Uma nova Mudança

Na semana seguinte, completaram-se quatro anos que ela for a morar com ele. Na noite daquele dia, Tom aparecera para Morgan enquanto ela admirava o luar e relembrava as lições de astronomia e lhe disse que possuia uma surpresa para ela.

-E o que é?

-Se é uma surpresa é necessário manter o suspense até o final. Pegue meu braço e segure firme. Vamos aparatar.

Curiosa, Morgan segurou forte no braço de Tom e fechou os olhos como ele lhe havia pedido. Abriu os olhos pouco tempo depois e se encontrou em frente a uma casa duas vezes maior que a casa na praia. A casa era de tijolos e possuia dois andares, com uma grande varanda no segundo andar.

-Que tal? Uma nova casa para você.- Morgan estava boquiaberta e não sabia o que responder.- Mas essa não é a melhor parte. Não estamos numa praia isolada dessa vez. A cidade fica a uma hora a pé daqui. Vê?- Ele apontou para ela a descida que tinha em um lado e ela viu as luzes noturnas de uma cidade grande.- Agora você poderá encontrar atividades maiores para se ocupar.

Morgan sentiu lágrimas inundarem seus olhos. Ela abraçou Tom e o beijou várias vezes. -Oh Tom, muito obrigada! Muitíssimo obrigada! Não sei como agradecer… como retribuir…

-Já seria uma grande coisa você dizer para mim se tiver alguma coisa te incomodando.- Morgan viu então que Tom ficara zangado por ela não lhe contar que sentia-se infeliz.

-Desculpe-me Tom, mas eu não queria incomodá-lo.

-Não é hora de falar coisas tristes. Vamos entrar para eu lhe mostrar a casa por dentro.

Ele a guiou para dentro da casa, que era absolutamente incrível. Morgan ficava cada vez mais boquiaberta e Tom animava-se. Terminaram a visita com um jantar no jardim. Morgan se sentia muito feliz, porém algo ainda faltava-lhe.

No dia seguinte, quando Tom saiu para resolver seus negócios Morgan foi até a cidade. Queria encontrar um emprego. Logo, parara em uma revistaria e comprara um classificado de empregos. Sentou-se em um café e, enquanto tomava um mocca, lia os anúncios.

-Morgan?

Ela olhou em volta e notou Snape em pé ao seu lado. Levantou-se para cumprimentá-lo.

-Snape, você por aqui! Sente-se comigo. Como vai?

-É uma surpresa encontrá-la por aqui. Quando chegou a cidade?

-Tom e eu nos mudamos para uma casa colina acima ontem.- Snape pareceu surpreso com a notícia.- Pois é, também me surpreendi. Você mora por aqui?

-Sim, moro. Vejo que está procurando emprego.

-Sim, eu quero me ocupar. Estou cansada de ficar em casa olhando para as nuvens.

-Mas você está procurando um emprego em um jornal trouxa? Você não preferiria trabalhar com bruxos?

-Não sei… talvez sim, talvez não. Estava pensando em variar um pouco.

-Sim… Claro. Mas suponho que o Lorde não vai gostar nada disso.

-Pensando bem… Você está certo. Ele não vai gostar nada disso.- Ela relanceou o jornal e colocou-o de lado.- E então, o que você estava fazendo?

-Eu estava só passando. Estava indo para casa.

Morgan sorriu, porém não recebeu um sorriso de volta. Estava acostumada a ter seu sorriso correspondido, porém Snape nunca respondia.

-Talvez eu deva ir indo.- Disse ele, se levantando.

-Oh, está ocupado?

-Um pouco. Tenho que fazer umas coisas antes de ir para casa.

-Sim… Acho que também vou então.- Ela se levantou também e andaram juntos até a porta.- Até mais Snape.

-Severo.

-Me desculpe?

-Pode me chamar pelo meu primeiro nome. Severo.

-Severo… Sim.- Morgan sorriu novamente.- Então até mais, Severo.

Ele sorriu um pouco de volta para ela e foi para o outro lado. Morgan observou-o se afastar e então se deslocou até a unidade local da empresa de seu pai, para ver se descobria o paradeiro de alguém se sua família. Após conversar um tempo com o diretor da unidade, descobriu que seu irmão estava morando na Suécia, casado, e que sua mãe e seu pai haviam se estabelecido em uma pequena aldeia na Inglaterra, apenas esperando pelo reaparecimento da filha para poderem se aposentar; de modo que, quando voltou para casa, Morgan já possuia um emprego. Naquela noite, Tom chegou em casa relativamente cedo, então puderam jantar juntos novamente. Morgan aproveitou a ocasião para contar para ele as novidades de seu dia, sem esperar poder ouvir as novidades do dia dele.

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