O Boletim de Draco Malfoy



- Realmente estou decepcionada, senhor Malfoy – dizia McGonnagal olhando o boletim escolar do mesmo – esperava mais de suas notas, seu pai sempre foi um aluno tão dedicado – balançando a cabeça em sinal de desapontamento, a vice-diretora soltou o pedaço de papel de suas mãos e encarou o garoto loiro a sua frente – Você não me deixa mais escolhas, Malfoy. Terá que fazer aulas extras com algum professor – concluiu ela ajeitando-se na cadeira.

- Terei de fazer o que? – perguntou ele, inclinando-se para frente, afim de melhor ouvir McGonnagal, mesmo escutando perfeitamente o que a mulher havia lhe falado.

- Terá de fazer aulas particulares – apoiou seu queixo nas mãos e fitou algum ponto na escrivaninha à frente – Existe apenas um problema... – disse mais para ela do que para Malfoy.

Os olhos de Draco brilharam, ainda havia chances daquela idéia não dar certo, e implorou mentalmente que o problema de McGonnagal não houvesse solução.

- Problema resolvido! – exclamou ela dando um tapinha na mesa, Draco choramingou baixo – Você fará aulas particulares com Hermione Granger, se ela concordar, obviamente.

- Perdoe-me, professora – disse ele com um risinho falso – Acho que não ouvi direito, senhora disse que farei aulas particulares com a Granger?

- Não, o senhor ouviu muito bem. – McGonnagal disse, retribuindo o sorriso falso.

- Creio que isso não será viável – disse ele mantendo seu sorriso – Nós não nos damos muito bem e...

- Mais um motivo para trabalharem juntos! – exclamou a professora – É uma ótima oportunidade para se conhecerem melhor, além disso, você e Srta. Granger estão no mesmo ano, aprendem as mesmas matérias e muitas vezes compartilham a mesma aula, Granger seria a escolha perfeita, e ao menos que tenha um bom motivo, Sr. Malfoy, essa é minha decisão final. – falou ela, encarando Draco, houve silêncio – Ótimo, falarei com ela após a aula de hoje. Isso é tudo, senhor Malfoy, pode se retirar.

Draco levantou da cadeira rapidamente e fechou a porta com violência. Andando pelo corredor com sua cabeça com milhares de pensamentos ao mesmo tempo.

- ‘‘É uma ótima oportunidade para se conhecerem melhor’’ – falava ele, quase que em um sussurro, em uma imitação bizarra da voz de McGonnagal – ACONTECE QUE EU NÃO QUERO CONHECER ELA MELHOR! – a última frase saiu como um grito, que atraíram vários olhares curiosos á ele, mas Malfoy não se importou, foi direto para sua aula de Adivinhação, com a Lufa-Lufa.

Entrou na sala e sentou-se na mesinha mais afastada possível. Não demorou muito para que Crab e Goyle adentrassem o local e sentasse do lado do loiro.
Pouco a pouco a sala foi se enchendo, alunos da Sonserina e da Lufa-Lufa lotavam o local pouco iluminado e com um ar pesado.
Trelawney usava seu típico vestido cinza até o meio das canelas e um xale cor vinho em volta do magrelo pescoço. A aula começou.
Draco brincava com a toalha da mesa, que naquele momento, parecia mil vezes mais atraente do que a aula. A professora andava pela sala gesticulando ferozmente com as mãos, cuidadosamente, dando um passo de cada vez.

- Hoje meus queridos – disse ela com a voz rouca – Vou ensiná-los a arte de ler a mão. Os traços da palma de alguém podem revelar quem ela é, seus pontos fortes e fracos. E ali – dizia alto e olhando firmemente para os olhos de cada aluno – que estão as características, e tudo isso pode ser descoberto apenas com um toque.

A toalha de mesa deixou de ser interessante, e agora, Draco distraia-se com o detalhe de sua calça.

Trelawney caminhava pela sala, parou a frente de Malfoy, ficou encarando-o por alguns segundos com seu grande óculos fundo de garrafa, e pegou sua mão, em um gesto tão rápido que fez o garoto assustar-se.

- Vejo que sua vida acaba de mudar, meu jovem – disse ela encarando a palma de sua mão, e logo após fitando-o nos olhos – Um sentimento que você jamais conheceu logo tomará lugar em sua mente e em seu coração. Chegará assim, sem aviso e de uma maneira muito diferente – o loiro revirou os olhos – e então... BUM, – o aumento de voz fez todos na sala, principalmente Draco darem um pequeno sobressalto na cadeira – Você se entrega a essa sensação diferente, nova. E quando vê não há mais volta, não há mais o que ser feito, você já foi tomado por esse sentimento. – terminou a frase com um olhar distante e voltou a caminhar entre as mesas.

Draco ergueu uma sobrancelha e com um ar interrogativo e voltou a se concentrar no pequeno detalhe de sua calça.

Passado meia-hora – o que a Draco pareceu a manhã inteira – a aula terminou. Levantou-se o mais rápido possível e saiu da sala que estava sufocando-o. Já era hora do almoço e ele seguiu para o Salão Principal, quando abriu as portas, sentiu o olhar de várias garotas sobre si, sorriu galanteador para todas que conseguiu ver e passou a mão pelo cabelo, fazendo-o cair sobre os olhos novamente. Era possível ouvir os suspiros por onde passava.

Sentou-se na mesa da Sonserina ao lado de Pansy e Crab. As portas se abriram novamente, e por ela passou Harry, Rony e Hermione. Harry andava na frente, as meninas viraram a cabeça para poder admirá-lo. Ele apenas sorriu amarelo para algumas delas e apressou-se em sentar no mesa da Grifinória.

Malfoy acompanhava o trio com os olhos.

- Patéticos – disse ele baixo, cerrando os dentes de desprezo, e logo tratou de se servir.

Pouco a pouco, o salão foi esvaziando-se e os alunos seguiam para as aulas seguintes.

- Eu já estou indo – disse Hermione limpando a boca com guardanapo – preciso devolver esse livro antes da aula – os amigos responderam com um aceno de cabeça – vejo vocês na aula. – dizendo isso, levantou do banco, pegou a mochila e saiu do salão.

Mexia em sua mochila ao mesmo tempo em que andava pelos corredores.

Não prestava atenção no caminho, e trombou com alguém.

- Me desculpe, eu estava distraída e... Ah, é você – disse ela desapontada ao encarar os olhos acinzentados de Draco Malfoy – no caso, retiro as desculpas.

- Não preciso da desculpa que uma Sangue-Ruim como você, Granger. – disse ele com um rizinho cínico.

Granger apenas rolou os olhos com o comentário do loiro e passou por ele a caminho da biblioteca.

Devolveu o livro, e prendendo seu cabelo em um coque, caminhou para a aula de transfiguração, com a Corvinal.

Entrou na sala e sentou-se ao lado de Harry e Rony. Viu os alunos da Corvinal entrarem e ocuparem os lugares restantes, por fim, MacGonnagal entrou. A professora pigarreou e os murmúrios cessaram completamente.

- Hoje – começou ela andando pelas carteiras lentamente – Vou ensiná-los a transfigurar comidas. – os alunos fizeram cara de reprovação – Pode parecer fácil, mas não se esqueçam que o gosto e o cheiro terão de ser transfigurados também. Peguem as varinhas.

Um ruído de zíperes abrindo foi tomado pela sala, logo após o baque das varinhas batendo na mesa.

A aula fora como as outras do dia: tediosa. McGonnagal falando e alunos fingindo que prestavam atenção. As horas se arrastaram e finalmente o sinal do término da aula bateu.

Hermione imediatamente fechou seu livro e guardava-o na mochila. Levantou da cadeira e encaminhava-se para a porta quando parou.

- Srta. Granger! – chamava McGonnagal.

- Sim, professora – disse ela enquanto girava os calcanhares e voltava para a mesa da professora.

- Quero conversar com a senhorita um instante – ao ver que Hermione a interromperia, ela continuou – Não se preocupe, serei rápida. – Ela se ajeitou na cadeira e após ver que a aluna a sua frente não diria nada, ela continuou - Sr. Malfoy está decaindo muito seu nível de estudo...

- Desculpe professora, mas acho que não tenho nada com os assuntos do Malfoy. – disse Granger já se levantando.

- Por favor, senhorita, deixe-me continuar – Fez um sinal para que Hermione se sentasse.

- Desculpe – ela sussurrou e sentou-se na cadeira novamente.

- Como eu ia dizendo, ele não se desempenha nas aulas, não faz os deveres e a essa altura, detenção e castigos não são mais suficientes, não recorreria a senhorita se houvesse outra solução – A castanha ia se assustando com o caminho que aquela conversa estava seguindo, sabia onde iria terminar – Quero que ajude Malfoy nos estudos – A garota abriu a boca para protestar, mas a professora foi mais rápida – O jovem Malfoy me falou de seus desentendimentos, mas como sei que a senhorita é muito madura e responsável, não vai negar ajuda a um aluno com dificuldades. Espero não me desapontar. Certo?

Hermione hesitou, mordeu o lábio inferior e encarou fundo os olhos da professora antes de dizer:

- Certo.

- Ótimo! – ela exclamou – Vocês podem se encontrar as oito, todos os dias, não vejo problemas já que a monitoria só começa as dez.

Hermione sorriu amarelo em sinal de concordância. Levantou-se para se retirar da sala quando a professora a chamou novamente.

- Só mais uma coisa, senhorita Granger. Por gentileza, avisaria o Sr. Malfoy?

**

O jantar de Hogwarts era a hora que Hermione mais gostava. Ali poderia relaxar depois de um dia corrido. Conversar com seus amigos, rir.

Mas aquele jantar não seria assim. Entrou no Grande Salão e avistou Harry e Rony da mesa da Grifinória, acenou para eles, mas não caminhou até lá. Engolindo todo seu ódio e orgulho, ela caminhou para a mesa da Sonserina. Achá-lo não seria difícil: aquela cabeça loura ninguém mais tinha, além das risadas escandalosas que seus amigos davam das piadas sem graça que ele fazia. Hermione o achou, sentado ao lado de Zabine e de frente para Pansy.

- Malfoy, preciso falar com você.
-
Calma aí, sangue-ruim, nosso papo é só depois do jantar. – ele disse maliciosamente dando uma piscada para a morena.

- O interesse é seu, Malfoy, não ligo se não conseguir passar de ano. Aliás, seus amigos adorariam saber que você terá aulas... - Não conseguiu terminar a frase, em um movimento rápido, Malfoy a segurou pelo braço e a puxava para longe da mesa.

- Nunca fale isso na frente deles, sangue-ruim, você me entendeu?

- Não sigo regras suas Malfoy. E se você soltasse meu braço, eu agradeceria. - Suas aulas – continuou ela após o loiro ter soltado seu braço – todos os dias a partir da semana que vem, às oito horas.

- Vamos fazer um acordo – ele disse mexendo nos cabelos – Eu não quero ter aulas e você não quer me ensinar. Que tal apenas fingirmos que você está me dando aula? Vamos deixar isso mais fácil para nós dois.

- Feito! – Hermione respondeu na mesma velocidade que ele perguntou
Hermione voltou ao salão e sentou-se na mesa da Grifinória. Não falou nada e apenas servia-se de frango, dando garfadas violentas no mesmo.

- Calma Hermione – disse Rony percebendo o humor da garota – Seja lá o que for, o frango não tem culpa.

Granger após dar uma mordida selvagem no frango, encarou o ruivo a sua frente, este apenas tratou de encarar o próprio prato e comer.

- Vou dar aulas particulares pro Malfoy – ela disse por fim

Harry devolveu o suco de laranja ao copo e Rony se engasgou com a batata que estava em sua boca.

- O QUE? – perguntam os dois ao mesmo tempo.

- McGonnagal me pediu, não tive como recusar.

- POR ACASO AQUELA MULHER ESTÁ LOUCA EM TE COLOCAR SOZINHA COM UM COMENSAL? – Harry se alterou

- Falamos sobre isso no Salão Comunal – ela disse constrangida – Harry, por favor, fale baixo, estão todos olhando.


Quinta feira começou, assim como todos os outros dias. Hermione desceu para o café, juntamente com um Harry emburrado e um Rony calado. O moreno não se conformara da idéia de Hermione sozinha com um sonserino em uma sala e Rony apenas apoiava as palavras do amigo. Granger teve que falar muito para que o amigo não fosse reclamar com McGonnagal.

A primeira aula do dia seria Poções, com a Sonserina.

- Prêmio duplo – ironizou Rony a caminho das masmorras.

Granger sentou-se na primeira cadeira ao lado de Harry e Rony. Os alunos da Sonserina logo também lotaram o recinto. Viu uma cabeça loira sentar no local mais afastado da sala. Revirou os olhos ao lembrar de Malfoy e gemeu baixo sabendo que semana que vem teria de aturá-lo todos os dias.

Hermione tentava ao máximo prestar atenção na aula para que Snape não tivesse nenhum motivo para implicar, mas parecia impossível.

- Granger, em qual caso o líquido de urtigas seria útil?

- Em caso de mordidas de dragão, senhor. – ela respondeu, na mesma velocidade em que o professor perguntou.

- Qual espécie de dragão?

- Olho-de-Opala, senhor.

- Nome científico?

- Antipodean Opaleye.

- Nativo de qual país?

- Creio que o senhor dê aulas de poções, não? – Harry interrompeu a sessão de perguntas e respostas, Hermione abaixou a vista e Rony dava risinhos abafados.

- Detenção hoje as sete, Potter. – o professor disse apenas e voltou à matéria.

Era impossível não escutar risinhos debochados vindos do fundo da sala e os grifinórios nem precisaram virar-se para descobrirem de quem eram.

A aula terminou, e os alunos levantaram-se o mais rápido possível, era hora do almoço. O resto do dia passou extremamente rápido.


Aquela semana fora agitada. Aulas, deveres, trabalhos, monitoria. Mas Hermione não queria que a semana seguinte chegasse, pois apenas tornaria os dias ainda mais longos. As aulas particulares com Malfoy começariam, todos os dias, das 20h00min até as 22h00min, sendo seguida pela monitoria.

Sexta-feira, cronograma:

7h20min: café da manhã
8h00min: aula de História da Magia
9h00min: aula de História da Magia
10h00min: TCM
11h00min: TCM
12h00min: almoço
13h00min: hora livre
14h00min: Teatro (opcional)
15h00min: Runas antigas (opcional)
16h00min: hora livre
17h00min: hora livre
18h00min: hora livre
19h00min: jantar
20h00min: reunião da monitoria
21h00min: hora livre
22h00min: hora de voltar para o salão comunal
23h00min: monitoria

Já estavam na segunda aula de História da Magia. Hermione olhava atentamente o professor, e o que julgava importante, anotava em seu caderno. Harry apenas fingia prestar atenção na aula e Rony nem isso se dava ao trabalho. O ruivo estava deitado folgadamente na carteira, fungando baixo de modo que apenas Potter e Granger pudessem ouvi-lo.

Professor Binns, o fantasma, explicava os parentescos de Newt Scamander, um importante escritor da década de 50 como se alguém na sala prestasse atenção no que ele falava.

O término da aula foi anunciado pelo som abafado do sinal. Os alunos guardaram os livros na mochila e seguiram para a aula seguinte. Grifinória aos jardins, onde teriam aula de Trato das Criaturas Mágicas, com a Sonserina.

Juntaram-se, como de costume, na orla da Floresta Proibida. O gigante, após uma breve conversa de introdução, pegou uma gaiola e o mostrou para os alunos. Ali dentro, mostrava um pássaro verde-claro, calmamente em cima de um poleiro.

As meninas soltaram exclamações, a ave era realmente muito bonita.

- Isto é um fwooper, mais conhecido como fiuum. Existem muito deles aqui em Hogwarts, porém, poucos são vistos por preferirem as copas mais altas das árvores – Hermione analisava o animal da cabeça aos pés. ‘’Que criatura linda’’, pensava a morena – Suas penas são extremamente coloridas. Laranja, rosa, amarelo... Por isso, são muito utilizadas na confecção de canetas de luxo. Seus ovos também são de cores exóticas e vivas, sendo usados mais para a parte do artesanato. – fez-se uma pausa, pigarreou e continuou – O fiuum, porém, é mais conhecido como ‘Pássaro do Amor’. Dizem que quando um casal escuta o canto de um fiuum, significa que esse sim é um amor verdadeiro.

- Nunca ouvi tanta bobagem em uma aula só – comentou Malfoy tedioso no fundo da turma, baixo, de modo que apenas os alunos próximos pudessem escutá-lo.

- Cuidado, Draquinho, cuidado – comentou Zabine debochado – algum dia ainda te veremos apaixonado, e então você pagará com a própria língua.

Malfoy nem se deu ao trabalho de responder o comentário ridículo do amigo.


Após o almoço, Hermione e Rony descansavam embaixo de uma árvore. Conversavam sobre o passeio à Hogsmead no próximo sábado.

- Estou pensando em chamar Clarisse Mingneal para ir comigo, o que acha? – perguntou o ruivo.

- Aquela da Corvinal? – perguntou Hermione interessada – Acho ótimo, Ron! Já havia notado seu interesse nela – cutucou o amigo com o cotovelo, divertida.

- Não tem nada demais, Mione! – respondeu ele corando – Ela é apenas minha amiga.

- Ah, claro – ela respondeu pouco convencida.

- Se não quiser acreditar, não acredite! – ele disse por fim, cruzando os braços como uma criança teimosa de sete anos.

A castanha apenas riu em resposta enquanto repetia ‘’Acredito... ’’ para o ruivo.

Após a conversa voltaram para o castelo.

Aquele seria um dia lotado. A castanha teria que terminar o trabalho de Runas Antigas, descansar um pouco e depois ir para a reunião da monitoria.

Os monitores apenas poderiam ser alunos do sétimo ano. O aluno que mais se destacasse seria escolhido para ser o monitor. Ele que guiava os alunos do primeiro ano, que era responsável por garantir que todos os alunos estejam nas devidas casas antes das onze. Podiam também tirar pontos das casas e dar castigos. Mas para Hermione, o mais cansativo era fazer a ronda noturna. As onze horas da noite, quando todos já estavam deitados, os monitores são responsáveis por rondar todo castelo para garantir que nenhum aluno esteja fora da cama. A monitoria era sempre feita em dupla, para prevenir acidentes.

Como era início de ano, a reunião da monitoria daquela sexta seria para decidir as duplas, que seriam fixas até o final do ano.

Hermione terminara o trabalho de Runas Antigas por volta das 17h30min. Tomou um banho e dormiu um pouco. Acordou quase no horário do jantar.

Ao descer ao salão comunal, encontrou Harry e Rony conversando em uma poltrona perto da lareira. Chamou os dois e juntos desceram para o jantar.

- Quando começam suas aulas com Malfoy? – perguntou Harry tentando parecer indiferente enquanto se servia com carne.

- Semana que vem, logo na segunda – respondeu a morena colocando suco no copo.

- Ainda acho essa idéia ridícula – comentou Rony.

- Eu também – concordou a garota – mas não pude recusar, o que diria a McGonnagal? Um não curto e grosso?

- Nisso você tem razão – disse o ruivo – aquela mulher me dá medo.
Harry e Hermione riram do comentário do amigo.

- Mas não se preocupe – disse Granger animando os amigos – eu e Malfoy fizemos um acordo, nós apenas vamos fingir que estamos tendo aula, finalmente aquela doninha teve uma idéia decente.

- Vão enganar McGonnagal?

- Basicamente, sim.

- E o que vão ficar fazendo em uma hora? – perguntou Harry, franzindo o cenho.

- Ainda não pensei nisso – ela respondeu com um olhar distante.

- Sinceramente, prefiro saber que estão estudando do que não saber o que estão fazendo.

- Harry, eu já disse que não precisa se preocupar – disse ela encerrando o assunto – Eu sei me cuidar.

Após o jantar, Hermione despediu-se dos amigos.

- Preciso ir pra reunião da monitoria – disse ela já se levantando – vejo vocês amanhã.

O corredor estava vazio, pois a maioria dos alunos estavam jantando aquela hora. Na metade do caminho, ouviu passos atrás de si. Virou-se e avistou Malfoy a uns quinze metros de distância. Voltou seu olhar para frente e continuou andando, os passos de Malfoy ainda ecoando no corredor. Supôs que ele também estaria indo para a reunião da monitoria.

Chegaram os dois à sala. Hermione chegou primeiro e logo em seguida, o loiro seguiu seu gesto.

Hermione Granger era a responsável pela Grifinória, Draco Malfoy pela Sonserina, Emília Carmycle pela Corvinal e Arnold Grint pela Lufa-Lufa, todos já estavam sentados em seus devidos lugares e McGonnagal ocupava a ponta da mesa.

- Serei breve – começou a vice-diretora – Vocês serão divididos em duas duplas que serão sorteadas mais tarde. Uma dupla fará a ronda de segunda, quarta e sexta e a outra de terça, quinta e sábado. Domingo, os quatro farão a ronda, uma dupla do lado leste da escola e a outra, do lado oeste. A monitoria começa às onze horas e acaba a meia-noite. Qualquer aluno encontrado fora da cama durante a ronda deve ser levado para a diretoria imediatamente. – todos assentiram com a cabeça – Vamos formar as duplas então. – McGonnagal conjurou quatro papéis e separou dois deles para um lado, e dois para o outro, enquanto ela abria um, Granger implorava mentalmente que caísse com qualquer aluno, menos Malfoy – e a primeira dupla será formada pela senhorita Granger e... – abriu o outro lentamente, e no momento que ela abria, um fiuum passou cantando pela janela – e o senhor Malfoy – foi possível escutar um gemido de desânimo vindo de ambos os alunos, a vice-diretora ignorou – sendo assim, a outra dupla será a senhorita Carmycle e o senhor Grint. – os outros concordaram sem nenhuma relutância. – Granger e Malfoy, farão as rondas de terça, quinta e sábado, Carmycle e Grint as segunda, quarta e sexta, combinado?

- Combinado – responderam os quatro em coro.

- Mais alguma coisa? – perguntou ela, Hermione e Draco abriram a boca ao mesmo tempo, porém a professora foi mais rápida – Ótimo – ela os cortou – adoro quando todo mundo concorda.

Derrotados sem nem tem chances de reclamar, saíram da sala em silêncio sem nem ao menos olhar um na cara do outro.


Sábado, liberdade! Sem deveres, sem aula, sem professores. Hermione queria que aquele final de semana demorasse muito, muito a passar. Levantou tarde, tomou um banho e colocou uma roupa leve, fazia um calor insuportável lá fora.

Ela, Harry, Rony e Gina desceram para os gramados, afim de colocar o assunto em dia.

- Ficou sabendo da última, Gina? – perguntou o irmão.

- Não, não fiquei! – exclamou a garota em um misto de indignação com
curiosidade.

- Mione vai dar aulas particulares para o Malfoy – comentou ele entre risos.

O ruivo já tinha se conformado com a história e até zombava da amiga, porém, a cara de Harry fechava cada vez que tocavam no assunto. Hermione fez cara de desgosto.

- Mas não me diga! – respondeu a ruiva divertida – Por que essa cara, Mi? O Malfoy pode ser um arrogante e asqueroso, mas admita, ele é um gato! – a castanha revirou os olhos – Ah, vamos lá! Nunca viu o jeito que o cabelo dele cai sobre o olho? E aquela bunda? Merlim, está calor aqui ou sou eu? –

Granger apenas dava risada do comentário da amiga, e os garotos a olharam como se ela acabasse de declarar amor eterno à Snape.

- Espera um pouco, acho que vou ali me jogar da Torre de Astronomia – disse Harry levantando-se, arrancando risos dos demais.

- Me leva junto, cara – disse Rony também se retirando.

As meninas riram e continuaram sentadas na grama, conversando até a hora do almoço que não demorou a chegar.

Pela tarde, Hermione aproveitou para adiantar os deveres, e Harry e Rony aproveitaram para copiar a lição da amiga. Terminaram um pouco antes das quatro, descansaram e desceram para o jantar.

Por volta das nove, recolheram-se para o salão comunal. Hermione deitou-se em sua cama e pediu mentalmente que aquele final de semana se arrastasse o máximo possível.


‘É amanhã’ – foi a primeira coisa que pensou ao abrir os olhos naquela manhã de domingo. Acordou tarde e tomou banho. Ao descer para o salão comunal, não encontrou Harry e Rony, e supôs que os dois já teriam descido para o café. Foi sozinha para o Grande Salão e encontrou os amigos já terminando o café.

- Aleluia! – exclamou Rony exagerado – Já iríamos chamar Dumbledore, o que deu em você?

- Só dormi um pouco mais – disse a Castanha sonolenta.

- Um pouco? – comentou Harry, divertido.

Ela deu uma risada pequena e sentou-se com os amigos. Mesmo já tendo terminado o café, eles ficaram fazendo companhia para ela.

Saíram os três juntos e resolveram encontrar Gina. O trio não tinha muito tempo para conversar com a ruiva durante a semana, pois nos horários livres, passavam a maior parte do tempo fazendo trabalhos, deveres ou estudando para os N.I.E.N.’S, que já estavam chegando, ou então, descansavam. Mas aproveitavam os finais de semana para colocar o papo em dia com Gina, pois apesar de tudo, eles ainda eram bons amigos.

Conversaram com Gina até a hora do almoço. Por volta das duas da tarde resolveram visitar Hagrid. As aulas já tinham começado há duas semanas e eles não encontraram o gigante fora do horário de aula em dia nenhum.

O trio desceu até a cabana de Hagrid que ficava ao lado da Floresta Proibida.

- Ah, que bom ver vocês! – exclamou ele ao abrir a porta e encontrá-los. – pensei que não me visitariam!

- Estávamos com saudades também, Hagrid – disse Harry com um sorriso aberto, logo sendo seguido por Rony e Hermione.

- Entrem, entrem, não vamos ficar conversando na porta!

Harry, Hermione e Rony adentraram a humilde cabana do guarda-chaves e sentaram-se ao redor da mesa.

- Conte-me, como vai a escola? – perguntou enquanto servia chá nas xícaras que mais pareciam baldes.

- Ótima! – exclamou Rony – Perceberam? Snape não tirou muitos pontos da Grifinória, copio todas as lições da Hermione e acho que estou indo bem.

- É... Vai bem... – falou Harry não muito convencido.

- Péssimo! – disse a garota apoiando a cabeça entre as mãos, Rony deu uma gostosa gargalhada. Hagrid os olhou com uma expressão interrogativa.

- Mione vai dar aulas particulares para Malfoy – disse ele em meio de risos. A castanha o fuzilou com o olhar e ele cessou as risadas rapidamente.

- Vai sair espalhando isso para os quatro cantos de Hogwarts, Ron?

- Hogwarts tem apenas quatro cantos? – perguntou ele perplexo.

- Esqueça, Ron, esqueça. – Hagrid ainda os olhava – Resumindo, Malfoy está muito mal nos estudos, e eu terei de ajudá-lo.

- E por que você?

- Sinceramente não sei – ela disse inconformada – Mas eu e Malfoy fizemos um acordo, já que nenhum dos dois quer fazer isso, apenas fingiremos que estamos estudando, ninguém descobrirá.

- Não gosto dessa idéia – Harry interveio – onde vocês vão ficar no tempo em que eram pra estar estudando? O que vão fazer? Vão estar juntos?

- Não sei, Harry – ela disse – não combinei os detalhes com Malfoy ainda.

- Fiquem na sala precisa – sugeriu Ron – ninguém poderá entrar e não saberão o que estão fazendo.

- Ótimo! – ela disse – conversarei com ele.

- Melhor irmos – disse Harry consultando o relógio – já está ficando tarde.

Despediram-se do gigante e voltaram ao castelo.

Granger decidiu que falaria com Malfoy antes do jantar, ficaria esperando-o na porta do grande salão para combinarem o lugar.

- Podem ir – disse a castanha para os dois amigos – alcanço vocês depois.

- Por quê? – questionou Harry, mas foi puxado para a mesa da Grifinória por um Rony impaciente. Hermione agradeceu mentalmente o gesto do amigo, não seria nada agradável explicar a Harry o que faria.

Malfoy chegou, e para a sorte de Hermione, sozinho.

- Malfoy! – chamou ela, e o outro mexeu na orelha para certificar que estava ouvindo direito. Ele se encaminhou para a direção dela.

- Fale logo, Granger, estou com fome.

- Só quero te avisar para não esquecer de nossas aulas amanhã, as 20h00min, em frente a sala precisa.

- Onde é a sala precisa? – perguntou ele, com ar interrogativo.

- Nos encontramos no pátio, e vamos para a sala – ela respondeu, não seria fácil entrar na cabeça loura onde era a sala.

- No pátio? Enlouqueceu? – ele perguntou, perplexo – Não vou sair no pátio com você!

- Em frente a sala de poções então.

- Ótimo!

Hermione nem se deu ao trabalho de responder, e deixou o outro na porta do salão e foi jantar.

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N/A: geeeente, *-* JISJAISJIA minha primeira FIC D/Hr :D bom , eu gosto dela , mas preciso da opinião de vocês! Críticas , elogios , sugestões e afins sempre serão bem-vindas !
beijos ;* , A.M. :D

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