Sétimo Capítulo.



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~~> Sétimo Capítulo.


“Então é Natal, e o que você fez?!”


 


  Manhã do dia de Natal. Dia frio. Neve em tudo quanto é lugar, pessoas felizes.


  - Noite feliz, noite feliz...! – Cantava um coral na porta, fechada, da casa de Douglas. Liu estava sentada no sofá com uma cara de tédio.


  - Atende a porta preguiçosa! – Exclamou Douglas da cozinha.


  - Não gosto de corais natalinos... – Retrucou Liu.


  - Acordou de mau humor?! – Perguntou Douglas. – Assim Papai Noel não vai deixar presentes em sua cama de noite... – Completou.


  - Poupe – me Douglas... – Resmungou Liu. Douglas foi até a porta para abrir e ver o coral.


  - Jingle Bell, Jingle Bell... Acabou o papel! Não faz mal, não faz mal, limpa com jornal! – Liu gritava do sofá. – O jornal ta caro, caro pra chuchu, como é que eu faço... – Continuou cantando, Douglas ficou pálido com a possível rima.


  Discretamente, Douglas apontou sua varinha para Liu e fez um feitiço para que ela não pudesse falar, e então fechou a porta de casa. Liu ficou com uma cara de poucos amigos.


  - Foi o Edu que te ensinou essa música, certo?! – Perguntou Douglas enquanto retirava o feitiço.


  - Para limpar meu braço! – Liu completou a música vermelha de raiva. – Foi o Edu sim... – Murmurou logo depois.


  - Só poderia ter sido ele mesmo... – Resmungou Douglas. – Olha a rima oculta... – Completou.


  - A rima oculta só existe para pessoas de mente poluída como você! – Provocou Liu com um sorriso.


  - Sei... – Murmurou Douglas.


  - Cadê o seu espírito natalino Douglas?! – Perguntou Liu. – Espera um pouco que eu o procuro para você... – Disse se levantando e abrindo algumas gavetas. – Ihhh... Eu acho que o seqüestraram... – Brincou.


  - Brinque muito... – Começou Douglas. – Depois eu brinco com você e você fica toda nervosa... – Completou.


  - Douglas, tinha algo no fogão?! – Perguntou Liu com uma cara estranha.


  - Meu Merlim! – Exclamou Douglas. – O almoço! – Exclamou correndo para a cozinha.


  - Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel... – Cantava Liu enquanto subia as escadas.


  - Como estou?! – Perguntou Sirius para Peter após ter se arrumado. Já era noite.


  - Bonitinho... – Respondeu Peter.


  - Está bem... – Murmurou Sirius. – Eu sei que eu estou perfeito. – Completou com um sorriso maroto.


  - Só falta a Mary chegar... – Pontuou Peter.


  - Será que ela vem?! – Perguntou Sirius enquanto ajeitava a manga de sua camisa. A campainha tocou.


  - Você ainda tinha dúvidas?! – Peter respondeu com um sorriso. Sirius foi atender a porta.


  - Boa noite Mary... – Saudou Sirius ao abrir a porta. Devido ao frio, Mary Kate estava com um casaco bem grande e quente por cima de sua roupa normal.


  - Feliz Natal Sii!! – Exclamou Mary Kate, entrando em casa e dando um abraço bem apertado em Sirius.


  - Feliz Natal... – Murmurou Sirius durante o abraço. Depois de ter terminado o abraço com Mary Kate, que já estava abraçando Peter, Sirius fechou a porta. – Pode me dar seu casaco que eu guardo ele... – Disse sorrindo.


  - Ah sim... – Falou Mary Kate tirando o casaco. Ela estava com um vestido vermelho estilo tomara – que – caia na altura do joelho. Sirius ficou um tempinho olhando para Mary, mas logo pegou o casaco dela e o guardou.


  - Ué, cadê a Liu?! – Bel perguntou para Douglas, ela tinha ido passar o Natal na casa dele.


  - Se arrumando, eu acho... – Respondeu Douglas confuso, ambos estavam esperando por Liu.


  - Ho – ho – ho! – Gritava Liu enquanto descia as escadas com uma cara de tédio e um gorrinho de Papai Noel.


  - HAsudahsduahdusa! – Riu Bel ao ver a amiga na sala com um gorrinho natalino. Liu olhou feio para Douglas.


  - Ficou uma graça! – Provocou Douglas.


  - Porque você está usando esse gorro, Liu?! – Perguntou Bel em meio a risos.


  - Porque o meu sonho de criança sempre foi ser ajudante do Papai Noel... – Respondeu Liu num tom de ironia.


  - Porque ela fez uma aposta comigo, e perdeu! – Respondeu Douglas.


  - Que aposta?! – Perguntou Bel.


  - Eu apostei que eu ia vencer no xadrez... – Respondeu Liu. – Aí ele roubou e ganhou... – Completou.


  - Na verdade eu estava ganhando quando você “acidentalmente” derrubou todas as peças do xadrez... – Pontuou Douglas.


  - Eu estava ganhando! – Reclamou Liu. – E realmente foi um acidente... – Murmurou.


  - Você só tinha o rei... – Resmungou Douglas.


  - E daí?! – Retrucou Liu. – Eu poderia fazer um tipo de macumba e trazer as minhas peças de volta dos mortos! – Adicionou.


  - Tanto você sabe que perdeu que você está usando o gorrinho! – Disse Douglas com um sorriso de provocação.


  - Pois saiba que eu Amei o gorrinho! – Provocou Liu. – Acho até que vou passar a usar ele todos os dias... – Completou sorrindo.


  - Ficou fofa... – Murmurou Bel.


  - Estou parecendo um duende... – Choramingou Liu sentando de forma largada no sofá. – Estou com tédio, vou dormir! – Falou por fim.


  - Dormir sentada?! – Perguntou Douglas que estava em pé junto com Bel. – E perder a entrega dos presentes?! – Acrescentou.


  - Opa! – Exclamou Liu. – Desisti de dormir... – Pontuou. – Vocês sabem que como eu estou sendo mantida refém por causa da minha suposta morte, eu não pude sair para comprar presentes para ninguém! – Falou rapidamente.


  - Desculpa esfarrapada! – Provocou Douglas dando língua para Liu.


  - Mas graças a Merlim o Eduzinho comprou por mim... – Completou Liu sorrindo marotamente.


  - Ah, claro... – Concordou Bel logo após começando a rir. A campainha tocou, Liu foi atender.


  - Feliz Natal! – Gritou Liu ao abrir a porta, sem nem ao menos ver quem era. – Matt! – Completou ao ver o amigo.


  - Opa... Acho que errei de casa... – Começou Mathews. – Aqui virou a fábrica de brinquedos do Papai Noel?! – Perguntou num tom de brincadeira. Liu arqueou a sobrancelha esquerda.


  - Vai ficar do lado de fora e sem presente... – Pontuou Liu na frente da porta.


  - Fecha a porta que está ficando frio! – Reclamou Douglas.


  - Vai me convidar para entrar?! – Perguntou Mathews sorrindo.


  - Não, você errou de casa... – Provocou Liu. – Entra logo, chato! – Disse em seguida. Mathews entrou, Liu fechou a porta.


  - Eu prometo que só vou tomar cinco minutos do seu Natal... – Começou Mathews. – Quer dizer, se você disser “não” para o que eu vou te propor... – Completou.


  - Ihhh... – Murmurou Liu. – O que eu vou ter de fazer?! – Perguntou em seguida. – Não me manda botar a roupa de Papai Noel não, ta?! – Adicionou.


  - O que você me diz, de no Natal dar um presente especial para alguém que você gosta muito?! – Perguntou Mathews sorrindo. Douglas e Bel estavam na cozinha.


  - Eu digo que você vai vir com o papo “Vamos contar para o Sirius que você está viva, hoje?!”... – Respondeu Liu.


  - Então... – Começou Mathews. – Vamos aproveitar o espírito natalino, e contar para o Sirius que você está viva, hoje?! – Perguntou.


  - Eu ouvi isso! – Gritou Douglas da cozinha, indo até a sala. – Se você for fazer isso eu te libero de usar o gorrinho... – Completou.


  - Eu gosto muito do gorrinho... – Disse Liu com um sorriso amarelo.


  - Por favor... – Insistiu Mathews. – Como presente de Natal... – Completou.


  - Vai Liu... – Pediu Bel.


  - Você sabe que eu te Amo, né maninha?! – Começou Douglas. – Faz isso pelo Amor que você tem por mim... – Adicionou.


  - Chantagem emocional... Que coisa feia... – Pontuou Liu. – E eu já disse que não te Amo mais, Douglas! – Completou dando língua para Douglas.


  - Por favor... – Pediram os três em conjunto com os olhos brilhando.


  - Maldito seja o Natal! – Resmungou Liu bem baixinho. – Só se você for comigo, Matt... – Disse com uma cara de dúvida.


  - Essa era a idéia... – Disse Mathews. – Ou você acha que eu te deixaria sozinha num momento desses?! – Perguntou em seguida.


  - Pára tudo! – Exclamou Liu. – Eu acho que eu vou desmaiar... – Mentiu botando a mão na testa.


  - Quando você vai desmaiar você nunca chega a avisar... – Pontuou Douglas.


  - Desmaiei! – Exclamou Liu deixando seu corpo cair no chão e fechando os olhos. – “Isso doeu...” – Pensou ao se bater no chão.


  - Ihhh... – Murmurou Mathews se abaixando ao lado de Liu, que estava com um olho aberto discretamente. – Eu acho que a gente vai ter de levar ela para um hospital... – Disse com uma cara séria.


  - É... – Concordou Douglas também se abaixando perto de Liu. – E lá eles vão botar soro intravenoso... – Murmurou bem perto do ouvido de Liu.


  - E vão fazer vários exames malucos que precisam de agulhas... – Adicionou Bel em pé mesmo.


  - Acordei! – Exclamou Liu se levantando rapidamente. – Me sinto bem melhor... – Disse respirando fundo. Bel, Douglas e Mathews riram.


  - Vamos Liu... – Chamou Mathews já abrindo a porta.


  - Ihhh... – Resmungou Liu. – Está frio... – Continuou. – Que pena, acho que não vou puder ir... Não sei onde está o meu casaco... – Disse dando os ombros.


  - Usa o meu... – Disse Douglas jogando um casaco bem grande sobre os ombros de Liu, que estava com uma cara de pânico.


  - Me deu uma vontade incontrolável de ir ao banheiro! – Mentiu Liu só para não sair de casa. Mathews já estava do lado de fora.


  - Tchau Liu! – Exclamou Douglas empurrando Liu para fora de casa e trancando a porta.


  - Expulsa de casa no dia da Véspera de Natal... – Murmurou Liu sem sair do lugar.


  - Vamos logo Liu... – Chamou Mathews. – Ou você provavelmente vai perder a parte da comida... – Brincou.


  - Não estou com fome mesmo... – Murmurou Liu. – “Céus, o que eu estou fazendo?!” – Se perguntou enquanto seguia para a casa de Sirius.


  - Feliz Natal anjo ruivo! – Exclamou James entregando um presente para Lily.


  - Feliz Natal meu Amor... – Respondeu Lily abraçando James e lhe entregando um embrulho.


  - Feliz Véspera de Natal, Remy!! – Gritou Lele, que estava passando o Natal na casa de Remus, com um embrulho na mão.


  - Feliz Véspera de Natal, maluquinha... – Respondeu Remus abraçando a garota com um presente na mão.


  - Mary, eu tenho um presente para você... – Murmurou Sirius. Ele e Mary Kate estavam sentados no sofá da sala, e Peter estava na cozinha comendo, ou se fingindo de invisível.


  - Si, eu tenho uma coisa para lhe dizer... – Confessou Mary Kate com as mãos trêmulas.


  - Damas primeiro nesse caso... – Disse Sirius forçando um sorriso.


  - Sirius... – Recomeçou Mary Kate com certa dificuldade. – Eu sei que você ainda gosta demais da Liu... – Murmurou com a cabeça baixa.


  - Vem Liu! – Gritou Mathews. – Pelo endereço que você me disse, falta muito pouco para chegar! – Completou. Liu estava andando o mais devagar possível.


  - Minhas pernas são mais curtas do que as suas... – Pontuou Liu.


  - E você está com uma vontade imensa de ir para lá, não é?! – Completou Mathews num tom de ironia.


  - Imensa! – Exclamou Liu, eles estavam bem perto da casa de Sirius.


  - Eu sei que você nunca vai superar por completo a morte dela... – Continuou Mary Kate olhando para suas sandálias. Sirius já estava tendo certo tipo de pressentimento de aonde aquela conversa chegaria.


  - É aquela, não é?! – Perguntou Mathews apontando para uma casa.


  - Sim... – Respondeu Liu. Ambos foram até a casa.


  - Mas... – Murmurou Mary. – Eu não pude controlar meu coração... – Confessou evitando olhar para o maroto. Sirius não fazia idéia do que iria fazer.


  - Hey... – Murmurou Liu na porta da casa de Sirius. – Posso dar uma pequena espiada antes?! – Perguntou para Mathews sorrindo.


  - Faça o que você quiser... – Respondeu Mathews. Liu foi discretamente para a janela da sala da casa de Sirius.


  - “O que a Mary está fazendo aqui?!” – Se perguntou Liu ao ver Mary Kate conversando com Sirius.


  - O que eu quero dizer é que... – Murmurou Mary envergonhada. – Eu me apaixonei por você Sirius... – Disse finalmente olhando nos olhos do maroto.


  - Mary... – Murmurou Sirius incerto do que faria. – “A Liu morreu... Tentar não vai fazer mal...”. – Pensou. – Eu acho que a gente poderia tentar ficar juntos, se não der certo, paciência! – Disse por fim abrindo um sorriso maroto.


  - Vem Liu... – Chamou Mathews.


  - Só mais um pouco Matt! – Resmungou Liu ainda na janela.


  - Eu te Amo Si... – Disse Mary Kate com os olhos marejados e um sorriso no rosto.


  - Eu também Mary... – Murmurou Sirius com o coração apertado. Era mesmo aquilo que ele queria?!


  No momento seguinte Sirius beijou Mary Kate. Não foi um simples beijo, foi um beijo longo.


  - “Eu acho que eu demorei muito...” – Pensou Liu ao ver a cena. Lágrimas escorriam de seus olhos sem parar.


  - Liu... – Chamou Mathews mais uma vez, dessa vez ele foi até ela. Quando ele olhou pela janela entendeu o motivo do choro da garota. – Você quer ir embora?! – Perguntou olhando para Liu.


  - “Ele está feliz, é isso que importa, não é?!” – Se perguntava Liu. – “Era o que eu queria, que ele seguisse em frente... Então porque eu sinto como se meu coração estivesse se partindo em milhões de pequenos pedaços?!” – Se perguntou novamente.


  - Liu, olhar não vai melhorar em nada... Só piorar... – Alertou Mathews segurando a mão de Liu. – Vamos embora... – Disse por fim. Sirius se separou do beijo, sentiu uma dor no coração, como se parte dele estivesse muito triste.


  - Matt... – Murmurou Liu. – Será que eu vou conseguir algum dia, ser feliz novamente?! – Perguntou com os olhos transbordando lágrimas.


  - Claro que vai Liu... – Respondeu Mathews levando Liu para um banco que tinha por perto.


  No meio do caminho Liu abraçou Mathews e começou a chorar ainda mais. Murmurava palavras sem sentido, talvez nem palavras fossem.


  - Calma Liu... – Murmurou Mathews levantando a cabeça de Liu de tal forma que o espaçamento entre os dois rostos era quase nulo. Havia começado a nevar.


  Levaram um tempo se olhando. Sem nenhum tipo de explicação seus lábios se tocaram. Não que fosse aquilo que eles queriam, tanto não era que dá mesma maneira rápida que começou, terminou.


 Sirius sentiu seu coração diminuir, olhou para Mary Kate, ela estava feliz.


  - “Porque eu sinto como se o que eu fiz estivesse me machucando?!” – Se perguntou Sirius enquanto fingia um sorriso para Mary Kate.


  Após o muito breve beijo, que na verdade fora apenas um toque de lábios, Liu e Mathews ficaram olhando um para o outro totalmente sem graça, enquanto a neve caía.


  - Eu acho que... – Começou Liu.


  - Deve ter sido alguma força maior que empurrou a gente... – Disse Mathews. Liu sorriu.


  - Força maior chata essa... – Murmurou Liu sorrindo. – Ela sabe que nós já temos alguém em nossos corações, e mesmo assim nos empurrou... – Completou.


  - Pois é... – Concordou Mathews. – Eu proponho que nós simplesmente anulemos esse fato de nossa memória... – Adicionou.


  - Ou vamos fingir para nós mesmos que foi uma conseqüência de um jogo de “verdade ou conseqüência” com algo superior... – Falou Liu. Agora ambos se dirigiam até o banco.


  - Amigos, né?! – Perguntou Mathews confuso.


  - Os melhores para sempre! – Respondeu Liu sorrindo.


  - Mary... – Começou Sirius sorrindo falsamente. – Eu vou dar uma voltinha, volto já... – Completou. Ele precisava ficar sozinho um pouco.


  - Eu entendo Si... – Murmurou Mary Kate. – Você quer ficar sozinho um pouco, né?! – Perguntou em seguida.


  - Exatamente... – Respondeu Sirius se levantando.


  - Si, só me tira uma dúvida... – Pediu Mary Kate.


  - O que foi Mary?! – Perguntou Sirius já na porta.


  - O que nós somos agora?! – Perguntou Mary confusa.


  - Se você quiser... Namorados... – Respondeu Sirius.


  - Namorados então... – Concordou Mary Kate.


  - Volto logo... – Murmurou Sirius soltando um beijo para Mary Kate e saindo de casa com seu casaco quente.


  - Merdaaa.... – Murmurou Liu. – Matt, se esconde! – Exclamou ao ver Sirius vindo em direção ao banco de cabeça baixa e falando coisas incompreensíveis.


  - Aiii!! – Gritou Mathews ao ser puxado por Liu para trás de um arbusto que ficava atrás do banco.


  - Porque essas coisas só acontecem comigo?! – Perguntava Sirius revoltado enquanto se sentava no banco.


  - Do que ele está falando?! – Murmurou Mathews para Liu.


  - Eu sei lá... – Murmurou Liu de volta.


  - Porque você fez isso comigo, Liu?! – Falou Sirius num tom um tanto quanto alto de voz.


  - Ihhh... – Murmurou Mathews. – Melhor sair daqui antes que ele fale besteira... – Completou olhando para Liu.


  - Nemm... – Murmurou Liu de volta. – Eu vou ficar aqui mais um pouco... – Completou.


  - Porque você me fez ficar apaixonado por você, se depois ia me abandonar desse jeito?! – Perguntou Sirius confuso. – Vai ver você nunca sequer chegou a me Amar, só estava brincando comigo... – Adicionou.


  - Ouu! – Exclamou Liu em murmúrio. – Eu te Amo seu abestalhado... – Murmurou novamente.


  - Quer saber, eu acho que eu nunca te Amei também! – Disse Sirius sem saber o que estava dizendo, só queria arrumar algo para reclamar ou para dizer. – Você foi só mais uma... – Falou em seguida. O coração de Liu gelou.


  - Você sabe que não é verdade... – Murmurou Mathews para Liu.


  - Eu não sei de nada... – Murmurou Liu de volta controlando – se para não chorar.


  - Sabe... – Murmurou Sirius. – Acho que foi uma boa coisa você ter morrido... Assim eu pude ver que eu Amo é a Mary Kate... – Disse de cabeça baixa.


  - A Mary?! – Perguntou Liu num tom baixo.


  - Você só me fez sofrer, Liu! – Gritou Sirius se exaltando. – Está na hora de você deixar minha mente em paz... – Disse em seguida.


  - E todos os momentos felizes ficam esquecidos?! – Perguntou Liu baixinho. – Tudo que passamos não valeu de nada?! – Completou.


  - “Deus... Isso vai acabar em mais choro...”. – Pensou Mathews.


  - Eu te odeio Elisa Weiss! – Exclamou Sirius mesmo sabendo que aquilo não era verdade.


  - Eu acho que já cansei de ouvir isso... – Murmurou Liu olhando para Mathews, lágrimas escorriam por sua face.


  - Liu... – Murmurou Mathews. Tarde demais.


  Sem medo de ser vista por Sirius, ou por quem fosse, Liu saiu caminhando, passando pelo lado de Sirius que estava de cabeça baixa ainda reclamando da vida, e logo após acelerando o passo enquanto lágrimas lhe caiam a face.


  - Espera! – Gritou Mathews. Sirius olhou para ele, afinal ele havia saído de trás do banco. – Espera só um pouco! – Gritou novamente correndo para alcançar Liu.


  - Eu te odeio por te Amar demais e não te ter ao meu lado... – Completou Sirius em meio a lágrimas. – Mas você vai estar sempre em meu coração, mesmo que eu não queira... – Murmurou em seguida beijando o pingente de coração da sua corrente.


  - Liu, fala comigo... – Pediu Mathews que já estava ao lado de Liu.


  - Me deixa em paz, Matt... – Retrucou Liu andando ainda mais rápido.


  - Pára de correr, caramba! – Exclamou Mathews.


  - Pára de falar então... – Disse Liu num tom um pouco mais alto de voz.


  - Você ouviu porque quis! – Pontuou Mathews.


  - É... – Concordou Liu. – Eu realmente precisava daquilo para ter certeza de que eu agora vou viver em prol da minha vingança... – Continuou. – Depois de me vingar, que eu morra! – Falou por fim.


  - Pára de falar besteira... – Murmurou Mathews. – Morrer não... – Completou.


  - Antes a morte do que uma vida incompleta... – Pontuou Liu.


  - Se você morrer, eu juro que eu te mato! – Exclamou Mathews. Liu olhou para ele com uma cara de quem diz “você é idiota?!”.


  - Se eu morrer é óbvio que você não vai puder me matar... – Murmurou Liu com uma cara de tédio. – Vou para casa, meu Natal acabou... – Adicionou. – Até um outro dia... – Despediu – se começando a correr ainda mais.


  - Nossa... – Murmurou Mathews para si mesmo enquanto ficava parado no lugar aonde Liu havia deixado ele.


  - Então Bel... Como eu ia dizendo... – Começou Douglas sendo interrompido por um barulho de porta sendo aberta, e fechada rapidamente.


  - Sem perguntas, sem perguntas, e sem perguntas! – Disse Liu apontando para Douglas, depois para Bel, e por último para Eduzinho enquanto ia rapidamente para as escadas.


  - Volta aqui agora! – Exclamou Douglas. Mas tudo que ele ouviu foi uma segunda batida de porta.


  - Vamos fingir que eu morri por uma semana! – Gritou Liu de seu quarto. Bel e Douglas se entreolharam. Eduzinho subiu as escadas feito um foguete e ficou parado em frente à porta do quarto de Liu. – Você vai ficar do lado de fora do quarto hoje, Eduzinho! – Adicionou ao ouvir o miado do gato.


  - O que será que aconteceu para ela estar tão... Assim?! – Perguntou Douglas confuso.


  - No máximo o Sirius não a perdoou... – Respondeu Bel. – Ou ela nem chegou a falar com o Sirius... – Adicionou pensativa.


  - Cadê o Mathews?! – Perguntou Douglas repentinamente.


  - Boa pergunta... – Respondeu Bel.


  - Abre essa porta Liu! – Gritava Douglas. Já era meio – dia do dia vinte e cinco de Dezembro, e a garota ainda não havia saído do quarto.


  - Estou dormindo, volte mais tarde! – Respondeu uma voz chorosa.


  - Está bem... – Concordou Douglas.


  Dez minutos se passaram, Liu viu um bilhete entrar por debaixo da porta e foi ver o que estava escrito.


 


  “Não te prendas mais a dor...


  Nem lembres quem te esqueceu...


  Pois quem quer morrer de Amor...


  Vive do Amor que morreu.”


 


  - Vou te ignorar Douglas! – Avisou Liu ao ler o bilhete, mas outro bilhete entrou pela porta.


 


 É sinal de inteligência...


  Esquecer mágoas feridas...


  Buscar no jardim flores...


  E não as folhas caídas.”


   Ps. Estou te esperando no porão... Desça imediatamente.


  Ass. D.W.”


 


  - “Desça imediatamente”... – Releu Liu com uma cara de desaprovação. – Ótimo, me dando ordens de novo... – Murmurou. – Eu só vou descer porque eu estou curiosa para saber o que ele quer dizer para mim... – Adicionou falando com si mesma e saindo de seu quarto. Eduzinho estava a dormir na frente da porta do quarto de Liu.


  - Vamos treinar! – Exclamou Douglas imediatamente quando Liu chegou ao porão com sua varinha em mãos.


  - “Vamos” nada... – Retrucou Liu se jogando no sofá que tinha no porão. – Eu cansei disso tudo! – Exclamou em seguida.


  - Você vai me contar o que houve ontem, ou eu vou ter de supor que o Sirius te deu um pé na bunda?! – Perguntou Douglas com uma cara séria.


  - Ache o que quiser, de minha boca nem meia palavra você vai ouvir... – Respondeu Liu ainda deitada no sofá.


  - E se eu te torturar?! – Perguntou Douglas com um sorriso maroto.


  - Eu te mato... – Respondeu Liu com indiferença no tom de voz.


  - Vai me contar?! – Perguntou Douglas em seguida.


  - Eu perdi o Sirius... – Começou Liu. – E agora eu não tenho mais coragem de dizer para ele que eu estou viva e acabar com a alegria dele e da minha própria prima... – Completou com um sorriso amarelo.


  - Então o Sirius está com a Mary Kate?! – Questionou Douglas confuso.


  - Pelo menos eu o Sirius aos beijos com ela ontem... – Respondeu Liu.


  - Então eu estava certo em uma parte... – Murmurou Douglas. – Realmente tinha haver com o Sirius ter seguido adiante... – Pontuou. – Agora é a sua vez, mostre – me que não és fraca... – Pediu, Liu olhou surpresa para ele. – Mostre – me que mesmo depois do que você viu ontem você é capaz de encarar um treinamento sério... – Adicionou.


  - Vá catar coquinhos Douglas... – Retrucou Liu se levantando. – Eu vou é sair daqui... – Disse indo até as escadas do porão.


  - OBSCURO! – Exclamou Douglas apontando sua varinha pra Liu, que com o susto de ter “perdido” a visão deixou a sua varinha cair.


  - DOUGLAS! – Gritou Liu em desespero. – Você está de brincadeira comigo?! – Perguntou em seguida num tom extremamente alterado de voz.


  - Ache a sua varinha... – Desafiou Douglas. – Ou me ache... – Adicionou. – E enquanto isso desvie das almofadas... – Completou com um sorriso malicioso e uma almofada em mãos.


  - Douglas, se eu te achar eu juro que eu vou te esganar! – Avisou Liu se esforçando para sair de onde estava sem se bater em nada.


  - Lá vai uma almofada! – Avisou Douglas. Liu tentou desviar, mas foi atingida pela almofada.


  - Aiii! – Reclamou Liu ao ser atingida.


  - Reclame menos, pense mais! – Alertou Douglas. – Tente usar seus outros sentidos, como a audição... – Aconselhou.


  - Eu vou te matar... – Liu falou pausadamente. – M – A – T – A – R.... Entendeu?! – Repetiu com as mãos tateando a parede.


  - Para me matar você vai ter de me achar... – Começou Douglas. – E para me achar você vai ter de se esforçar... – Completou com outra almofada em mãos.


  - Não se preocupe, eu vou te achar... – Murmurou Liu tentando se concentrar para ouvir os mínimos barulhos do porão.


  - Lá vai almofadaaa! – Gritou Douglas antes de jogar mais uma almofada. Dessa vez Liu se abaixou na hora certa, a almofada caiu em frente à ela, e ela conseguiu pegar a almofada que estava no chão.


  - Sua vez de desviar de uma almofada! – Disse Liu enquanto se levantava e jogava almofada no local aonde ela acreditava estar Douglas.


  - Errou! – Exclamou Douglas que estava no lado oposto ao qual Liu jogou a almofada. – Mas tenho que admitir que agora você está começando a pegar o espírito da brincadeira... – Adicionou sorrindo e pegando outra almofada.


  - Cuidado Douglas, não me provoque... – Avisou Liu que agora andava pelo porão tateando os lugares à procura de Douglas.


  - “Cuidado Douglas, não me provoque...” – Repetiu Douglas a fim de irritar Liu.


  - Te achei! – Exclamou Liu pouco antes de segurar o braço de Douglas que passava pela sua direita no momento.


  - Bom trabalho... – Disse Douglas sorrindo. – Mas você não achou a sua varinha antes, então não vai puder fazer nada comigo... – Provocou.


  - Quem te disse que eu não achei minha varinha antes?! – Perguntou Liu com um sorriso.


  - Eu estou com ela, então nem adianta tentar jogar verde para eu tirar o feitiço... – Respondeu Douglas. Liu fechou a cara novamente.


  - Me dá a minha varinha Douglas... – Murmurou Liu num tom sério.


  - Tire ela de mim... – Provocou Douglas.


  - Me dá! – Reclamou Liu.


  - Vá buscar! – Desafiou Douglas jogando a varinha de Liu para um lugar escondido no canto do porão, e logo após se soltando dos braços de Liu. A campainha tocou. – Eu vou subir para atender a porta, quando eu voltar espero que já tenha achado a sua varinha... – Adicionou.


  - Idiota... – Murmurou Liu enquanto se abaixava para procurar a varinha pelo chão.


  - Assim ela aprende alguma coisa... – Murmurava Douglas enquanto subia as escadas do porão. Ao ver Eduzinho com os pelos ouriçados em frente à porta Douglas se perguntou se realmente deveria abrir aquela porta de madeira. – Calma Eduzinho... – Murmurou antes de abrir a porta.


  - Olá... Douglas. – Ecoou uma voz fina e irritante.


  - Marta... – Murmurou Douglas. – E seu fiel idiota, Nosferato... – Adicionou com irritação ao ver o homem parado ao lado de Marta.


  - Viemos fazer uma visita... – Disse Marta enquanto entrava sem ser convidada.


  - Nós achamos que talvez você tenha algumas informações que certo padre não quis nos contar... – Completou Nosferato com uma voz de indiferença enquanto também entrava na casa de Douglas.


  - Acharam errado então... – Retrucou Douglas olhando para Eduzinho como quem pede calma.


  - Você sabe qual foi o fim do padre, não é?! – Perguntou Marta.


  - Se você não se cuidar, pode ser o seu fim também... – Adicionou Nosferato brincando com sua varinha.


  - Vocês não me matariam enquanto acreditarem que eu tenho um segredo em comum com o padre morto... – Provocou Douglas.


  - Meu Amor... – Começou Marta olhando para Nosferato. – Pode me deixar a sós com essa criatura?! – Perguntou apontando para Douglas com sua varinha.


  - Claro... – Respondeu Nosferato.


  - Submisso... – Provocou Douglas com um sorriso de provocação enquanto olhava para Nosferato.


  - Vou aproveitar para dar uma olhada no que ele esconde nesse porão... – Pontuou Nosferato. O coração de Douglas gelou, teria ele levado a “irmã” para a morte certa sem nem ao menos saber?! – Afinal, normalmente é no porão que as pessoas escondem seus maiores segredos... – Adicionou esperando Douglas cometer algum erro.


  - Vá em frente, eu não escondo nada de ninguém... – Retrucou Douglas se esforçando para não sair correndo para entrar no porão antes e evitar uma possível morte. Nosferato deu as costas e seguiu a caminho do porão.


  - Vamos ter uma conversinha de adulto para adulto... – Começou Marta. – Me diga agora aonde você escondeu o corpo daquela suicida! – Exclamou num tom alto de voz.


  - “Ouço passos...” – Pensou Liu ao ouvir passos no piso superior. – “Mas não são os passos do Douglas...” – Adicionou em pensamentos. – “Acho melhor eu me esconder, mas onde?!” – Se perguntou enquanto se esforçava para não entrar em pânico.


  - Ahhhh... – Murmurou Douglas. – Você deve estar atrás daquela correntinha, certo?! – Perguntou num tom de clara provocação. – Sinto muito, eu não sei de nada... – Completou com um sorriso cínico.


  - Moleque insolente! – Gritou Marta. – Não tens noção do perigo?! – Questionou em seguida. – Não sabes que assim como fui capaz de acabar com a vida de muitos, sou capaz de acabar com a sua vida?! – Perguntou em seguida.


  - Dragão velho... – Começou Douglas. – Não tenho medo do seu fogo frio... – Adicionou com um sorriso de provocação.


  - “Dragão velho”?! – Repetiu Marta com desgosto.


  - Velha e de cara enrugada! - Completou Douglas.


  - Se eu fosse você mediria as minhas palavras... – Aconselhou Marta.


  - Se eu fosse você, eu seria muito feio! – Provocou Douglas.


  - “Cadê a minha varinha?!” – Se perguntou Liu enquanto tentava achar a sua varinha, que embora ela não soubesse, estava bem perto dela.


  - Retire o que disse! – Ordenou Marta.


  - Não sou homem de voltar atrás no que digo! – Exclamou Douglas com orgulho.


  - É homem o suficiente para não temer a morte?! – Perguntou Marta.


  - Sou homem o suficiente para saber que a morte não passa de uma grande aventura... – Começou Douglas. – E que morrer é conseqüência de viver... – Adicionou com um sorriso.


  - “Achei!” – Pensou Liu ao pegar sua varinha do chão. – Finite Incantatem! – Murmurou apontando para si mesma. – Agora você me paga Douglas... – Adicionou. Mas os passos aumentaram, já desciam as escadas a essa altura.


  Liu foi em direção à escada, não para subir, só para observar quem estava descendo.


  - O que será que eu vou encontrar nesse porão?! – Murmurava Nosferato para si mesmo enquanto abria a porta do porão. Liu então pôde ver que os sapatos não eram do Douglas, apressou – se e se escondeu atrás de algumas roupas velhas que ficavam numa espécie de closet sem porta, como eram muitas roupas de diversos tamanhos, ela ficou até bem escondida.


  - “Droga...” – Pensou Liu escondida. – “Porque o Douglas mandou seja lá quem for descer o porão?!” – Se perguntou amedrontada.


  - CRU... – Começou Marta irritada.


  - Nem pense nisso! – Exclamou Douglas enquanto soltava um feitiço não – verbal que acabou por jogar Marta longe.


  - INCARCEROUS! – Gritou Marta apontando para Douglas que logo se viu preso em várias cordas.


  - EXPELLIARMUS! – Retrucou Douglas, ao invés de acertar a varinha de Marta, ele acabou acertando Marta que caiu longe novamente, dando tempo para ele se livrar das cordas.


  - ALARTE ASCENDERAE! – Gritou Marta fazendo com que Douglas fosse até o teto e depois caísse bruscamente no chão.


  - “Droga... Será que a Liu está bem?!” – Se perguntava Douglas enquanto buscava forças do nada para se levantar após o feitiço.


  - Interessante... – Disse Nosferato ao entrar no porão, que estranhamente estava com a luz ligada.


  - “Essa voz...” – Pensou Liu sentindo um fervor lhe corroer a pele de dentro para fora.


  - Mas o amigo do irmão da defuntinha é meio esquisito mesmo... – Falou Nosferato com um tom de desgosto. – Aparentemente ele estava jogando almofadas em algo... Ou alguém... – Completou.


  - “É ele...” – Concluiu Liu em pensamentos ao ver a silhueta de um homem, na verdade, a silhueta de um pesadelo.


  - Coitado... – Murmurou Nosferato. – A Marta já deve estar quase acabando com ele a essa altura dos acontecimentos... – Disse com um sorriso vitorioso.


  - “Não... O Douglas não...” – Pensava Liu se esforçando para não sair de seu esconderijo. Só então ela conseguiu ouvir os gritos de feitiços e maldições vindas do pavimento de cima do que ela estava.


  - Desista Marmota! – Disse Douglas num tom de provocação. Já tinha vários ferimentos em seu corpo, alguns cortes superficiais, outros um tanto quanto profundos.


  - Cala a boca, projeto de defunto! – Retrucou Marta enraivada.


  - O que será que ele guarda nesse armário?! – Se perguntou Nosferato enquanto ia em direção ao closet onde Liu estava escondida.


  - “Ok... Dei-me mal... Vou atacar ele de surpresa, falando assim: “Olá Tio Nosnos, lembra de mim?! Então, morra!””. – Começou Liu em pensamentos. Nosferato estava cada vez mais próximo. – “Não, ficou muito idiota... Céus, eu vou morrer pela segunda vez em minha vida!” – Completou na confusão de sua mente. Inconscientemente Liu dava passos para trás, como quem busca um lugar seguro.


  - Roupas velhas... – Murmurava Nosferato enquanto passava a mão pelas roupas.


  - “Garotas mortas...” – Completou Liu em pensamento enquanto encostava-se ao fundo do closet e se abaixava.


  - Miauu... – Liu ouviu um gato miar não muito longe.


  - “Pelo Amor de alguma força superior felina, dessa vez fique quietinho Eduzinho...” – Pensava Liu em desespero, e se Eduzinho resolvesse ir até onde ela estava?!


  - Olha... É o gatinho branco da defuntinha! – Exclamou Nosferato desviando a sua atenção do armário para o gato.


  - “Se você tentar alguma coisa contra o meu Eduzinho, eu juro que não pensarei duas vezes antes de te atacar pelas costas!” – Pontuou Liu mentalmente.


  - Vem cá bichano... – Chamou Nosferato se abaixando e fazendo um barulho estranho com os dedos. Eduzinho olhava para ele com um misto de curiosidade e confusão.


  - “Nossa... O tio Nosnos é meio retardado...” – Pensou Liu olhando confusa para a cena, por debaixo das roupas velhas.


  - NOSFERATO! – Um grito ecoou pela casa.


  - Marta... – Murmurou Nosferato pouco antes de subir as escadas do porão com pressa, largando Liu e Eduzinho sozinhos no local.


  - Douglas... – Murmurou Liu saindo de seu esconderijo ao notar que não havia mais ninguém lá.


  Após longos dez minutos de gritos de dor, barulhos diversos de coisas caindo, ameaças horríveis, os dez minutos mais longos de espera provavelmente. Liu finalmente ouviu uma última frase.


  - Nós vamos embora... Mas voltaremos para acabar o que começamos... – Uma voz masculina disse num tom de ameaça clara. Logo após Liu ouviu o barulho do fechamento brusco de uma porta.


  - “Eles se foram...” – Pensou Liu imediatamente após ouvir a porta sendo fechada. – Douglas... – Murmurou com os olhos transbordando lágrimas finas. – DOUGLAS! – Gritava Liu em desespero enquanto abria a porta do porão.


  Correu para chegar logo na sala, pelo menos ela achava que Douglas estaria lá. Olhou em todos os cantos da sala, nada do amigo – irmão. Desesperou – se ainda mais, pensou em mil atrocidades, botou as mãos na cabeça demonstrando o seu estado de desespero. Chorava sem parar, era culpa dela, tudo era culpa dela. Mas o que ela poderia ter feito para evitar aquilo?! Saído do porão, claro, mandado o Nosferato ir catar coquinho no deserto do Saara, e depois ido enfrentar a idiota da Marta.


  - Douglas... Cadê você?! – Perguntava Liu em pânico. – Não brinca comigo... Não fique escondido de propósito... – Pedia em meio às lágrimas.


  - Liu... – Foi possível ouvir um pequeno fio de voz vindo da cozinha.


  - Douglas! – Exclamou Liu correndo para a cozinha. – Porque fizeram isso com você?! – Perguntou ao ver o amigo cheio de cortes profundos de onde saía sangue. – Minha culpa, me desculpa... – Repetia sem parar enquanto ficava agachada ao lado do “irmão” que encontrava – se deitado no chão, com a cabeça, e parte das costas, apoiada nos armários baixos da cozinha.


  - Cala a boca por dois segundos pelo menos... – Pediu Douglas se esforçando para emitir sons.


  - Está bem... – Concordou Liu enquanto abaixava a cabeça.


  - Você está bem?! – Perguntou Douglas com muita dificuldade.


  - O que importa agora é você! – Exclamou Liu desesperada com a situação do amigo.


  - Você está bem ou não?! – Questionou Douglas novamente.


  - Melhor do que você sem dúvidas... – Respondeu Liu.


  - Me desculpa por ter te deixado em perigo... – Murmurou Douglas com uma cara de arrependimento.


  - Eu não vou te desculpar se você morrer, entendeu?! – Liu disse claramente. Aquilo tudo estava num tom de despedida cruel.


  - Se eu morrer eu volto para te fazer uma visita... – Retrucou Douglas.


  - Você não vai fazer isso comigo, você não vai morrer, não você Doug... – Murmurava Liu enquanto as lágrimas insistiam em cair, e tentava abraçar Douglas sem que o machucasse ainda mais.


  - Relaxa pequena... – Murmurou Douglas. – Eu vou ficar bonzinho de novo, não se preocupe... – Consolou sorrindo.


  - Vou ligar para a Bel... – Pontuou Liu se levantando rapidamente e enxugando as próprias lágrimas.


  - Não Liu! – Exclamou Douglas com dificuldades. – Deixa a Bel em casa, sem saber de nada... – Pediu.


  - O que eu faço então?! – Perguntou Liu confusa.


  - Me ajuda a levantar... – Disse Douglas. Liu foi até ele começou a o ajudar.


  - Você é pesado... – Murmurou Liu enquanto Douglas se levantava com a ajuda dela.


  - Você que é fraca... – Retrucou Douglas.


  - E agora?! – Perguntou Liu quando Douglas já estava de pé.


  - Você vai pegar uma poção azul que está no armário mais alto daqui... – Respondeu Douglas indo se apoiar na mesa.


  - Porque tinha de ser o mais alto?! – Perguntou Liu enquanto subia na bancada da pia para alcançar o armário.


  - Sabia que você poderia usar magia?! – Lembrou Douglas.


  - Nessas horas eu não penso... – Respondeu Liu já com o frasco da poção em mãos, sentando na bancada. – Toma... – Adicionou entregando a poção para Douglas.


  - Promete que não vai falar nada para a Bel?! – Perguntou Douglas depois de beber a poção.


  - Prometo... – Respondeu Liu.


  - Vou dormir para me recuperar mais rápido... – Disse Douglas sorrindo.


  - Quer ajuda para ir até o seu quarto?! – Liu perguntou com uma cara de culpa ainda.


  - Eu posso aparatar, esqueceu?! – Douglas disse piscando para Liu e sumindo em seguida.


  - Marta e Nosferato... – Começou Liu falando sozinha. – Se antes eu odiava vocês do fundo do meu coração... – Continuou com uma cara de raiva. – Hoje o sentimento já passou do limite do ódio, não desejo mais uma morte rápida para vocês... Desejo sofrimento eterno. – Completou com um sorriso misterioso.


  - “Bom, eu não quero arriscar terminar chorando que nem a Liu...” – Pensava Mathews na porta da casa de seu Amor secreto. – “Mas e se ela não gosta de mim?!” – Se perguntou em seguida. – “Só tem uma maneira de saber, não é?!” – Adicionou em pensamentos em seguida. Tocou a campainha.


  - Matt?! – Disse uma garota de cabelos longos lisos e castanhos escuros, e olhos cor de mel. As bochechas delas coraram levemente ao ver o garoto.


  - Ta... Ta... Taty... – Gaguejou Mathews levemente corado também.


  - O que você faz aqui?! – Perguntou Taty confusa com a situação. – Quer entrar?! – Questionou em seguida.


  - Taty, eu preciso lhe falar algo que está em minha garganta... – Pontuou Mathews olhando nos olhos cor de mel da garota.


  - O que houve Matt?! – Taty perguntou preocupada enquanto encostava a porta de casa, e ficava do lado de fora junto a Mathews.


  - Gosto tanto dos teus olhos... – Começou Mathews com a respiração ofegante. – Porém gosto mais dos meus... – Continuou. Taty olhava para ele com um olhar de curiosidade. – Se não fossem os meus olhos... – Disse tentando sorrir. – Eu não poderia ver os teus... – Finalizou totalmente sem graça. – Taty, eu te Amo... – Murmurou após ter dito tudo aquilo.


  - É o quê Matt?! – Taty perguntou, pois não tinha ouvido o murmúrio do garoto.


  - Eu te Amo, Tatyanne DeMille! – Confessou Mathews agora claramente.


  - Matt... Eu... – Murmurou Taty totalmente corada.


  - Eu estou preparado para ouvir um “Eu não te Amo”, ou um “Eu só penso em você como um bom amigo”... A única coisa que eu não estava preparado era para viver sem nunca ter te dito que te Amo... – Disse Mathews sorrindo.


  - Matt... Eu... – Murmurou Taty novamente.


  - Você...?! – Perguntou Mathews curioso para ouvir o que a garota tinha para dizer, e ao mesmo tempo falando demais e sem deixar ela falar.


  - Eu também te Amo seu bobo... – Murmurou Taty sorrindo.


  - Sério?! – Mathews perguntou sem acreditar no que havia ouvido.


  - Sério... – Respondeu Taty.


  - Não é nenhum tipo de brincadeira ou pegadinha?! – Mathews questionou em seguida.


  - Não Matt... – Respondeu Taty.


  - Jura?! – Perguntou Mathews inseguro.


  - Matt! – Exclamou Taty. – Eu te Amo mesmo mesmo! – Disse sorrindo.


  - Então licença pequena... – Murmurou Mathews com um sorriso um tanto quanto maroto. Em seguida beijou a sua amada. Foi um beijo calmo, romântico, perfeito.


  Trinta e um de Dezembro. Seis da tarde.


  - Vocês vão para a casa do James sim! – Gritava Liu na sala.


  - Eu não quero te deixar sozinha depois daquilo... – Pontuou Douglas.


  - Liu, a gente passa o ano aqui, com você! – Exclamou Bel.


  - Aí vocês vão perder o festão que o James vai dar na casa dele?! – Perguntou Liu. – Por minha causa?! – Adicionou. – Mas nem pensar... – Disse por fim.


  - E você fica sozinha?! – Perguntou Douglas. – Mas nem pensar! – Adicionou.


  - Oww! – Exclamou Liu. – O Eduzinho não conta?! – Perguntou com um sorriso manhoso.


  - Está bem... – Concordou Douglas. – Mas tem duas coisas que eu quero fazer antes de ir para a festa... – Pontuou. – Primeira... – Continuou. – Vou fazer um feitiço para uma capa velha puder virar uma “capa de invisibilidade”, para se você se sentir ameaçada, certo Liu?! – Propôs com um sorriso.


  - Certo! – Concordou Liu mostrando o polegar direito em sinal de “ok”.


  - Segundo... – Recomeçou Douglas se virando para Bel. – Isabel Montano... – Disse enquanto se ajoelhava. Liu abafou uma risada. – Aceita ser minha noiva?! – Perguntou abrindo uma caixinha de veludo vermelha em formato de coração, e revelando um lindo anel de noivado.


  - Beija, beija, beija! – Começou Liu. – Opss... Errei... – Murmurou em seguida. – Aceita, aceita, aceita! – Recomeçou sorrindo. Bel ficou corada. Douglas riu.


  - Claro que eu aceito Doug... – Respondeu Bel emocionada com o pedido. Douglas se levantou e abraçou a garota.


  - Eu acho que eu vou chorar Eduzinho! – Pontuou Liu pegando o gatinho e abraçando – o. – Isso é tão emocionante... – Murmurou em seguida. – Fecha os olhos, vai começar a seção imprópria para menores de oitenta e dois anos! – Brincou fechando os olhos e tampando os olhos de Eduzinho no que Bel e Douglas começaram a se beijar.


  - Você tem certeza de que vai ficar aqui sozinha, Liu?! – Perguntou Douglas após algum tempo. Liu ainda estava de olhos fechados.


  - Claro que tenho certeza... – Respondeu Liu abrindo os olhos e botando Eduzinho no chão. – Eu juro que eu não vou sair de casa! – Completou com uma cara séria.


  - Jura mesmo?! – Perguntaram Bel e Douglas em conjunto.


  - Nossa... – Murmurou Liu. – Olha só que dia lindo! – Disse apontando para a janela.


  - Liu, são seis da tarde... – Pontuou Douglas.


  - Nossa, nem parece... – Falou Liu com uma cara cínica.


  - Você não vai sair certo?! – Questionou Douglas.


  - Douglas, lembra que você disse que ia soltar um feitiço numa capa velha para eu puder ficar invisível?! – Liu disse de repente como se quisesse mudar de assunto.


  - Não fuja do assunto! – Retrucou Douglas.


  - Eduzinho, não faça isso! – Reclamou Liu olhando para Eduzinho, que não estava fazendo nada, e ignorando Douglas.


  - ELISA WEISS! – Gritou Douglas. Liu olhou para ele surpreso.


  - Nossa... Agora o quarteirão inteiro sabe que eu estou aqui... – Resmungou Liu. – Você deveria tentar ser um pouco mais discreto Douglas... – Adicionou com uma cara de preocupação.


  - Você pretende sair daqui?! – Douglas perguntou num tom mais calmo.


  - E eu iria morar onde?! – Questionou Liu se fingindo de desentendida. – Debaixo da ponte?! – Completou. Bel escondia risadas.


  - Você vai sair daqui para fazer qualquer coisa enquanto eu estiver fora?! – Douglas perguntou vagarosamente.


  - Olha Douglas! – Exclamou Liu repentinamente. – Eu acho que vai nevar de novo... – Disse com um olhar distante. – Se eu fosse você, eu iria me arrumar logo, a festa começa às oito... – Pontuou por fim. Bel riu.


  - Eu desisto! – Reclamou Douglas. – Eu vou me arrumar mesmo, é o melhor que eu faço... – Resmungou pouco antes de subir as escadas.


  - Pode falar... – Começou Bel. – Você pretende sair de casa, não é?! – Perguntou sorrindo.


  - Claro... – Respondeu Liu claramente. – Vou passear por aí... – Adicionou com um olhar sonhador.


  - Vai para alguma festa é?! – Questionou Bel com uma cara engraçada.


  - Ahsduahusd! – Liu riu. – Nem, vou pensar um pouco... – Respondeu.


  - Eu ainda acho que vocês deveriam ter matado aquele tal de Douglas... – Murmurou Silas, que estava na casa de Marta e Nosferato, a convite de Marta, para passar o ano novo. – Você tem um grande defeito, Nosferato, não sabe lidar com ninguém... – Disse em seguida.


  - Só os grandes homens têm grandes defeitos... – Começou Nosferato. – E se eu matasse, ou se a Marta matasse o Douglas, um segredo morreria com ele, seu otário... – Disse com desgosto no tom de voz.


  - Homens... – Murmurou Marta balançando a cabeça negativamente.


  - Marta, olha essa merda de bilhete vai... – Pediu Nosferato com o bilhete em mãos.


  - Mais tarde eu prometo que olho com atenção... – Murmurou Marta.


  - Vá encher a paciência de outra pessoa “grande homem”... – Disse Silas com um sorriso de provocação.


  Oito e meia da noite.


  - Bel! – Gritava Douglas da escada. – Você ainda vai demorar muito para se arrumar?! – Perguntou apressado.


  - Só mais um pouco! – Respondeu Bel gritando.


  - Hausdhasud! – Liu riu enquanto passava pelo lado de Douglas.


  - Espera! – Exclamou Douglas segurando Liu pelo braço. – Promete que vai se comportar... – Pediu enquanto entregava uma capa para Liu.


  - Opa... Prometo! – Liu disse sorrindo e pegando a capa.


  - Por favor, não faça nenhuma besteira... – Pediu Douglas com uma cara séria.


  - Não se preocupe eu vou me comportar direitinho... – Liu disse sorrindo, logo após beijando a bochecha do “irmão”. – Agora deixe - me subir... – Pediu apontando para o braço de Douglas que segurava o braço dela.


  - Para quê você quer subir?! – Perguntou Douglas curioso.


  - Para pular da janela... – Respondeu Liu rapidamente.


  - Liu... Você não vai subir para chorar no quarto, não é?! – Questionou Douglas com uma cara de preocupação.


  - Ué! – Exclamou Liu. – Porque eu choraria?! – Perguntou sorrindo falsamente.


  - Não é “Porque”... – Começou Douglas. – É “Por quem”... – Completou.


  - Estou pronta, querido! – Disse Bel descendo as escadas.


  - Tchau Bel e Doug! – Falou Liu aproveitando que Douglas tinha soltado o braço dela para subir.


  - Tchau... – Disseram Bel e Douglas pouco antes de sair de casa e ir para a casa de James, onde teria uma festa em comemoração ao ano novo.


  - Até que enfim o meu cachorrinho favorito chegou! – Exclamou James quando Sirius, Mary Kate e Peter chegaram na casa dele.


  - Pontas! – Exclamou Sirius abraçando o amigo.


  - Vejo que veio acompanhado de uma bela dama... – Brincou James de uma forma que só Sirius ouviu. – Fico feliz por você ter seguido adiante, Almofadas... – Completou. Sirius sorriu um sorriso amarelo e se separou do abraço, indo cumprimentar Lily enquanto Peter e Mary Kate cumprimentavam James.


  - Boa noite pessoas! – Gritou Bel enquanto entrava na casa de James, aproveitando que a porta estava aberta por causa da chegada de Sirius.


  - Bel! – Exclamou Lily correndo para cumprimentar a amiga.


  - Douglas! – Exclamou James cumprimentando o amigo.


  - Heyyy... – Começou Lily olhando para a mão de Bel. – Que novidade é essa?! – Perguntou com um sorriso maroto.


  - Eu acabei de pedir ela em noivado... – Respondeu Douglas sorrindo.


  - E eu aceitei... – Disse Bel.


  - E porque você não deixou para pedir ela em noivado aqui, na frente da gente?! – James perguntou curioso.


  - Porque eu fiz algo romântico só para ela... – Mentiu Douglas abraçando Bel por trás.


  - Que meigo! – Disseram Mary Kate e Lily juntas.


  Já era quase onze da noite quando Lele e Remus chegaram. A festa estava animada. Todos estavam felizes.


  - Eduzinho... Vem comigo... – Chamou Liu na porta de casa, pronta para sair.


  Eduzinho olhou para Liu como quem diz “Merlim, o que essa louca vai aprontar dessa vez?!”.


  - Vamos logo... – Apressou Liu. Eduzinho obedeceu. Eles seguiram para algum lugar, Liu com a capa na mão, Eduzinho com o coração nas patas.


  - Mary... – Murmurou Sirius sentado no sofá ao lado de Mary Kate. – Eu vou buscar uma coisa na cozinha, volto já... – Disse sorrindo.


  - Está bem, meu Amor... – Respondeu Mary Kate dando um selinho em Sirius antes dele se levantar e ir até a cozinha.


  - Olha Eduzinho, tem um monte de comida... – Pontuou Liu que já estava com sua capa de invisibilidade, em pé em cima de um pequeno caixote, para observar a “festa” pela janela da cozinha da casa de James.


  - “Droga de coração idiota...” – Pensava Sirius enquanto ia para a cozinha. – “Porque eu não consigo me apaixonar de novo?!” – Se perguntou já na cozinha.


  - “Sirius...” – Liu pensou olhando para Sirius através do vidro da janela.


  - “Nossa... Eu não tinha percebido que tinha nevado tanto” – Pontuou Sirius mentalmente olhando pela janela da cozinha, e se aproximando mais da mesma.


  - “Será que o Douglas me tapeou e eu não estou invisível?!” – Liu pensou ao ver Sirius se aproximando da janela.


  - “A Liu gostava de neve...” – Pensou Sirius enquanto ficava na frente da janela e botava sua mão esquerda no vidro frio.


  Liu olhou para a mão de Sirius, não pensou duas vezes antes de botar sua mão direita no mesmo local que a mão esquerda de Sirius estava só que do outro lado de vidro fino da janela.


  - “Cada pequeno floco de neve me faz lembrar dela...” – Sirius pensava enquanto olhava para a neve do lado de fora. – “Na verdade, acho que tudo me faz lembrar ela...” – Completou em pensamentos.


  - “Oh Si... Como eu daria tudo para estar do outro lado do vidro...” – Pensou Liu olhando fixamente para aqueles olhos maravilhosos do maroto. Sem querer apoiou a mão esquerda no vidro também.


  - “Eu daria tudo para te ter ao meu lado novamente...” – Pensava Sirius, enquanto inconscientemente colocava sua mão direita no mesmo local que a mão esquerda de Liu.


  - “Eu Te Amava tanto...” – Pensaram Liu e Sirius de vez, ambos encostando a testa no vidro e deixando lágrimas únicas lhes escorrerem as faces.


  Se ao menos Sirius soubesse quem estava do outro lado do vidro, se soubesse que tudo aquilo poderia acabar naquele instante, se ele se esforçasse um pouco mais para enxergar as coisas com um outro tipo de percepção. Ou se o vidro simplesmente se partisse naquele momento.


  - “Eu deveria ter dito que te Amava uma última vez...” – Pensaram os dois ao mesmo tempo. – “De todo o meu coração...” – Continuaram pensando.


  Idiota da parte dela não correr e dizer que estava viva naquele momento... Alguns poderiam pensar assim. Mas, não era só a felicidade dela que estava em jogo naquele momento. Ela tinha de pensar nos outros. Sirius estava feliz com a Mary Kate, não estava?! E a Mary sem dúvidas estava feliz com o Sirius, dava para ver em seus olhos. Abriria mão de sua felicidade então, tudo por um bem maior, a felicidade do outro. Mas se Sirius soubesse, ele iria querer que ela fizesse isso mesmo?! Ou faria questão de puder abraçar Liu, beijar seus lábios, fazer juras de Amor eterno, deixando Mary Kate para lá, certamente ela seria capaz de se apaixonar por outro.


  Fato era que Sirius não sabia. A única capaz de mudar aquilo estava preocupada demais com a felicidade alheia. Bel e Douglas! Eles poderiam contar tudo de vez, não?! De vez?! Com que provas?! Diriam simplesmente “Ah... a Liu está viva, Sirius!”, quem garante que ele sequer escutaria?! Aos poucos com as dicas para o bilhete seria possível, mas não mais. Liu havia pedido, depois de ter visto Sirius e Mary juntos, que Douglas e Bel não insistissem na idéia dela contar tudo para ele, e ambos, após uma longa conversa, acharam melhor parar de vez com o plano de contar tudo para o Sirius, pelo menos até ter certeza de que ele continuava apaixonado por Liu, e não pela Mary.


  Poderiam então perguntar para Sirius de quem era o coração dele. Pergunta estúpida soaria, não?! “Vem cá Sirius, de quem é o seu coração?! Continua sendo da Liu?!”... Não aquilo estava fora de questão. Mas o que realmente estava em questão ali?! Ahh... A felicidade de três pessoas, duas e meia na verdade, já que uma estava meia... Morta?!


  Sirius sentiu – se estranho, como se seu coração estivesse a ponto de pular pela sua garganta. Como se tivesse algo mais, além daquela neve branca, do outro lado da janela.


  Liu não sabia mais o que queria, se queria algo. Vingança?! Naquele momento nada disso lhe passava pela cabeça.


  Como se estivesse vendo Liu, Sirius levantou a cabeça na mesma hora que a garota, e olhou através da janela sorrindo. Liu não pôde evitar, sorriu de volta, sabia que ele não estava vendo ela, mas e daí?! Ele estava sorrindo, mesmo que não fosse para ela, ele estava sorrindo.


  - “Eu prometo que não vou deixar de te Amar nem por um segundo da minha vida...” – Novamente os dois pensaram ao mesmo tempo. – “Mesmo você estando longe...” – Pensou Sirius. – “Mesmo eu não podendo te dizer a verdade” – Pensou Liu. – “Eu vou te Amar até o último segundo da minha vida...” – Pensaram os dois. – “Melhor! Até depois que eu morrer eu vou te Amar, só você, para sempre...” – Continuaram em pensamento.


  Dizem que alguns nasceram um para o outro, para sempre, e que não importa o que façam, ou o que digam, sempre pertencerão um ao outro. A contagem regressiva para o ano novo começou. Dez...


  - “Só queria puder te abraçar hoje... Um abraço estaria de bom tamanho...” – Pensaram Liu e Sirius como se estivessem unidos por um só pensamento.


  Nove...


  - “Não te deixaria escapar de novo, nunca...” – Continuaram em pensamentos.


  Oito...


  - Espera um pouco... Dê-me esse bilhete, Nosferato! – Exclamou Marta em meio à contagem regressiva, pegando o bilhete as mãos de Nosferato.


  Sete...


  - “Sem você a vida não passa de uma subvida...” – Pensaram Liu e Sirius ao mesmo tempo.


  Seis...


  - Dos... – Começou Marta “lendo” o bilhete.


  Cinco...


  - “Como eu pude fazer isso com a minha vida?!” – Se perguntou Liu olhando para Sirius com uma cara boba, apaixonada. Estava claro para ela que ela havia cometido um erro grotesco ao resolver viver de vingança. Afinal, vingança só traz coisas ruins.


  Quatro...


  - Mortos... – Continuou Marta com um sorriso vitorioso no rosto.


  Três...


  - “Eu nunca vou Amar ninguém da maneira que eu te Amei!” – Sirius e Liu pensaram ao mesmo tempo novamente, ambos sorriam.


  Dois...


  - Voltei... – Leu Marta. – “Ela está viva...” – Adicionou em sua mente.


  Um...


  Sirius soprou no vidro da janela, fazendo – o ficar embaçado, então fez um coração e escreveu “S&E” dentro.


  - “Para sempre...” – Pensaram Liu e Sirius olhando para o coração por ângulos diferentes.


  Sirius sentiu uma mão em seu ombro. Virou – se para trás. Lá estava Mary Kate com duas taças de champanhe.


  - Feliz Ano novo meu Amor... – Disse Mary Kate em seguida beijando Sirius. Liu virou – se para ir embora, não ficaria mais naquele lugar, não para ver aquilo.


  - Feliz Ano novo... – Murmurou Sirius fingindo um sorriso enquanto abraçava Mary. Seu olhar?! Direcionado para o coração.


  - É isso! – Exclamou Marta com um sorriso misterioso nos lábios. – Vamos brindar o ano novo... – Adicionou feliz. – Ao bilhete desvendado! – Disse brindando com Nosferato e Silas que estavam ambos, confusos.


  - Feliz ano novo... – Murmuraram Nosferato e Silas ao mesmo tempo.


  - Mas, como você conseguiu desvendar o bilhete?! – Perguntou Nosferato.


  - E o que tem escrito nele?! – Completou Silas.


  - “Dos mortos voltei, para dos vivos me vingar”... – Respondeu Marta lendo o bilhete. – Bastante criativo eu admito... – Completou.


  - “Mórbido na verdade...” – Pensou Nosferato. – Isso significa que a defunta não é mesmo uma defunta... – Pontuou.


  - Quer dizer que estamos lidando com uma garota ligada às artes das trevas... – Murmurou Silas.


  - Não Silas... – Discordou Marta. – Estamos lidando com uma medrosa... – Disse sorrindo.


  - Meu Amor... – Começou Nosferato. – Como você conseguiu ler o bilhete?! – Perguntou curioso.


  - Vem Eduzinho, saí daí! – Chamava Liu, já sem a capa, ainda “na casa de James”, mas não num lugar onde pudesse ser vista. Eduzinho estava sentado olhando para a janela. – Eu vou sem você então! – Disse decidida. Andou dois passos, tropeçou no próprio pé, caiu de cara na neve. – Ótimo... Isso significa que vou passar o resto do ano caindo... – Murmurou no chão com um tom irônico de voz.


  - Meu Amor... – Começou Marta com uma cara que demonstrava o quão feliz estava. – A estúpida da minha irmã falava assim com o Rich, e logo depois ensinou para o filhinho querido dela... Aquele filhote de cruz credo! – Disse sorrindo. – Mas foi bom, eu aprendi o código, mesmo que de maneira clandestina... – Completou. – Só não me lembrava que sabia... – Adicionou por fim.


  - Eu devo ser o homem de mais sorte do mundo! – Exclamou Nosferato com um largo sorriso. – Tenho a mulher mais brilhante de todos os tempos só para mim! – Completou abraçando Marta.


  - “O que o Nosferato tem que eu não tenho?!” – Se perguntou Silas. Estava com ciúmes de Marta, seu Amor platônico.


  - Eu te Amo Martinha... – Murmurou Nosferato.


  - Eu te Amo mais... – Murmurou Marta de volta. Logo depois ambos estavam se beijando.


  - Sabe Eduzinho... – Começou Liu enquanto se levantava devagar. – Melhor não mexer no que está dando certo, não é?! – Perguntou. O gato a ignorou, pois estava olhando para a janela. – Vem Eduzinhoooo! – Chamou mais uma vez. O gato não se moveu.


  - O que o Eduzinho faz aqui?! – Douglas perguntou de forma bem discreta para Bel, quando olhou pela janela e viu o gatinho.


  - O mesmo que a Liu... Uma visita... – Respondeu Bel sorrindo.


  - Aquela doida veio até aqui?! – Douglas perguntou para Bel sem notar a presença de uma terceira pessoa.


  - Ninguém consegue controlar aquela pessoa pequena Doug, você bem sabe disso! – Respondeu Bel. – Vê se um gato vai puder fazer algo! – Completou.


  - Vocês dois, particular comigo, agora! – Disse James rapidamente, enquanto puxava Douglas e Bel para uma sala onde não tinha ninguém.


  - “Droga...” – Pensaram Bel e Douglas ao mesmo tempo.


  - Que saco Eduzinho! – Exclamou Liu sentando na neve fria. – Vou esperar só mais um pouco... – Disse em seguida.


  - Já saquei tudo... – Começou James. Bel e Douglas não puderam evitar fazer caras de surpresa.


  - Tudo o quê?! – Douglas perguntou se fazendo de desentendido.


  - Não se faça de desentendido... – Disse James com um sorriso maroto. – Sinceramente eu só não sei como o idiota do Almofadas ainda não percebeu... – Confessou por fim.


  - Percebeu o quê?! – Questionou Bel com uma cara cínica.


  - Eu já estava com uma pulga atrás da orelha... – Pontuou James. – Agora eu tenho certeza, e vocês vão me confirmar... – Adicionou.


  - O quê?! – Perguntaram Bel e Douglas em coral.


  - A Liu está viva... – Respondeu James como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.


  - Mas que absurdo é esse que você está me dizendo?! – Douglas perguntou fingindo estar surpreso com tal informação.


  - O Almofadas é cego, mas eu não... – Falou James num tom sério.


  - James Potter, escuta aqui... – Começou Bel. – Você não vai abrir a boca para falar isso para ninguém! – Exclamou por fim. Douglas fez aquela cara de quem diz “Pronto, entregou o jogo!”.


  - Então você acabou de confirmar a informação... – Murmurou James. – E eu vou falar com o Almofadas imediatamente... – Completou em seguida. Mas Douglas segurou o braço dele.


  - Eu sei que você quer fazer isso com a melhor das intenções... – Começou Douglas num tom sério. – Mas escuta com atenção o que eu vou lhe dizer... – Continuou encarando James. – A Liu implorou para que tudo isso ficasse em segredo. Você, assim como a Bel, acabou descobrindo... Mas vai me prometer que não vai contar para ninguém... – Disse de maneira clara.


  - Eu vou contar para o Almofadas sim! – Retrucou James.


  - Para começar, ele nem vai te escutar! – Exclamou Douglas. – E depois, o deixa ser feliz com a Mary Kate, pelo menos ele esquece a Liu... – Completou. James riu.


  - Ele não está feliz com a Mary, Douglas... – Murmurou James de maneira séria. – E ele nunca vai esquecer a Liu... – Completou. – Eu conheço o meu cachorrinho, eu sei o que se passa naquela cabeça confusa... – Adicionou.


  - Ele está namorando a Mary... – Disse Douglas dando bastante ênfase à palavra “namorando”.


  - Para tentar esquecer a Liu... – Murmurou Bel. – Mas ele não consegue, e se sente parte triste por isso... Não é James?! – Perguntou em seguida.


  - Sim... – Respondeu James. – Vai Douglas, vai fazer bem para os dois... – Disse sorrindo.


  Douglas parou para pensar. Teria ele o direito de se meter na vida dos dois de tal forma?! Poderia tomar uma decisão que não cabia a ele tomar?! E as conseqüências que esse seu ato traria para ambos?! E se Sirius se sentisse revoltado?!


  - Falar diretamente... Não... – Disse Douglas. – Mas a gente pode dar um jeito dele ir lá para a minha casa um dia... Deixa só a Liu ficar menos mala... – Adicionou sorrindo.


  - Ótimo... – Murmurou James. – Então estamos de acordo... – Disse sorrindo. – Um dia, daqui a algum tempo, o Sirius vai aparecer na sua casa para te esperar, e quem ele vai encontrar?! A Liu... – Adicionou.


  - Combinado... – Pontuou Douglas soltando James. – “Tomara que nada dê errado”... – Pensou em seguida.


  - Ela ta lá fora?! – James perguntou.


  - Creio que sim... – Respondeu Douglas. – Eu e a Bel já estamos de saída, nos acompanha?! – Disse em seguida com um sorriso.


  - Claro! – Respondeu James. Bel sorriu.


  - Aonde você pensa que vai Jay?! – Perguntou Lily ao ver James indo até a porta.


  - Acompanhar a Bel e o Douglas que já estão de saída! – Respondeu James sorrindo marotamente.


  - E nem falaram com a gente... Que coisa feia... – Brincou Lily. Douglas e Bel pararam para se despedir de todo mundo. Despedidas acabadas os três saíram da casa e deram a volta nela.


  - Olha ela ali... – Disse Douglas apontando para Liu que estava sentada na neve olhando para Eduzinho.


  - Shiuu... – Murmurou James indo até Liu bem devagar.


  - Eduzinho, vamos logo meu querido... – Chamava Liu calmamente.


  - Advinha quem é! – Disse James rapidamente enquanto cobria os olhos de Liu com as mãos.


  - “Pronto, meu segredo foi revelado, já era...” – Pensou Liu na mesma hora que sentiu uma mão tampando seus olhos. Sabia que não era Sirius, no entanto não estava conseguindo saber quem era. Se fosse o Remus não ia ter problema nenhum, provavelmente, se bem que ele também era um maroto, mas ele não faria isso. Peter com aquelas mãos?! Não mesmo. Só havia sobrado uma opção. – James... – Murmurou respirando fundo.


  - Acertou! – Exclamou James. – Com saudades de mim?! – Perguntou em seguida. Parecia ter esquecido do fato dela ter escondido aquilo dele o tempo todo, mesmo eles sendo só amigos aquilo não era nada legal.


  - James, como?! – Perguntou Liu confusa.


  - Eu não sou cego como o Almofadas... – Respondeu James. – Falando nele, vamos entrar e contar tudo para todo mundo?! – Perguntou sorrindo marotamente e estendendo a mão para ajudar Liu a se levantar.


  - Você pirou James?! – Liu disse enquanto se levantava aceitando a ajuda do maroto. – Deixa o Si ser feliz com a Mary... – Adicionou.


  - Criança, ele não está “feliz” com a Mary... – Pontuou James com um sorriso maroto.


  - James, por favor, não conta para ninguém... – Liu pediu de todo o seu coração.


  - Só para o Almofadas, vai Liu... – Insistiu James sorrindo.


  - Principalmente para ele... – Adicionou Liu.


  - Ele vai gostar de saber, e eu vou gostar de o ver sorrindo de novo! – Disse James rapidamente. – Fora que vocês são tão fofinhos juntos... – Adicionou tentando convencer Liu.


  - Não James! – Exclamou Liu. – Não e não e não! – Repetiu para ver se James parava de insistir.


  - Por favor... – Pediu James com uma cara meiga.


  - Por favor... Não insista James! – Respondeu Liu.


  - Um dia ele vai descobrir... – Começou James. – Você não acha que é melhor você contar para ele, do quê ele descobrir sozinho?! – Perguntou em seguida.


  - Melhor ainda é se ele não descobrir... – Respondeu Liu. – Eu não vou me meter na vida dele, James! – Completou.


  - Você não tem como não se meter na vida dele! – Começou James. – Mesmo morta você consegue influenciar a vida dele toda... – Completou.


  - James, não é não, e pronto! – Liu falou de maneira simples e clara.


  - Você que sabe... A vida é sua, não minha mesmo... – Disse James dando os ombros.


  - Você não ta com raiva de mim, não é James?! – Liu perguntou confusa.


  - Por quê?! – James questionou ainda mais confuso.


  - Porque eu fingi estar morta... – Liu respondeu num murmúrio.


  - O importante é que você está viva... – Pontuou James. – O resto é só o resto... – Adicionou sorrindo marotamente.


  Os dias passaram normalmente, acabaram virando meses e dando espaço para o inverno ir embora.


  James, Douglas e Bel estavam totalmente dispostos à “ajudar” a juntar Liu e Sirius novamente. Havia decidido que quando não mais estivesse frio, eles marcariam para o Sirius encontrar Douglas na casa dele, mas só quem estaria lá seria Liu, que obviamente não seria avisada da visita do maroto.


  Mary Kate parecia não mais estar tão apaixonada por Sirius, já que o maroto parecia não parar, nem por um segundo, de se lembrar de fatos que ele havia vivido com Liu.


  Remus e Lele continuavam numa boa, ambos sempre sorrindo. James tentou contar tudo para Remus, mas Remus disse que já estava na hora de internar James em um manicômio.


  Marta e Nosferato, após algumas tentativas falhas de encontrar a Liu, resolveram viajar juntos, como numa lua de mel. Fato esse que abalou Silas, que traçou um único objetivo em sua mente: Achar Liu e pegar a corrente.


  Lily estava desconfiada que James estava escondendo algo dela, mas por não saber o que era resolveu não brigar com o maroto.


  Liu chegou a encontrar Marta, por duas vezes, em seu caminho. Mas preferiu se esconder, ainda não tinha coragem o suficiente para enfrentar a Tia. Seus sonhos vinham sendo atormentados com mortes e olhos azuis. Fortes dores de cabeça durante o dia estavam se tornando algo... Normal.


  Peter parecia estar interessado em certa garota de cabelos negros, mas preferia repetir para si que era só amizade o que ele estava sentindo.


  Mathews continuava sendo o melhor amigo de Liu, e já tinha até apresentado a namorada, Taty, para ela.


  A vida tomava seu rumo. Estava tudo quase como deveria ser.

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