Four




Cap. Four - Irresistível



AVISO!
Esse capítulo contém cenas NC. Eu tentei fazer elas ficarem leves, mas ia perder um pouco o sentido. E eu gosto de NC, não usei palavras xulas nem nada disso. Se você gosta, lê, se não gosta, quando ver que tá começando a ficar quente demais, dá só uma lida por cima até ver que a barra tá limpa. Okays? Beijos então meninas e enjoy"

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- Bom dia flor do dia – Uma voz disse muito perto de mim e eu senti um cheiro delicioso de café, misturado com um aroma suave de flores. Sorri e me espreguicei, abrindo os olhos logo depois.

- Você vai me acostumar mal, Potter – Eu disse me sentando na cama, vendo aquela bandeja farta de café da manhã – Amos não faz essas coisas. – Peguei um pedaço do bolo de milho e comecei a comer devagar. Ele somente sorriu, sentado na borda da cama.

- Não faz porque é um tonto. Mas eu falo com ele quando agente voltar – “Quando agente voltar”, essas palavras ecoaram na minha cabeça, e eu senti que fiquei séria e tensa de uma hora para outra.

- Lily? Toda a vez que eu falo nisso você fica toda tensa, toda séria. Tem certeza que quer que esse casamento seja assim tão rápido, tão precipitado? – Ele perguntou preocupado.

- Não é precipitado. Você não sabe nada, Potter. – Respondi ríspida, colocando um quadradinho pequeno de torrada na boca.

- Mas nada vai ser como você quer. – Potter insistiu, me observando com cautela. Como se fosse correr desesperadamente á qualquer movimento brusco que eu fizesse.

- E daí? Isso não importa. Não quer dizer que eu não vá gostar – Repliquei rapidamente.

Rápido demais.

- Quer me contar o que está acontecendo? -A voz dele ficou mais grossa, isso é sinal de que está exasperado.

- Ah, qual é, vai dizer que Remo não te contou nada? – Ele fez cara de desentendido, e eu suspirei.

- Certo, veja você mesmo, mas antes jure para mim que não fará nada – Ele assentiu com a cabeça e eu retirei a memória da minha cabeça, colocando num vidrinho. Ele então entrou e voltou logo, indignado.

- EU NÃO ACREDITO QUE AQUELE DESGRAÇADO FEZ ISSO! – Ele se levantou furioso da cama. – Lily, por que não me contou? POR QUE NÃO ME CHAMOU? Droga... Eu teria feito alguma coisa, qualquer coisa. Você podia... Você realmente podia estar machucada agora! – Percebi que ele explodiu sim, mas não deu nenhuma menção de agressividade. Não como Amos fez.

- Certo, poderia, mas não estou. Ponto final. Eu ainda estou pensando nisso. O perdoei, mas não consegui esquecer aquilo – Eu disse e ele se sentou novamente.

- Mas é lógico. Ninguém conseguiria – Ele comentou com desprezo, e eu o repreendi com o olhar.

- Mas eu o amo e o perdoei. E assim esse assunto fica enterrado aqui, okay? – Pedi e ele assentiu, contrariado.

- Coma o seu café logo então. Vamos fazer uma caminhada com os instrutores hoje – Ele me disse e eu notei que ele vestia roupa de corrida.

- Você ta engraçado vestido assim, sabia? – Eu disse rindo dele, e ele fez cara de “engraçadinha”.

- Você tem quarenta minutos – E, dizendo isso, saiu do quarto.

Me joguei na cama, olhando para os lençóis que cobriam os dosséis da cama. Certo, acho que isso não deveria estar acontecendo. Acho que não deveria estar gostando tanto disso quanto estou. Acho que não deveria estar pensando no quanto Tiago Potter pode ser perfeito quando quer.

- Vamos pro banho logo, Lily, e parar de pensar besteira – Falei pra mim mesma, pulando para a cama e indo para uma ducha rápida, vestindo minhas próprias roupas de corrida e descendo as escadas, para encontrar um bando de gente que nem eu, se alongando e aquecendo na frente do hotel.

Em cinco minutos os instrutores chegaram e começamos a caminhada, que era alternada com corrida. Voltamos para o hotel na hora do almoço já, e eu estava simplesmente morta.

Subi, tranquei o quarto e entrei no banheiro, sem nem ao menos fechar a porta. Mas foi de boa, sério, achei que o Potter tinha ido almoçar, já que ele demorou tanto.

Deve ter ido mesmo.

Enchi a banheira de água morna e espuma. Muita espuma. E então me despi e entrei. Liguei o aparelho de som com magia e fiquei lá, volta e meia dando na telha de desligar a luz e acender umas velas.

Mano, é relaxante.

Fiquei ali tipo horas. Cochilei e tudo. Eu tava precisando disso, depois de toda a tensão que o meu corpo sofreu com a corrida, a proximidade com Tiago e a briga com Amos.

Logo, com a espuma se renovando o tempo inteiro, dei um suspiro. E então mãos suaves me tocaram o pescoço e o ombro com cuidado, e eu, sonolenta, nem me dei ao trabalho de virar o rosto para ver quem era.

Sim, claro, poderia ser qualquer maníaco tresloucado, o tarado da machadinha e tudo mais.

Mas essa é uma fanfic clichê.

Bem clichê.

Então quando eu me dei por conta e virei o rosto, vi aqueles olhos cor de avelã, mais escuros, talvez por causa da semi-penumbra que as velas proporcionavam, talvez por algum sentimento nos olhos dele que eu não consegui decifrar.

- Tiago...? – Perguntei, mas ele colocou um polegar na minha boca e encostou nossos lábios de leve. Meu coração deu um salto, querendo sair do peito. E as mãos dele foram descendo dos meus ombros, acariciando os meus braços, roçando na lateral dos meus seios, que rapidamente reagiram, pedindo atenção.

E o pedido de atenção foi concedido. As mãos dele então me acariciavam com mestria, e eu nem pude formular uma frase de protesto. Meus hormônios agiram rapidamente, como se esperassem á tempos por aquilo. Por ele.

Então perdi o controle, a mente, todo o lado racional da minha cabeça foi posto de lado, e meus instintos se poram a agir. Então as mãos dele foram descendo, apalpando minha barriga, acariciando meu umbigo, descendo mais, virilha, pêlos...

- Lily? Lily, ta tudo legal? – Abri os olhos rapidamente e vi que ele batia na porta.

Merda. Quer dizer, que nada, que ótimo.

Sim, foi tudo um sonho.

Triste/feliz decepção/alivio.

- Já to acabando o banho, me dá mais alguns minutos – Certo, Lily, acorda.

Tomei uma ducha fria pra me acalmar e me sequei, vestindo então ainda dentro do banheiro uma bata branca comprida e uma calça jeans azul bem claro.

E ele entrou no banho, saiu vestido graças ao meu bom Merlin, e ficamos na sacada de novo.

Pera aí amigo.

Eu acabei de ter tipo... Um sonho quase erótico com o Potter?

...

Será que eu posso ignorar isso completamente e fingir que não aconteceu?

- Ainda está estressada, Lily? Você continua me parecendo tensa – Ele ajoelhou atrás de mim e tocou com as mãos enormes nos meus ombros, massageando-os suavemente.

Certo.

Não dá pra ignorar não.

- Potter... N-não me toca, ta? Por favor – Eu pedi, mas não com tom autoritário. Não consegui forçar a fala. Ficou assim, inseguro, gaguejado, meio trêmulo, como quem tem algo a esconder.

- Por que? – Oh certo, essa é uma daquelas horas que eu coro e não consigo falar nada além da verdade, porque o meu cérebro não ta funcionando direito.

- Porque não! – BOOAA LILY! \O/ Viu? Eu disse. Sou uma mulher madura que consegue lidar com os próprios sentimentos.

- Ou fala ou eu vou jogar baixo – Ele disse bem perto do meu pescoço, afastando os cabelos dali. Eu quase derreti.

Merda. Eu pensar que sou noiva não adianta agora. Não é como se eu tivesse o controle do meu corpo. Não nessas situações.

Não.

O Potter tem, e eu não consigo fugir disso, é como um feitiço.

Um que é irreversível.

- Não não não! – Eu disse meio desesperada, tentando me afastar dele com toda a força que tinha na mente. Mas meu corpo não me obedecia não. Me movi somente alguns milímetros, e consegui ficar tensa. Foi só o que eu consegui.

- Pára de lutar, Lily. Diz logo, sabe que se eu começar eu não consigo mais parar – Ele parecia quase tão apavorado quanto eu. Porque nós dois sabíamos onde aquilo iria parar.

- Não cumpra a sua ameaça uma vez na vida. Sei que é contra sua filosofia de vida, sei que é contra sua palavra, mas por favor, faça isso. Nós dois sabemos que não vai acabar bem se cumpri-la – Eu tentei, conseguindo mover a minha cabeça um pouco para esconder um pouco o pescoço.

- Mas...

- Sem mas. Boa noite, Potter – E dizendo isso eu finalmente consegui me levantar dali, meio tonta e tudo. Peguei um lençol e fui até a saleta, me deitando no sofá e virando de costas para a porta, me tampando só um pouco.

Ouvi o farfalhar de lençóis e entendi que ele só poderia estar indo dormir. Então a porta da saleta se abriu e os lençóis farfalharam muito perto de mim. No chão.

Quando me virei, Tiago Potter, um dos donos de um império de hotéis pelo mundo todo, milionário, ou miltimilionário, meu ex-namorado de escola que ainda é ligado a mim por um colar besta, estava deitado no chão.

Ao lado do meu sofá.

- O que faz aí, Potter? – Eu perguntei antônita, vendo-o deitado de barriga para cima sobre o carpete bege.

- Vim dormir com você. Pro caso de ter algum pesadelo de noite – Ele piscou para mim sorrindo, e eu imediatamente me lembrei de Hogwarts, onde ele vivia fazendo isso enquanto estávamos juntos.

- Volte para a cama – Eu disse, e o ambiente á nossa volta começou a mudar, como se fosse uma pintura fresca onde começa a chover sobre a tela, e a tinta vai ficando embaralhada.

- Só se for com você – Ele disse então estávamos de volta á Hogwarts, na sala precisa. Ambos nus, enrolados em lençóis, eu deitada em um sofá um pouco afastado da cama de casal com lençóis de seda vermelhos.

Estávamos fazendo a cena igual como acontecera ali naquela sala anos atrás. E, não sei por que, algo queria nos lembrar disso.

- Por que viemos para cá? – Eu perguntei e ele deu de ombros.

- Talvez seja o colar – Ele disse se levantando, segurando o lençol em volta da cintura com uma mão, e com a outra me ajudando a levantar, enquanto eu segurava o meu lençol em volta do corpo também. Senti um arrepio involuntário ao pensar que ele estava tão nu quanto eu por baixo daquele pano fino. – Parece que quer nos mostrar alguma coisa – A porta da sala abriu sozinha então.

Nos entreolhamos e seguimos.

- Não quero lembrar de nada com você, Potter – Eu disse seca, mas amedrontada. Mesmo para o mundo bruxo, aquilo era um tanto assombroso.

Mas ele não parecia ligar.

Parecia aliás completamente confortável, mesmo estando numa espécie de visão maluca comigo, onde está completamente nu exceto por um lençol em volta da cintura. Voltava a ter aquele andar confiante andando sobre as pedras do castelo, e não aquele andar confiante de um empresário que tem o mundo sobre os ombros e sob os pés.

Não, aquele andar confiante de um adolescente que não tem nada a temer, galanteador, com o mundo todo para explorar pela frente.

Ele somente sorriu para mim, e seguimos o caminho iluminado pelas tochas.

Logo outra porta mais á frente se abriu, e nós dois entramos, vendo a nós mesmos como estávamos em Hogwarts.

E, engraçado, eu tenho certeza de que cena é essa.

-Lily? – Vi o Potter-adolescente me chamar, e a eu-adolescente virou de costas, ficando um pimentão.

O Potter-adolescente foi se aproximando da minha réplica mais nova devagar, como um felino prestes a dar o bote, os olhos dele fixos em minha nuca, um sorriso malicioso no rosto. O Potter adulto ao meu lado sorriu, os olhos brilhando nostalgicamente ao ver aquela cena de novo, aquela cena que deu início á tudo.

Então o Potter adolescente sussurrou com aquela voz que eu seu que o Potter adulto ainda tem, aquele sussurro rouco que só ele consegue fazer, naquela voz que ainda faz os pêlos da minha nuca se arrepiarem.

- Então é isso, Lily? – Ele foi se aproximando de mim-adolescente e com mais alguns passos ele colou aquele tórax pelo qual eu babei por anos ás minhas costas, e eu me vi toda tensa, prendendo a respiração e fechando os olhos.

- Eu tinha tanto poder assim sobre você? – O Potter adulto me perguntou com um sorrisinho cínico. E apesar de eu não gostar muito desse sorriso que diz “você perdeu, Lily”, ele me fez sorrir também. Ele não parecia mais tão triste, e nem tão cansado.

O Potter adolescente começou a beijar o pescoço da minha réplica mais nova por cima dos cabelos ruivos, e então afastou-os, as mãos indo parar na cintura com firmeza, pressionando os corpos para se aproximarem.

Eu já sabia o que ia acontecer. Simplesmente me dirigi para fora daquela sala, sendo seguida pelo Potter. O adulto, claro.

- Eu já sei o que vai acontecer. Eu sei. Eu mesma vi essa cena desse jeito, em lembranças, durante muito tempo – Confessei, apoiando minhas costas na parede de pedra e deslizando até o chão. Ele somente me seguiu com o olhar.

- Lily, me responde uma coisa – Ele se agachou na minha frente. Merda, merda, merda, eu tinha mesmo que ser assim tão fraca? Que droga!

- Eu ainda exerço... Hun... Aquilo tudo, todo aquele poder sobre você? – Ele perguntou meio incerto. Droga.

- Não. – Certo, respondi rápido demais. Ele suspirou, sabendo que eu mentira.

- Por que não me disse antes? – Ele perguntou e levantou-se, nervoso, passando a mão pelos cabelos, assanhando-os. Sabe, é engraçado, porque ele como executivo tentava arrumá-los, e mesmo assim não adiantava. E agora, mais assanhados, ficam mais bonitos.

- O que esperava que eu dissesse? “Ah, oi Potter, sabe que eu ainda ajo como uma adolescente com os hormônios á flor da pele quando estou perto de você, mesmo estando noiva e mesmo depois de nos separarmos á muitos anos atrás?” – Fiz uma imitação debochada do que ele parecia querer de mim. Ele passou a mão pelos cabelos novamente.

- Tá certo... Mas não é difícil só pra você isso – Ele disse e eu não entendi. Mesmo.

- Como assim? É claro que é só pra mim, afinal, com você não acontece nada, você controlao próprio corpo, mesmo estando perto de mim. Já eu tenho que lutar bravamente contra uma vontade retardada e indesejada de fazer o que minha mente não quer, não pode. Se você me agarrar e me beijar é uma coisa, agora se for o contrário, bem, vai ser bem feio pro meu lado – Eu disse brava, me levantando e me dirigindo para a sala precisa de sonho, querendo voltar logo para a realidade.

- O que quer que eu faça? Eu faço qualquer coisa, é só você me dizer – Ele veio preocupado atrás de mim. Virei pra ele e bufei.

- Se eu lhe disser o que quero que você faça, não daria certo. Só tenho certeza de que meu corpo te quer perto, ma minha mente te quer longe. Então não sei o que fazer sobre isso, afinal, não há meio algum. Mesmo distante eu estaria pensando nisso, agora que voltou – Eu disse desanimada, sentando no sofá.

- Isso é... No mínimo um pesadelo pra você, não é? – Ele se ajoelhou na minha frente no sofá, olhando para mim, compreensivo.

- No mínimo – Deixei que ele me abraçasse, e que me aconchegasse ao seu peito, o gesto sem nenhum pingo de malicia, enquanto ele encaixava o queixo ao topo da minha cabeça.

- Eu queria poder fazer alguma coisa – Ele disse e eu me senti mais confortável. – Qualquer coisa, para poder te tirar disso. Você disse que eu posso me controlar, e posso. Mas me sinto do mesmo jeito, por baixo de todo o controle, se isso te consola. – Certo, você é um tonto, dude.

- Isso não ajuda nada – Eu disse rindo, e ele riu também.

- Certo, eu sei. São os hormônios, desculpe – Ele se desculpou e me soltou, e eu notei que ele tinha prendido o lençol na cintura, graças á Merlin. Abraçada a ele nem pensei nisso.

- Vamos para o hotel? Estou cansada, não almocei e passei minha tarde numa sacada – Eu falei e ele sorriu.

- E como agente faz isso? – Ele perguntou e eu ouvi uma risadinha.

- É só esfregar o colar – Uma menininha ruiva, com os olhos com cor de avelã disse pra nós, com os olhinhos tampados na porta da sala. Não deveria ter mais que três anos.

- E é melhor se apressarem, ou vão perder o baile – Uma outra voz disse, um garoto de cabelos escuros e olhos verde-claros, com mais ou menos seus sete anos, apareceu na porta por trás da menina. Pegou-a no colo e ajeitou os óculos redondos, dando uma leve bronca bem baixinho nela. Então beijou-a no rosto e fez sinal para nós dois, que estávamos simplesmente paralisados.

- Até mais ver – E, do nada, ele deu um passo para o lado e sumiu. Nos entreolhamos.

- Certo, vamos voltar logo antes que eu ache que eu endoidei de vez. – Tiago esfregou o maldito colar e nos vimos vestidos, mas na mesma posição, eu sentada no sofá e ele de pé, só que na salinha do quarto de hotel.

Suspirei.

- Lílian, eles têm razão. O baile do hotel é hoje, quer vir? – Ele me estendeu a mão e eu fiquei incerta.

- Mas e...

- Essa... Coisa entre agente? Não esquenta. Vamos estar em lugar público e, além de tudo acho que conseguimos controlar hoje – Ele piscou para mim mais uma vez, e eu não pude evitar um sorriso.

- Certo – Peguei a mão dele e ele me puxou, com um tanto de força demais, e acabamos por colar os corpos, ele com uma mão na minha cintura para me amparar.

- Acho que... – Comecei baixinho, sentindo a respiração dele sobre a minha boca – Agente não vai conseguir fugir desse beijo, to certa? – Eu terminei enquanto nossos narizes se tocavam. Ele acenou com a cabeça levemente, quase imperceptível. E então nossos lábios se tocaram, desejosos, como se precisassem um do outro.

Por favor, vocês tem que entender. Amos era a ultima coisa que estava na minha cabeça naquele momento. Eu não sou assim, não faço esse tipo de coisa. Mas eu simplesmente não consigo me controlar, não há controle, não há nada além de mim e ele naquele momento. Não há nada além do beijo. Não sei explicar direito, parece meloso e romântico demais.

Acho que, talvez, vocês entendam hoje, talvez entendam amanhã. Mas com certeza encontrarão alguém que as faça sentir assim. Talvez dure dois dias, talvez dure somente um beijo, talvez vocês morram juntos, velhinhos. Talvez dure alguns anos, como foi comigo. Mas irá acontecer.

Os lábios dele eram famintos, tocavam os meus agora com voracidade, como se ele não conseguisse se controlar. E então eu consegui parar um pouco, e quanto ele notou isso se afastou de imediato, ainda que relutante.

- Certo, isso não deve acontecer novamente. Não vai acontecer novamente – Ele disse assanhando os cabelos e eu discordei com um aceno da cabeça.

- Sabemos que irá. Nós sabemos, Tiago – Eu disse me sentando, decepcionada. Não podia sair dali, iria pegar mal para os amigos de Amos, como se eu fosse uma garota idiota e mimada, que rejeitou fazer um teste importante para a empresa por um capricho. Mas não podia simplesmente deixar como está.

- Vamos fazer o seguinte – Eu disse me levantando, a cabeça a mil – Temos que fazer como se estivéssemos começando uma dieta – Eu disse, mas acho que ele não entende nada de dietas mesmo.

- Do que você está falando? – Ele estava cada vez mais confuso, então o fiz sentar no sofá e sentei na mesinha de centro, olhando para ele.

- Quando você inicia uma dieta, a ultima coisa de que precisa é de um doce coberto de chocolate, não é? No entanto é tudo o que você deseja, um doce bem grande coberto de chocolate – Enfatize as palavras com gestos das mãos – Então nem precisa fechar os olhos para sentir aquele gosto delicioso. Uma mordida e ele derrete na sua boca, maravilhoso, proibido.

- Acho que estou entendendo. Eu comi o doce e não paro de pensar no quanto foi bom, mas sei que para continuar com a dieta não posso comê-lo. – Ele começou a acompanhar a minha lógica.

- Mas você não vê a hora de comer ele novamente. Exatamente como nós estamos aqui. – Eu completei e ele fez “hun”.

- Tá, e como nós dois resolvemos isso? – Ele perguntou, e eu me agitei novamente.

- Certo. Na verdade é fácil. Antes de começar a dieta, você deve se fartar de doces. O primeiro será esplêndido. O segundo será maravilhoso. O quarto será ótimo. O sexto será só bom. Quando chegar ao décimo, já vai estar enjoado, e não vai mais querer saber de doces. Entendeu? – Agora assim, ele estava antônito.

- Você está sugerindo que devemos nos... Saciar desse desejo que tem entre nós? Está disposta a fazer isso, Lily? – Ele me perguntou e eu passei a mão pelos cabelos, nervosa.

- Acho que sim, me parece o único meio de nos livrarmos disso – Eu disse incerta.

- Mas isso durou anos, Lily. Durou em Hogwarts, durou até aqui. Acha mesmo que assim conseguiremos nos livrar desse sentimento, tendo feito isso tantas vezes e nunca tendo funcionado? – Ele perguntou, coçando a cabeça.

- É bem provável, se realmente nos fartarmos disso. Se fizermos ficar enfadonho, repetitivo, talvez enjoemos. – Eu estava desesperada, e ele notou isso.

- Se você acha, podemos testar. Mas e Amos? – Certo, eu não queria que você citasse o nome desse pessoinho aqui.

- Ele não vem ao caso agora. Temos que nos livrar disso antes que fique forte demais. – Eu realmente estava decidida. Mas de repente fiquei incerta, quando ele se aproximou de mim.

- Vamos ao baile então? – Ual, ele não parece tão ansioso quanto eu para iniciar nosso “tratamento de choque”.

- Okay – E lá fomos. Me arrumei, me maquiei, coloquei um vestido roxo, fiz um coque, coloquei algumas jóias. E ele vestiu um daqueles odiados ternos dele, mas que ficariam apropriados naquela ocasião.

Descemos ao salão, que estava cheio de gente. Casais. Casais por todo o lado. Conversando entre si, conversando com outros casais, dançando, bebendo. Parecia algum clube de casais para dizer a verdade.

Nos sentamos em uma mesa mais ao canto e fomos servidos de champanha. Dançamos, conversamos, conversamos com outros casais. Logo ele dispensou um casal dizendo que estávamos cansados, que iríamos nos sentar um pouco, e assim foi.

No momento em que me sentei ele me olhou, aquele olhar mais claro, mais enevoado.

- O que foi? – Perguntei e senti uma mão em minha coxa. Só que ele está do outro lado da mesa retangular, não pode ser a mão dele. E não há ninguém ao meu lado.

Okay, isso me assusta.

- Como...? – Certo, daí que eu entendi que o colar não tava no pescoço dele, e sim nas mãos, por baixo da mesa.

MTFK

A mão subiu e me acariciou por baixo do vestido, acima da virilha. Me senti queimar. Ele sabia que eu não gostava de muita enrolação, sempre soube. E o toque dele por cima da minha calcinha era somente para provocar, eu sabia disso. Ele me olhou nos olhos.

”Prefere continuar aqui ou vamos para o quarto?” Ele me perguntou pela aquela “telepatia” tosca e eu somente sorri.

”Estou com preguiça para me mover, entende?” Eu respondi e ele sorriu do mesmo jeito que eu sorria. Sempre tivemos um fraco por correr riscos, e aquela era uma situação perigosa. Só para mim, dessa vez, porque eu teria que me conter para não gemer, independente do que ele fizesse. E teria que dar um jeito de esconder... Bem, digamos apenas que teria de dar um jeito do meu vestido não molhar.

”Querendo isso já, Lílian?” Ele devolveu com outra pergunta, e eu senti o dedo dele se insinuar pela entrada do meu corpo, ainda por cima da calcinha, já que eu afastara minhas pernas o máximo que pude sem dar na cara, por baixo do monte de toalhas de mesa.

O dedo dele então entrou pela minha calcinha e me tocou, e eu me segurei, tomando mais um gole de champanha.

”Quer isso?” Ele perguntou cínico, os dedos fazendo círculos em mim lentamente. Engoli em seco.

”Mais do que deveria” Eu disse e joguei a cabeça para trás, mas com os olhos abertos, meio que quem diz “estou com calor”. Sem expressão de desejo, posso assegurar.

Então um dedo dele entrou em mim rapidamente. Todo de uma vez só, entrando profundamente, e bem rápido. Tive que conter a todo custo um gemido alto, então resolvi provocá-lo de volta. Peguei um morango na cascata de frutas que havia na mesa e lambi-o levemente, mordendo-o com lentidão premeditada, proposital, para que acontecesse o que eu sabia que ia acontecer.

Vi aquele brilho furioso no olhar dele.

Ele começou as estocadas contra o meu corpo com dois dedos, e disse:

”Só relaxe e finja que ainda estamos em Hogwarts. E, se quer mesmo me provocar, deveria usar o seu colar” Ele disse e eu neguei com a cabeça.

”Não preciso fingir que é Hogwarts. É só olhar em volta. Essa ilha tem magia, uma magia melhor que a que usamos. “ - Ah – Soltei um leve gemido quando ele começou a me provocar, fazendo só o começo dos dedos entrarem de mim, me fazendo desejar que ele acabasse com aquilo logo. Eu estava a um passo de chegar lá.

- Banheiro – Eu consegui dizer e me levantei, sabendo que ele me seguia com o olhar. Entrei no banheiro (que não era comunitário, era para um só mesmo) e sentei na tampa do vaso sanitário após abaixá-la e trancar bem a porta.

Abri bem as pernas e esperei, mas nada veio.

”Por favor” Pedi a ele, e ouvi uma risada.

”Quer mesmo ter seu primeiro sem mim aí dentro?” Os dedos dele contornaram a minha entrada novamente. Eu precisava daquilo. Não podia mais esperar.

”Por favor” Eu pedi novamente e ele atendeu, dando as estocadas rápidas, profundas. Eu suava frio e revirava os olhos, as pernas abertas, sentada numa privada em um banheiro de hotel. Senti então lábios em meus seios, me arqueei para frente. Quando esses lábios sugaram o ponto acima de onde estavam os dedos dele eu cheguei lá, tentando me conter pra não gritar.

Tudo veio como um vulcão. Rápido, intenso, devastador. Uma onda gigantesca de calor se apossou do meu corpo, como se quebrasse sobre mim, e eu só conseguia me arquear e jogar a cabeça para trás.

Imediatamente aparatei no quarto, deitada na cama. Não agüentaria mais.

Ou assim pensei.

- Procurando alguém? – Era ele, na sacada, na penumbra que havia mesmo com a luz do luar.

- Talvez – Eu disse com compostura nos atos, mas sem nenhuma nas roupas, arregaçadas até as minhas coxas, as alças do vestido caindo pelos ombros.

- E talvez... – Ele foi se aproximando, e eu notei que ele tinha tirado aquele paletó e aberto alguns botões da camisa. Ele está simplesmente fabuloso assim, sob a luz da lua. Apoiado no batente da porta de vidro, olhando para mim com olhos famintos.

Céus, como eu consegui resistir á isso por tanto tempo?

- Talvez...? – O incentivei a continuar, e ele então foi até a cama, se sentando na borda dela, ao meu lado. Só que eu estava esparramada lá no meio.

- Talvez essa pessoa queira te levar ao inferno com ela – Ele disse me observando como... Como me observava em Hogwarts. Um dedo dele foi para a minha testa e eu fechei os olhos, o dedo descendo carinhosamente pelo meu nariz, passando por cima da minha boca e queixo. – E queira te dar o céu, o paraíso logo depois. Talvez essa pessoa te... – Ele deu um suspiro triste.

- O que foi? – Perguntei preocupada. – Talvez essa pessoa me o que? – Ele me olhou nos olhos, e então acariciou minha bochecha com as costas da mão.

- Talvez essa pessoa ainda te ame, Lily. Desculpa, isso vai estragar tudo e... – Coloquei um dedo sobre a boca dele e me aproximei, ficando de joelhos e aproximando a minha boca da orelha dele.

- Talvez a outra pessoa ache que isso não é tão ruim quanto a primeira. Talvez a outra pessoa goste disso - Eu disse e deslizei meus lábios pelo pescoço dele, indo em direção á outra orelha – Talvez a outra pessoa não te ame de volta, e você deve estar preparado para isso. Você está preparado? – Eu tentei dizer isso com cuidado. Juro que tentei. Mas ele ficou triste.

E eu só quis abraçá-lo e dizer que o amava também. Mas não podia. Porque seria mentira.

- Podemos deixar isso para depois – Eu disse e ele sorriu para mim.

- Eu estou preparado, Lily. Sempre estive, até mesmo em Hogwarts – Mas naquela época eu realmente o amava. E ele sabia disso, só não me dizia.

- E-eu não sei o que fazer. Não quero te machucar de novo - Eu disse e ele me abraçou.

- Certo, você não vai. Isso é só para saciar nosso apetite sexual, lembra? – As mãos grandes dele deslizaram pela minha cintura e eu me senti quente novamente, um rebuliço de sensações tomando conta de mim.

- Lembro. Bem – Sussurrei com aquela voz que eu sei que deixa ele doido, passando a mão pelo tórax, barriga... E descendo a mão até o cinto da calça, só para provocá-lo. Ele então me atirou na cama e me beijou, ficando por cima. Engraçado como é bom sentir o corpo dele perto novamente.

Ele então começou a descer meu vestido, beijando cada parte exposta com a maior delicadeza. É nessas horas que, além de eu ficar ansiosa por mais, eu me sinto bem. Me sinto especial, me sinto amada. Então, quando ele terminou de tirar o vestido, beijando meu tornozelo, jogou-o longe, me fazendo rir.

- Vou ser vendada? – Perguntei quando ele veio com uma gravata nas mãos, e entendi que sim. Então ele me vendou e me fez ajoelhar, ficando com as costas coladas á ele.

As mãos dele passearam pelos meus braços, meu pescoço, entrelaçaram meus dedos. E então desceram até os meus seios, e eu me segurei firme na cintura dele, me arqueando para trás.

Ele continuou a me acariciar, enquanto eu gemia. Gemia cada vez mais alto, ele fazendo sempre a coisa certa, dando exatamente o que eu precisava. Me virei então para ele, e ainda vendada, me pus a explorar aquele corpo que, apesar dos anos, parecia que eu conhecia tão bem.

Minhas mãos passaram pelos braços dele, pelo peito ainda coberto pela camisa, e eu abri a camisa dele devagar, tirando-a com sua ajuda, passando as mãos pelos ombros dele enquanto o fazia. Ele me beijou rapidamente e me fez cair na cama, com ele por cima. Eu sorri.

- E agora? – Perguntei e ele me beijou, me beijou com urgência, com desejo, com saudade. Correspondi e, com ele por entre as pernas, enlacei sua cintura com elas. Ele gemeu e me pressionou contra ele, sem me dar chance de não notar o que se passava por ali.

Então inverti as posições e sorri, sentando sobre o corpo dele. Beijei-lhe o peito e fui descendo, minhas mãos descendo sua calça, a cueca junto. Joguei-as longe, como ele havia feito com o meu vestido, mas não deu tempo pra ele rir. Porque no momento seguinte eu o envolvi com a boca, devagar.

As mãos dele foram parar nos meus cabelos, acariciando-os, me incentivando. E eu continuei, devagar, enlouquecendo-o. Ele arfava, e alguns minutos depois estava molhado de suor, eu o acariciando com mais intensidade, minha língua agora participando.

- Lily, por favor – Ele pediu e eu sorri. Subi o corpo e o desci sobre o dele, encaixando-o dentro de mim num impulso, rapidamente. Nós dois gememos extasiados, mas não satisfeitos ainda.

- Posso... Controlar hoje? – Perguntei quando consegui falar, ainda ofegando com tanto prazer, ele pulsando dentro de mim. Ele somente assentiu, como se quisesse que aquilo continuasse logo.

Então eu comecei a me mover para cima e para baixo. Com os pés plantados na cama, fazia o movimento cada vez mais rápido. Como sempre, antes de ele chegar lá, eu arrefeci o ritmo, beijando-o lentamente, torturando-o. E então continuei rapidamente, e chegamos juntos.

Desci de cima dele, saciada, ofegante. Ele estava do mesmo modo que eu. Me enlaçou pela cintura e me aproximou de seu corpo.

- Se arrependeu? – Perguntou para mim, e eu sorri.

- Não. E você? – Então ele passou a mão pela minha cintura insinuantemente, ficando pronto novamente.

- Nem um pouco – Certo, ele não vai me deixar dormir essa noite.

- Não, você não vai dormir hoje, Lily. Quer dizer, talvez durma, mas bem mais tarde - E então sorriu malicioso.

Merlin me dê forças. Porque se me der paciência eu enlouqueço esse homem.

Vou abusar dele agora. Tchau pra vocês ;*

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