Capítulo nove



- capítulo 9: atualizações, vestiários e possibilidades


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Narrado por: Lily Evans Fazendo: Escolhendo entre entrar em colapso nervoso ou fazer uma chacina Ouvindo: O próprio cérebro trabalhar


 


- James, o que fizeram com você? – repeti, e um pedacinho do meu chão foi eliminado junto com a respiração.


Um pedacinho do tamanho da Rússia.


Porque onde deveria haver um James Potter – o mesmo que, algumas horas mais cedo, havia se divertido muito saudavelmente na minha cozinha, comigo e com a calda de chocolate – estava uma massa estranha e deformada de hematomas, inchaços e sangue ressecado.


Que diabos aconteceu por aqui?


Olhei em volta, como se esperasse que Sirius saísse do armário gritando “Pegadinha do Malandro, ÊÊÊ!”. Mas isso não aconteceu. Pisquei os olhos, olhando em volta. Tampouco saíram assaltantes ninjas para terminar o serviço. O que me leva a questão anterior: o que fizeram com meu namorado?


- Nada... – ele respondeu, como se parecesse feito de carne moída. Ou como a LagyGaGa. – Tive um probleminha na saída do dentista. Nada demais.


Só que não parecia como um “probleminha”, muito menos com “nada demais”. Na verdade, parecia mais como uma série de grandes e dolorosos acontecimentos.


- Não parece que não foi nada de mais – me sentei na cama ao lado dele, quase timidamente. Uma profusão de algodão e remédios jazia na cabeceira. De repente ficou muito claro que a mãe dele definitivamente não estava fazendo as unhas quando cheguei.


James não era o tipo de cara que reagiria a um assalto. Caras inteligentes nunca fazem isso, geralmente deixam para os brutamontes que confiam unicamente na potência dos seus músculos. Muito menos parece um cara que se envolva em brigas. Quero dizer, James não é estúpido. Ele sabe que até mesmo a Dorcas daria uma surra nele. De unhas recém-pintadas e touca no cabelo.


Porque então ele parece com carne moída?


- Não faça isso! – pediu, quando eu ameacei examiná-lo mais de perto, segurando delicadamente o seu queixo – Não, Lily.


Em algum ponto egoísta do meu ser, me lembrei que, na verdade, ele não queria falar comigo. Porque não atendeu minhas ligações. Nem nenhuma das minhas nove mil outras tentativas de comunicação. E parecia evasivo. Como se me quisesse longe dali.


Desde quando eu era o problema?


- O que aconteceu? – perguntei, apertando suas mãos nas minhas. As mesmas que tiraram as minhas do seu rosto.


Acho que me apaixonei pelas mãos do James. Antes de mais nada, eu caí de amores por elas. Eram grandes, mas macias. Não macias de um jeito gay, mas de um jeito fofo. Do tipo que não pega pesos nas academias a vida toda. Talvez eu tenha me apaixonado pelo jeito dele logo em seguida. Nunca na vida ninguém foi como o James, ninguém nunca sequer me olhou como ele. Não tão fofo, tímido ou incrível. Nada nunca foi tão simples e maravilhoso.


Talvez fosse por isso que doía vê-lo ali assim, todo remendado. Porque era o James... Não mais um garotinho mimado que se metia numa briga pela posse da bola no jogo ou a conta do bar. Era o James.


E isso me fazia querer chutar a bunda de quem tinha o machucado. Chutar com força.


- Lily, não! – ele pediu, olhando nos meus olhos. – Não faça isso.


- Fazer o que?


- Me olhar desse jeito – ele sorriu de leve. Do jeito como sempre fazia quando eu o vencia em alguma questão de química. Ou quando terminava uma questão de matemática mais rápido do que ele. Era o meu sorriso da vitória inchado e roxo – Já disse, não foi nada demais.


- Te assaltaram? – ele negou. – Tentaram de estuprar?


- Isso seria bizarro – ele sorriu – Não, não fizeram nada disso.


- Então porque você parece purê de batatas? – ele riu. Depois fez uma careta de dor. Vou chorar! – James, me fale! O que você faria se fosse eu no seu lugar?


E então ele falou.


- Ninguém nunca te bateria, Lily, nunca – disse sério – Garotas como você nunca apanham.


- Oh – falei – Entendi.


Porque, dessa vez, eu realmente tinha entendido, graças a minha alta potência cerebral. O que não ajudava em muita coisa, já que agora minha vontade de arrancar cabeças havia sido multiplicada pelo infinito. Na verdade, eu queria arrancar tripas. Com uma pinça.


1º passo para a sobrevivência: nunca deixe uma garota com raiva.


Achei que tínhamos superado toda a coisa do “garotas como você”. Pelo menos James nunca mais havia falado nisso, o que era uma vitória imensurável. E, tudo bem, eu não podia esperar grande coisa do pessoal da escola. Não enquanto eles murmuravam coisas horríveis sobre mim e James quando eu dava as costas. Mas daí a agredi-lo? Parecia um pouco demais até mesmo para anencéfalos como eles.


- O que aconteceu? – perguntei pela enésima vez. – Não, não fale nada ainda! – repliquei quando ele fez menção de falar. Porque eu estava furiosa agora – Você não me atende por horas, e eu achei que tinha morrido ou sido sequestrado por uma alien peituda! Daí você aparece todo quebrado e me diz que não bateriam em garotas como eu... Quando você vai entender que garotas como eu não existem? E que, se elas existem, eu não dou à mínima? Mas se bateram em você por causa de garotas como eu...


- Lily! – ele me interrompeu. Oh, odeio que me interrompam – Você não entende...


- Então me explique! – gritei baixinho (?) – E aproveite para me dizer como você exatamente ficou assim. E o que garotas como eutêm a ver com o assunto.


James suspirou e eu supus que devia estar doendo demais para aguentar uma DR naquele momento. Talvez fosse bom dar uma aliviada. Peguei um algodão com álcool iodado e deitei a cabeça dele no meu colo. Mesmo que tecnicamente ainda estivéssemos tento uma discussão.


Detalhes.


- Você não entende, Lily.  – ele disse novamente, fechando os olhos enquanto eu passava o algodão na sua testa. Se ele não se confundisse com a colcha de retalhos, seria romântico – Você é uma garota linda, incrível, inteligente... – sorri, mesmo que ele não estivesse vendo. Que atire um espelho aquela que não gosta de ouvir o cara amado discursar sobre suas qualidades. Continue, baby! – E popular, Lily. Todo mundo gosta de você. As pessoas esperam que você esteja com um cara à sua altura. Não um cara como eu. E... UI!


Ele reclamou quando eu coloquei um pouco mais de força do que deveria na técnica milenar do algodão-na-sua-testa-retalhada. Droga, a fantasia da enfermeira não fica muito bem em mim.


- Me deixe continuar! – pediu, enquanto eu delicadamente assumia a face de um dragão prestes a soltar fogo pelas ventas – Ninguém espera isso, Lily. Ninguém aceita isso. Veja, as pessoas acham que eu estou te drogando!


Eu ri, porque era uma teoria hilária. Essa piada de muito mau gosto estava circulando pelos corredores da escola nos últimos dias. Se eles soubessem que a única droga que envolve nosso relacionamento é minha culinária tóxica e mortal...


- E te bateram por isso? – perguntei horrorizada. – Porque... porque eu estou com você?


- Não. – ele respondeu e eu respirei aliviada – Me bateram porque eu estou com você. E um cara como eu não deveria se atrever a tanto.


Limpei delicadamente os últimos resquícios de sangue no seu rosto. O resto do corpo, pelo que eu podia ver, tinha somente alguns pequenos arranhões. Os hematomas eram feios, mas nada que uma boa pomada não resolvesse. Terminei meu trabalho de enfermeira e ergui seu rosto na altura do meu.


- Agora veja bem – falei depois da sua explicação sem sentido – Eu não me importo sobre o que eles pensam, James. E sei que você também não. Eu gosto de você, James. – ele corou. Oh meu Deus, estou me declarando! Antes dele! Atirem em mim! – E, ok, talvez isso esteja indo muito rápido... mas eu gosto de você. E ninguém vai me impedir de fazer isso.


Ele sorriu, afagando meu cabelo e olhando fundo nos meus olhos. Tirei os óculos dele – “Lily, cadê você?” – e o observei. Na verdade, James era bonito. James era muito, muito bonito. Para mim, ele era simplesmente lindo. Seus olhos eram alguma coisa entre o castanho e o verde, de uma cor única. E sua boca, quando não estava inchada e roxa, tinha um formato que eu me lembrava muito bem. E o seu cabelo, quando ele não estava usando gel, era macio e divertido de passar a mão.


E eu... bom, eu era completamente apaixonada. Por ele. Por tudo.


- Veja, eu estou apaixonada – eu ri. Ele afagou minha bochecha de um jeito tímido e fofo. De um jeito James. – E ninguém faz o meu namorado de saco de pancadas!


James sorriu, saboreando a palavra “namorado” quase tanto quanto eu mesma saboreava. Mas depois eu me distrai dos sabores e dos meus planos de vingança sangrenta contra os brutamontes da escola. O que deve ter acontecido entre o selinho dolorido que ganhei e o abraço que me fez pegar no sono, abraçadinha.


Com o meu namorado.


[...]


Oh meu Deus, minha mãe vai me matar. Definitivamente, eu sou uma garota morta. Não acredito que vou morrer justamente agora, quando as coisas parecem finalmente estar no seu devido lugar.


Eram quase sete horas e eu estava frita, atravessando a rua com a roupa da noite anterior. Não acredito que peguei no sono na casa do James, no quarto do James, no colo do James.


O que a mãe dele vai pensar de mim?


Pelo menos ela não me viu sair. Eu morreria se tivesse que passar pela típica cena da fuga no dia seguinte. Morreria mais do que a própria morte que me espera quando eu chegar na minha casa.


Espera, isso faz algum sentido?


- Lily Evans! – ela berrou no momento em que eu abri a porta – Onde diabos você passou a noite?


Estou ferrada.


- Bom dia, mamãe – saudei, dando um beijo nela. Mais para que ela eliminasse a possibilidade de eu ter passado a noite em meio à bebidas do que qualquer outra coisa – Me desculpe, eu acabei pegando no sono na casa do James.


No entanto, mesmo que minha mãe tivesse camisetas e buttons de “eu amo James Potter”, essa frase tinha o pior efeito que poderia ter. Que droga, porque todo mundo ultimamente tem pensado que tudo que eu e James fazemos é dar uma rapidinha?


- James se machucou, mamãe - Me apressei em explicar a situação do jeito correto. - Uns caras idiotas da escola bateram nele ontem – disse. Não tinha muito por onde correr. Minha mãe abriu a boca em um perfeito “O”. Eu podia sentir o ódio dela por terem batido no seu novo favorito. Talvez eu devesse sentir ciúmes – Eu fui ver como ele estava, você estava dormindo, por isso não disse nada. Achei que fosse voltar logo, mas acabei pegando no sono enquanto cuidava dele.


Murmurei um “não aconteceu nada demais, mamãe”, mas ela não prestou muita atenção. Estava mais interessada em saber notícias sobre ele, lamentando e dizendo o quanto ele era um bom garoto. Bom, essas são as vantagens de se ter uma mãe completamente apaixonada pelo seu namorado. Hm, isso pode vir a ser muito bom!


Muito, muito bom.


Subi pro quarto depois de responder o interrogatório pra minha mãe. Dei bom dia ao meu pai – que, graças a Deus, parece ter sido poupado do “Lily-Não-Dormiu-Em-Casa”. Ou então teria dado chilique como minha mãe. Faz sentido. – e fechei a porta. James estava na sacada, sorrindo.


Na verdade, era uma delícia acordar assim nos braços quentinhos de James. Eu poderia fazer isso todos os dias.


Voltei pro quarto, eu estava num estado pavoroso e era quase hora de ir para a escola. Droga. Bom, pelo menos eu havia dormido muito bem. No celular, que eu tinha deixado em casa, tinha umas dez ligações da Lene e umas doze da minha mãe. Oh, droga. Lene deve ter lotado meu facebook de mensagens. Aquela desesperada!


Liguei o computador rapidinho – podia ouvir minha mãe berrando “Lily, se apresse!” lá de baixo – para ver o que tinha perdido durante a noite quando pensei que estava na hora de fazer algumas mudanças. Afinal, ninguém diz o que Lily Evans pode ou não fazer.


Cliquei nas minhas configurações.


Lily Evans está em um relacionamento sério com James Potter.


 


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Narrado por: Sirius Black Fazendo: Procurando a saída mais rápida do inferno Ouvido: O próprio corpo protestar veementemente


 


Alguém me tire daqui, por favor! Eu sabia que era uma péssima, uma péssima ideia. De fato, uma das piores que eu já tive na minha vida. Porque simplesmente não pude confiar nos meus instintos e me manter o mais longe possível desse lugar infernal? Eu devia ter ouvido Remus. Eu devia ter ouvido James. Ou qualquer um.


Tudo que me mantivesse longe daqui.


- Mais força – disse o instrutor – Vamos, você consegue fazer melhor do que isso!


Na verdade, eu queria meter a mão na cara dele. O que eu sinceramente faria, se não fosse o fato de que o braço dele era da largura da minha cabeça. Porque eu estava ali, afinal de contas? Todo mundo sabe que eu não preciso de academia! Não, não preciso. As garotas da escola fazem fila para ficar comigo, rastejando aos meus pés e me pedindo autógrafos em todos os lugares por onde passo.


Estou até pensando em contratar James como meu segurança para garantir que meu cabelo continue intacto.


Definitivamente, aquela era uma ideia estúpida. Mas, pelo visto, eu teria que aturar aquilo pelos dois meses que minha mãe tinha pagado adiantado. Só de pensar já me doía todo o corpo. Aquilo não era para mim. E, além do mais, eu tinha marcado um encontro virtual com umas gatinhas que encontrei num site. Que droga!


- Mais força! – disse o instrutor. Vou dar um murro na cara dele.


Ninguém diz a Sirius Black o que fazer!


O instrutor – enviado diretamente do centro da Terra, eu tinha certeza absoluta – se afastou para ralhar com outro aluno oprimido. Talvez ele faça isso para reafirmar sua masculinidade. Porque, sinceramente, ele parece que tomou bomba demais e ficou com o cérebro permanentemente afetado. Se é que ele tinha um. Pensando bem, a cabeça dele realmente parece ser um pouco menor do que o normal. Posso quase ver o pseudo-cérebro dele vagando solitário por toda aquela enorme região, diretamente proporcional ao seu minúsculo tamanho.


Estou falando do cérebro, seu pervertido!


Nem todos podem ser bonitos e inteligentes como eu. Ou Einstein.


- Oh, pare com isso! – alguém ia dizendo. Alguém cuja voz se parecia muito com a da...


- Lene! – outra voz feminina exclamou. Oh, sim, definitivamente Marlene McKinnon – Não acredito que você está defendendo ela!


- Você tem que parar com isso, Dorcas, sério. Ela está fel... – parou de falar abruptamente, olhando para mim.


E eu vi as reações lentamente expostas no rosto dela, apreciando cada momento. Então me lembrei que estava tentando – inutilmente – levantar um peso ridículo de tão fino (talvez eles usem alguma tecnologia igualmente vinda do inferno para que isso pese mais para determinadas pessoas, sem aparentar. É, totalmente faz sentido) e que não deveria estar nos meus momentos mais atraentes.


Mas quem se importa? Eu sou sempre atraente!


- Lene, qual o seu problema? – disse a amiga dela. Dorcas. Talvez eu devesse mandar uma mensagem de texto avisando o Remus sobre onde ela está – Porque você fica ai olhando que nem uma retardada para o nada?


Mas o “nada” em questão era o cara que a havia pegado de jeito na tarde anterior, e ela bem sabia disso, embora eu não acredite que a outra também saiba, caso contrário ela também estaria aos meus pés. Talvez fosse essa a razão pela qual me olhava em absoluto estado de choque. Marlene, quero dizer. Afinal, ninguém consegue realmente resistir ao meu charme.


- Lene! Vamos! – chamou Dorcas, falando com um instrutor não muito longe dali.


Lene me deu as costas – não sem antes me dizer sussurrando “vá embora! O que você está fazendo aqui?” – e foi para a sua própria série de exercícios. Não que eu acredite que ela precise melhorar alguma coisa. Mas somente a visão de Marlene naqueles trajes de malhação já fazia todo o meu esforço com o peso valer à pena.


Ou quase, já que eu podia ter Marlene na hora que eu quisesse. E nos trajes que eu bem entendesse. Sim, porque eu tenho o poder, baby.


Ontem, na verdade, foi possivelmente um dos melhores dias da minha vida. Até mesmo melhor do que quando eu ganhei meu primeiro microscópio, ou quando minha oftalmologista disse que eu poderia fazer minha cirurgia de redução de grau em breve. Até mesmo melhor do que quando eu nasci. E olhe que esse deve ter sido um dos melhores dias para a humanidade. Mas ontem... foi incrível.


- Nunca mais chegue perto de mim! – ela tinha dito, entrando feito louca no meu laboratório e fechando a porta. Isso porque ficou furiosa quando eu a beijei na rua do Jimmy. Furiosa depois, claro, porque na hora de me agarrar ela parece sempre muito empolgada.


Yeah!


- Você me ouviu bem? – ela tinha chegado perto, colocando o dedo na minha cara e sacudindo, como se aquilo fosse ameaçador. Ou sequer racional. – Tire esse sorrisinho idiota da cara e... E nunca mais olhe pra mim!


Eu ri e me levantei, abandonando temporariamente minhas pesquisas para criar uma nova teoria química que me torne ainda mais genial e famoso. Afinal, agora que o James definitivamente está fora da jogada e entregue ao mundo dos apaixonados, alguém tem que ganhar a vida por aqui. Olhei bem fundo nos olhos dela, os mesmos que pareciam tão escuros e desejosos na vez do muro.


Sim, eu tinha feito o dever de casa e lido sobre reações femininas. Para ninguém nunca mais colocar defeito nos sites que eu acesso!


- É mesmo? – perguntei, dando uma piscadinha. Espero que tenha surtido o efeito que deveria ter. Quer dizer, é meio complicado, eu uso óculos.


- É! – Ela disse. E então me olhou. Seu olhar se demorou um pouco na minha boca e eu me lembro vagamente de ter sorriso ironicamente – Oh, inferno...


E então a gente se agarrou. Boas lembranças.


Agora ela pedalava diretamente na minha frente, enquanto Dorcas continuava a ralhar com ela sobre alguma coisa. Mas Marlene não prestava a mínima atenção porque olhava pro papai aqui, seduzindo todas as gatas da academia.


Talvez fosse por isso que o instrutor pegasse tanto no meu pé. Queria marcar território.


- Lene! – Dorcas chamou. Para quem estava de volta à torcida e à vida feliz e absolutamente popular de sempre, ela parecia um tanto quanto mal humorada na minha humilde opinião. Talvez a gente devesse mandar o Remus dar uma amaciada nela! – Você está me ouvindo?


Ela me encarou fixamente, com um vinco na testa. Como se quisesse me matar e estive pedalando para chegar mais rápido e terminar o serviço. Dei risada, olhando para ela de um jeito provocador, coçando o queixo. Bom, pelo menos de um jeito que eu espero que tenha sido provocador.


Uh, belas pernas.


- Sim, ouvi – ela disse, se virando e trocando de aparelho. E me dando uma visão maravilhosa – Mas você está errada e... Ah, podemos discutir isso mais tarde? Não consigo me concentrar assim.


E olhou pra mim de soslaio.


Sirius Black, você é o cara. Podem jogar molho de tomate em você, frango assado ou suco de laranja, mas você é o cara pelo qual todas as gatinhas ficam loucas na balada. Sim, eu sempre soube. E, ao que parece, Marlene McKinnon também.


Sinto que posso dominar o mundo agora. Facilmente.


- Por hoje é só, campeão – disse o instrutor. Não acredito que ele me dispensou quando estava ficando bom! – Vestiário. Aproveite que ele está vazio e você é o último cara por aqui. Nos vemos amanhã.


Infeliz, não acredito que ele me tirou da jogada. Não agora quando eu estava me divertindo em ver Marlene alterada. Oh, porque ela estava definitivamente alterada, errando alguns movimentos e jogando água no queixo ao invés da boca. Com certeza esse infeliz sentiu meu poder emanando e me colocou para fora.


Vou processá-lo.


O vestiário da academia era, no mínimo, nojento. Eu podia sentir – literalmente – a centena de caras suados e com QI negativo que havia passado por aqui, espalhando sua testosterona fajuta. Oh, vou sufocar. Porque aquele cara me mandou vir para o vestiário? O que ele espera que eu faça aqui? Porque eu moro aqui perto. Tipo, realmente aqui perto, só preciso andar uma quadra. Então ele realmente não espera que eu fique aqui a noite toda até amanhã, espera? Ou, pior, que eu tome banho nesse lugar!


Oh, meu Deus, minha asma! Estou em pânico! Pânico! Pânico! O que eu vou fazer aqui? Preciso ligar pra mamãe. Ligar pra mamãe e perguntar o que fazer. É. Alguém me dê um tapa! Minha asma!


- O que você está fazendo aqui? – alguém gritou, abrindo a porta com um pontapé e fechando o trinco logo em seguida enquanto eu procurava o telefone e a minha bombinha de ar. Alguém que atendia pelo nome de Marlene. De novo. – Por acaso você está me perseguindo, seu maluco? Achei que tinha sido bem clara...


- Quando, ontem? – perguntei, interrompendo. – Antes ou depois de você agarrar meus óculos e pular no meu pescoço?


Ela arregalou os olhos e inchou de raiva. Na verdade, Lene ficava ainda mais bonita quando estava assim. Preciso anotar isso!


- Nunca mais fale nisso, entendeu? – ela se aproximou, falando baixinho – Nunca, nunca mais! Seu maluco! Quem você acha que eu sou?


- Bom... – arrumei o cabelo. Maldito rabo de cavalo. Preciso me lembrar de cortar essa juba –Tecnicamente, eu acho que você é uma garota que não consegue manter as mãos longe de mim.


Porque era totalmente verdade. Mesmo ali, naquela saleta horrorosa e claustrofóbica, ela parecia simplesmente não conseguia se manter longe de mim. Isso, vem pro papai!


- Seu mentiroso – falou baixinho. Me aproximei. A porta estava fechada, e isso é o que eu chamo de uma garota esperta! – Não toca em mim nunca mais ou eu...


Mas tinha uma parede muito interessante logo ali, e um banco. Parecia simplesmente muito mais válido calar a boca dela de uma vez e acabar logo com aquela agonia. Lene sorriu nos meus lábios – que sorte que eu tinha deixado o aparelho em casa! – e se apertou contra mim enquanto eu apertava sua cintura, no exato momento em que eu reconheci que aquela era uma batalha ganha.


Afinal, ninguém nunca resiste ao meu charme.


 


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Narrado por: Marlene McKinnon Fazendo: Tomando um banho gelado e tentando se afogar Ouvindo: A água bater na cabeça


 


Bom, vejamos pelo lado positivo a última série de acontecimentos: não é como se eu não estivesse pegando ninguém. Eu estou, tenho uma ótima relação do tipo pegar e não se apegar.


Não se apegar!!!


O único problema é o individuo em questão. Porque Deus sabe que eu bem poderia estar com Mark e ter a vida ganha e nenhum problema, ficar num relacionamento enrolado até o fim do ensino médio, assumir um relacionamento sério no segundo ano da faculdade (depois de pegar todos por lá), noivar, casar e ter dois filhos bonitos e bem-educados. Mas não, eu resolvi fazer isso com o individuo mais horrendo do universo.


Qual o meu problema?


         Se continuarmos vendo as coisas pelo lado positivo, pelo menos o individuo em questão tem um super beijo. Do tipo que te faz querer morrer, nascer e levitar. Oh, droga, levitar! Tem noção do quanto é difícil achar um cara que faça surtir esse efeito nos dias de hoje? Tudo o que eles querer fazer levitar é o...


Estou perdida.


Não acredito que continuo deixando esse garoto infeliz encostar o dedo (ou mais coisas, mas não quero realmente analisar todos os fatos) em mim. Deus, o que há de errado comigo? Eu simplesmente não consigo entender, tem alguma coisa muito estranha nessa história. Talvez seja macumba, um trabalho barra pesada. Quero dizer, veja bem as coisas: ele é um esquisito. Feio, nerd, loser. Totalmente loser. De fato, o cara mais loser de todos os tempos. Nunca na vida tive o desprazer de cruzar com outro igual, a menos que você leve em consideração os amiguinhos dele. Um dos quais está pegando minha melhor amiga.


Só pode ser macumba.


Meu Deus, eu tenho que parar de deixar esse cara me agarrar! Estou falando sério. O que vai acontecer comigo se Dorcas descobrir? Ela me esfola! Olhe só para o que ela está fazendo com Lily? Aposto que passou na casa dela depois que voltamos da academia (“Qual o seu problema, porque demorou tanto no banheiro? Você não estava se agarrando com o instrutor, estava?” Quem me dera) e está lá até agora passando sermão sobre o James.


Imagine o que me aconteceria se eu fosse descoberta com o Sirius-Aberração-Sensual? Eu estaria morta.


Desliguei o chuveiro, porque de nada me adiantaria ficar ali até a morte. Na verdade, eu preciso levantar, eu preciso fazer alguma coisa! Não posso continuar desse jeito ou meus hormônios vão definitivamente tomar conta do meu corpo. O que não seria uma coisa boa, te garanto. Resultaria na minha total queda social. E em uma gravidez na adolescência.


Meu celular tocava desesperadamente, mas provavelmente era a Dorcas e eu não ia atender. Alguém precisa, por favor, dar um calmante pra essa menina. Talvez eu dê a Petra um conselho sobre isso. Será que ela não sabe que estresse encurta a vida? Ela devia mais era deixar tudo como está e seguir a vida. Afinal, não há nada de realmente preocupante acontecendo.


A quem estou querendo enganar?


- Lene! – alguém me gritou do outro lado da rua.


- Oi, Lily! – berrei na janela. Ela parecia louca e brava. Tinha dito alguma coisa importante na escola, tenho quase certeza. O que era? Sirius estava passando por perto na hora e eu me desconcentrei.


Porque ninguém me deu um soco ainda?


- Atende o telefone, droga! – berrou e entrou de novo, delicada como sempre.


Peguei o celular – 5 chamadas perdidas de Lily Evans – e atendi, pronta para o total berreiro que eu iria ouvir. Como se a vida não fosse difícil o bastante.


- Que diabos você estava fazendo para não me atender? – ela gritou, aparentemente raivosa. Dorcas deve ter realmente pegado pesado.


Por um lado, eu realmente a entendo. Quero dizer, a Dorcas. A vida inteira nós lutamos para chegar aonde chegamos (mentira, é um dom natural e único). Agora as coisas parecem desmoronar, as pessoas falam da Lily pelas costas, insinuam coisas e eu acredito realmente que entre a expulsão da torcida e uma de nós (cofcof) saindo com um nerd, Dorcas esteja com medo de perder o posto de rainha do baile esse ano.


Para quem, eu não sei.


- Estava no banho – liguei o computador para ver as novidades – E achei que fosse a Dorcas, então nem dei bola.


Lily riu. Tenho certeza que ela está evitando Dorcas tanto quanto eu. Somos péssimas amigas.


- Alguém precisa dar uns amassos na Dorcas pra ela deixar de ser chata – Eu ri. Nada como um bom amasso para qualquer um deixar de ser chato – Mas não estou raivosa por causa disso.


Revirei os olhos para o vocabulário esquisito da Lily. Mas essa era a última das minhas preocupações. Não tinha ninguém interessante no msn (graças a Deus Mark estava offline, porque eu não tenho a menor ideia de como vou continuar fugindo dele). Que droga, minha vida já foi mais badalada.


- Porque está com raiva então? – perguntei, me recusando a usar o “raivosa” dela.


- Não é possível que você não preste a mínima atenção no que eu digo – ela reclamou e eu soltei um muxoxo. Porque muxoxos foram feitos para quando não se tem uma resposta digna - Bateram no James ontem!


E então ela começou a contar sua história incrivelmente longa e cheia de aventuras e vilões que eu tenho certeza que só existem na cabeça dela. Não que eu desconfie que tenham batido no James. Deus sabe como isso é incrivelmente possível. Na verdade, eu fico até mesmo surpresa que tenha demorado tanto tempo.


Foi quando vi a última atualização da Lily e pulei da cadeira. Provavelmente junto com as outras 497 pessoas que comentaram.


Como assim Lily Evans está em um relacionamento sério com James Potter? Confere isso, produção? O que foi que eu perdi aqui?


- Que história é essa de relacionamento sério? – massageei o peito. Taquicardia. Vou morrer. Deixo todos os meus bens para meu bichinho de estimação. Só me enterrem com meu celular – Com James Potter?


Fim do mundo, salve-se quem puder.


- Não é o máximo?  - ela disse, como se realmente fosse o máximo. Mas, na verdade, esta para além do mínimo.


- Hmmm – foi a minha resposta inteligente. Se ela está feliz, eu estou feliz.Se ela está feliz, eu estou feliz. Se ela está feliz, eu estou feliz. Se ela está feliz, eu estou feliz. Ou alguma coisa desse tipo. – É. O máximo. Uhum.


Meu Deus, estou em pânico. A ordem certa do universo foi mudada e ninguém nem pra me avisar. Como ninguém me avisa? A coisa certa seria Lily me ligar, contar que um nerd qualquer apanhou e nós rirmos sobre isso. Depois eu desligaria o telefone e me arrumaria para um encontro público e saudável com o Mark, enquanto Dorcas treinava tranquilamente para por a coroa, certamente garantida, na cabeça por mais um ano.


Será que asma pega pelo beijo?


Por favor, me dêem um tiro!


- Lene? – Lily chamou enquanto eu lutava pela vida. Senão a física, ao menos a moral –Você está ai? Ora, não vai me dizer que também vai dar chilique porque eu e o Jay estamos juntos!!


- Não – respondi – Não vou. Estou feliz por você.


O que era absolutamente verdade, eu juro. E isso só prova o quão esquisitas estão as coisas, já que o lógico era sair correndo e ir lá meter a mão na cara dela. E provavelmente contratar um grupo de fortões para o espancar na esquina.


Mas já fizeram isso ontem. Droga.


- Que bom, Lene! – ela sorriu. Ou pelo menos eu acredito que tenha sorrido – Fico tão feliz que você não dê a louca como a Dorcas... – Louca e Dorcas combinam na mesma sentença.


SOCOOOOOORRO. Peguei nerdice. Como faz?


Uma torta na cara de quem pensou “e também pegou o nerd”. Oh meu Deus, minha reputação está acabada.


- É – falei. Eu definitivamente não pensava como a Dorcas. Se fizesse isso, talvez minha vida ainda pudesse ser salva.


- Bom, como estão você e Sirius? – ela disse, como se estivesse me perguntando se vai chover amanhã.


Não acredito que contei isso pra Lily. E agora ela vem me perguntando como se fossemos, haha, um casal! Licença, mas eu não sou um casal com ninguém! Eu não gosto nada disso, não faz o meu gênero. Ainda por cima se o outro lado do casal usar óculos de fundo de garrafa e um aparelho monstruoso.


- Nada demais! – disse, mudando logo de assunto. Nada melhor para fazer Lily Evans mudar de assunto do que perguntar sobre James Potter. Então ela começa um monólogo sobre o quão estupidamente incrível ele é e você não precisa realmente responder mais alguma coisa.


Eu juro que nunca mais na minha vida vou chegar perto de Sirius Black. Ele pode beijar bem quanto quiser, mas com certeza não é único cara do mundo que consegue fazer isso! Talvez se eu testar com todos posso achar um que o supere! Na verdade, me parece um excelente plano de ação.


O que eu não posso, de jeito nenhum, é deixar esse cara esquisito continuar a pensar que tem algum poder na minha vida!


Até parece!


Desliguei o telefone – Lily finalmente parecia ter se cansado de discursar sobre as qualidades do namorado (!!!) dela e calou a boca, correndo pra casa dele, muito provavelmente – e massageei a orelha. E tinha uma mensagem lá.


Número desconhecido. Mau sinal.


“Laboratório amanhã?”


“Sim”


Enviar mensagem.


 


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Narrado por:RemusLupinFazendo:Pensando seriamente em afogar Sirius no purê Ouvindo: O zumbido incessante que faz aqui


 


- O negócio é o seguinte – falou Sirius, pelo que devia ser a décima terceira vez só hoje. – Você tem que chegar juntos nas gatinhas, falou Remmie? Porque elas não vão vir na sua assim de graça. Você me desculpe, Moony, mas nem todo mundo consegue ter o meu charme! – Abri a boca para protestar. Na verdade, eu estava dividido entre o protesto ou simplesmente mandá-lo à merda –Mas não se preocupe! Eu posso te dar umas aulas!


Sinceramente, eu odeio quando James falta aula. É simplesmente impossível aguentar Sirius sozinho por aqui, estou pedindo pra sair. Ainda mais desde quando ele resolveu colocar na cabeça que é irresistível e todos os caras do mundo o invejam.


Achei que ele ainda tinha miolos.


- Cala a boca, Sirius – pedi.


Era hora do almoço e o refeitório estava lotado. Graças a Deus as coisas não eram mais como no primeiro ano, onde a maioria das minhas refeições era feita no boxe do banheiro para evitar todo o tipo de chacota que faziam. Não que hoje ninguém mais faça, mas pelo menos temos uma mesa fixa onde podemos pelo menos comer sem ouvir alguém fazendo o número dois.


Eca.


- Mas, veja, você não está assim tão ruim! – ele disse – Dorcas, por exemplo. Ela está na sua!


Olhei meio abismado para a cara dele, me perguntando onde tinha ido parar o restante do seu juízo. Dorcas, na minha? Só se for na minha espera pela resposta da prova de matemática!


- Seu grande idiota! – falei. Tenho certeza que meu rosto está vermelho. Que droga! – Não fale besteiras.


Sirius engoliu a grande bocada que tinha. Sinceramente, não entendo como Marlene McKinnon consegue encostar na língua dele. Alguém devia realmente dar uns bons conselhos à essa menina.


- Estou falando sério, Remmie! – apontou a faca pra mim. Tem um pedaço de couve no aparelho dele, mas acho melhor nem interromper seu discurso. Vai que acaba mais rápido? – Veja, ela está na sua! Voltou pra torcida por sua causa, cara! Quem deu a dica certeira? O Remito aqui! Vai por mim, ela está te dando mole.


- Sirius, ela é uma garota popular e eu sou bv! – disse o óbvio. – Ela definitivamente não está na minha!


- E daí? – Sirius riu, dando de ombro – Eu não estou pegando a Marlene? E o James a Lily? Acredita em mim, cara.


Nisso ele tinha um ponto, e olha que eu não sou muito de concordar com qualquer coisa que Sirius diga. Mas... as coisas mudaram por aqui, não? Quero dizer, Sirius realmente tem alguma coisa com Marlene, e James definitivamente está com a Lily. E se pensarmos por esse lado, Dorcas seguiu minha dica. Será que é possível que ela...? Será?


- Como está James? – ele perguntou, num acesso súbito e único de modéstia enquanto me tirava das minhas reflexões profundas.


Bom, ele poderia estar pior, eu acho. E isso é tão péssimo para se dizer quanto é verdade. Mas pelo menos ele tem Lily do seu lado. Cara de sorte. Se fosse eu, teria no máximo minha cadela para infeccionar minhas feridas com lambidas frenéticas e apaixonadas.


A menos que Dorcas realmente esteja me querendo.


- Melhor – respondi–Passei na casa dele antes de vir pra cá. Acho que mais uns dois dias em casa e ele estará pronto pra outra.


E eu aposto que metade disso é manha pura. Lily também não veio à escola hoje, eu a encontrei na casa dele bancando a enfermeira.


Na verdade, acho que estou um pouco deprimido. Quero dizer, perdi alguma coisa por aqui, não? James tem uma namorado, Sirius tem alguém com quem beijar na boca... Porque somente eu continuo tendo uma conta num RPG? Tem alguma coisa errada nessa história.


A menos que, reafirmo, Dorcas esteja me querendo.


- Opa, tenho que ir – disse Sirius olhando no relógio e se levantando – Tenho um encontro agora. Se cuida, malandro.


E então pegou sua bandeja e foi embora, pouco se importando se eu ainda estava lá sozinho e mofando. Odeio almoçar sozinho. Odeio mesmo. De coração.


Do outro lado do refeitório, eu podia ouvir Dorcas rindo alto com as outras líderes de torcida. Ela havia voltado pro time, graças à minha dica certeira, me lembrei. Porque, claro, eu era um gênio total e absoluto. Talvez ela estivesse terrivelmente grata, pronta a me entregar seu coração. Terminei meu almoço tranquilamente enquanto a observava de longe. Eu acho que as coisas estão mudando por aqui. Quero dizer, com todas as coisas acontecendo entre James e Lily, e também entre Sirius e Marlene, não seria de se espantar se passássemos a ser mais aceitos por aqui, seria?


Por exemplo, eu não me espantaria em nada se Sirius tivesse razão e, de repente, Dorcas se desse conta de que está apaixonada por mim.


Peguei minha mochila e me encaminhei pra sala. A próxima aula era de Cálculo Avançado, e tanto Lily quando James me incumbiram da tarefa de tomar notas severas para eles durante a aula. Muito bonito, eles ficam namorando enquanto o escravo aqui toma notas. Muito legal!


- Ui! – disse alguém que esbarrou em mim.


Dorcas. Como sempre.


- Opa, desculpe! –falei, olhando para ela. As pessoas, graças a Deus, começavam a se afastar.


- Hey, você! – ela sorriu. – Estive te procurando!


Pensando em todas as vezes que a gente tinha se encontrado, onde eu sempre acabava fazendo uma burrada pelo caminho, isso era um avanço. Isso e o fato de que ela não parecia ter esquecido o meu nome dessa vez, o que eu realmente espero que seja verdade, caso contrário estaremos nos encaminhando para o que deve ser a sexta ou sétima apresentação.


- Oh, sério? – falei. Na verdade, eu não conseguia pensar muito bem. Ela estava me procurando... Ela voltou para o time por minha causa... Ela está a fim de mim... Está?


- Queria te agradecer pela dica, Rentus! – deixei o erro do nome passar. Era mais vantajoso. Ela nunca aprenderia meu nome, mesmo que estando secretamente apaixonada por mim, certo? – Obrigada!


Eu não entendia o que as pessoas diziam de Dorcas ser mal humorada e metida. Bom, eu entendia, mas ela estava sendo realmente muito educada. Talvez seja sua reação à minha pessoa. Sirius à parte, eu tenho meu próprio charme.


- Disponha – falei, sorrindo.


- Bom, obrigada de qualquer modo – ela sorriu novamente. – Me avise se tiver algo que eu possa fazer por você!


Acenei com a cabeça. Bom, havia algo, mas eu não me atreveria a fazer nada, me atreveria? Quero dizer, não é porque Sirius e James estão com garotas populares que eu também tenho que estar, certo? Principalmente com essa garota em questão, mesmo que ela siga minhas dicas e me procure pelos corredores. E sorria para mim. Era uma questão a se pensar.


Por outro lado, o que eu tinha a perder? Minha dignidade, talvez, se eu ainda tivesse alguma. E, bom, não era tão impossível assim, era? Quero dizer, ela não estava falando comigo?


Sirius tinha então razão?


- Bom, tem uma coisa – falei a puxando pelo braço e me enchendo de coragem.


E ignorando as outras pessoas que estavam ao meu redor, com quem eu estava falando, o meu bom senso, o meu nível social, a minha aparência e o meu amor à vida, eu simplesmente a beijei, chocando a testa dela com a minha e esquecendo que eu estava usando aparelho ainda.


Porque, pela primeira vez na vida, eu tive a certeza de que alguma coisa podia acontecer. E também porque eu não queria ser BV pra sempre.


Ela se remexeu e eu achei que fosse normal, até que ouvi um “oooooh” e ela me empurrou.


- Que diabos você pensa que está fazendo? – disse ameaçadora, limpando a boca.


 


**


n/a: Oh meu Deus, Remus! Que confusão! Bom, quero dizer antes de qualquer coisa que eu AMEI de coração todos os comentários de vocês! Muito obrigada mesmo, de coração! Eu li cada um e todos eles! Muito obrigada por não terem desistido da fic!  O que acharam do capítulo? Para quem espera logo a mudança deles, uma pista: não está longe! O que não significa que será um processo... tranquilo! Haha! Até o 10, que espero postar antes do meu aniversário (dia 23, cof cof). Beijos, Deb.


n/b: REEEEEEEEEEMMIE, AH NÃO MEU REMMIE :( ela não te quer mas eu te quero, vemk. Anem gente :( tadinho. Bom, preciso comentar que ri horrores com a narração do Sirius, mas o Remmie agora me cortou o coração e praticamente descreveu minha vida, mas ok, foreveralonerulez enfim, obrigada pelos comentários! E continuem <3

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Comentários (5)

  • JadeSaba

    Eu tenho que dizer (por livre e espontânea pressão) que eu AMEI o capítulo!! Um dos melhores, sem dúvida! Muito boazinha a mãe da Lily, se eu dormisse na casa da meu namorado por qualquer motivo que fosse teria sorte de pegar prisão perpétua no meu quarto! O Sirius na academia é simplesmente hilário, eu gargalhei! E tadinho do Remmie!! Mas quem mandou ele ouvir conselhos logo do Sirius?! Pare de estudar Física e poste o cap. 10 na velocidade da Luz, Deb!!  

    2011-10-15
  • Ana Paula B Potter

    de novo eu comecei a ler no estágio... caraca, você esta me levando para um mal caminho menina... mas quem se importa quando tem os losers mais legais e as meninas mais engraçadas na área?? eu é que não!! =D o que eu posso dizer sobre o cap: adooooooooorei o momento James/Lily no começo... simplesmente... fofo eu tinha certeza que o James não ia se deixar abalar pela surra que levou... e muito menos a Lily ia dar pra trás ai que lindo amei vê-la cuidando dele... so cutie *-* mas o mais fofo mesmo foi ela chegar em casa e colocar no facebook que "Lily Evans está em um relacionamento sério com James Potter." eu só faltei falar ooooooown no meio da minha sala e do lado da minha supervisora >.< O Sirius mesmo estando num péssimo momento da sua história (isso levando em consideração todos os momento trágicos das fics que eu já li sobre ele) não perde a pose... incrível como ele consegue se achar o gostosão numa situação dessas... esse é o meu garoto *-* (embora eu seja louca pelo James) ri horrores do momento academia... e da Marlene que pode negar o quanto ela quiser, mas na hora de decidir se quer o Sirius a resposta é sempre sim... mas tenho que admitir que fiquei de queixo caído quando o Remus (o nosso lindo e tímido Remus) beijou a Dorcas... no meio do corredor cheio de gente e simplesmente não acredito que a Dorcas se comportou daquele jeito híper decepcionada com ela agora sobre o seu resurgimento das cinzas "like a phoenix" EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ, APARENTEMENTE, REALMENTE VOLTOU!!!!! hoje quando eu vi que tinha atualizado eu quase griteeeeeei ai que felicidade, eu já tinha perdido as esperanças, mas quando você postou da outra vez eu pensei "opaaaaa!" aaaai que bom que você esta de volta e retomou a fic... não nos abandone de volta, por favor  

    2011-10-13
  • camila prongs.

    ri horrores com a narração do siriushtinho100 auehuaheuaheua e a Marlene?! Cada vez mais na dele!Afinal, ninguém resiste ao charme do Sirius Sensual KKKKKKK Lily muito louca kkk eu duvidava que ela iria deixar quieto depois que o James apanhou. Ela me posta que ta em um relacionamento sério com ele. agora só nos resta a pergunta: o que vai acontecer? uahauhea Remus beijou a Dorcas na frente de todo mundo.REMUS BEIJOU A DORCAS NA FRENTE DE TODO MUNDO. AI. MEU. DEUS.uaheuahuehaehu esperando o 10 ansiosamente!

    2011-10-13
  • Lívia G.

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI, LILY EVANS ESTÁ EM UM RELACIONAMENTO SÉRIO COM JAMES POTTER, TO MORTA! E MARLENE CADA VEZ MAIS CAÍDA PELO SIRIUS! E O REMUS ROUBOU UM BEIJO DA DORCAS NA FRENTE DE TODO MUNDO, ESSE É MEU GAROTO! CADÊ O CAPÍTULO DEZ, DEBORA REZENDE??????????

    2011-10-13
  • Deb Rezende

    PS.: ESQUECI DE DIZER: o twitter parou em @ImLeneMcKinnon

    2011-10-12
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