acreditar que aquele sacana tinha me empurrado para a toca do leão mais uma vez. Será que não tinha sido bem claro com ele para nunca mais se meter na minha vida, me dar um conselho ou algo parecido?


E o que ele estava fazendo agora se enquadrava muito bem com o “algo parecido”.


- Olá, Remus! – disse a morena, Annie. A loira, Julie, olhou pra mim da cabeça aos pés antes de sorrir e dizer:


- Hey, Remus! Estava indo agora mesmo tomar um suco na lanchonete...


Sirius pigarreou e eu disse sem nem mesmo pensar, ainda tentando entender onde tinha ido parar a fase do “vamos nos conhecer”:


- Se quiser uma companhia...


- Claro – ela disse, antes mesmo que eu pudesse terminar de falar. Ou sequer processar as informações.


Olhei para trás enquanto ela me guiava até a lanchonete. James ainda esperava o telefone tocar, Sirius ainda jogava charme para a garota morena e o instrutor ainda tomava bomba compulsivamente. Nenhuma novidade, o mundo ainda estava no seu devido lugar.


- Então, Remus – ela pediu um suco pra mim e pra ela e se sentou numa mesinha. Inevitavelmente pensei em Dorcas e no escândalo que ela tinha feito. Será que essa menina não tinha visto o vídeo? Ou não me reconheceu? – Você é novo aqui?


- Não exatamente – beberiquei o suco. Essa era uma boa resposta? Tenho certeza que Sirius diria que não e James murmuraria “Lily”.


- É mesmo? – ela sorriu largamente, batendo as pestanas na minha direção – E você é um garoto tímido, Remus?


- Não exatamente – sorri, entrando no jogo e balançando o copo de suco como em um brinde. Ou como se eu soubesse o que estava fazendo.


Vi um cara fazendo isso numa série uma vez e deu certo. Talvez assim ela não desconfiasse que eu era BV (ou quase isso), pro caso remoto de querer me dar um beijo.


- Pois eu não acredito em você, Remus – ela sorriu, se inclinando na minha direção.


- É mesmo? – me inclinei na direção dela. Vi isso numa série também. Deus me ajude a não levar outro fora memorável e vergonhoso. E que eu consiga dizer alguma coisa que não pareçam ruídos.


- É. – ela riu e se aproximou mais. Os cílios dela eram azuis. Mas acho que é maquiagem, não a abdução alienígena que parece. – Mas eu sei exatamente como cuidar disso.


- Sabe? – pisquei estupidamente.


Na verdade, eu não sabia que diabos estava acontecendo ali. E ainda esperava que ela começasse a rir descontroladamente e uma amiga dela saísse pra filmar a coisa toda. Mas não foi assim. Ao contrário, ela encostou a boca dela na minha e tudo o que eu pude fazer foi a abrir em total surpresa. Foi aí que ela colocou a língua lá dentro e eu pude ter uma boa ideia do que estava acontecendo, por mais surpreendente que fosse. Quando eu passei a mão pelo seu pescoço, ela mordiscou meu lábio (isso faz parte do pacote?) e eu a senti sorrindo de leve.


E foi assim que eu, realmente, perdi meu BV.


 


 


Ah, a vida realmente nunca foi realmente tão perfeita.


Na verdade, ainda não consigo ver com tanta clareza como tudo começou. Quer dizer, veja você: eu estava lá, parado. A única coisa que se precisa para descolar uma garota nessa cidade é ficar parado na academia com preguiça de malhar e nojo de suar? Porque, se for assim, descobri uma fórmula mágica.


Sempre soube que ficaria famoso na ciência.


- Onde estava, querido? – minha mãe perguntou assim que eu cheguei em casa.


A resposta óbvia seria um grito entusiasmado de “mamãe, saí da puberdade!!!”, mas eu não posso fazer isso. Então, como um garoto qualquer, dei de ombros e subi correndo as escadas. Jéssica, ou qualquer que seja o nome dela, disse que queria me ver de novo. Então eu fiz uma coisa que Sirius se orgulharia muito e que faria James revirar os olhos murmurando “Lily...”. Eu disse:


- É, a gente se encontra por aí.


É claro que isso abre margem para muitas coisas. Veja só, definitivamente, eu tenho o poder agora. Não sei bem porque, já que só coloquei lentes, usei uns cremes na cara e comecei a visitar o nutricionista, indo na academia por livre e espontânea pressão (leia-se: Sirius Black). Mas, aparentemente, isso bastou para que todas as garotas do mundo encontrassem seu novo favorito: eu.


No final das contas, isso só serve mesmo pra provar duas coisas: que agora eu posso pegar todo mundo e que Dorcas Meadowes estava errada. Muito, muito errada.


- Que cara de maníaco é essa? – James havia perguntando assim que eu voltei, depois do meu produtivo encontro na lanchonete.


Essa cara, meu amigo, se define por vingança.


 


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Narrado por: James Potter Fazendo: Definhando de solidão Ouvindo: Meus próprios passos solitários


 


Péssima ideia quando eu disse à Lily que estava tudo bem ela ir viajar com as amigas e me deixar aqui. Péssima, péssima ideia. Tenho certeza de que ela vai encontrar um salva-vidas por lá e nunca mais voltar para casa, virar hippie e ter uma criança chamada Beth.


Asma.


Talvez eu devesse mandar uma sms pra ela avisando pra ficar longe de homens de sunga vermelha, mas estou tentando controlar o meu lado possessivo. Mamãe disse que nenhuma mulher gosta de receber notícias do namorado a cada dez minutos. E como ela sabe tudo o que há para saber no universo, é melhor acreditar totalmente.


Peguei o celular, só por mania, já que eu só estava autorizado a ligar – segundo os cálculos complexos da minha mãe – às oito horas. Isso era quase uma tortura.


Tinha uma sms. Uma sms! Da Lily! Asma.


Vou achar que você morreu ou que achou outra ruiva maluca se não me ligar essa noite. Ou então você pode vir aqui me sequestrar! Te amo.


Sorri e respondi rapidamente. Mamãe não tinha dito nada em relação à responder as mensagens que Lily me mandava. Ah, eu bem queria poder ir lá e roubá-la pra mim, mas acho que isso não vai acontecer. Porque:


a)    Ela está na casa de verão dos pais da Dorcas, e eu meio que cortei qualquer relação com ela desde a humilhação total e absoluta do Remus (que ainda jura uma vingança doce, profunda e cruel. Então tá, né?).


b)   Eu ainda não comprei uma ilha deserta, de modo que não posso escondê-la para sempre num local seguro.


c)    Ainda estou preparando a surpresa de ficar bonito. Não posso aparecer quando só estou na metade do processo.


Que, para ser absolutamente sincero, é muito árduo. Se não fosse por Lily, a essa hora eu estaria largado na cama comendo meu brigadeiro bom (e chorando de saudade), e não voltando da academia com o corpo em frangalhos. Não que eu acredite, como o Sirius, que vou ter um corpo totalmente definido com um mês e meio de academia. Só espero que isso, misto ao suplemento alimentar que minha nutricionista me mandou tomar, me deixe com uma cintura mais grossa que a da Lily, para que ela possa me abraçar sem sentir que está fazendo isso com a vassoura da cozinha.


É tudo completa e unicamente por causa de Lily, para que ela nunca mais precise passar pelo constrangimento de ser apontada na fila do cinema ou chamada de cata-loser no corredor da escola.


A academia ficava numa galeria movimentada, não muito longe de casa. Então, além de morrer pra conseguir fazer uma série completa de algum exercício terrível, eu ainda tinha que andar pelo meio de um monte de gente enquanto só pensava em Lily e na minha cama.


E nas duas juntas, de preferência.


Na galeria, tinham varias lojas. Talvez eu devesse parar para comer alguma coisa. Talvez um cachorro-quente ou algo que não me faça querer chorar. Tipo um algodão-doce. Isso me faz querer chorar de saudade e desespero. Mas ninguém se sente depressivo olhando para um cachorro-quente, certo?


Errado. Eu sinto vontade de cortar meus pulsos.


- Olá, posso te ajudar? – uma voz se materializou por ali.


Digo isso porque tenho certeza que a vendedora simplesmente apareceu por ali, carregada pelo vento talvez.


- Er... – respondi inteligentemente.


Na verdade, acho que eu fiquei divagando sobre que tipo de comida livre de depressão eu iria consumir bem na frente da loja dela, como se estivesse olhando para... as jóias da vitrine.


Parabéns, James.


- Temos novidades no catálogo... – ela sorriu – O que exatamente o senhor está procurando?


Ellen. Esse era o nome que ela exibia bordado ao uniforme da loja. Uma joalheria simples, com várias alianças e relógios na vitrine de vidro. Foi quando eu tive a minha ideia de mestre:


- Alianças. – sorri – É isso que eu estou procurando.


O sorriso dela diminuiu significativamente, mas mesmo assim ela me conduziu para dentro da loja. Se eu fosse convencido e egocêntrico como Sirius, diria que a garota estava me paquerando. Mas eu não era, então vou só achar que ela murchou o sorriso porque se assustou com a minha feiúra.


Oh, não. Agora eu sou bonito.


Ellen me mostrou uma verdadeira variedade de alianças. É claro que Remus riria e Sirius reviraria os olhos, caso vissem o que eu estou fazendo. Mas e daí? Não é o que eles sempre fazem? Eu simplesmente não acredito que não tive essa ideia antes. Devia ter posto um anel no dedo dela antes de deixá-la viajar, para marcar firme a minha presença.


Que palerma.


- É de noivado? – Ellen perguntou, enquanto eu olhava um par prateado, bem simples. Diferente de todos aqueles com bordados, pingos e desenhos. Simples e bonito, como Lily.


- Ainda não – sorri. Já pensou, pedir a Lily em casamento? Preciso começar a pensar no jeito certo de fazer isso! – É para minha namorada.


Dei o par pra ela e peguei meu cartão de crédito novo. Porque mamãe nunca tinha me dado um antes de eu decidir que precisava comprar óculos novos e um novo tênis? Injusto, eu ficava juntando o troco do lanche pra comprar mangá!


- Gostaria de gravar os nomes, senhor? – ela perguntou, me olhando de modo sugestivo.


Só não sei o que diabos ela gostaria de sugerir.


- Sim. Lily. E James.


Ela assentiu e levou as alianças pra dentro, provavelmente para o adorável homenzinho que gravaria meu nome na aliança de Lily para sempre. Eu pensava nele como uma espécie de Papai Noel.


- Aqui está – ela voltou com a caixinha vermelha, vinte minutos depois.


- Puxa, obrigado.


Ela sorriu novamente e eu me aprontei para sair da loja. Tenho certeza que Lily vai adorar quando receber o presente de um namorado totalmente repaginado. Vai ser então um duplo presente.


- Qualquer coisa, pode me ligar – ela me deu um cartãozinho com o número da loja. Atrás, à caneta, estava um número de celular – Meu telefone pessoal está atrás. Caso precise.


Assenti com a cabeça. Mas eu estava horrorizado. Como uma garota tenta dar em cima de mim? Eu sou da Lily! E o que vou fazer com esse número? Ela não pode realmente esperar que um cara que compra uma aliança pra namorada ligue para a mulher que lhe vendeu a aliança e ofereça uma noite de sexo livre, pode?


Vou dar o número pro Sirius.


Mas, pelo lado positivo, ela me paquerou. O que quer dizer que eu sou 100% sexy. É melhor avisar ao Padfoot que ele não é o único a sensualizar por aqui.


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Narrado por: Marlene McKinnon Fazendo: queimando sob o sol Ouvindo: as ondas indo e vindo, indo e vindo, indo e vindo...


 


Estou mortalmente entediada. E isso é absolutamente ridículo. Numa praia linda, cheia de caras absolutamente desejáveis surfando, um sol maravilhoso lá em cima... e eu estou definhando de tédio. É claro que não ajuda o fato das minhas amigas estarem absortas nos seus próprios problemas. Tipo, Lily passando hidratante na cara vermelha e queimada dela, chorando de dor, e Dorcas sendo azarada por todo e qualquer homem que passe num raio de 500 metros dela.


         Ninguém se importa com os meus problemas.


A verdade é que eu não vejo a hora de ir pra casa, e não estamos nem na metade do verão. Quer dizer, façamos as contas: temos 8 semanas de férias. Saímos na primeira semana e vamos ficar aqui até a penúltima. Afinal, precisamos de uma semana em casa para comprar o material para o – finalmente – último ano. Isso totaliza sete semanas aqui, sendo diariamente torrada pelo sol, ouvindo a Lily reclamar e vendo a Dorcas pegar todo mundo.


Preferia estar em casa assistindo seriado.


Mas, pelo lado positivo, como já estamos aqui há três semanas...mais quatro e podemos ir embora!


- Lene – chamou Lily, do outro lado do guarda-sol, com seu enorme e ridículo chapéu e a cara branca de protetor solar.


Eu devia filmar isso.


- O que foi? – respondi delicadamente.


- Não podemos voltar pra casa da Dorcas? – pediu, tomando com raiva a água de coco, como se fosse ela a culpada pela sua cara mais vermelha que o seu próprio cabelo. – Não entendo, sinceramente, porque temos que ficar aqui todos os dias. A casa tem piscina, se o interesse dela é se bronzear...


Mas, obviamente, essa não era a maior preocupação da Dorcas e Lily sabia disso muito bem. Na verdade, a preocupação toda era em ver e ser vista. Mais ou menos por isso tínhamos que ir em uma festa diferente quase todo dia. Eu costumava gostar, mas, nesse verão, isso está me aborrecendo.


Muito.


Acho que estou ficando louca.


- Dorcas está paquerando – respondi me abanando. Calor infernal! – Quando ela voltar pra cá, vamos embora.


Lily resmungou, pegando o celular e entrando no MSN. Muito provavelmente pra tentar falar com James. Como ela faz todos os dias, incansavelmente.


Eu, por outro lado, não podia estar curtindo mais a minha solidão. É, na verdade, uma maravilha. Sem namorado, sem compromisso com ninguém, paquerando todo mundo e me divertindo horrores.


- Uau! – disse Dorcas, chegando ofegante na mesa e se largando na cadeira – Achei que o salva-vidas nunca mais fosse me largar!


Ela riu e Lily revirou os olhos discretamente, mas eu pude ver. A relação delas ainda não está toda essa maravilha e eu meio que me sinto no meio de toda essa briga, como se me obrigassem a escolher um lado. E, tudo bem, acheium pouco injusto a Dorcas sacanear com o menino, mas o que eu posso fazer?


Nada.


Além disso, verdade seja dita, eu não quero fazer nada. Primeiro porque isso não é da minha conta. Segundo porque Dorcas está sendo um pé no saco desde que chegamos, com perguntas sobre relacionamentos, sobre Mark (tadinho, o evito até hoje) e sobre como andam as minhas notas de biologia! Eu, ein?


- Então, vamos pedir alguma coisa pra comer? – ela falou animada, como se estivesse curtindo horrores tudo isso – Estou morrendo de fome!


Lily tirou o chapéu e olhou em volta, procurando o garçom como se não estivesse, um segundo atrás, reclamando que queria ir embora. Acho que esqueci o efeito que a palavra “comida” tem sob essa criatura.


- Vamos – ela respondeu animada, obviamente pensando em camarão com fritas.


[...]


Sabe uma das cosias mais bizarras desse verão? Todos os dias estão sendo exatamente iguais. Veja: ontem eu estava na praia, com minhas amigas, comendo camarão com fritas. Hoje eu estou na praia, com minhas amigas, comendo camarão com fritas.


Ou fritas com camarão, se você preferir quebrar a rotina.


Estou quase admitindo estar com saudades de casa. Do meu quarto, da minha cama, da minha academia... Que saudade. Aqui tem areia demais e coisas de menos pra se fazer. Não que Dorcas concorde com qualquer uma dessas duas frases. Ou que esteja sentindo saudades de casa.


Mas não falamos muito nisso. Já basta tocar no assunto casa quando nossos pais ligam duas vezes por dia e os pais dela não dão sinal de vida desde que ela saiu de casa. E por mais que ela finja não ligar, a gente sabe que ela se importa muito com isso, já que não fica um segundo longe do celular.


Lily acha que é por isso que ela é tão malvada.


- Olá! – disseram dois meninos com suas respectivas pranchas. Esfreguei os olhos pra ter certeza de que não era uma miragem.


Quer dizer, no meu estado de melancolia e auto-piedade nunca se sabe.


- Oi! – sorri, provavelmente eram amigos da Dorcas procurando por ela, mas não custa nada ser simpática.


O Gostosão Nº 1 deu uma checada na Lily que o encarou com cara feia, enquanto seu amigo puxava uma cadeira e sentava do meu lado, assim do nada. Meu Deus, será que isso é uma nova forma de assalto, do tipo “te impressiono com a minha incrível beleza e depois roubo seu batom”?


- Dorcas disse que tinha duas amigas bonitas, mas não disse que seriam tanto assim... – o Gostosão Nº 1 disse (o amiguinho dele aqui só sabe olhar pra minha cara, é?), conferindo a Lily.


- Tenho namorado, foi mal – ela disse, totalmente grossa e mal educada, sem nem desviar os olhos do livro que estava lendo.


É claro que essa não é a primeira nem a segunda vez que a Dorcas tenta empurrar um garoto (geralmente um malhadão bom pro olho como esse) pra cima da Lily, na inútil tentativa de fazê-la mandar um sms pro James do tipo “’Tô te largando, nunca mais olhe na minha cara”. É claro que não vai rolar.


Só não entendo porque ela insiste em ficar empurrando-os pra mim quase como se eu tivesse um namorado nerd pra largar também. Até parece. Nerds não significam nada pra mim, apesar de todo aquele probleminha que tive no passado com o tal do Sirius, ou seja lá qual for o nome dele.


Mas isso é uma coisa para ser esquecida e nunca mais mencionada.


- Qual o seu nome? – o Gostosão Nº 2 perguntou pra mim enquanto o seu colega tentava jogar charme pra Lily, que lia concentrada.


- Marlene – sorri.


Definitivamente esse é o verão mais confuso da minha vida. Em outras ocasiões, eu estaria conversando feliz com o bonitão aqui, me perguntando com ansiedade quando ele iria parar de enrolar e me agarrar. Agora eu sinceramente não vejo a hora do menino calar a boca e me deixar voltar pra casa. Pra minha casa.


Sou uma anormal.


- Lindo nome. Como você.


Lily deu risada, olhando pra minha cara com maldade como se eu não tivesse entendido a pseudo-piadinha dele. Vou morrer, quem é esse cara e de que inferno ele saiu? Dorcas me arranja cada problema! Porque ela não pode entender que quando eu quiser ficar com alguém, eu mesma vou dar meus pulos?


Sorri amarelo no exato momento que meu telefone tocou, me salvando. Graças a Deus, deve ser mamãe me mandando ir pra casa via mensagem de texto. Com toda a certeza. Então eu vou arrumar minhas coisas, pegar o carro e passar o resto do dia embaixo das cobertas comendo brigadeiro. Que felicidade.


Me aguarde.


Olhei o remetente sem acreditar. Quase um mês sem nenhuma notícia e Sirius Black me vem com “me aguarde”. Quem esse garoto acha que é? Não acredito que ele esteja alimentando qualquer tipo de esperança de ter alguma coisa comigo ainda, certo? Nem mesmo ele seria tão sem noção assim.


- O que foi? – perguntou Lily, ignorando que os dois ainda achavam que iam se dar bem. Coitados – Porque essa cara de abestalhada aí, mordendo a boca?


- E quem disse que eu estou com cara de abestalhada? – perguntei, apertando o celular com força contra o peito, passando a língua pelos lábios e ignorando os amiguinhos da Dorcas completamente.


Até parece que eu faria uma cara assim porque Sirius Black me mandou uma mensagem. Eu não sinto nada por ele, nadinha. Nem mesmo um frio na barriga ou vontade de fazer alguma coisa, qualquer coisa.


Até parece!


 


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Narrado por: Sirius Black Fazendo: Saindo do shopping Ouvindo: Declarações de amor


 


Então é isso: eu sou, definitivamente, o bonitão do pedaço. É claro que eu sempre fui e jamais desconfiei disso, mas agora finalmente todo mundo parece ter se dado conta do que eu já sabia desde que nasci. Que eu sou, totalmente, um mau caminho inteiro.


Dois pontos para Sirius Sensual.


E, tudo bem, talvez a academia, a dermatologista e o cabeleireiro tenham uma pequena parcela de responsabilidade na minha nova fase de ascensão às capas de revista, mas é um detalhe quase insignificante. Menos, quem sabe, o cabeleireiro, a quem eu devo completamente as minhas madeixas sedosas.


Te cuida, Justin Bieber. É só o que eu posso dizer.


         É claro que nem tudo isso veio de graça. Principalmente as roupas, os sapatos e a lente de contato, mas minha mãe só vai descobrir isso no fim do mês. Tirando isso, tudo foi fruto do meu suor, do meu trabalho e do meu excelente desempenho na academia. Ainda que tudo fosse melhor se James e Remus tivessem me deixado comprar os pequenos... complementos alimentares que meu instrutor ofereceu. Pelo menos eles tiveram um bom argumento. Afinal, eu gosto de peitos, mas não ficaria bonito tendo que usar sutiã.


- Sirius! – minha mãe gritou assim que eu cheguei em casa. Por favor, Deus, que não seja a fatura do cartão de crédito.


- Oi, mamãe – respondi delicadamente. Quer dizer, quando a sua vida está ameaçada, você não pode simplesmente entrar dizendo “e aí, coroa”. Não dá.


Ela me olhou desconfiada enquanto eu cuidadosamente fechava a porta de casa e me encarava no espelho. Mais pra disfarçar o pânico pré-castigo/morte do que pra realmente admirar a minha beleza. Mas, verdade seja dita, esse ângulo me favorece. E mamãe pode até reclamar de quanto eu gastei, mas até minhas roupas novas me ajudam...


- Querido, precisamos conversar – ela disse, se sentando. Não tinha nenhum papel na mão, então eu respirei aliviado.


Diferentemente de Remus e James, eu não tenho um pai. Não que eu seja fruto do além ou coisa parecida, mas meu pai nunca existiu realmente. Só o cara que engravidou minha mãe e se mandou quando ela disse que estava pra dar a luz ao menino mais incrível do planeta.


Meu psicólogo diz que essa é a causa da minha necessidade patológica de atenção, mas eu não acredito nele. Quer dizer, quem aqui precisa de atenção?


- Mamãe, seja lá o que for: eu posso explicar – disse. ‘Não engravidei ninguém”, essa seria a minha resposta natural. Mas acho que causaria um maior impacto e necessidade de explicação do que qualquer outra coisa.


Ela me olhou daquele jeito típico e mortal que fazia meus ossos congelarem e tirou um papel do bolso. Oh, não.


- Pode então em explicar o que é isso?


Circulado de vermelho estava a fatura do cartão e a minha sentença de morte. Não dá pra acreditar numa coisa dessas, eu nem me lembro de ter comprado tudo isso! Só pode ser um roubo, uma fraude e uma clonagem de cartão. Tudo isso, junto.


- Sirius, você tem noção de que fez uma dívida de quatro dígitos. Quatro dígitos, Sirius Black! O que você é, uma garotinha em uma liquidação?


Engoli em seco. Na verdade, isso era injusto, eu nem comprei tanta coisa assim! E foi ela quem me deu o cartão, pra começo de conversa. Eu simplesmente coloquei lentes de contato, comprei produtos pra pele, um óculos de sol, alisei e cortei o cabelo e comprei meia dúzia de roupas e sapatos.


Pelo amor de Deus, pra quê tanto escândalo por tudo isso? Nunca achei que você fosse assim, mamãe!


- Mãe, eu posso explicar – repeti. – Veja, foi você quem me deu o cartão, pra começo de conversa!


Oh, comprei suplemento alimentar (não foi bomba, juro!) e paguei a academia.


- Eu te dar o cartão não significa que você podia usá-lo nessas proporções! – ela gritou.


Passei a mão no cabelo, ajeitando minha recém-adquirida franja sedosa. Mais pra ela ver que tinha sido por uma boa causa (o meu cabelo) do que por burrice. Até mesmo porque, lindo ou somente bonito, Sirius Black não pode nunca ser associado à falta de inteligência.


E foi por isso, também, que eu não tomei bomba.


- Mamãe, isso nunca mais vai acontecer! – falei, piscando os olhos que nem uma garotinha. Mas sem a liquidação, infelizmente – Pense pelo lado positivo: eu nunca estive tão bem. Isso não te deixa feliz?


Ela relaxou os ombros e pôs a conta de lado, ao mesmo tempo em que eu reconhecia uma batalha ganha. Justamente por nunca ter tido um pai, eu era o homem da casa e sabia exatamente o que fazer para dobrar minha mãe quando era necessário. Tipo agora, para salvar minha vida. E mostrar para ela que eu estava bem, e ela era a responsável por me proporcionar isso... pff, acertei na mosca.


- Claro que deixa, querido – ela passou a mão pelo meu rosto – Você sempre foi a coisa mais importante da minha vida. E agora está mais lindo do que nunca – eu sei, eu sei. E a batalha está ganha, eu disse. Sou o mestre – Só não me apronte outra dessas, ok?


Disse que sim e subi correndo as escadas, antes que ela olhasse pra conta e se zangasse outra vez. Porque nem mesmo eu seria capaz de acreditar que a fase do “meu filho lindo e querido” vai durar para sempre. Pelo menos não enquanto a conta não estiver paga e arquivada.


Por outro lado, é preciso que se diga: a vida nunca foi tão fácil. Veja o que aconteceu comigo no outro dia, na academia. As meninas falam comigo, chamam minha atenção e me adicionam nas redes sociais. Tudo isso porque agora eu tenho músculos, cabelo charmoso e uma foto com óculos escuros no perfil. Eu sou o cara, realmente.


Imagine agora quando as aulas começarem e eu, James e Remus estivermos de volta à escola? Vamos total dominar aquele lugar. Veja porquê:


Eu, por exemplo, alisei o cabelo, malhei, não tenho mais espinhas, tirei o aparelho e uso lente de contato. Abandonei o velho tênis rasgado e troquei de jeans. Sou praticamente um Deus grego de olhos azuis. Não, claro, que as coisas por aqui estejam mais ou menos como estão para os brutamontes da academia. Quer dizer, eu malho por mais ou menos um mês, não uma vida inteira. E creme para espinha é uma solução química, não a mão de Deus. Mas...


James, continuando, também melhorou horrores. Não que ele esteja tão descolado quanto eu, nem tão musculoso... mas ele, pelo menos, não parece mais um galho de árvore seco com gel nas folhas servindo de cabelo. Ainda que eu achasse que ele devia ter alisado, ao invés de simplesmente desistir do gel e deixar o cabelo ficar como inevitavelmente ficaria: arrepiado. Mamãe disse que ele está “charmoso”. Enfim. E também acho que ele devia ter usado lentesao invés de colocar uma armação mais descolada, mas aquela criatura estúpida disse que não conseguia se acostumar com dois plásticos nas pupilas. Fraco. Remus, no entanto, se adaptou bem e parece uma versão loira e menos favorecida de mim mesmo. Que bom que ele perdeu uns quilinhos, até. Quero ver agora qualquer garota da escola rejeitá-lo. Quero ver qualquer garota da escola nos rejeitar agora.


Vamos totalmente comandar aquele lugar.


Meu celular apitou, me tirando das minhas profundas reflexões sobre como eu pretendo mandar em todo mundo. Mas, antes que eu pudesse reclamar, vi o remetente da mensagem.


Pode vir quente...


Oh, sim, Marlene McKinnon... Me aguarde que eu vou definitivamente estar mais fervendo do que você imagina!


 


Algumas semanas depois.


 


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Narrado por: Lily Evans Fazendo: As malas, graças a Deus Ouvindo: Dorcas pegar o telefone de todos os rapazes que conheceu no verão


 


Não posso acreditar que estou finalmente indo para casa! Depois de semanas a fio nesse lugar horroroso, eu posso arrumar as malas e esperar paciente até o motorista vir nos pegar e me levar de volta para casa.


E quando eu digo que espero paciente, eu quero na verdade,dizer que estou pulando há meia hora sem parar, mandando Dorcas se apressar em ligar para todos os trezentos mil garotos que conheceu nesse verão.


Aliás, por falar nela, Dorcas parece realmente infeliz de ter que ir pra casa. Primeiro porque ela adora a badalação do verão. Segundo porque ela não conseguiu o seu maior objetivo nessa viagem: me apresentar um bonitão sem cérebro e me fazer largar o James.


Até parece que eu trocaria o James por um rato de academia. Ou melhor, até parece que eu trocaria o James. Por qualquer um. Em qualquer situação.


Eu vivo assumidamente em um sistema de James-centrismo.


- Lily! – Lene entrou no quarto e se largou em cima das minhas malas.


Todas já prontas, diga-se de passagem, desde ontem. Mas hoje eu finalmente pude guardar a escova de dente. E todo mundo sabe que guardar a escova é um sinal claro de que se está indo embora. Graças a Deus!


- O que foi? Dorcas está pronta? – perguntei. Não que eu achasse possível, mas perguntar não ofende.


- Claro que não – ela falou com a cara afundada no travesseiro.


Na verdade, Lene passou o verão todo assim de mau humor. O que, como ela não tem um namorado incrível pelo qual ansiar voltar, só tem uma explicação: Marlene está sentindo terrivelmente falta de alguém. E eu apostaria um braço de que esse alguém atende pelo nome de Sirius Black.


- Quero ir pra casa! – ela resmungou. – Tem sal em todos os lugares e eu não aguento mais isso. Tem sal nos meus olhos!


Dei risada e me olhei no espelho. Na verdade, eu compreendia bem essa frustração. Não que tivesse sal nos meus olhos ou coisa parecia, porque, se tivesse, eu meio que estaria cega. Mas tenho outras coisas das quais reclamar. Tipo o fato de que tem queimaduras por todas as partes do meu corpo, e eu pareço mais vermelha do que o meu próprio cabelo. Sem contar que isso me faz arder horrores.


- Eu também quero ir pra casa! – falei, me jogando na cama ao seu lado e verificando se todos os cantos da minha mala tinham sido devidamente fechados.


Vai que não e uma calcinha minha escapa pelo vidro do carro? Seria um pouco traumatizante ver minha roupa de baixo voando por aí.


Se fossemos fazer uma pequena conta matemática, o saldo desse verão seria completamente negativo. Veja: Dorcas ficou secretamente emburrada o tempo todo, descontando toda a frustração dos pais dela, do meu namorado e do desinteresse da Marlene em pegar geral em cima das dezenas de garotos que ela paquerou. Lene ficou misteriosamente mal humorada, andando de um lado pro outro e tacando pedras no mar, reclamando que estava enjoada de comer camarão e tomar água de coco. Eu, por outro lado, não reclamei da comida. Afinal, se há alimento em abundância, eu consigo tolerar qualquer lugar. Claro que, se James estivesse aqui, tudo ficaria mais bonito.


Na verdade, ficaria perfeito.


Mas agora é hora de ir pra casa e, mesmo que esse verão tenha sido uma total e completa perda de tempo, acabou.


- Aí estão vocês... – Dorcas entrou, com a carranca fechada que exibia desde ontem –Estive procurando pela casa toda...


Revirei os olhos, mais pelo costume do que por qualquer outra razão. É claro que eu tinha feito isso o tempo todo, mais por implicância do que por outrarazão. Não que seja uma novidade, eu implicar com minhas melhores amigas. É só que dessa vez eu tenho um motivo realmente sério para fazer isso. Não somente porque Dorcas armou descaradamente contra o meu namoro, mas porque ela trapaceou e humilhou um amigo meu. E isso não se faz.


É uma questão simples de princípios.


- O que foi? – Lene resmungou, tentando se suicidar por asfixia – Podemos ir pra casa? Não vejo a hora de tirar essa maresia do meu cabelo.


Dorcas suspirou fundo, balançando o celular com uma das mãos. Tudo bem que a gente não se falou muito durante as férias, mas até eu pude perceber que ela total adquiriu esse costume pra ver se os pais dela ligam ou mandam, pelo menos, uma mensagem.


Mas não rolou e ela ficou balançando esse celular por aí o tempo todo.


- Sinceramente, eu não entendo porque vocês querem tanto ir pra casa! – reclamou, se largando em cima de uma poltrona sem o seu habitual charme de líder de torcida. – Muito menos entendo porque todo esse mau humor de vocês! Até parece que eu obriguei alguém a vir pra cá...


- Tecnicamente – disse Lene – Você obrigou. Quando disse “são nossas férias. Fazemos isso desde sempre! Não tem desculpas nem cancelamentos!”. Pra mim, isso meio que é obrigar...


Concordei veementemente. Dorcas tinha feito um escândalo ante a perspectiva de cancelar a viagem e passar um verão na cidade.


- Tanto faz! – jogou o cabelo, me atingindo com uma nuvem do cheiro enjoativo do creme ou fixador, ou qualquer que seja a coisa gosmenta que ela usa no cabelo – O importante é que estamos aqui. E não entendo pra que voltar para aquela cidade sem graça quando estamos nos divertindo tanto!


- Fale por você! – disse Lene, levantando a cabeça do travesseiro e olhando pra Dorcas como se ela fosse louca – E pede logo pra esse motorista me tirar daqui!


Então eu me irritei, olhando pra situação como se nada daquilo fosse real. E não porque Dorcas havia jogado o creme de cabelo no meu nariz, ou porque tinha nos chantageado para não cancelar a viagem. Nem mesmo porque – sou obrigada a dizer – ela ficava se fazendo de vítima com a típica conversa de sempre, do tipo “sou malcriada porque meus pais não me amam, cortem meus pulsos”. Mas sim porque, em todos os momentos, desde sempre, ela só consegue pensar nela mesma, na reputação dela e em como se tornar mais popular. Será que custa muito, ao menos uma vez na vida, fazer o que eu e Lene queremos? Pegar essas malas e ir embora de uma vez?


- Nós queremos ir pra casa! – falei,fria e cortante. Do jeitinho que o pessoal fala no vídeo-game do Jay –Você passou o verão inteiro praticamente falando com o seu umbigo e não se importando. Agora nós queremos ir logo embora daqui, ver nossos pais, nossas coisas. E eu quero ver meu namorado! Então pare de pensar só em você por pelo menos uma vez nesse verão, ok?


- Aaah, seu doce namorado! – ela ironizou. – Bom, vou dizer uma coisa pra vocês antes de finalmente chamar o motorista para levar as Cinderelas para casa! Os namoradinhos de vocês... E sim, Marlene, você também! – Lene sentou na cama, olhando para Dorcas com as sobrancelhas erguidas – Ou você achou realmente que podia me esconder que estava pegando aquele menino horroroso, amiguinho daquilo que a Lily chama de namorado? Sinto muito, todo mundo já sabe disso!


Amigas nunca devem brigar. Melhores amigas, no entanto, brigam sempre e por qualquer coisa. Eu e Lene, por exemplo, brigamos terrivelmente todos os dias, principalmente pra escolher o sabor do sorvete... Porque a briga agora parece tão grave, séria e... revoltante?


Oh, certo, porque Dorcas está se comportando como uma criança mimada.


- Bom, é melhor deixar vocês sozinhas! – ela se levantou – Afinal, talvez vocês queiram ligar para os seus respectivos namorados e os parabenizar por ter conseguido acabar com uma amizade de anos!


E, dito isso, ela saiu do quarto batendo o salto alto enquanto eu tentava entender o que realmente havia se passado por ali.


[...]


A viagem de volta não foi das melhores. Primeiro porque eu realmente queria me trancar num quarto escuro e chorar. Segundo porque Dorcas passou o tempo todo no telefone com alguém, como se todo o episódio no quarto nunca tivesse acontecido. Terceiro porque Marlene ainda conservava a expressão de choque por saber que haviam outras pessoas que desconfiavam que ela estava de algum modo envolvida com Sirius Black.


Então, mais do que nunca, uma coisa estava clara na minha mente: eu precisava ver James. Era uma vontade desesperada.


- Lily, querida! – disse mamãe assim que eu cheguei em casa – Como foram suas férias? E, nossa, como você está bronzeada!


Dei um abraço apertado nela. Ainda que eu estivesse morrendo de vontade de atravessar a rua e abraçar outra pessoa, mamãe fazia uma falta danada. E eu totalmente sabia que, por bronzeada, ela queria dizer assada.


O que era uma realidade.


- Você parece chateada... – ela disse, me olhando nos olhos. – O que houve?


Sorri. O que mais eu poderia fazer? Não dava pra explicar agora como eu me sentia traída pela minha melhor amiga egoísta. Sim, porque aquilo era uma tremenda de uma traição. Não somente por ela não aceitar que nós gostássemos de quem gostamos... É porque, sinceramente, ela não aceita quem nós somos.


- Nada demais, mamãe – sorri – Eu volto logo.


Mamãe balançou a cabeça, com aquele típico ar de mães que sabem que suas filhas estão doidas e apaixonadas. Mas, sinceramente, só tinha uma coisa que eu precisava naquele momento: James.


E era uma alegria saber que a casa, a rua, o jardim... Tudo estava exatamente do jeito que eu havia deixado. E que, em segundos, ele abriria a porta sorrindo daquele jeito tímido e me daria o melhor abraço do mundo.


Mal posso esperar.


Toquei a campainha duas, três, quatro vezes. Até que a voz dele gritou “já vai” e me subiu um comichão na barriga. Porque, por semanas, eu só tinha ouvido aquela voz através do telefone.


- Oi – falei pro rapaz que abriu a porta, olhando-o rapidamente – James est...?


Foi quando eu encarei o rapaz nos olhos. Ele tinha o cabelo preto e arrepiado de um jeito estranhamente familiar, como se tivesse tentado por anos domá-lo e finalmente desistido. Usava jeans, all-star e uma camiseta preta e simples, mas ainda assim meio descolada. Não era forte, nem fraco. Parecia o tipo de cara que estava na academia e ganhando massa muscular, de um jeito positivo. Era possível ver algumas marcas de espinha no seu rosto, mas já bem de leve. Como se ele estivesse em tratamento. Ele não era exatamente lindo ou coisa do tipo. Ele parecia... especial, com seu sorriso travesso e seus óculos tortos no rosto. Óculos esses que escondiam um par de olhos castanho-esverdeados.


Exclamei, completamente horrorizada:


- Ja-James... O que fizeram com você?


 


 


n/a: Acho que esse é, por muitos, o capítulo mais esperado da fic. Peço, antes de mais nada, desculpas pela demora. Estou num período muito decisivo de provas de vestibular, e realmente não ta dando pra tirar um dia todo e escrever os capítulos. Tanto que esse foi escrito fragmento por fragmento nos poucos intervalos que eu tive. Talvez tenha sido por isso que demorou tanto e não ficou do jeito que eu gostaria. Mas foi o melhor que pude fazer nessa situação :/ mudando de assunto... A MUDANÇA!!! O que acharam? Claro que só tivemos uma definição exata, a do James... Mas podem esperar por mais visões panorâmicas nos próximos capítulos, ok? E eu sei que a Dorcas está enchendo o saco de todo mundo, mas veremos o que vai acontecer! Esse capítulo, ainda que não como eu gostaria, é muito importante pra história. Vou finalizar essa nota gigante agradecendo pelos comentários e os votos de boa sorte nas minhas provas. Obrigada por tudo, gente. E continuem comentando sempre. Um beijo, Deb.


P.S.: Esse capítulo foi finalizado hoje, dia 03/12, e eu tenho uma boa notícia: ‘tô na segunda fase da UFBA! Me desejem MUITA sorte, porque eu vou precisar.


P.P.S.: Gente, é possível que o capítulo só saia depois do dia 20 justamente por causa das minhas provas, mas eu posto antes do Natal, de presente! (:


            N/B:Se eu tava ansiosa com esse capítulo? Pff imagina...GENTE O QUE É ESSE JAMES POSSESSIVO UAHUAHUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUAHUAHAUH ele me fez rir quase o capítulo inteiro. Sirius me irrita, mas de um jeito extremamente bom e eu quero um Remmie. Sério.


Mas o problema é que eu tenho um dilema realmente complicado. Dorcas SEMPRE foi minha personagem ‘favorita’ em várias fanfics...MAS EU ODEIO ELA COM TODAS AS MINHAS FORÇAS NESSA, e agora? Deb, isso vai mudar né?UHAUAHUAHUAHUAHUAHAUHA


Enfim pessoal, espero que tenham gostado e a espera valeu muito a pena né? Vamos todos dar boa sorte pra nossa autora que merece muito passar nessa segunda fase da UFBA! <33

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Comentários (4)

  • Lory Tonks Lupin

    Nossa Parabéns capitulo muito loko,to loka pra ver como os meninos ficaram. A Dorcas nuss ela tá terrivel,ahh espero q a vingança do Remus seja doce. E Sirius que aproveite a vida e Marlene fique loka e James e Lily ta mó meloso hem mas ta legal. Estou aqui ansiosa esperando pelo proxio capitulo ,parabéns por esse capitulo incrivel e boa sorte na segunda fase espero q alcance seus objetivos!!!!!

    2011-12-06
  • Lívia G.

    FINALMENTEEEEEEEEEEEEEEEEEE! Eu amei esse capítulo, claro, óbvio! Aleluia, os meninos fizeram suas transformações! HAHAHAHHAHA, mas eu achava mesmo que a Lily não ia curtir o James todo bonitão. Na moral, EU ODEIO A DORCAS! Pelo amor de Deus, por que ninguém a afogou na praia durante as férias? Deb, estou louca pelo 12, você sabe. Parabéns pelo vestibular e MUITA sorte na segunda fase, estou torcendo por você. Beijos

    2011-12-05
  • cvecchi

    aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh eu tava doida pelo reencontro, mas é tanta maldade parar no 'james o que fizeram com você?' hahahahahaha e o remus se vingando da dorcas, vai ter que ser uma coisa sem noçao de fodaaa, e a marlene n resistindo ao sirius, to louca por essas cenasssss!!! atualiza assim q possivel, e boas provas pra voce :D

    2011-12-05
  • camila prongs.

    Nem sei como comentar, de verdade. Eu ri muito com esse capítulo. E essas transformações? Eu to curiosa... Como será que vai ser a reação da Marlene?Qual vai ser a reação da Dorcas? hahaha quero que alguém faça questão de esfregar na cara dela o que ela "deixou passar" kkkk beijos e boa sorte na segunda fase!

    2011-12-04
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