A viagem



A viagem -- capitulo 03


Quando chegaram lá, perceberam que Tina estava sentada, mandando. O pobre coitado (nunca teriam pensado que pensariam em Malfoy dessa maneira) estava em pé, arrumando as malas, de costas para eles, percebendo que o garoto era mais alto que Draco e tinha o cabelo mais comprido.
- Esse não é o Draco. – Mione falou, tendo um sorriso malicioso no rosto.
- Como você sabe? – Rony a olhou.
- Esse daí é muito mais bonito que Draco. – as orelhas de Rony ficaram vermelhas, e Harry riu.
- Terminei, não acha que mereço um pagamento? - o garoto se aproximou de Tina, que deu uma imitação de sorriso. Quando se inclinou, Tina o empurrou.
- Nem vem seu galinha. Quando eu quiser te beijar, me matem, que já enlouqueci.
- Serve eu? – Jessy perguntou rindo.
- Serve... Claro que serve... – ele tinha uma expressão inocente o rosto. Jessy deu um sorriso malicioso.
- Fecha os olhos, então. – Jessy puxou o rosto dele, que fechou os olhos. Quando estava a poucos centímetros, virou o rosto e o beijou na bochecha. E agradeceu. – Obrigada gatinho.
- Assim não vale... – Chris reclamou.
- Como assim não vale? Tu disse que queria um beijo. E eu te dei um beijo. – Jessy se defendeu.
- Não era desse tipo de beijo que eu estava falando... paciência. – deu de ombros, com um ar malicioso.
- Pode ir agora. – Tina o expulsou. Ele fez uma cara de coitado.
- Bom... Se você não quer a minha humilde presença, estou indo... Com o coração na mão.
- E desde quando Christopher Galinha Malfoy tem coração?
- Não é galinha, é Bryan, Tina. Christopher Bryan Malfoy. E se você quiser, posso ser o seu amorzinho... – Jessy sufocou uma risada. Até quando Chris iria se humilhar daquele jeito? Tina não costumava ser muito vingativa, mas com essa história, estava se colocando em maus apuros, especialmente com o orgulho dele.
- Muito bem, Chris, quer ser gentil comigo suma da minha frente! – ela resmungou. Chris apertou a mão de Jessy, deu dois beijos, um em cada bochecha e se aproximou de Tina. – Nem vem, violão! – ela mostrou o punho fechado. Chris pegou a sua mão e falou.
- Essa cor fica muito bonita em você, especialmente se ficar na Grifinória. – deu um sorriso quando ela estreitou os olhos. - Ok, estou me mandando. Mas melhore logo esse humor, antes da seleção. Não quero te ver na Sonserina por causa disso. Se bem que esse risco você não corre, já que é sangue-ruim, como... – Christopher não terminou a frase, sendo praticamente chutado para fora da cabine pelas duas meninas, caindo em cima do trio que assistia atônito à cena que se desenrolava.
- Saia daqui e não se atreva a voltar. – até Jessy tinha os olhos faiscantes de raiva. – Seu sangue-podre!
Bateram a porta com um estrondo.

Não são sangue-ruins... São gênios ruins, isso sim... – Chris resmungou, enquanto massageava o cotovelo direito. Sorriu quando percebeu que tinha esbarrado e caído em cima de uma garota. – Desculpe-me, eu não havia percebido que um anjo, melhor dizendo, que uma anja estava na porta...

- Será que não dá para levantar, idiota? – Rony parecia ter contraído o humor de Tina.

- Desculpe, senhor Sensibilidade, mas não ouvi a anja reclamando... – Chris começou a se levantar, fazendo caretas pelas pontadas de dor.

- O que aconteceu Chris? – uma garota com a pele morena, cabelos negros, lisos até o meio das costas com uma franjinha quase cobrindo os olhos perguntou. Ela possuía diversos colares em volta do pescoço.

- Oi, Índia. Nada de mais, só os terremotos Granger... Acho que pisei outra vez na ferida.

- Você também não gosta quando elas te chamam de sangue-podre, então estão quites. – ela olhou cautelosa para o trio que se levantava. – E quem são eles? Seus amigos?

- Não... Acabei de cair em cima dessa anja, e estava tentando ganhar uma volta ao redor do paraíso, se não tivesse esse cabeça de fósforo para atrapalhar. – deu um tapa na boca ao perceber o que dissera. – Não vai contar para Tina o que eu falei, vai? É capaz dela arranjar uma pinça e arrancar todos os fios do meu corpo, no humor que está!

- Você merece, ainda mais sabendo que ela tem esse problema de humor pela manhã, e viagens.

- Ela tem problema de humor pela manhã, tarde e noite. – ele resmungou num muxoxo.

- E é a melhor batedora que Tupã já teve como aluna.

- Por que acha que prefiro ser amigo dela? – ele exibia novamente um sorriso inocente. – Afinal, de inimigo já basta o Paulo.

- O Trasgo vai amar saber que você não o esqueceu. – Jessy tinha aberto a porta e o encarava com uma certa malícia, apesar do mau-humor. – Afinal de contas, o triângulo amoroso com o Lulu finalmente vai ter continuidade, quando você voltar dentro de uma caixa de fósforos. Isso se sobrar tudo isso.

- Pisa mas não esculacha, por favor, Jessy. Como está a Pimenta?

- Ardida. E eu também estou brava com você.

- Que meda.- ele fingiu tremer. - Sabe, não vou conseguir dormir, tremendo de medo, achando que a Vampira vai ir até o meu quarto e vai sugar todo o meu sangue...

- Chris... Só se for para chupar sangue-podre! – Jessy gritou, enquanto puxava a morena para dentro, com as bagagens dela. – Convencido, arrogante, Galinaço!

- Galináceo.- Tina corrigiu, enquanto procurava uma poção na frasqueira. O antigo professor de poções delas, Henrique, havia lhe cedido alguns frascos com uma poção do sono, como presente de despedida, já que ela praticamente vomitava durante longas viagens.

- Eu xingo aquele imbecil do jeito que quiser, e depois, ele foi inscrito desse jeito.

- Você o inscreveu desse jeito. – Tainá sorriu ao ver a carranca que Tina fez. Jessy parecia ter prazer em escrever as palavras de modo errado, especialmente quando algum texto ia parar na mão da irmã. Tina já reclamara diversas vezes que acabaria tendo uma úlcera corrigindo os erros de Vampira.

- Se usasse um dicionário de vez em quando, eu não teria problemas de estômago.

- Para alguém com um estômago de avestruz, você reclama demais.

- Alguém tem que botar ordem. – as duas outras fizeram caras de espanto, antes de cair na gargalhada. Tina achou o que procurava, um frasquinho azul, com rolha. – O que foi? Não era para ser engraçado. – reclamou quando Tainá lhe disse que ela era a última pessoa que podia “botar ordem”.

- Bom, o trem parte em cinco, quatro- Jessy começou a cronometrar o tempo que faltava, enquanto Tina tomou todo o conteúdo do vidro. Ficou zonza e encostando-se no banco, adormeceu. – zero! – Tainá e ela riram quando começaram a escutar os roncos de Tina. Ela tinha esse problema, e embora tivesse ido a diversos médicos, tanto bruxos como trouxas, não conseguira resolver.

- Eu não acredito... Depois de tanto tempo, eu já devia ter me acostumado, mas esse ronco é demais! – Jessy reclamou. Tainá estourou numa gargalhada.

- Pois saiba, que quando estamos de férias, costumo ter insônia, por conta da falta de ronco.

O queixo de Jessy caiu.

- Como é? Ficou viciada no ronco da Tina? – fez uma cruz e fingiu se afastar. – Sai que eu gosto de homem, tá? Maluca, vai ser amiga da Tina e não minha!

- Jessy! – ela ficou indignada. – Eu gosto de homem, tá? Só que quis dizer, que quando me deitava, prestava atenção no ronco, que acabou sendo uma espécie de ritmo de dormir, entendeu?

- Vou fingir que acredito... – fez uma cara que como se dissesse: “Sou louca mas não burra”. Tainá Pereira, ou Índia deu de ombros

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