Um Ultimo Abraço - Roteiro



A LAST HUG

(Um Último Abraço)
Escrito Por William Palmers



FADE IN

Um quarto ESCURO E CLAUSTROFÓBICO, há caixas de pizza jogadas pelo chão, baratas passeiam por cima dela. Garrafas de cerveja trouxas estão caídas, algumas ainda meio cheias, ao lado da cama.

ENCONTRA uma porta entreaberta ao lado da cama, um CLARÃO, seguido de um trovão, a chuva cai pesada do lado de fora. A porta se ABRE, vemos uma cama de pilares num outro quarto maior e mais triste onde as cores estão frias e mórbidas.

Uma TELA transparente está posta ao redor da cama, há alguém deitada nela, já que um homem vestido de preto e de luvas da mesma cor está agachado ao lado da cama segurando um braço fino e frágil.

Não passa nenhuma esperança em seus olhos, na verdade acredita que já é um caso perdido. Ele olha diretamente para nós, coloca o braço com todo o cuidado para dentro da cama.

VOZ
(feminina, muito fraca)
É o meu pequeno Thomas doutor?


DOUTOR
Sim, é o seu protetor e homem da casa.


Vemos, um jovem menino de olhos negros e já sem nenhum brilho, ele se aproxima um pouco mais da cama. Por dentro se vê a silhueta de uma mulher deitada.

MULHER
Meu filho, meu querido filho está grande e bonito.


A mão dela atravessa a tela.

CLOSE, o rosto preocupado do doutor, que afasta cuidadosamente a mão dela de Ravner.

DOUTOR
Desculpe senhora, não pode tocá-lo lembre-se do seu estado.


Ouvimos um CHORO baixinho, REPRIMIDO, que não agüentando vira um lamento DESESPERADO. Lágrimas escorrem pelo rosto de Ravner, sente dentro de seu peito um DOR terrível.

O menino avança para a cama, ao tentar impedi-lo o doutor ENCARA A PONTA DE UMA VARINHA, que ele nem imagina como ele sacou tão rápido.

DOUTOR
Meu jovem, se enconstar nela você pode morrer.


RAVNER
Eu vou dar um beijo de boa noite na minha mãe,

nem você nem ninguém me impediria de fazer isso.


Ravner afasta a tela para ter uma ASSOMBROSA visão de sua mãe deitada.

A doença DEVOROU a pele e a carne dela, deixando feridas exposta com nada além de ossos, os cabelos somam poucos fios ralos e os olhos estão mais do que fundos dentro das órbitas.

Ela é praticamente um cadáver em decomposição.

Ravner se abaixa e carinhosamente beija a testa da mãe, manchando seus lábios de sangue.

A mulher levanta seus braços com dificuldade e abraça o filho, abre um sorriso de felicidade, algo que nunca pensou sentir novamente.

MULHER
Eu te amo meu filho.


RAVNER
Eu também mãe...


PULL BACK lentamente enquanto eles ficam abraçados sob o olhar cabisbaixo do doutor. A porta se FECHA, mais um RELÂMPAGO ilumina o quarto.

Vemos, Ravner adulto sentado na cama, olhando para o chão.

RAVNER
Também te amo.



FADE OUT

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