O Amor em Mim - Capítulo único

O Amor em Mim - Capítulo único



Os dias se passavam, as pessoas aproveitavam-nos. Eu não. Minha vida parou, eu morri. Morri de angústia, desgosto. Meu corpo vagava pela aquela escola, sem rumo. Eu assistia às aulas, mas não conseguia me concentrar. O meu medo fluía pelas minhas veias involuntariamente. Meu coração batia por bater. O meu amor foi despedaçado, dilacerado, arrancado de mim como uma criança arranca uma pétala de uma flor. Eu me senti completamente inútil, sem vida. Eu tinha duas opções, uma escolha, e aquilo me roía por dentro, destruía o meu interior. Aos poucos, fui me tornando um ser não mais prestativo. Aquela tortura estava acabando comigo. Eu iria morrer, mas eu já estava morta.

- Lily? – o primeiro a falar comigo, depois da minha explosão de fúria, foi Snape.
- Oi, Sev.
- Você já decidiu? Entre mim ou Potter?
- Definitivamente não. Não me peça para fazê-lo agora, Severus. Não me destrua mais. – disse com lágrimas nos olhos.
- Só quero que saiba que eu ainda te amo, independente de qualquer coisa.
- Mas... Sev, nós nunca, nunca tivemos algo mais sério do que uma amizade, você sabe disso.
- Eu sei. Mas não quero te dividir com ele.
- Isso é egoísmo, Sev. Aprenda que eu não sou sua propriedade particular – e corri dali, o mais rápido que pude.

Só faltava essa. Ficar me cobrando uma resposta. Já era difícil para mim, conviver isolada, tentando chegar a uma decisão. Aquela angústia tinha que sair de mim, tinha que sair, tinha que sair. Eu não iria agüentar. Me mata, me mata, me deixa arder nas chamas do inferno. Mate-me, pois mataram o amor em mim.

Eu amo James. Eu amo Severus. Cada um de uma forma diferente. Eu posso amar os dois, e ser correspondida. Mas eles não se aceitam, eles não aceitam ter que me dividir. Amor ou amizade? Razão ou coração? Merlin, me mande uma resposta, diga-me o que devo fazer. Não me torture mais, eu imploro, eu imploro. Não faça de mim escrava dessa escolha. Eu já aprendi, já aprendi que há coisas piores do que a morte.

Não quero escolher. Mas isso já é uma escolha. Não quero nem um, nem o outro, quero os dois. Estava disposta a dar a notícia. O grande castelo não iria me atrasar. Andei rápido, procurando James. Uma pessoa tentou falar comigo, mas eu não pude responder, segui em frente. Salão Comunal – nada. Salão Principal – nada. Saí pelos jardins e andei pela margem do lago. Percebi um movimento atrás de uma árvore. Apesar de estar decidida a procurar Potter, minha curiosidade foi maior, fui ver o quem estava ali. Andei, ainda distante da árvore, em volta dela para ver o sujeito. Quando finalmente vi, meus olhos saltaram das órbitas. Era James. Era James agarrando uma garota! Uma desclassificada qualquer. Corri, irritada, em direção deles. Puxei James por um braço que, ao me ver, mostrou-se incrédulo.

- Desculpa atrapalhar o momento de vocês – disse irônica -, mas eu preciso muito conversar com seu namorado, tudo bem, bonitinha?
- Tá – disse a menina, boquiaberta.

Potter e eu fomos para longe da árvore, junto à margem do lago. Um ódio profundo percorria pelo meu corpo, adentrava pelas minhas entranhas. Como ele fora capaz de fazer tal coisa? Como ele foi capaz de me trair? Por que eu pude acreditar, algum dia, em James Potter? Eu sou muito burra, tapada. Severus tinha razão. Eu deixei o meu amor platônico tomar conta do meu ser e me cegar. Eu quero morrer. Lula gigante, engula-me. Mastigue-me e cuspa meus ossos. Pobre Lula gigante, nem ela conseguirá me engolir.

- POTTER, EU PENSEI QUE VOCÊ HAVIA MUDADO! – berrei – Pensei que realmente gostasse de mim. – disse mais serena.

Ele enxugou uma lágrima solitária que eu deixei escapar. Eu não poderia chorar agora. Não agora. Eu tinha que permanecer firme. Tinha que fingir que não me importava se ele me trocasse por qualquer uma. Eu precisava esquecê-lo. Sai, James, sai do meu pensamento, seu idiota. Eu odeio você, simplesmente odeio.

- Lily...
- Cala a boca, Potter!
- Deixa-me... explicar!
- VOCÊ QUER EXPLICAR? – explodi – EXPLIQUE PARA A LULA GIGANTE! – e o empurrei com toda a minha força para dentro do Lago Negro.

Voltei para o castelo, e pude ouvir, ao longe, as vozes de James e sua namoradinha, berrando, suplicando ajuda. Bem feito, otário. Aprenda a não mexer tanto com os sentimentos de Lily Evans. Agora, me sinto traída. Por James, pela garota, pelo amor, por mim. O que farei? A única pessoa que pode me consolar, agora é Snape. Snape! É isso. Precisava encontrá-lo urgentemente. Corri diante dos corredores frios de pedra. As lágrimas saiam com ainda mais facilidade, devido ao vento que vinha contra meu rosto, em minha corrida. Deparei com o dito cujo perto do Salão Comunal da Grifinória.

- Lily... Por que está chorando? – perguntou ele, mostrando total preocupação.
- O que está fazendo aqui? – eu ignorei sua pergunta.
- Estava te procurando. Agora responda minha pergunta!
- Sev... James... eu... – eu pulei em seus braços e o beijei, intensamente.

Foi um beijo macio, sufocando toda a dor que eu sentia. Confortante, porém não prazeroso. Bom, mas sem amor. Apesar de gostar, senti nada. Não senti o mesmo quando James me roubou um beijo. Mas me senti feliz. Em desabafar toda a minha vida num beijo. Num beijo que não envolvia amor, mas sim caridade da parte dele e medo, da minha. Ele me abraçou com todo o respeito. Pareceu gostar do meu beijo, talvez até mais que eu. Ele sim me amava, ele sim é merecedor do meu coração. Ele merece todo o meu amor, todo para ele. Ele me merece desde a cabeça aos pés. Ele sim me ama de verdade. E é com ele que ficarei, lutarei e até morrerei. Ele será o novo amor da minha vida. Isto é absolutamente uma ordem.

- Lily... Eu não posso acreditar! – Snape disse e eu ri de seu espanto.
- Eu quero você, Sev, só você!
- O que deu em você? – ele permanecia espantado com meu beijo que, até onde sei, foi seu primeiro.
- Por que reclama? Se quiser te dou um tapa e vou embora.
- Não, não, Lily, fique, eu também quero você, eu preciso de você, estou viciado em você. Eu sei, é difícil para mim, dizer isso, apesar de você já saber.
- Eu não quero saber de nada, quero amar você. E eu vou conseguir!

Nos beijamos de novo e mais uma vez não senti o calor arder no meu interior, não senti meu coração palpitar aceleradamente, enlouquecido. Severus era minha anestesia, James, minha cura. Fosse assim, prefiro permanecer doente, até o resto da minha vida, dependente do meu remédio, Severus Snape.

***

Os dias passaram-se lentos demais. Ainda mais do que antes. Severus não era sinônimo de felicidade assim como era James. Não queria mais lembrar esse segundo. Aquele idiota, incompetente. Ele não merece uma gota do amor que tenho. Logo ele, que atirou em meu coração e, durante dias, senti o sangue escorrer desse, de uma forma dolorosa. Toda a dor que senti acidentando-me não era párea para a dor do amor, que eu sentia agora, que é incurável.

Sev pareceu sentir que eu não me sentia bem do lado dele. Apesar de odiar James, sempre entendeu que é ele quem eu amo. Mas ele continuou firme, do meu lado, me apoiando e mostrando-se interessado em me ajudar, em me trazer de volta para a vida. Eu precisava dele, como um dependente precisa de entorpecentes, como os vegetais precisam de luz e calor, como eu preciso de James. Eu preciso dos dois. Mas é estranho pensar que o fato de eu precisar Severus é uma conseqüência de eu precisar de James. De qualquer forma, meu futuro chama-se, a partir de agora, Severus Prince Snape.

Eu preferia morrer, isto é um fato. De que adianta respirar? Eu estou condenada a viver muitos e muitos – dolorosos – anos. E só de pensar nisso, eu já sentia borboletas em meu estômago. Eu quero James para mim, somente James.

- No que está pensando, meu amor? – Snape surpreendeu-me, com as mãos para trás, escondendo-me algo.
- O que está segurando? – mas uma vez ignorei a pergunta dele.
- Para você. – disse ele entregando-me um lindo buquê de rosas vermelhas.
- Ah, obrigada, Sev, realmente obrigada. – disse, já não segurando minhas lágrimas que insistiam em cair.
- Você é a melhor namorada do mundo!
- E você é o mais doce, meu Sev. Eu quero permanecer ao seu lado até o último dia de minha vida. – minhas palavras saíram em tom de súplica.

Não era totalmente mentira, tinha muita verdade. Os olhos dele brilharam. E eu me senti culpada por, talvez, estar iludindo-o. Mas eu senti que ele acreditou e eu me convenci que esse era meu destino. Eu estava prescrevendo-o. Era meu novo castigo, a prisão que iria me dizimar. Eu me senti presa dentro de mim. Temi não me libertar. Senti vontade de berrar, colocar tudo para fora. E achei que era o melhor a fazer.

Saí do castelo, ignorando a próxima aula – Defesa Contra as Artes das Trevas – e fui até a orla da Floresta Proibida, até onde eu tinha certeza de que ninguém me escutaria. Respirei fundo e abri meus pulmões – gritei o mais alto que pude, colocando tudo aquilo para fora. Um grito cortante, de dor mesclada com medo e mais uma pilha de coisas que eu sentia. Gritei mais. E mais. Sentei no chão e não segurei nem sequer uma lágrima. Deitei-me no chão de terra, sem importar-me com o estado que meu cabelo ficaria depois. Ali eu chorei, chorei e chorei. Senti um profundo alívio e uma sensação de que estava ficando louca. Dormi.

Acordei, extasiada, lembrando pouco de como eu havia parado ali. Estava na Ala Hospitalar e Severus segurava minha mão firmemente, apertando-a. Quando ele percebeu que eu estava acordada – tão rápido quanto pude raciocinar –, ele chamou pela enfermeira. E me perguntou:

- Você está bem, Lily?
- Me sinto fraca. – foi o que respondi.
- O que deu em você? Eu te espiei pela janela do castelo e vi que você foi até a orla da floresta. Depois não pude mais te ver. Você não voltou e eu fui te procurar. Não faça mais isso, Lily, não me mata de susto.
- Desculpe, Sev, me desculpe por isso.
- Ela acordou? – perguntou Madame Pomfrey.
- Sim. – respondeu Snape.
- Ótimo. E você, rapazinho, precisa voltar para sua aula.
- Não! Eu fico.
- Vá, Sev, não se prejudique por minha causa. E estou realmente bem.
- Não, Lily, não saio daqui enquanto você não tiver totalmente recuperada.
- Não se preocupe, meu amor. Eu estarei bem. Obrigada por tudo. – e eu apertei sua mão ainda mais forte.

Ele saiu contra sua vontade. E eu fiquei ali, deitada, com os olhos fechados, pensando. Severus fora tão prestativo, importou-se tanto comigo. Ele é quem eu preciso e quem eu quero. Ele não me faz sofrer como James o fez. Ele só me traz alegrias, felicidade. Eu o amo. Então é com ele que eu quero, preciso e vou ficar. Eu te amo, Sev. Com todo o meu coração. De toda a minha simplicidade. Eu preciso de você, só de você.

Recuperada, eu tentava passar a maior parte possível do meu dia ao lado de Sev. Era reconfortante. Ele era sempre tão polido. Era minha jóia, minha preciosidade, meu ar. O meu incentivo à vida, meu caminho para a felicidade eterna. E do lado dele que eu quero ficar. Para sempre.

***

Passaram-se anos. E eu estava realmente bem ao lado de Severus. Ele era, a cada momento, mais e mais compreensível comigo. Me entendia como ninguém! Aceitava tudo o que eu dissesse, sem se opor, sem reclamar. Era a pessoa perfeita para mim. Eu já nem lembrava mais o nome dele. Apaguei todo o meu passado. Confesso que ele demorou a sair dos meus pensamentos. Foi preciso esperar fabricarem a borracha para que eu pudesse comprar e enfim, acabar com tudo aquilo em minha mente. Eu me sentia radiante em ter conseguido esse feito.

Apesar de tudo, da minha vida pronta e decidida, eu não pude deixar de notar que Severus, meu Sev, andava meio estranho. Sempre com um ar mais misterioso do que o normal, fazendo-se suspense a todo o momento. Algo de errado estava acontecendo com ele e eu precisava descobrir. Tentei tocar no assunto duas vezes. Ele logo inventou qualquer outra coisa, mudando o rumo da conversa. Estava, agora, com olheiras arredondadas e arroxeadas sob seus olhos. Será que ele tornara-se um vampiro como Edward Cullen, do livro trouxa de ficção cujo sou apaixonada? Não, não, não. Este livro é apenas ficção. Os vampiros reais são diferentes destes. Não deixarei um livro influenciar-me. Até porque a trouxa, Stephenie Meyer só escreveu este livro para agradar os trouxinhas e fazê-los acreditarem que vampiros existem. Mal sabe ela que vampiros realmente existem.

Outro pequeno detalhe que não deixei escapar é que toda quinta-feira, à noite, ele sumia e dava sempre uma desculpa mais esfarrapada que a outra. Será que ele estava me traindo? Eu não podia passar por isso de novo. A dor da traição supera qualquer outra. Contudo, eu não podia acusá-lo sem provas. Eu nem ao menos tinha certeza de que era traição. Eu precisava descobrir, de qualquer forma. E eu já sabia o dia em que isso aconteceria – na próxima quinta-feira.

E assim foi. Na quinta seguinte, lá estava eu, pronta para seguir Snape. Ele passou rapidamente em casa, me deu um beijo e saiu. E o segui, saindo pela porta dos fundos e deixando as luzes da sala acesas. Era noite e a minha roupa preta camuflava-se no meio da escuridão. Severus andava a passos largos e eu quase corri para acompanhá-lo distante o bastante para que ele não me percebesse. Ele não iria longe, senão, teria aparatado. Ou então ele está indo a um local com muitos trouxas. De qualquer forma, era melhor para mim, posso segui-lo.

Ele virou numa rua ainda mais escura e estreita, iluminada somente pela luz do luar. Dirigiu-se a uma casa cujo portão era de ferro trabalhado. Eu fui atrás e, com um feitiço que me deixaria invisível por apenas uma hora, entrei.

A casa era estranhamente sinistra e familiar. Parecia realmente a casa de um vampiro de ficção – não as dos Cullen, que era inteiramente branca. De qualquer forma, me senti desconfortável por estar ali. Severus andava, sem parar, por um longo corredor. A capa dançando conforme ele dava seus passos ligeiros. A pouca luz vinha de uma lareira quase apagada, ao longe. No corredor em que passávamos, havia várias portas. Tão estranhas quanto o resto da casa. A minha única vontade agora era abraçar Snape. Mas eu desconfio dele. Onde estaríamos agora? Numa casa de eventos? Será que pela porta que ele entraria encontrar-se-iam garotas de programa? Apesar de dúvidas e de idéias mirabolantes cursando um longo caminho em minha cabeça, segui.

Ele entrou na penúltima porta à esquerda e eu o repeti rapidamente, antes que fechasse a porta. Na sala, havia uma lâmpada que descia do teto, por um fio tão longo que se tornava alcançável. Debaixo da iluminação, uma mesa com cadeiras e cadeiras com pessoas. Pude reconhecer uma delas, de cara, e não gostei – era Lucius Malfoy. E, ao fim da mesa, uma figura intensamente perturbadora, capaz de me arrepiar inteira – Lord Voldemort.

O pânico fluiu pelas minhas veias e tive que sufocar um gritinho agudo que estava prestes a dar. Lágrimas despencaram dos meus olhos sem que eu as contivesse. Será que eles matariam meu Sev? Eu estava chorando desesperadamente, segurando-me para não soluçar. Severus permaneceu firme a sentou, frio, em uma das cadeiras.

- E então, Severus, fez o que lhe pedi? – a voz fria e gélida invadiu minhas entranhas como fogo ardendo em chamas.
- Fiz, Milorde, exatamente como me foi solicitado.
- Ótimo. Você é um dos meus melhores servos, Severus, tenho que admitir. Enquanto outros não parecem se importar comigo. – e ele olhou para um pequeno e gorducho homenzinho ao seu lado: Peter Pettigrew.

Tudo aquilo girou em minha mente e eu tive uma terrível ânsia de estômago. Sentei no chão e fiquei ouvindo toda aquela conversa. Cada vez mais me matando por dentro. Meu Sev... Severus... Snape era uma Comensal da Morte e estava prestando serviços a... a... a... VOLDEMORT! Esse nome me deixa absolutamente constrangida. Eu estava num mesmo aposento que ele. Isso era constrangedor. Meu marido, o homem que eu amava, profundamente, estava se envolvendo com o lado das trevas. Por que ele não me disse? Por que ele fez isso? Eu não podia acreditar, eu não podia engolir essa história. Eu precisava fazer algo. Eu não podia.

Os minutos foram-se, lentamente. Cada segundo me doía, cada milésimo. Eu acreditava que tudo aquilo seria uma mentira, apenas. Mas não. Era verdade. A verdade é tão severa, tão maldosa conosco. Esta foi uma apunhalada, para mim. E a única hora que tinha para me acertar, mais e mais, matando-me por dentro acabou. E para não ser descoberta, tive que aparatar. Fui para casa, decidida do que iria fazer.

Subi até nosso – que palavra dolorosa – quarto. Peguei um pergaminho e tinta. Desci, novamente, para a sala, sentei-me à mesa e escrevi:

Caro Snape,

Por que não me contou antes? Por que você fez o que fez? Por que se juntou à Você-sabe-quem? Por quê?
Você não tem sequer nenhum pingo de consideração comigo? Como foi capaz de fazer isso?
Eu quero que saiba que eu o segui e descobri da forma mais dolorosa o possível. E também que eu mesma me matei, por descobrir este fato, que mudou a minha vida – ou morte. Fiz questão de me matar na montanha, que nós fazíamos nossos piqueniques. Fiz questão de me atirar daquele penhasco que nós observávamos ao longe.
Não corra, Sev, quando você ler esta carta, eu já estarei morta e arderei nas chamas do inferno. Você pode sentir o cheiro do meu sangue? Escorrendo pelo meu corpo. O sangue que você pode beber, seu vampiro inútil. Voldemort te transformou neste ser que não tem nome. Você é um completo idiota.
E se você me ama ou algum dia amou, saiba que eu vou me matar por você. Você, indiretamente, me matou.
Obrigada, Severus, por acabar com a minha vida e destruir meus sonhos de ser uma mulher feliz.

Lily Evans


Chorando ainda mais que antes, aparatei até o penhasco. Inspirei e expirei. Era doloroso demais para mim. A minha vida já estava perdida. Eu fora tão feliz por tão pouco tempo. Eu não merecia continuar vivendo. E como a minha morte fora tão adiada, desde sempre, aqui estava eu para acabar de vez com o meu ser. Fosse para onde eu fosse, seria melhor do que aqui.

Por que não existe um homem como Edward Cullen? Por que Snape transformara-se em um Comensal da Morte? Mal eu sabia, antes de morrer, que ele era um espião de Dumbledore, e que estava do lado do bem.

Se a vida não tinha mais graça, por que viver? Por que sofrer? Era melhor acabar com tudo antes que as conseqüências fossem ainda piores. Mas eu hesitei. Será que algum dia eu serei feliz? E se eu cair e não morrer? Sofrerei demais de tanta dor. Então, já desistindo da idéia, dei um passo à frente para observar a altura. A rocha cedeu-se e eu quase caí, desequilibrando-me. Era muito alto, realmente.

E então, o impulso foi maior. Meu grito cortou o ar. Um grito de desespero e muito medo. Senti o vento bater contra mim como a vida tinha feito comigo. Pulei, me joguei, senti um desespero horrível. Não dava mais para voltar atrás. Gritei:

- SEVERUS SNAPE, EU TE AMO E VOU TE AMAR PARA O RESTO DA MINHA MORTE.

E pensei em Sev, intensamente. Eu estava morrendo, chegando ao fim e, quando toda aquela descida terminou, eu bati de cabeça numa pedra. Morri.

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