A noite promete



[A noite promete]

Breaking my back just to know your name
Seventeen tracks and I've had it with this game
I'm breaking my back just to know your name
But heaven ain't close in a place like this


As luzes piscavam intensamente, cores se cruzavam no ar turvado pela fumaça, vermelho, branco, verde e azul. As pessoas se moviam à batida frenética, corpos dançavam juntos, num ritmo sensual, casual e isolado.

Draco, apoiado no bar que o dava uma visão privilegiada da pista, apenas observava a tudo enquanto bebericava o copo com uma bebida colorida. Eventualmente ele sorria enviesado enquanto admirava pessoas e seus comportamentos. Ele adorava aquela vida.

Tudo nele cheirava a novo e a riqueza, desde seus sapatos caríssimos e feitos sob medida a seu cabelo bem cuidado em um corte perfeito. As mulheres amavam isso, ele amava isso. Bastava escolher alguma desacompanhada, se aproximar, trocar alguns olhares, e ele teria companhia pelo resto da noite. Isso se ele não acabasse se interessando por outro cara. Não era tão raro nem tão impossível, mas ele tinha um gosto muito mais exigente nesse caso.

Especificamente hoje, ele se sentia mais inclinado a sair dali acompanhado por uma mulher (ou duas até). Não havia motivo em específico, ele só sabia que estava caçando uma garota, e dessa vez queria uma que fosse realmente linda.

Garotas comuns ele encontrava por todo lado que virasse seu rosto bem barbeado, hidratado e cuidado. Mas essa noite ele queria algo diferente, algo belo, um troféu que tivesse orgulho de desfilar com. Não que ele vez ou outra não conseguisse alguma garota assim, além de rico não era feio de aparência. Mas a dificuldade estava em encontrar uma jovem dessas desacompanhada, e as mais belas eram sempre as que se faziam de mais difíceis. Se bem que mês passado aquela mulata gostosíssima não hesitara um segundo em arrastar Draco para o canto escuro mais próximo...

Seus olhos cinza e arrogantes continuavam a busca da garota ideal, passeavam de rostos a corpos e analisavam os acompanhantes. Ele resolveu se afastar do bar e andar um pouco, quem sabe elas não estivessem escondidas?

A música tocava em um ritmo alucinado, as pessoas se moviam juntas e afastadas, Draco passeava entre elas com um meio sorriso no rosto, tentando evitar esbarrar muito nos outros. Porém, não precisou nem andar muito.

Logo ali, no meio da pista, ela apareceu.

Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo já frouxo, os longos fios balançavam de um lado para o outro, acompanhando o ritmo do seu corpo magro, esguio e belo. Suas roupas não eram impressionantes e ela não parecia muito disposta a ficar se exibindo como muitas outras, contudo, seu rosto era lindo. Um nariz levemente arrebitado, sobrancelhas delineadas, cílios cumpridos e sardas que ao invés de darem-na um ar infantil, faziam-na encantadoramente sexy com aqueles lábios entreabertos e rosados mostrando perfeitos dentes brancos. E ela dançava. Como dançava! O corpo agitado e frenético, acompanhando o ritmo, realizando arcos e curvas que fizeram Draco salivar. Apesar de estar tocando dance, parecia a ele que a garota estava realizando uma dança específica e ritualística de acasalamento, que o atraia como magia, um feitiço. Seu sangue fervilhava, sentiu adrenalina percorrendo suas veias.

Então ela o encarou nos olhos, do nada, de surpresa. Numa hora eles estavam fechados, concentrados em dançar, e de repente estavam olhando diretamente para ele.

Draco imediatamente se deu conta de que estava parado no meio da pista, segurando um copo numa mão, em uma posição que indicava que ele congelara no meio do ato de andar. A música em um volume ensurdecedor voltou a atingir seus ouvidos com toda a potência e ele percebeu novamente que não havia somente ele e a garota na boate, havia centenas de outros jovens se agitando enquanto ele tinha sua pequena epifania. E o olhar dela foi só isso, um olhar, rápido e efêmero como todos os olhares que se esbarram mundo afora.

Mas o olhar durou eras dentro da mente dele. Ele viu aqueles dois brilhantes olhos castanhos abrirem-se, e poderia descrever em detalhes o rosto da jovem naquele instante. A boca entreaberta, uma mecha de cabelo cor de fogo passou pelo rosto dela, as bochechas levemente coradas, uma gota de suor escorreu pela testa, seguindo a linha do nariz, os cílios claros se abriram, alguns fios de cabelo rebelde se grudaram na testa dela, e foi quando seus olhos se encontraram. Draco poderia ter arfado se tivesse dado tempo. Mas em seguida ela afastou o cabelo da testa, desviou o olhar continuando a dançar.

E Draco ainda estava parado do meio da pista, olhando-a.

Céus, ele precisava daquela garota. Rezou internamente que ela não fosse muito difícil, porque ele detestava garotas difíceis demais. Haviam tantas no mundo que ele achava ridículo ficar perdendo todo o tempo do mundo com uma só porque ela é mais bonitinha, legalzinha ou seja lá qual fosse o motivo. Mas naquela noite, Draco queria a ruiva, e estava disposto a se dar bem.

Normalmente ele teria ido até ela naquele momento, ampliando o sorriso enviesado e realizando uma aproximação direta. Contudo, simplesmente virou de costas e voltou por onde tinha vindo. Passou a mão displicente pelos cabelos desgrudando-os da umidade que tomara sua testa.

Voltou ao bar e finalmente se pôs a pensar no que deveria fazer.

Primeiro, deveria descobrir quem era ela... quem era aquela... a... nossa, ela é divina. Uma divindade, isso que ela era.

Foi diretamente ao barman, abriu seu sorriso mais profissional e estudado.

- Olá Marley - disse cordialmente colocando algumas notas sobre a mesa. - Um Bloody Mary.

O garçom pegou o maço de notas e foi até o caixa. Draco, estrategicamente esperou que ele finalizasse o preço e voltasse com o troco, para displicentemente acrescentar:

- Pode ficar com o troco - voltou em seguida a observar a pista de dança, despretensiosamente. Ah, como ele adorava esses jogos. Metade da diversão estava ali, nas estratégia - isso claro se tudo desse certo.

Quando o drink chegou até suas mãos ele o pegou distraído, lembrando de sorrir cordialmente para o barman.

Ah, claro, sorrir cordialmente não significava o tipo de sorriso que o idiota ao seu lado estava dando, por exemplo. Mostrando todos os dentes e parecendo sinceramente agradecido por um serviço pelo qual ele estava pagando. E até bem acima do preço, diga-se de passagem.

Os sorrisos de Draco resumiam-se a um rasgo inclinado no rosto, e só. Obviamente, esse rasgo poderia ser mais ou menos expressivo, e poderia transmitir desprezo, até uma leve cordialidade, que era o que ele usava no momento. E sinceramente, ele se achava perfeito com seu sorriso enviesado. Nada mais charmoso do que isso.

Muito diferente do típico deslocado que estava a seu lado. Roupas de qualquer jeito, como se ele pegasse o que visse pela frente ao se vestir, nada parecia de marca mesmo à fraca luz da pista de dança. E a cara de perdido, como quem procura algo, a forma como segurava o drink, como sorria para o atendente e...

O rapaz olhou para Draco, que o analisava de cima a baixo com desprezo. O estranho sorriu - pelo menos não mostrou todos os dentes ao fazer isso - e Draco levantou as sobrancelhas, arrogante, e voltou a inspecionar a pista de dança, esperando o momento certo.

Tinha mais coisas a se preocupar que um jeca deslocado.

Seu Bloody Mary já estava chegando na metade, e ele estava seriamente pensando em mudar de tática, continuando ali por pura teimosia, quando o que ele tanto esperava aconteceu. Ele sabia que aquilo teria de ocorrer em algum momento.

A ruiva, bela em sua aparente despreocupação, com os cabelos ainda no rabo de cavalo semidesfeito, surgiu do meio da multidão. Suada, casada, bochechas rosada, perfeita. Arrastou para si a primeira cadeira que encontrou, sentou nela, parecendo arfante.

Bom, pelo menos uma parte do plano havia funcionado.

Pela forma como a jovem dançara, animada e entusiasmada, Draco sabia que em algum momento ela viria até o bar, onde haviam as únicas cadeiras da boate. Com certeza ela também deveria vir até o balcão pedir uma bebida, e seria quando Draco avaliaria seus gostos. Depois, pediria dicas ao barman, porque afinal, nada mais ridículo e passado do que tentar algo no balcão do bar.

Contudo, ela sentou na cadeira, de costa para ele e não pediu bebida alguma.

Ele suspirou. Nem tudo poderia ser sempre perfeito.

- Marley - chamou Draco, ainda sem tirar os olhos da ruiva, apenas se virando o suficiente para ser ouvido. - Quem é aquela ali? - perguntou quando o barman se aproximou.

Draco ouviu um risinho disfarçado, enfim virou-se para Marley, erguendo uma sobrancelha em uma pergunta muda e levemente contrariada.

O homem apenas continuou com um sorriso no rosto, e negou com a cabeça a pergunta não feita.

- Não sei o nome. Mas ela vem aqui de vez em quando.

Ele ainda tinha o maldito ar risonho. Draco olhou bem feio, esperando que ele percebesse que não havia nenhuma piada ali.

- E o que ela costuma pedir? - acabou colocando um tom de voz um pouco mais autoritário e menos cordial.

- Ela? - Draco começa seriamente a duvidar da capacidade mental do homem - Ela nunca pede nada.

Suspirou exasperado. Ok, talvez o plano não estivesse tão bem formulado assim.

Seu humor ficou ainda pior, odiava que seus planos saíssem dos eixos. Não era com ele improvisar, preferia uma vida fácil e tranqüila, gostava de ter tudo, e isso conflitava com a sua extrema falta de vontade de lutar pelo o que quer que fosse, e no geral, ele preferia trocar suas vontades a ter de lutar muito por algo.

Estava prestes a investir suas energias em outra garota quando aconteceu de novo. A ruiva o olhou, ele pôde sentir aqueles orbes castanhos diretamente sobre si. Virou-se e seus olhos novamente se encontraram. Durou mais tempo do que qualquer olhar distraidamente esbarrado poderia verdadeiramente durar, e ele sentiu algo arrepiante subindo por sua espinha.

Tentou ler em sua expressão o que ela queria, estaria igualmente interessada nele? Por que ela parecia levemente aborrecida? Será que ficara tão óbvio que ele estava afim dela? Será que a irritara ter alguém atrás? Mas ele não dera na cara, nem ousara se aproximar ainda!

Então os olhos castanhos se dirigiram a um ponto mais afastado ao lado de Draco, e ela pareceu ainda mais aborrecida, voltando a desviar o olhar para a pista, onde permaneceu aparentemente procurando alguém.

Draco enfim reparou que havia novamente prendido a respiração, e a soltou de uma vez, arfante. Nossa, isso não era comum, uma garota não poderia tirar tão fácil assim todo o seu ar, se a cada vez que se encarassem ele sentisse que levara um soco na boca do estômago, então deveria tentar conquistar ela de olhos fechados, ou se sentiria espancado ao final de tudo.

Tomado por uma repentina inspiração, ele voltou a se virar para o bar. De um gole só terminou seu Bloody Mary com uma careta antes de acenar para Marley.

- Dois Ices.

- É pra já. - respondeu o homem se virando, indo na direção dos refrigeradores, em instantes voltava com duas garrafas abertas. Draco já estava impaciente com a demora, sentia que cada minuto era essencial, ele tinha que chegar até aquela garota de alguma forma...

Retirou duas notas do bolso e jogou sobre o balcão, se virou mais rápido que pretendia e percebeu que seu coração batia descompassado. Se recriminou por estar parecendo tanto com um adolescente imberbe no dia de sua primeira transa. Respirou fundo, restaurou ao rosto seu melhor ar de soberba arrogância inata e abriu o sorriso enviesado que tanto amava. Pigarreou para não correr o risco de a voz falhar e ensaiou enquanto andava na direção da mesa uma ou duas falas que ficariam bem.

“Oi, a cadeira está desocupada?”

“Boa noite, posso me sentar? Aceita uma bebida?”

Nada impressionante, mas tinha de dar certo... tinha, ou ele realmente ficaria irritado. Devidamente irritado, com todo o direito, afinal, a garota não poderia simplesmente fazê-lo sentir como um virgem e ainda esnobá-lo. Não mesmo. Era contra as leis do... as leis da... física?

Afastou esses pensamentos desconexos da cabeça aproveitando para sacudir o cabelo da testa, percebeu um ou dois olhares luxuriosos das pessoas em volta na sua direção após o movimento. Sua confiança aumentou, o sorriso enviesado se alargou e ele estava a dois passos da jovem.

Foi muito simples, ele chegou, abriu a boca, já ensaiando a frase. Ela, ainda de costas, se levantou, como se tivesse visto algo ou alguém, e correu para o meio da pista. Draco viu em câmera lenta seus cabelos alaranjados balançando de um lado para o outro no rabo-de-cavalo recém refeito, se afastando e se misturando no meio da multidão.

Merda! Que porcaria de sorte era essa? Ele parecia um figurante num filme de comédia adolescente, e já se sentia velho o suficiente nos seus 26 anos para esse tipo de coisa.

Bufou, se jogando em uma cadeira próxima, na mesma cadeira que a menina sem nome estivera instantes antes, maldita.

Apoiou as garrafas e se pôs a beber de uma delas em grandes goles. Se antes estava com leves sinais de mau humor, agora isso era completamente visível em seu semblante fechado e nada convidativo.

Sem nada mais a fazer, entornou de uma vez uma das garrafas de Ice sem parar para respirar. Sentiu a cabeça girar levemente ao fim e sorriu com isso, automaticamente seus músculos começaram a relaxar e ele se deixou jogar um pouco mais refestelado na cadeira. Os olhos observando desatentos o movimento da boate a sua frente enquanto mais moderadamente ele tomava o segundo Ice que comprara para a maldita garota que fugira dele antes que ele pudesse ao menos tentar algo.

Quando a última gota de Ice atingiu sua garganta, ele se levantou com um suspiro exasperado. Não iria passar a noite assim. Não sairia sozinho daquela boate.

Voltou para o bar. Recomeçaria do zero, se encostaria despretensioso no balcão, embaixo da luz verde – que ele acreditava realçar a cor dos seus olhos - e esperaria a presa perfeita. Qualquer garota estava de bom tamanho. Desde que fosse bonita.

Por muito tempo nada aconteceu. Algumas músicas passaram, meninas vieram e foram embora, mas nenhum conseguia chamar atenção de Draco. Ele não sabia se ainda estava sobre o efeito entorpecedor da beleza da ruiva, mas ele começou a achar todas as garotas que apareciam muito mais ou menos, nenhuma se enquadrava no padrão que Draco estabelecera para a noite. Por isso, por mais que a menina respondesse ao olhar perscrutante e avaliador dele com um sorriso convidativo, ele desviava o olhar e esperava a próxima. E a próxima, e a outra depois da próxima. Ignorou também a menina baixinha insistente que permanecera no balcão encarando-o enquanto tomava o drink. Ok, ela era bonitinha, mas não era bonita o suficiente, não era ela que Draco queria naquela noite.

Quando ele já estava quase desistindo da teimosia de só aceitar uma garota tão bonita quanto a ruiva e havia se convencido de que sairia com a próxima menina que respondesse seu sorriso, a ruiva - a mesma que ele caçara inutilmente a noite toda - reapareceu. Dessa vez acompanhada, e para alívio de Draco, a acompanhante era uma mulher.

Ele achou que conhecia a outra mulher de algum lugar. Contudo, não conseguia saber de onde a lembrava. No escuro, mal conseguia ver seu rosto tão de longe. Quem seria? Trabalho, faculdade, cursos, viagens... já havia saído com ela? Teria sido bom? Teria dado ou levado um fora? Provavelmente dado...

Inconscientemente, se andou na direção das duas, quando deu por si já estava a meio caminho delas. Foi então que ele reconheceu a outra mulher. Exatamente no instante que ele reconheceu e parou de andar, a ruiva puxou a morena de cabelo chanel pela cintura e os dois lábios rosados e macios se encontraram em beijo devastador. Draco se sentiu imediatamente excitado.

- Uow! – exclamou se virando e se afastando, de volta ao balcão do bar.

- Você viu isso? – comentou uma voz aparentemente incomodada com a cena.

Draco se virou e encontrou o carinha jeca que sorria demais para o barman parado a seu lado com o mesmo drink - ainda pela metade - na mão. Olhou-o por um longo minuto, então voltou a se virar na direção das duas mulheres. Elas ainda estavam se beijando excitantemente. Draco desviou o olhar. Suspirou exasperado e olhou a volta, buscando alguma coisa, qualquer coisa, para fazer. Simplesmente... simplesmente era...

- Cara... – disse voltando a observar as duas. – Aquela morena é minha ex-namorada!

Ele se sentia um perfeito idiota. O cara ao lado não ajudou nada ao rir e Draco fuzilou-o com seu pior olhar.

Merda! Se ainda tivesse acabado tudo bem com Pansy, ele poderia tentar uma aproximação... quem sabe ser chamado para a brincadeira das duas? Mas Pansy fora o maior fora que ele dera em toda a sua vida. Ela saíra humilhada e chorosa, correndo para fora do salão cheio de convidados do seu aniversário um ano atrás. Foi o melhor fora que ele já havia dado em toda a sua vida. O melhor.

Mas agora, lá estava Pansy, de cabelo cortado e pintado (tudo bem, por que Draco sempre achara o loiro dela completamente sem graça mas...), pegando uma das garotas mais lindas que ele tinha visto. Isso sim era dar a volta por cima. E ele achando que estava bem, vivendo de sair aqui e ali com quem aparecesse pela frente.

- Será que você poderia parar de rir – disse ríspido para o mané a seu lado, que continuava gargalhando.

- Não, você não entendeu... eu só estou achando tão surreal!

- É mesmo? – perguntou sarcástico e seco, com sua voz mais arrastada.

- Não, não! Quero dizer... a ruiva é minha ex-namorada. É quase irônico que elas estejam juntas e nós sozinhos aqui no bar.

Draco pela primeira vez enxergou de fato o homem a seu lado. Um pouco mais baixo que ele, esguio, óculos fora de moda, cabelos escuros despenteados (mas eles andavam na moda), aparentemente olhos claros, vestido de forma displicente. Aparência geral, bonito. Mas não merecia aquela ruiva.

- E como você fez a burrice de se tornar ex dela? – perguntou incrédulo. Aquele ali só poderia ser o maior imbecil do mundo.

- Põe burrice nisso... – respondeu quase melancólico.

Draco sentiu que no caso dele, provavelmente a ruiva era quem tinha dado-o um pé na bunda. Com toda a razão. Ainda que Pansy não fosse nem de longe uma beldade como a própria ruiva era.

- Ela te trocou pela Pansy? – perguntou praticamente rindo do sujeito. Ficou surpreso ao ver o moreno acompanhando-o na risada.

- Não. Eu que fiz a burrice de terminar com Ginny.

- Quê? – perguntou Draco sem entender nada.

- Sabe, eu ia servir no Iraque, pela Inglaterra, e tive medo de não voltar, de ser morto em combate ou acabar mutilado, então terminei com ela, não queria que Ginny se sentisse presa a mim caso o pior acontecesse, que ela pudesse seguir a vida dela.

Draco, observando-o atentamente pelo canto do olho, percebendo que de forma alguma aquele era um cara de se jogar fora, o rosto fazia um conjunto que oscilava entre o sério e o... inocente?

- Só não esperava que ela fosse seguir a vida dela tão rápido. Não servi nem por dois anos.

- Você é um idiota – declarou Draco. Aquele era o motivo para terminar um namoro mais patético que já ouvira. – Um idiota que vê filmes românticos de guerra demais. Só teria sido mais ridículo se ela tivesse querido servir ao exército como enfermeira apenas para te acompanhar.

O moreno deu um sorriso deslocado.

- Ela acha que essa guerra é imbecil.

- E é mesmo – concordou Draco distraído. – Meu nome é Draco.

- Harry – respondeu aceitando a mão estendida, parecendo levemente ofendido pela declaração de Draco.

- Então... Harry. Vai passar a noite toda aí nesse balcão olhando a sua ex-namorada beijar uma outra menina?

- Aparentemente eu não sou o único que vai fazer isso – comentou Harry irônico. O tom de ironia não ficava bem nele, pensou Draco. Ainda assim, incoerentemente, gostou.

- Eu acho que podemos sair dessa droga de boate e achar algo melhor para fazermos – disse olhando-o novamente. Quanto mais olhava menos achava Harry uma má idéia. Afinal, não precisava mesmo ser a garota mais linda dali, esse plano poderia ficar para amanhã. Hoje estava de bom tamanho fugir da rotina. Não era todo dia que ele dava mole para um carinha tão simples.

- Sei lá – respondeu Harry ainda de olho nas duas mulheres.

- Anda, a noitada é por minha conta – dizendo isso, puxou o outro pelo ombro para fora da boate. A noite era só uma criança, e se tudo desse certo, sozinho ele não voltava para casa.

Somebody told me
You had a boyfriend
Who looked like a girlfriend
That I had in February of last year
It's not confidential
I've got potential
A rushin', a rushin' around





N/A: Obrigado por chegar até o final \o/ Se achou a história legal (ou mesmo se achou chata) deixe um comentário ao sair e faça com que eu saiba se estou acertando ou errando ^^

A fic toda é completamente baseada na música Somebody told me da banda The Killers [Clique aqui para ver o vídeo]

Apenas lembre-se de deixar um comentáriozinho ao final avisando ao menos se agüentou ler a hist até o fim XD

(P.S.: Tente entender novamente a capa depois de ler a fic ;P)


Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Isah Malfoy

    Achei bem criativa hahaha só faltou a hermione e o rony para ficar completa a noite!!

    2014-07-29
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.