A Seleção



Eu nunca imaginei que essa plataforma fosse tão longa. Faltam menos de cinco minutos para o Expresso de Hogwarts sair e eu ainda não embarquei nele. E pior, as pessoas estão me olhando. Parece até que eu sou um ET ou que nunca viram uma garota na vida. E não é para menos. Afinal, quantas vezes na vida você vê uma menina correndo de vestido roxo e sapato de salto agulha, segurando um saco de balas em uma estação de trem? Uma vez em um milhão, talvez... Mas o que importa é que eu consegui embarcar.
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Eu acho que esse garoto tem algum problema. Por quê? Simplesmente porque ele não parou de olhar para as minhas pernas desde que eu entrei nesse vagão. E isso incomoda. Muito. O pior é que nenhum outro vagão tem um lugarzinho vago pra mim. Talvez seja porque todos já sabem quem eu sou e tem medo de mim, ou talvez porque eles... Sei lá. Eu fico com a primeira (e única ¬¬) alternativa mesmo. Acho que vou pedir para o meu marido me dar uma aliança maior, pelo simples fato de que essa aqui não está impedindo os garotos de ficarem me olhando. Outra coisa que está me incomodando é o segundo garoto que está aqui dentro. O nome dele é Harry Potter e a cor dos olhos dele é igual a cor dos meus. Apesar de saber que nós não temos nenhuma conexão sanguínea, ainda é estranho. A cor dos meus olhos é igual a do meu pai (quando ele ainda era humano, porque agora ele é um sabe – se – lá – o – que). E foi a única coisa boa que ele me deu. Afinal, quem gosta de um sobrenome que faz as pessoas te olhar e apontarem, ou cochicharem, rirem ou até saírem correndo de medo? Acho que ninguém, né? Bom, é melhor eu me apressar e trocar de roupa, pois nós já estamos chegando.
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Isso é, no mínimo, inusitado. Toda essa pirralhada fica olhando e dizendo: “O que ela está fazendo aqui? Ela não muito velha, não?”. Dá vontade de bater neles. (N/B: é verdade. Isso dá raiva!) Mas eu nem posso. Só porque, se um deles reclamar, eu vou me ferrar gostoso perante o Ministério da Magia. Eles vão “viajar no creme de abóbora” e dizer que eu estou me tornando maldosa que nem meus pais e vão me mandar pra Azkaban. Acharam que eu exagerei? É porque eu ainda não disse meu nome completo. Prazer, eu sou Evangeline Bellatrix Riddle. Entendeu agora porque o Ministério ia exagerar? Bom, em todo caso, acho que esse bando de pirralhos não sabem que, apesar de eu ser mais velha que eles (5 anos, só pra constar), esse aqui é meu primeiro ano em Hogwarts como estudante. E esses barquinhos são ridículos e minúsculos (também é só pra constar, tá?). (N/B : eurialto!)
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E as portas se abriram para nós. A Professora McGonagall entrou na nossa frente e, diante da mesa onde estavam os professores, ela posicionou um banquinho velho e bambo e pegou um chapéu pontudo encardido e puído e uma lista de nomes e começou a chamar um por um. Quando faltavam umas 15 pessoas para serem chamadas, inclusive eu, ela disse (infelizmente):
- Riddle, Evangeline.
Então, lentamente, eu me movi e subi os poucos degraus para alcançá–la, enquanto ouvia murmúrios e sentia olhares em mim. Na verdade, eu estou apenas tentando aparentar calma, porque eu não estou calma, nem um pouquinho. Então eu me sentei naquele banquinho, que quase me derrubou, e a Professora soltou o chapéu delicadamente sobre minha cabeça. Acho que todos esperavam que ele mal tocasse meus cabelos e sentenciasse: “Sonserina!”. Mas não foi o que aconteceu. Primeiro ele exclamou, depois pareceu pensar. Passados alguns segundos, eu devia estar com cara de bosta, porque, assim como todos, eu esperava que fosse algo rápido, fácil e indolor. Será que ele estava, para o meu alívio, considerando me colocar em outra casa que não fosse a Sonserina? Passados mais alguns segundos, já impaciente (característica de família), eu comecei a girar a minha aliança no dedo. Então ele pronunciou – se:
- Grifinória!
Ninguém entendeu nada, dava para ver na cara de cada um. Na mesa da minha Casa, eles aplaudiam, dava para ver que era de um modo forçado, mas quando eu me sentei, eles evitavam estabelecer contato visual. Os outros alunos foram enviados para suas respectivas Casas, então o Professor Dumbledore deu início ao banquete. Eu fiquei só olhando as pessoas avançarem na comida, como se tivessem morrido de fome na outra vida. Então eu olhei para o Professor Snape, meu marido (vocês vão entender o porquê daqui a algum tempo. Daremos tempo ao tempo). Provavelmente, eu fiz uma cara muito feia, porque ele esboçou um rápido meio sorriso antes de desviar o olhar.
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Terminado o banquete, o Professor Dumbledore discursou sobre a situação atual, proteção e coisas do gênero. Aí ele informou as mudanças no quadro docente e eu aqui, caída do céu na escola, aplaudi quando ele anunciou que o Professor Snape agora era professor de DCAT. O povo da minha mesa me olhou como se eu estivesse fazendo algum gesto obsceno, com cara de desaprovação.
- Que foi? – Eu perguntei, provavelmente com cara de tonta.
Ninguém se deu ao trabalho de responder, exceto um moreno gordinho que estava sentado a meu lado.
- É que os alunos da Grifinória e o Professor Snape não se dão muito bem. Mas você ainda vai aprender essas coisas. A propósito, eu sou Neville Longbottom.
- Evangeline Riddle. Mais você já deve saber disso.
Ele apenas riu e começou a conversar com um menino sentado na frente dele.
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Então fomos todos dispensados para subir aos dormitórios. Quando já estávamos perto do dormitório, eu ouvi alguém me chamar. Era meu primo, esbaforido. Ele disse que eu tinha que acompanhá–lo, pois o Professor Snape tinha algo para falar comigo.
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Eu entrei no escritório dele. Particularmente, eu odeio essa sala, porque eu não sou muito fã de escuro, porém não tem muita escapatória, não é? Ele estava sentado em frente a sua mesa, organizando alguns pergaminhos, e simplesmente indicou – me a cadeira a sua frente, sem tirar os olhos de sua atividade. Apenas quando eu me sentei ele olhou para mim.
- O que foi aquilo? – Eu também odeio quando ele faz essa cara de paisagem.
- Aquilo o que? A seleção?
- É.
- Eu também queria saber. Mas você ficou desapontado?
- Em parte. Mas eu não estou falando de mim, você sabe.
- É, eu sei. Mas você acha que eu estou muito encrencada?
- Não, não. Imagina. – E deu um sorriso sarcástico. – Eles só vão querer arrancar a sua cabeça por não ter ido para a Sonserina.
- Verdade. – Concordei, sem jeito.
- Bom, o melhor que você pode fazer agora é dormir e se preparar para o que vem amanhã. –Ele sugeriu, sem olhar para mim.
- Beleza. – Acenei. - Boa noite. – Completei mais formalmente.
Então ele esticou os braços em minha direção e eu dei a volta na mesa, indo até ele e deixando – me envolver em seu abraço. Depois, com um beijo, ele me desejou boa noite e eu voltei para os dormitórios.
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N/A: Olha gente, eu sei que ficou pequeno, mas é que a inspiração tava curta.
Espero que vocês tenham gostado.
Bjs,
Ana Conte

N/B : maaaano do céu. Eu ri tiipo super alto. Fiquei boooba na última cena; dela com o Snape. (sou mais problemática que a miss problem!) beijosmiil, galeriinha, e comentem, oks ?

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