Um amor de presente
Autor: Jessy_Potter
Fanfiction: Universo Alternativo.
Eu era um cara particularmente comum, que vivia uma vida comum. No entanto, o acaso tratou de tirar este meu título honorário de cidadão trivial. Graças a uma surpresinha dele, ou melhor, graças ao meu melhor amigo, - que decidiu ser Papai Noel, - conheci o grande amor da minha vida.
E agora? Bem... Minha vida não é tão comum e “pacata” como outrora, disso eu tenho certeza.
Confirmo tal coisa olhando para meu pequeno filho tentando escalar mais uma vez o armário, para desespero total e geral. Eu chego a me levantar, mas minha esposa é mais rápida. Com certeza os reflexos de uma mãe surpreendentemente são melhores que o dos pais.
Ele ri quando ela o pega pela cintura e seus cabelinhos negros, ficam ainda mais bagunçados. Ela diz que Tiago é uma cópia minha em miniatura e que se não fossem os olhos castanhos, qualquer um poderia jurar que meu “eu” bebê saíra das fotos.
Nosso primeiro Natal, juntos. Os três. Como uma família. E pensar que há dois anos atrás, na véspera dessa mesma data, eu estava sozinho e mentalizando para que Rony Weasley não me deixasse de fora do almoço de Natal em sua casa, - isso porque eu tinha dito a ele que Lilá o estava enganando, - mas a parte do implorar, apenas ficou em minha cabeça...
“- Céus! Que cara é essa? – indaguei, vendo Rony entrar em casa, de cara amarrada.
Ele passou por mim, fazendo de contas que eu era apenas mais um enfeite de Natal. Nosso apartamento estava cheio deles, então não me surpreendi, no entanto, fiquei curioso com o comportamento estranho de Rony. Mas voltando aos enfeites, tudo ali fora obra de Molly Weasley, um toque maternal e feminino, no local genuinamente comandado pela testosterona.
Meu amigo jogou-se no sofá, em seguida tirou os sapatos. O mesmo ritual de todos os dias. Resolvi insistir, e o encarei.
- Que cara é essa Ronald?
- Gina! – exclamou ele, jogando o par de meias, que foram quase parar dentro da lareira crepitante.
- Gina? – indaguei, arqueando uma de minhas sobrancelhas. – Não! Essa não é a cara da Gina, ela usa maquiagem, e é bem mais bonitinha que você... – brinquei, e tudo que recebi fora um olhar mortal e lacerante.
- Harry, não estou a fim de ouvir suas palhaçadas, não neste momento. – resmungou Rony.
‘Ele não estava a fim de ouvir minhas piadinhas?A coisa era séria’.
- Tudo bem, desculpe minha falta de tato. Mas me conte o que aconteceu de tão ruim, para você ficar com a cara mais feia do que de costume?
- Gina quer que eu saia com uma amiga dela, eu não tenho cara de papai Noel, tenho?! – exclamou ele, irritado. ”
Se ele soubesse...
“ - E isso é um problema? Digo, é tão ruim assim sair com essa amiga da Gina? – eu disse, meio encabulado, já que Rony não dispensava nenhum rabo de saia. Estava mesmo estranho, e começando a me deixar preocupado.
- Ah! Mas é claro que isso é um problema, no mínimo uma bela de uma incógnita! Harry pensa comigo... Se esta amiga da Gina fosse ‘boa’, acha que minha irmãzinha querida fosse querer que eu saísse com ela? – indagou, e eu franzi o cenho, pensativo. Até que ele tinha um pouco de razão. – Eu acho que não!
- Não vai ficar sabendo se não for vê-la, aliás, a beleza que conta é a beleza interior. – falei, nem mesmo acreditando nisso, mas a circunstância pedia algo assim.
- Esse papo não cola comigo, eu não sou mulher. Ou melhor, eu não sou as mulheres que saem com você! – explodiu, mas foi em gargalhadas, após minha cara falsa de espanto.
- Certo, mas fui ‘eu’ quem saiu com aquela gata ontem à noite, enquanto a você, ficou chupando dedo aqui. Provavelmente assistindo: O milagre na Rua 34, e chorando que nem uma mulherzinha.
- Cale essa maldita boca! – bradou ele, vermelho de raiva. – Mas me responde uma coisinha: Que deusa teria um nome como‘ Hermione’?”
Pausa neste momento! A minha deusa tem esse nome.
“- Não é um nome comum, mas... Rony, não julgue um livro pela capa, quero dizer, uma mulher pelo nome!
- Ahã! No mínimo deve ser uma baranga com um cabelo horrendo, isso se ela não for careca... Já mencionei a verruga cabeluda na ponta do nariz tremendamente grande e torto? – falou, e eu simplesmente não me agüentei, ri tanto, que ele novamente me lançou aquele olhar frio. Como aquele, no dia em que eu tive que contar sobre o que Lilá andava fazendo com o analista dela.
- Primeiro: não estamos no dia das bruxas e sim em época de Natal, e segundo: O dragão resolveu sair dos contos? Qual é, vai dispensar mulher?
- Harry, eu não vou me aborrecer mais com você, então é melhor fechar essa matraca! Senão nada de passar o Natal lá em casa.
- Não deixe que a depressão tome conta de você, cara... – falei, mais uma vez zombando dele. Talvez eu devesse parar, ao contrário do próprio: tenho censo moral. – Falando sério, Rony, eu sinto muito pela Lilá, não queria ter que ser eu a dizer tudo.
- Não estou deprimido, e não vamos falar nela, ok?
- Ok!
- Mas eu não vou a este encontro forjado, estamos no século XXI, não preciso que Gina escolha minhas pretendentes. Eu não vou e ponto final!
- E porque não?
- Por que...
Aquele brilho não era bom, pelo menos assim pensei naquele momento. Rony me olhou como se eu fosse uma estatueta banhada em ouro. O silêncio era apenas quebrado pelas canções natalinas do lado de fora. O que ele estaria maquinando naquele cérebro? Olhou para mim outra vez, e seu sorriso foi macabro. Questionei-me se aquele não era mesmo o mês do Hallowen...
- Eu não vou, porque você irá! – respondeu. Aquele mesmo sorriso medonho.
Não sei qual fora a minha cara, mas deveria ter sido bem assim: olhos esbugalhados, e um riso incrédulo a habitar os meus lábios entreabertos pela surpresa.
Comecei a rir, mas agora não era porque o assunto tinha muita graça. Na verdade não tinha nenhuma!
- Eu vou no seu lugar... – comecei, entre risos nervosos. – O que? Ficou maluco?! – indaguei, quando enfim cai na real.
- Não... Estou completamente normal. – respondeu Rony, levantando-se e indo até a lareira, que ainda mantinha suas chamas bem vivas; fazendo com que sua sombra dançasse na parede oposta. – Está com medo do dragão, ‘Harryzinho’? Não foi você mesmo quem disse, que o que realmente conta é a beleza interior?
- Sim, mas... – balbuciei, e depois passei a gaguejar a procura de uma resposta.
No entanto, eu tinha que filosofar naquele momento? Agora tinha sido pego pela minha própria língua!
- Mas a beleza exterior, conta também.
Está bem, não foi a coisa mais inteligente que eu poderia dizer, mas foi o que pareceu mais simples. Rony cruzou os braços, rindo cinicamente.
- O que aconteceu com sua bela filosofia? – indagou superior, bufei e segui para a cozinha minúscula de nosso apartamento.
- Não me enrola, Ron! Porque justo eu tenho que livrar sua cara? Na verdade acho que você pediria a qualquer um, só tive a infelicidade de estar aqui...
- Você está certo, essa idéia me veio de improviso, e já que está aqui. Poxa, Harry você é meu melhor amigo. – falou ele, tentando apelar para uma boa e velha chantagem emocional. – Não precisa ficar com ela a noite toda, é só você dizer que estou doente, e é contagioso! E como não posso sair de casa, e ‘perdi’ acidentalmente o telefone dela, eu pedi que você gentilmente fosse até lá avisa-la.
- Nossa que idéia genial! Vai ganhar o prêmio Nobel com ela... Francamente!
- É mesmo genial... – murmurou, com um sorriso. - E depois ela vai embora e você também. Cada um pro seu lado, e nunca mais vocês se vêem. É simples!
- Ela não vai acreditar, saberia se estivesse doente. – tentei argumentar, mas parecia que não ia funcionar. - Eu vou dispensar a garota, e você...?
- Vou ficar aqui de pernas para o ar, comendo os biscoitos caseiros que minha mãe me mandou. Valeu cara, sabia que podia contar com você! – exclamou Rony, batendo em meu ombro, tenso.
- Foi uma pergunta hipotética Rony! Eu não aceitei...
Sério, eu bem que tentei não aceitar. Mas depois de pensar bem, eu topei. Não por Rony, mas sim pela bela incógnita. Ela não merecia ficar a noite toda plantada a espera do bobão Weasley.
Até parecia que eu estava prevendo algo, ou seria apenas o costume. Arrumei-me como se fosse a um encontro de verdade, me perfumei, - aquele perfume que deixa as mulheres loucas, um misto de arrojo masculino, - tentei ajeitar meus cabelos, mas não foi como eu gostaria. E mais uma vez eles permaneceram bagunçados.
Passei por Rony, e ele me desejou um ‘boa sorte’ empolgado. Sai para a rua, descobrindo a noite bonita e estrelada.
O prédio de Gina não ficava longe do nosso, - a tal amiga estava hospedada por lá. Morando com ela. Então o ponto de encontro seria na frente do edifício para facilitar para ambos. Resolvi ir caminhando a fim de apreciar mais o clima natalino. As luzes que não se diferenciavam muito daquelas que estampavam o céu, estavam por todas as partes; A neve branca que cobria as ruas e calçadas fazia do vermelho e dourado das decorações tornarem-se mais chamejantes, e os olhares de todos brilhavam com tanto esplendor.
Eu sinceramente adorava estas festividades. Para alguns o Natal pode ser um tanto... Como posso dizer? Penoso, triste, melancólico. Em contrapartida, para mim ele era mágico e surpreendente. Era só olhar para a alegria das pessoas reunidas simplesmente por estarem mais uma vez juntas, compartilhando de momentos valiosos; para saber que o espírito de fraternidade andava solto por qualquer canto da cidade e preso em qualquer grupo de pessoas.
Dobrei a esquina, faltava ainda uma quadra até finalmente eu me deparar com Hermione. Não pude deixar de não pensar nela, em como ela seria. Alta, baixa, magra, gorda? Poderia ser tantas combinações, explosivas ou não, eu estava indo de encontro à sorte, ou ao azar...
A ansiedade me fez caminhar mais depressa, ruborizando ainda mais minha face. Coloquei impulsivamente minhas mãos dentro do bolso do casaco, mas nem os ventos gélidos de dezembro poderiam acalmar minhas mãos suadas. Deveria ter colocado um par de luvas, mas agora era um tanto tarde para isso.
Surpresas nunca foram meu forte, mas ficar surpreso? Isso já é outra história. Principalmente quanto percebi que nela não habitava um dragão, e sim uma bela princesa. Meio de longe fiquei a observar a figura pequena, que apesar de sua estatura, conseguia se destacava no meio das pessoas.
Seus longos cabelos cacheados cintilavam sobre o casaco vinho, e brilhavam de acordo com o ponto de vista. E assim como eu, ela tinhas as mãos nos bolsos, e olhava para os lados imaginando de onde surgiria o seu acompanhante.
Com a curiosidade crescendo, cheguei mais perto, para enfim deleitar meus olhos. O Natal verdadeiramente era uma época mágica, e ali estava uma criatura de real encanto e singeleza. O semblante entediado tornava-a ainda mais atraente, e a intensidade do olhar dela me fazia crer em algo divino.
Será que em algum momento ela me mostraria suas asas?
- Hermione? – a chamei, tentando parecer o mais casual possível. Mas creio que minha voz não saíra sensual, muito menos aveludada.
- Sim? Er... Ronald? – indagou, hesitante, mas após olhar-me mudou de idéia. E ruborizou, foi quando minha opinião sobre ela mudou, transformando-a em algo mais que divino.
- Desculpe, mas não sou o Rony... Sou um amigo dele.
- É claro, você não se parece em nada com nenhum dos Weasley... – constatou envergonhada, olhando para os pés. – Isto é óbvio. Desculpe, estou esperando há muito tempo e estou um pouco nervosa, e quando estou nervosa eu falo tanto, e tanto...
- Tudo bem, isso é normal. – falei, também um pouco nervoso. Mas não deixei que isso transparecesse, afinal eu tinha que ser bem passível. – Sou Harry Potter, muito prazer.
Estendi a mão a ela, que sorriu, juntando-as pela primeira vez. Tenho que confessar: que eu senti fora tão maravilhoso quanto quando a olhei primeiramente. As mãos dela estavam cobertas por uma luva macia e elas acalentaram os meus dedos frios. O complemento que me faltava naquela noite, e em muitas mais.
- Hermione Granger... – ela riu. – Você já deve saber meu nome, mas saiba que também é um prazer conhecê-lo, Harry Potter.
- Bem, acho que lhe devo umas explicações.
- Sim, por favor! – exclamou, ainda acanhada.
- Certo, eu vim aqui para avisá-la de que Rony pegou uma virose e está de cama, pobrezinho. Sabe como é, esse frio, a temperatura baixa diminuiu a imunidade das pessoas. – falei, descaradamente, e ela me deu um sorriso de quem já sabia que aquilo que ouvira era a mais pura mentira.
- Oh, pobrezinho! – entoou, ligeiramente teatral.
- E como ele perdeu seu telefone, não achei justo com você ficar aqui esperando por ele. – continuei, e Hermione baixou os olhos. Ela agora ria discreta.
- Você é tão gentil, obrigada Sr. Potter. Fez sua caridade de Natal...
Não pude deixar de esboçar um riso, e isso de certa forma prendeu os olhos castanhos dela sobre mim.
- Tudo bem, eu já vou entrar... Melhoras para seu amigo. – falou, e fez menção de sair, mas algo dentro de mim berrava para que eu a impedisse. E foi isso que eu fiz.
- Hermione? – Ela então se virou para mim, me encarando surpresa. – Já que estamos aqui, não quer dar uma volta comigo?
- Eu? Dar uma volta com você? – indagou, espantada, deixando a porta bater atrás de si. Aproximou-se novamente de mim, e estreitou os olhos magníficos. – Não precisa, é sério. Tudo bem...!
- Não pense que é por pena, vamos? Você não perdeu nada não saindo com o Ron. Hum, o que me diz?
Perguntei mais uma vez, e ela pareceu tentada. Realmente eu sou melhor companhia que ele, e pareceu que Hermione percebeu a mesma coisa. Já estava me acostumando com o sorriso dela, e com as batidas do meu coração por conta dele.
- Está bem, vamos dar uma ‘volta’. A praça aqui perto está linda.
- Ótimo, vai ser ótimo!
E lá estávamos nós, caminhando lado a lado. A praça era tão perto que nem notamos estar rodeados de pinheiros, renas, luzes e sinos. Conversávamos pouco, acho que ela estava tímida e eu encabulado demais para tomar a iniciativa. Mas logo o calor nos aqueceu e o momento entre nós pareceu crescer de forma surpreendente. Como se já nos conhecêssemos há anos.
- Então Hermione, o que você faz?
- O que eu faço além de ganhar bolos de caras? – brincou, e rimos juntos. – Pode me dizer Harry... Ele não quis vir, não é?
- Bem, é que... É que Rony não está passando por um bom momento. Terminou um relacionamento conturbado, acho que quer um descanso em sua vida amorosa.
- Entendo. Mas, foi por causa do meu nome? – perguntou, e eu por pouco não soltei uma gargalhada.
- Sim.
- Imaginei, isso já me aconteceu. Também não gosto do meu nome, mas fazer o que? Eu sou a mais nova de duas irmãs, Helena e Hellen. Meus pais tinham que combinar, e eu tinha que nascer por último! Não os culpo, nem a Rony... Perdoe-me, estou falando muito novamente...
- Não se desculpe, pra ser sincero não acho seu nome feio. É só diferente. E eu gosto de te ouvir... – soltei sem perceber, ela me olhou, e corou. – No que trabalha? – voltei a insistir no trabalho, qualquer coisa para mudar de assunto.
- Tenho uma lojinha de livros. Um sebo, no centro da cidade.
- Jura?- perguntei, tentando parecer interessado, mas acho que ela captou também minha aversão por leitura.
- Te parece chato.
- Não imagina, que tipo de livros vende? – perguntei, rapidamente. Hermione tinha o dom de me deixar sem graça, e de descobrir minhas mentiras.
- Todos os tipos, devia passar lá uma hora dessas, livros são ótimos presentes de Natal.
- Me faz um preçinho camarada? – indaguei, sorrindo.
- Claro... Salvou minha noite, tenho que te recompensar.
Andamos mais um pouco, já estávamos familiarizados. Contando coisas um ao outro que nunca imaginaríamos estar falando a um ‘estranho’. Ela era tão divertida quanto bonita e meiga. Creio que já estava apaixonado por ela, e suplicando intimamente que ela também estivesse sentindo o mesmo que eu.
Nenhuma mulher me fez confessar estar apaixonado tão rapidamente. Na realidade, nunca tinha chegado a esta conclusão. A de estar apaixonado.
Falamos de coisas banais, mas que ali naquele momento, pareciam tão importantes. Como quando ela disse que gostava de juntar marshmallow com chocolate quente, ou quando me disse que gostava de dormir de meias, pois seus pés gelavam muito. Eu apenas a olhava, e parecia que não era real.
Também contei coisas. Falei sobre alguns pontos de minha vida que julguei importantes e relativamente seguros. Todos eles foram atentamente ouvidos por ela. As horas se passaram tão rapidamente, e meu coração já se entristecia com a perspectiva de ter que deixá-la.
- Já está tarde, acho que Gina deve estar preocupada comigo. – falou Hermione.
- Não pretendia demorar com o Rony? – perguntei, e ela levantou a sobrancelha.
- Na verdade, não... Não costumo sair muito. – confessou, ruborizando. Já mencionei isso, mas a cada vez que ela ficava envergonhada, mas linda ficava.
- Então... Pra marcar esta noite, precisamos de algo relativamente inesquecível. – falei, e ela mordeu o lábio, inocentemente. Mal sabendo que eram eles que eu mais queria marcar e provar.
Bem... Não pude mais suportar. Inclinei-me com carinho, tocando levemente aqueles lábios femininos. Senti o arrepio que a percorreu; No primeiro instante ela estava tensa, mas depois que nossas bocas se uniram pra valer, Hermione relaxou-se em meus braços, aproximando-se mais de mim. Deixando assim que nosso primeiro beijo acontecesse, retribuindo a carícia com igual desejo.
Apesar do fascínio, eu queria beijá-la devagar. Para que ela sentisse o quanto eu apreciava tê-la perto de mim. Por mais que meus instintos exigissem que eu tomasse de vez posse da boca dela, me contive, apenas apreciando a textura de seus lábios.
Aprofundei o beijo, segurando-a mais rente a mim. Afagando os cachos soltos e perfumados. Tenho para mim que ela também mergulhara no mesmo mar de sentimentos o qual eu de boa vontade me afoguei. Sensações deliciosas me acometeram nos instantes seguintes, quando nossos lábios ainda se uniam sôfregos.
Ela se agarrou a mim, quando o ar nos faltou e tivemos que enfim desgrudar nossas bocas uma da outra. Hermione sussurrou meu nome quando a calei com mais um beijo, impedindo a ambos de recuperar o fôlego perdido.
Santo Deus, eu não queria parar de beijá-la!
Achei que com todo este “atrevimento” ela ficaria assustada, mas quando cessamos o segundo beijo, abraçou-me seguramente. Foi o passo mais seguro que dei em minha vida. Ficamos ali um bom tempo apenas no silêncio; abraçados, sentindo o calor de nossos corpos se tornarem apenas um, espantando o frio ao nosso redor.
A levei para casa, e nos despedimos com mais um beijo caloroso e apaixonado. Parecia que finalmente eu tinha encontrado a garota certa.
Hermione mal havia entrado, e eu já me roia com a expectativa de vê-la no dia seguinte. Claro, na casa dos Weasley. E óbvio que a surpresa de Rony fora maior que a cabeça do boneco de neve que seus sobrinhos criaram no jardim, no entanto não ouvi os resmungos dele, porque estava preocupado demais em mimar o meu anjo.
Naquela noite, quando cheguei em casa, nada contei a ele, pois o mesmo dormia pesadamente no sofá, repleto de pipocas doces e biscoitos. Deprimente, mas não quis acordá-lo. Levaria esta imagem para o túmulo, ou quem sabe uso dela para alguma chantagem. Como a que ele me fez... Por isso o fator surpresa fora extremamente importante para o baque do ruivo. Tanto por saber que Hermione era a mais bela criatura possuidora de tão igual essência, quanto por saber que ela já era minha.
Se bem que devo agradecê-lo por isto. Mas como eu previra, o dia de Natal fora o melhor que já tive em toda a minha vida. Não tão melhor que a noite de véspera, mas se igualava por ter ao meu lado, Hermione.
Papai Noel resolvera ser gentil comigo naquele ano, vai ver eu fui um ‘bom menino’” .
Sempre tive uma opinião, digamos, que única para a palavra: presente.
Porém, não me refiro ao presente, aquele vem antes do futuro, e depois do passado. O espaço temporal.
Mas sim me refiro àqueles presentes que chegam em caixas pacientemente embrulhadas e arrematadas com belos laçarotes vermelhos.
Muito fantasioso e um pouco infantil...?
Sim, mas era desse jeito que eu pensava que se recebiam presentes. Tanto no Natal quanto eu qualquer outra época do ano.
E o meu presente de Natal, veio vestido num casaco vinho...
- Finalmente coloquei Tiago para dormir, ele não parava de mencionar o bendito carrinho de controle remoto! – exclamou a minha mulher, descendo as escadas.
O vestido vermelho, com apenas uns pequenos botões abertos, faziam minha imaginação trabalhar a mil. Sorri a ela, e Hermione terminou de descer os últimos degraus. Soltou os cabelos presos num coque, a noite tinha sido longa para nós. E agora que estávamos só nós dois, poderíamos enfim conversar.
Ela se aproximou de mim, sentando-se ao meu lado no carpete. Aninhou-se nos meus braços e suspirou longamente.
- Não foi uma boa idéia abrirmos o presente dele antes da hora, viu só no que deu? – falou, e riu. – Ele não queria dormir. Tive que colocar o carrinho onde pudesse ver...
- Diz isso porque ele largou o livrinho rapidinho por conta do brinquedo. – respondi, e ela me encarou estreitando os olhos.
- Bobo... – murmurou, e seus olhos pararam em meu caderno de capa verde escura. Os castanhos brilharam de curiosidade, e antes que ela pudesse se mexer, eu o afastei de suas mãos pequenas e ágeis. – O que está escrevendo?
- Nada, nada do que você não saiba... É uma surpresa!
- Ah, Harry... – falou, fazendo um beicinho, e depois me beijou de leve os lábios. – Por favor, me deixe ler...
- Não, eu já disse é uma surpresa para a manhã de Natal! Mas... Então senhora Potter, o que vai vestir esse ano?
Eu perguntei olhando-a intensamente. Ela sabia do que eu me referia. Hermione riu-se, e ficou rente a mim, mordiscou o lóbulo da minha orelha direita, e riu outra vez, fazendo com que eu me arrepiasse por completo.
- É uma surpresa... E sei que adora a cor vinho... – sussurrou ao meu ouvido. - Feliz Natal, querido.
- Feliz Natal, meu amor!
Ela se levantou, e antes de sair, me desferiu o seu mais belo e sedutor sorriso. Eu sabia aonde isso iria me levar, até o meu quarto, onde eu ganharia o melhor presente de todos.
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Comentários (1)
Estou apaixonada por cada uma das fics <3 <3 <3 <3 <3MEU DEEEUUUS, PERFEITAS! chorei em quase todas até agora e essa, minha nossa, muito amor!<3 <3 <3
2015-11-08