Eu sou o que?



A canção terminara e os avisos do chapéu pareciam não ter chegado aos ouvidos de todos, mas nos da Hermione com certeza chegaram, pois ela parecia uma antena captando todo e qualquer sinal, nunca vi uma menina na idade dela tão esperta , a expressão em seu rosto era de questionamento, com certeza tentando raciocinar o que o chapéu quis dizer com aquele final: “Em um ano de grandes feitos,Um só bruxo poderá encontrar,Meios para derrotar a maldade que nos envolve.E no mais puro de todos os corações poderá encontrar a verdade, e aquele que na mascara se esconde, Será revelado.”
-Paulo o que você acha que significa isso? Que algum de nós enfrentará algum tipo de perigo e libertara o mal, magia negra? – perguntou Hermione com uma cara um tanto preocupada .
-Talvez seja só para dar mais efeito na musica, mas pelo que Fred me disse os avisos do chapéu sempre são verdadeiros – respondi a ela tentando parecer coerente mesmo eu não entendendo o o que dizia.
Rony se lambuzava numa coxa de frango enquanto Harry parecia cada vez mais encantado com o lugar, não entendia porque, mas sentia um carinho especial por ele.
No alto do salão na mesa dos professores podia se ver um Albus Dumbledore muito tagarela. Conversava com todos, sempre olhando por cima de seus óculos meia lua entre sorrisos e olhares que muitos não percebiam seus significados, mas alguém como eu que praticamente se comunicava com o olhar entendia muito bem o que significava: o mais puro e sincero olhar de felicidade.
Em certa hora percebi que muitas vezes pegava o olhar de um azul celeste vibrando em minha direção, parecia que me chamava, demorou mais algum tempo para entender, mas aquele olhar só indicava uma coisa “PRECISO FALAR COM VC”,
Pisquei pra ele como um sinal de entendimento e ele me respondeu com outro. O fim do jantar chegara e podia se ver nos olhar das crianças quanto cansadas estavam. Rony mesmo com sono não parava de comer e Hermione não parava de falar das coisas que lera em “Hogwarts uma história” para Harry , que até parecia interessado, mas o sono estava alcançando-o.Todos subiram para seus quartos e eu os avisei que precisava dar uma palavrinha com o diretor Dumbledore, era de se esperar que eles iam querer saber do que se tratava, mas logo avisei que nem eu sabia, mas que contaria depois.
Seguia em direção a mesa dos professores, quando recebi um aviso de Dumbledore para que aguardasse, então sentei na ponta da mesa da Grifinória, perto da mesa dos professores e fiquei saboreando um suco de abóbora. A profª. McGonagall não tirava os olhos de mim e cochichava para o professor de cabelos sebosos, o tal do Severus Snape, que mantinha uma expressão rígida e me olhava disfarçadamente com seus olhos pretos que transpareciam um grande espanto.
Algum tempo se passou até que Albus me chamou. Caminhamos silenciosamente até sua sala junto com o Professor Severus Snape e a Professora. McGonagall. Chegamos em uma passagem em forma de gárgula e o Professor. Dumbledore disse um tipo de senha “sapo de chocolate”, que me lembrou um doce que a mulher do carrinho no Expresso Hogwarts vendia. Atravessamos a passagem e entramos em uma sala alta e redonda, onde havia muitos quadros de velhos bruxos que se mexiam e conversaram entre si. No meio da sala havia uma mesa com uma cadeira grande e confortável e três cadeiras na frente. Em cima da mesa havia uma gaiola com um animal incrível, uma fênix,que por incrível que pareça estava viva! E isso era realmente incrível porque as fênix haviam desaparecido há muitos séculos.
-Por favor, sente se, a conversa será um tanto longa, porém esclarecedora, eu espero – Dumbledore disse isso ajeitando seus óculos meia lua e se sentou na cadeira maior atrás da mesa , sentei na primeira cadeira e os dois professores. se sentaram ao meu lado.
-Bom agora que já estão todos confortáveis, vamos conversar. Primeiro vamos conhecer um pouco melhor nosso convidado. Por favor, Sr. Paulo se permite chamá-lo assim, conte-nos como chegou aqui no nosso mundo.
-Err bem – meu Deus que situação, pensei -Tudo começou quando me mudei para Londres para morar com minha tia e comecei a trabalhar na Estação King Cross. Hoje pela manhã vi muita agitação perto das plataformas nove e dez e fui investigar. Chegando lá, vi varias pessoas com roupas estranhas atravessando no meio das plataformas 9 e 10 me escondi para poder olhar mais de perto, sem que ninguém percebesse. Quando não havia mais ninguém tentei atravessar a tal plataforma.
- Por qual motivo o senhor achou uma boa idéia atravessar a plataforma 9 ¾? – disse Dumbledore
– Err... bem, varias pessoas haviam me perguntando onde ficava essa tal plataforma e eu achava que estavam ficando loucos, o motivo pelo qual atravessei foi pela mais pura curiosidade, sou um tanto curioso, sabe...
Dumbledore me olhava com a maior intensidade possível e o Prof. Snape parecia não acreditar no que eu disse, enquanto Minerva McGonagall parecia passiva à situação e nada comentava.
– Quando cheguei a tal plataforma 9 ¾ e vi todas aquelas pessoas esquisitas foi uma loucura, foi ai que conheci a família dos Weasley e eles me contaram que eram bruxos e sobre Hogwarts, e eu pra não parecer muito perdido lhes contei uma pequena mentira, falando que eu era um bruxo de outro país e estava fazendo um intercâmbio em Hogwarts para aprender mais sobre a cultura dos bruxos da Inglaterra e foi assim que eu cheguei aqui. – terminei aquela frase quase sem fôlego, não sabia o que esperar da reação daqueles que pareciam ser grandes bruxos, eles poderiam fazer o que quiser comigo.
-Vejo que o senhor já conheceu a Srta. Hermione Granger, não conheceu? – Dumbledore me perguntava de um modo desafiador como se tentasse arrancar algum esclarecimento de mim
– Sim conheci é uma menina encantadora! E muito esperta!
– Creio que ela já deve ter lhe contado muitas coisas sobre Hogwarts, como por exemplo, que só os bruxos podem ver e entrar no castelo de Hogwarts! – os olhos de Dumbledore brilhavam enquanto ele dizia isso
– Não, isso ela não me contou, mas se isso for verdade como eu, um “trouxa” creio ser esse o termo usado pelos bruxos, posso não só ver como entrar!- meu coração pulava a mil, havia um espanto no rosto de Minerva e um sorriso que transparecia um sarcasmo imenso nos lábios de Severus Snape.
– Vejo que o senhor está começando a entender , o Sr. é um bruxo Sr. Paulo! – disse Dumbledore
- Como assim eu sou um bruxo? Como pode ser isso?- respondi já aos prantos minha cabeça quase entrando em curto
-Calma, Sr. Paulo, tudo será esclarecido! Agora, chegaremos a parte crucial do nosso encontro então creio que seja melhor a Profa. McGonagall continuar daqui. Por favor, Minerva... – Dumbledore estava calmo enquanto falava mas podia se ver um ar de preocupação em seus olhos azul celeste. Minerva, que até então parecia estar extremamente pasma, começou a falar.
- Paulo, permite-me trata-lo assim? – fiz um gesto afirmativo e ela continuou - Creio que agora está com 18 anos, certo? - Minerva estava tranqüila agora, falava serenamente.
-Sim completei faz alguns meses.-respondi ainda um pouco tenso porém mais tranqüilo.
-Acho que não irá se lembrar de quando tinha uns 4 anos e morava aqui em Londres, pois acho que sua memória foi alterada e talvez não se lembre de que nasceu aqui e viveu até os quatro anos, depois foi morar no Brasil com uma família adotiva – aquelas palavras entraram como um baque pelos meus ouvidos e foram direto ao coração! Não agüentei!
- Como assim, adotiva? Eles eram meus pais verdadeiros! Eu nasci no Brasil! Nunca morei em Londres na minha infância! E não me venha com essa de memória alterada porque eu tenho fotos!
- Calma Paulo, você precisa nos escutar, tudo vai se resolver.- Dumbledore disse.
-Paulo, sei que é difícil de acreditar , mas acho que você vai gostar das mudanças na sua vida agora. Quando você nasceu estava começando uma guerra no mundo bruxo. “Você-sabe-quem” contra todos aqueles que tinham algum poder mágico, e principalmente aqueles que eram mestiços como você.-disse Minerva.
- Como assim eu sou mestiço? E quem é esse tal de Você-sabe-quem?-perguntei agora com mais calma, após o baque.
- Mestiço é quem é nascido de bruxos com trouxas, e Você-sabe-quem foi um grande bruxo, Paulo, porém não soube usar seus poderes para o bem, e causou a maior guerra bruxa de todos os tempos. Muitas famílias morreram, assim como a de Harry Potter, que creio que o Sr. já deve ter conhecido pois o vi sentado ao seu lado. Bom, continuando, a sua verdadeira família, Sr. Paulo são os Snape .
-Que? Isso quer dizer que sou parente do senhor, Prof. Snape?- perguntei totalmente pasmo com a revelação.
- Acho que sim Sr. Paulo!- Snape respondeu quase que num cuspe.
- Paulo, você é meio irmão do Prof. Snape. Vocês são filhos da mesma mãe, mas não do mesmo pai. Na época em que Você-sabe-quem reinava a mãe de vocês, Eileen Prince, era uma mulher de meia idade pobre de riquezas mas com um coração gigante, que mantinha relacionamento com um trouxa inglês e desse relacionamento nasceu você, Paulo, mas não era permitido o contato com trouxas naquela época, principalmente ter família mestiça , Você-sabe-quem estava matando todos aqueles de sangue mestiço, e por esse motivo sua mãe mandou você para o Brasil, para morar com uma família trouxa adotiva. – Minerva tinha lágrimas nos olhos e mantinha suas mãos sobre as minhas tentando me acalmar. De alguma forma aquela história se encaixava mas eu não conseguia acreditar.
- Se isso é verdade, onde estão os meus verdadeiros pais?- perguntei ainda trêmulo.
-Bom sei que isso não é uma boa noticia, mas eles já se foram Paulo. Sobre seu pai não temos certeza, o único registro que temos dele é que era um camponês , A sra Eileen também desapareceu após o reinado de Você-sabe-quem e foi concluído que ela está morta, mas ninguém teve registro nenhum deste fato. O Prof Snape que na época era apenas um adolescente não pode ir à procura da mãe, mas já foram realizadas varias buscas, sem qualquer retorno, Paulo.- Minerva agora chorava em prantos.
-Acho que por hoje já é o suficiente Sr prince ou Sr aluisio como preferir,de hoje em diante você é aluno da escola de magia e bruxaria de Hogwarts , acho que seria justo que o sr experimentasse um certo chapéu ele indicará em casa o sr. Deverá ficar, tenho meu palpite mas quero ter certeza , por favor minerva pegue o chapéu seletor para mim.- minerva se levantou ainda um tanto abalada e limpando as lagrimas, foi até um velho banquinho no canto da sala e trouxe o chapéu em suas mãos, o chapéu estava imóvel até ser pegado mas quando ela botou as mãos nele, ele abriu sua enorme boca.
- Quem ousa interromper minha hibernação?
-Sou eu albus , temos uma seleção de ultima hora , por favor faça as honras e de uma casa a esse que creio que será um grande bruxo- Dumbledore pegou o chapéu das mãos de Minerva, que este não parava de se mexer indignado por ter sido acordado, e o colocou sobe a cabeça de Paulo.
-Hum, curioso pelo que posso ver é da família de Severus Snape,e também tem um pouquinho de Mcgonagall em si. Um Prince em hogwarts , essa eu quero ver, mas onde devo coloca -lo , inteligência ? Sim você tem um pouco, mas na Corvinal não irá,Astúcia e lealdade, seus dois pontos fortes mas não será um verdadeiro Sonserino – nesse momento pode se ver uma malicia se formando nos lábios de Snape – Já sei onde colocá-lo Grifinória! – podia se ver um sorriso enorme nos rostos de Minerva e Albus, e um simples traço na de Severus.
-Mas o que isso significa? Todos na escola são bem mais novos do que eu ? Se sou um bruxo porque só descobri agora? – a mente de Paulo estava a mil, as perguntas pulavam de sua boca -O que ele quis dizer com um pouquinho de Macgonagall ?
-Calma Paulo, cada coisa no seu tempo , Sua mãe pois uma proteção em você para que o mundo bruxo nunca o descobri-se , mas ela se esqueceu que você poderia descobrir o mundo bruxo , A respeito de você ser um pouquinho Mcgonagall é possível pois a família dos Mcgonagall é muito antiga e de um tamanho surpreendente , pode ser que você seja um parente distante de minerva mas isso descobriremos depois, quanto ao tempo não se preocupe , Minerva irá criar um plano de aulas para que você não se atrase muito mais nas matérias e logo você estará com os alunos de sua idade e creio que seu irmão severus não irá se importar de dar umas aulas extras de poções e DCAT não é severus ?
-Ahh claro,verei o que posso fazer , se me permitem acho que já não tenho mais nada a fazer aqui , vou me retirar – Snape saiu porta a fora com sua capa balançando de um lado para o outro.
-Bom acho que já é hora de todos nós descansarmos , amanha será um dia longo , por favor minerva leve Paulo até a sala comunal da grifinória.
-Claro Professor, vamos Paulo por aqui.
Minerva me levou de volta a sala de onde entramos na passagem de gárgula, e seguimos alguns corredores e subimos algumas escadas até chegarmos a um quadro de uma mulher gorda , que disse em um tom de sono – senha por favor – e a professora respondeu – pelo de unicórnio , Paulo essa será a senha até a noite de amanha lembre se de perguntar sempre a senha do dia para a mulher gorda- a porta se abriu e pude ver um salão redondo com lareiras e poltronas e duas escadas – esta escada levara você até o quarto dos meninos, lá estarão suas vestes novas e alguns pertences que já providenciamos para sua estadia , no sábado poderá ir até o vilarejo de hogsmead e comprar o que precisar, espero que você se sinta bem aqui em hogwarts, é um lugar incrível e você fará grandes amigos.
Mal consegui chegar a cama e sem tirar ao menos os sapatos apaguei em um sono profundo.

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