Reencontro inesperado



Capítulo 1 – Reencontro inesperado

Cinco anos se passaram desde a queda de Voldemort. Quatro anos se passaram desde a sua formatura em Hogwarts. Hoje, com vinte e três anos, Hermione Granger divide um apartamento na zona Muggle de Londres com os seus dois melhores amigos. Até mesmo depois de “crescidos”, o Trio de Ouro se mantém inseparável.

Harry pouco mudara: crescera alguns centímetros, os seus músculos tinham ficado mais definidos (também pudera, com os treinos de auror tinham mesmo que ficar), mantinha uma barba de três dias e os cabelos desalinhados, o que formava uma antítese perfeita: homem com ar de menino, sendo, ainda hoje, um dos homens mais cobiçados no mundo mágico. Devido a toda esta fama, o seu namoro com Ginny não durou mais que um ano e meio, depois da guerra terminar. Graças não só ao seu empenho, como também à sua fundamental participação na guerra que ameaçava o mundo mágico, em menos de seis meses, ascendeu ao cargo de Auror-Chefe, o que o punha no topo da “cadeia alimentar”. Claro que havia as suas desvantagens: as diversas missões que tinha de coordenar faziam com que permanecesse, muitas vezes, mais de dez horas no Ministério da Magia; as participações que fazia nas mais variadas convenções obrigavam-no a viajar quatro a cinco vezes por ano; os julgamentos nos quais era chamado a depor no Wizengamot gastavam-lhe muitas horas que deveriam ser dedicadas ao sono e muitos litro de café, que se mostrava mais eficiente que as poções para não adormecer.

Ron, por sua vez, tinha-se tornado num grande jogador de Quidditch, mas precisamente keeper dos Chudley Cannons. Ainda agora, quando ele joga, se pode ouvir, das bancadas, a famosa canção Weasley é nosso rei, não com o sarcasmo e a arrogância de outrora, mas com orgulho, como um grito de guerra. Claro que tanto desporto só podia fazer maravilhas naquele corpo que um dia foi magricela: pernas perfeitas, abdominais definidíssimos, braços de fazer qualquer miúda correr para eles, costas magníficas em forma de Y. Enfim… Não que o Harry também assim não fosse, mas o Ron foi o que mais mudou ao atingir o final da adolescência e o início da vida adulta, já para não falar nos largos centímetros que Ron superava ao Harry, no que diz respeito á altura. Como grande jogador que é, viaja por toda a Inglaterra (principalmente), levando o Harry, sempre que possível, pois o moreno continuava a gostar muito de Quidditch. Tinha namorado com Luna durante três anos, relacionamento que terminou quando ela se mudou para África à procura de criaturas exóticas. Como não partilha esta paixão pelo desporto com os amigos, Hermione ficava várias vezes com o apartamento por conta dela.

Flashback


- Mi, vou ter jogo daqui a dois dias. Queres vir assistir?

- Não, Ron. Eu não gosto de
Quidditch. E para além disso não posso abandonar os meus pacientes.

- Anda, Mi! São só dois dias. Sim?

- Não posso, Harry! Vão vocês.

- Mas… - Mas nada! – cortou-os Hermione. – Ponham-se andar senão tu – apontando para Ron – vais chegar atrasado. Boa sorte! – disse dando um beijo estalado na bochecha de cada um, antes de aparatarem.

Fim de Flashback


Curandeira dedicada, à pouco mais de um ano, no piso quatro do Hospital de São Mungo de Doenças e Lesões Mágicas, Hermione dedicava-se a pacientes que possuíam danos causados por feitiços. Mas assim como os seus amigos, aquela menininha tinha passado de patinho feio a um bonito cisne: corpo atlético, graças ao jogging que fazia diariamente; pernas esguias; coxas definidas; ancas invejáveis; cintura fina; seios fartos, mas sem exagero; cabelos encaracolados e domados, graças a uns produtos Muggles fantásticos; os mesmos olhos cor de mel e a mesma boca rosada, como quem espera por um beijo. Assim se tornou Hermione, que depois de tantos anos a esconder o corpo por baixo do escondida debaixo do uniforme dos Gryffindor, o continuava a fazer agora com o uniforme branco do hospital.

* * *

Dia 09 de Fevereiro, 16h de uma tarde chuvosa, como muitas outras, em Londres.

As gotas de chuva batiam fortemente nas janelas do hospital salpicando tudo em redor, que também já estava molhado. Hermione encontrava-se no bar do Hospital a comer um lanchinho, já que não tinha tido tempo de almoçar, como tantos outros dias. Enquanto devorava uma sandes de compota e um iogurte líquido, passava os olhos pela mais recente aquisição para a sua biblioteca pessoal: um livro de poesia, com os mais belos poemas de amor de vários escritores Muggles.

Love is a fire that burns unseen, [Amor é um fogo que arde sem se ver,]
a wound that aches yet isn’t felt, [é ferida que dói, e não se sente;]
an always discontent contentment, [é um contentamento descontente,]
a pain that rages without hurting, [é dor que desatina sem doer.]

A longing for nothing but to long, [É um não querer mais que bem querer;]
a loneliness in the midst of people, [é um andar solitário entre a gente;]
a never feeling pleased when pleased, [é nunca contentar-se de contente;]
a passion that gains when lost in thought. [é um cuidar que ganha em se perder.]

It’s being enslaved of your own free will; [É querer estar preso por vontade;]
it’s counting your defeat a victory; [é servir a quem vence, o vencedor;]
it’s staying loyal to your killer. [é ter com quem nos mata, lealdade.]

But if it’s so self-contradictory, [Mas como causar pode seu favor]
how can Love, when Love chooses, [nos corações humanos amizade,]
bring human hearts into sympathy? [se tão contrário a si é o mesmo Amor?]


Sonhadora. Eis o que ela é. Sonhava que um dia ainda ia viver o seu conto de fadas, junto do seu príncipe encantado. Perdida nos seus pensamentos, regressa à realidade quando uma coruja branca, que ela tão bem conhece, pousa na mesa, a pingar água por cima da sua maçã.

- Hedwig! Que susto! – A coruja piou, como quem pede desculpa. – O que trazes aí? – disse-lhe Hermione, ao mesmo tempo que tirava o pergaminho impermeável da pata da ave. – Toma um bocadinho da minha sandes, mas não digas ao Harry, se não ele mata-me por te dar doce. A coruja comeu vorazmente o pedacinho da sandes com doce antes de partir.

Querida Mione,

O Ministro acabou de me avisar que tenho uma missão na Nova Zelândia. Parece que um grupo de jovens bruxos querem seguir as passadas de Voldemort, mesmo apesar dele já estar morto. Vou já para lá e só devo voltar daqui a um mês. Sei que o Ron está na Rússia, por causa de um encontro para jogadores de
Quidditch, mas ele não deve demorar mais que uma semana a voltar.
Custa-me muito ir e deixar-te sozinha, mas sabes que tenho mesmo de ir antes que a situação fique ainda mais crítica. Não sei se sabes, mas tem havido diversos ataques a monumentos
Muggles que, segundo as nossas fontes, foram causados por eles. Prometo voltar assim que for possível.

Beijinhos, Harry


“Custa-me muito deixar-te sozinha? Este Harry não existe!” gargalhou ela sozinha, após enrolar o pergaminho. “Até parece que sou alguma criança.” Hermione olhou para o grande relógio de parede do Hospital. 16h30. “Já só falta meia hora para o meu turno terminar. Meia hora para ficar encafuada naquelas quatro paredes a que chamamos de apartamento”, suspirou.

* * *

- EU QUERO SER ATENDIDO PELA GRANGER!

- Meu senhor acalme-se. De momento ela está ocupada. Deixe me ver os seus ferimentos.

- NÃO ME TOQUE. EU JÁ DISSE QUE QUERO A GRANGER!!

Hermione ia a descer as escadas em direcção ao seu consultório quando ouviu uma gritaria, que por sinal envolvia o seu nome.

- O que se passa, John? – perguntou ela ao curandeiro que tentava acalmar um paciente.

- Hermione este paciente só quer ser tratado por ti.

- Deixa estar. Eu cuido dele. – disse ela com um sorriso. “Assim é menos tempo que passo naquela casa sozinha.” – Então diga lá o que o trou… Malfoy?

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